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Capítulo 83.1 ❃ Um breve descanso.

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Na distante vastidão onde murmúrios ancestrais se aninham, um corredor estende-se, como um sussurro dos tempos idos, prenhe de contos e lendas do povo que um dia floresceu. 

Ao longo dessa galeria, há uma dança de mestres artífices e projetistas habilidosos, que convergem suas artes para adornar as paredes. 

Cada batida da ferramenta afiada de ébano ressoa como um lamento na névoa do passado, enquanto os projetistas, com suas pranchetas de pedra, orientam os escultores em seu percurso.

O fervor da criação se infiltra no ambiente, como um cântico antigo que enche os corações dos presentes, a pulsação acelerada ecoando em suas veias, como se a própria vida pulsasse nas obras que tomam forma diante de seus olhos.

À medida que o corredor serpenteante se desdobra, uma sala no seu fim emerge, envolta em um véu de mistério. 

Dentro dela, uma miríade de tomos repousa em prateleiras ornamentadas, cada capa exibindo símbolos arcanos que exalam um poder sutil e inquietante. 

Não são apenas os livros que emanam essa aura mística; toda a câmara está imbuída de runas ancestrais, entalhadas nas paredes como cicatrizes da alma do lugar.

A sala, banhada por uma luz etérea que parece tecer-se entre as sombras, resplandece com um brilho azulado que enlaça os visitantes em sua teia. 

Esferas de luz dançam ao redor, pontuando o espaço com seu fulgor, como estrelas cadentes em uma noite sem fim.

Mas sob essa beleza enigmática, há uma sensação inquietante, como se o próprio ar estivesse impregnado de um presságio sombrio. 

Cada sombra parece se contorcer com vida própria, e um frio inexplicável ronda os cantos mais escuros da sala, sussurrando segredos macabros que permeiam os corredores da mente dos presentes.

No centro da sala, um homem de estatura majestosa, envolto em uma túnica negra como a noite, adornada com fios dourados e azuis, mergulha nas páginas de um livro ancestral. 

Seu capuz sombrio mal revela os traços de um rosto que emana uma aura de sabedoria e mistério, enquanto seus olhos rubis brilham com uma intensidade azul, como se absorvessem os segredos entrelaçados nas palavras mágicas. 

Com um estalo ressonante, ele fecha o livro, atraindo a atenção dos outros magos na sala, que observam em silêncio.

Sem demonstrar qualquer surpresa ou interesse, o mago ergue seu braço esquerdo, de onde emerge um cajado imponente, tão longo quanto ele próprio. 

O mistério que envolve a dimensão do objeto parece desafiar as leis da física, deixando os presentes perplexos com sua origem. 

Com determinação solene, o mago se dirige para além da entrada, em direção a um imenso portão que se ergue no lado oposto da sala, sua altura desafiando até mesmo a grandiosidade do recinto.

Com um gesto imperioso, uma aura de névoa azul emana de suas mãos, desvelando uma trama oculta que libera as travas do portão. 

Com um rangido sinistro, as portas se abrem em uma coreografia macabra, revelando uma câmara além, saturada de uma presença opressiva e sombria.

Os cantos da sala são adornados por colunas majestosas, erguendo-se como guardiãs silenciosas em torno de um mapa pintado no teto abobadado. 

O mapa revela terras distantes, ilhas misteriosas e reinos desconhecidos, delineados com precisão em tons de azul e verde. 

No centro da sala, um trono negro, esculpido com linhas afiadas que ecoam a ferocidade de uma espada na batalha, domina a paisagem.

Sentado no trono, um homem enverga uma armadura sombria, sua espada negra cravejada de runas vermelhas, uma aura de poder pulsando em torno dele.

Sem cerimônia alguma, o mago avança em direção ao rei, desafiando qualquer oposição com sua determinação implacável. 

Ao redor, figuras de diversas vestes se reúnem, representando tanto a política quanto o poder militar, cada um observando com uma mistura de curiosidade e apreensão.

O mago para diante do trono, sua expressão carregada de ódio palpável, um turbilhão de emoções se agitando em seus olhos. 

Nessa memória distante onde as palavras não são proferidas, ele ergue seu cajado em direção ao rei, provocando uma reação instantânea de choque e temor entre os presentes. 

Os olhares arregalados testemunham o desafio audacioso do mago, aguardando a resposta do soberano com um suspense carregado no ar.

Entretanto, o rei permanece imperturbável, sua postura inabalável como uma montanha diante da tempestade. 

Nenhuma sombra de medo ou incerteza atravessa seu semblante, como se estivesse além das artimanhas daquele que ousa desafiá-lo.

O ódio ardente nos olhos do mago irradia uma energia sombria, envolvendo o ambiente em um abraço gélido de terror. 

O poder mágico que emana dele faz as paredes tremerem, como se o próprio castelo se contorcesse em agonia diante de sua ira. 

Mas em um piscar de olhos, sua cabeça rola ao chão, separada de seu corpo em um golpe fatal e preciso.

Seus olhos fixam-se no rei, que limpa a lâmina de sua espada manchada de sangue, testemunha silenciosa da queda do rebelde. A visão do mago começa a se turvar, seus pulmões ávidos por ar, agora sufocados pelo peso do destino inexorável. 

A agonia o consome enquanto suas forças o abandonam, uma morte prematura selando seu destino em um último sussurro agonizante.

Ou era isso que todos esperavam.

Todavia, isso era apenas um plano predestinado pelo mago desde do início.

Do seu corpo e cabeça, uma névoa negra se espalha pela sala do trono, devorando o ar e corroendo a vida em seu caminho. 

Os presentes sucumbem, seus corpos tombando sem vida, como marionetes desprovidas de cordas. 

O salão se transforma em um sepulcro de sombras, o eco dos últimos suspiros ecoando como um lamento na escuridão.

Entretanto, o rei permanece impassível em seu trono, seus olhos brilhando com uma intensidade sobrenatural. 

— Argh…! — Ele suspira, resignado, antes de fechar os olhos, como se aceitasse o fardo de seu destino e o peso de suas decisões. 

O silêncio envolve o salão, enquanto a névoa negra se dissipa lentamente, deixando para trás apenas o eco sombrio de uma tragédia consumada.


Em um cenário onírico e surreal, onde a natureza floresce em profusão, o foco se volta para uma jovem de cabelos ruivos, deitada como uma princesa em repouso sobre um gramado extenso, — macio como penas de aves. 

Seu rosto, normalmente sereno, agora é marcado por rugas de aflição, como se pesadelos a assolassem mesmo em seu sono profundo. Mas num instante de transição, seus olhos rubros se abrem de par em par, revelando surpresa e confusão diante do retorno à consciência.

Os fragmentos de memória dançam em sua mente, flashes de batalha contra o imponente Golem de Ossos, cujo desafio quase a levou à beira do abismo. 

Após uma luta exaustiva e desesperada, ela avançou em busca de seu objetivo, apenas para ser surpreendida por outro monstro de ossos, cujo ataque brutal a lançou ao chão, em meio à escuridão da inconsciência.

”Arh… que dor aguda na cabeça… Tsk…! Usei muita mana… Droga… Que enxaqueca fodida… Mas que merda… ” Evangeline ergue-se com uma mão trêmula na cabeça, ondas de dor percorrendo seu corpo cansado. 

Seus olhos escrutinam o ambiente, agora transformado em um jardim encantado, com árvores imponentes, vegetação exuberante e flores exóticas desabrochando em cores vibrantes. 

O céu se estende sobre ela como uma cúpula celestial, adornado por nuvens que dançam ao ritmo dos ventos caprichosos.

”E-esse lugar… ” Enquanto seus cabelos flamejantes dançam ao vento, uma pergunta ecoa em sua mente atormentada: 

”E-esse lugar é… ”

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