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Capítulo 296: Noob (4/4)


Tradutor: MrRody Revisor: SMCarvalho 』

Noark era uma cidade cheia de pessoas de bom coração. Mas se você decidisse interpretar essa afirmação de outra maneira, também poderia dizer que essa era a única coisa boa do lugar. Os preços eram tão variáveis que eu não conseguia me acostumar com eles, e os serviços administrativos eram antigos e desatualizados.

Hoje de manhã, quando fui ao escritório de gestão do labirinto para receber um feitiço de vínculo, o mago administrativo da minha fila tirou uma hora de descanso porque estava cansado. Embora, para ser justo, consegui chegar à frente da fila depois disso ‘convencendo’ alguém a ceder seu lugar por causa da raiva.

— Quanto tempo vai ficar parado aí?

— Ah, só senti algo estranho por um momento. Este lugar realmente não é diferente agora do que será daqui a vinte anos.

— Por que está dizendo o óbvio?

“Nossa, que falta de romantismo. Mesmo que seja exatamente igual, ainda estamos no labirinto de vinte anos no passado.”

— Me siga de perto.

Depois de olhar ao redor e me entregar à sentimentalidade por um momento, corri atrás da Amelia, que já havia começado a correr na minha frente. Franzi a testa. Parecia que ela estava me levando pelo caminho certo, mas como ela conseguia encontrar o caminho sem olhar para uma bússola?

“Oh, poderia ser…?”

— Você é uma guia?

Amelia olhou para trás com a minha pergunta e depois voltou a correr sem dizer uma palavra. Isso já era resposta suficiente para mim.

“Caramba…”

Uma personagem humana que usava uma aura, tinha a essência de um Doppelganger e as habilidades de uma batedora e guia? O mundo era tão injusto. Isso me fazia sentir um pouco ganancioso e desesperado.

“Seria tão confiável ter alguém como ela na equipe…”

Se nos conhecêssemos melhor aqui, ela se deixaria recrutar quando voltássemos? Ainda tínhamos muitos lugares para preencher antes de atingirmos o limite de dez membros do clã… De qualquer forma, me perguntava se meu clã estava operando bem sem mim.

Enquanto eu corria atrás da Amelia com esses pensamentos zunindo na minha mente, um grupo de aventureiros que encontramos pelo caminho puxou conversa. — Ah, vocês dois são um grupo? — Este era um grupo que estava correndo em direção ao segundo andar para economizar tempo de viagem como nós, não eram aventureiros de nível baixo.

“Isso é um pouco assustador.”

Atualmente, eu estava afiliado a Noark, não a Rafdonia. Talvez por isso me preocupei que eles pudessem nos achar suspeitos. Mas acabou sendo um medo desnecessário.

— Isso não é da sua conta.

— Haha, que arisca. Cuidem-se! — O grupo riu alegremente com a resposta fria de Amelia e desapareceu por outro caminho.

— Por que você congelou? — ela me perguntou.

— Só… nada. Estava pensando que teria dificuldades para viver uma vida de crimes.

— …O que você disse? — Amelia perguntou como se não pudesse acreditar no que estava ouvindo e, então, soltou uma risada genuinamente sincera. — Ha, puahahaha!

Para ser honesto, do meu ponto de vista, isso foi extremamente aleatório. Não era como se eu tivesse dito algo engraçado em primeiro lugar, e era a primeira vez que a via rir tão alto. — …Haha, acho que você gosta de piadas assim?

Senti um senso de orgulho, mas Amelia parou de rir com a minha pergunta, limpando qualquer traço de emoção de seu rosto. — Não se engane. Eu só ri porque você é ridículo.

“Aham, então diga isso sem sorrir.”

Acho que o senso de humor dela era estranho, vindo de Noark. Era tão engraçado para ela que minha ansiedade estava me dando calafrios?

Quando perguntei isso, protestando contra o tratamento dela comigo, Amelia abriu a boca. — As pessoas que acabamos de ver eram de Noark.

— O quê? — Aquela pessoa que parecia tão agradável era de Noark? — Como você sabe disso? Eu ouvi que é a critério das pessoas do seu lado usar emblemas de facção ou não.

Amelia foi rápida em responder às minhas perguntas. Aparentemente, o que a alertou foi o fato de não haver um mago ou sacerdote na equipe deles e que a cor e o design de seus equipamentos não eram uniformes, como se estivessem usando itens roubados de várias pessoas diferentes. — E, mais importante… Só pessoas de Noark trariam uma criança cujo rosto está coberto por um manto.

— Criança? Ah, você está falando sobre aquele pequeno aventureiro na parte de trás?

— Sim.

— Hmm, eu só pensei que fosse uma garota baixinha ou um anão… Como você pode ter certeza?

O tom de Amelia era ligeiramente rígido enquanto ela respondia — Eu simplesmente sei quando vejo.

— O quê?

— Chega, vamos nos mover. — Amelia encerrou a conversa como se não quisesse mais falar sobre isso. Esse era um dos maus hábitos dessa mulher. Ela deixava as pessoas curiosas.

— Amelia. Se o que você diz é verdade, por que as pessoas de Noark estão trazendo crianças para o labirinto? — Em vez de perguntar como ela conseguiu reconhecer a criança instantaneamente, fiz uma pergunta ligeiramente diferente.

Parece que isso era aceitável, pois Amelia respondeu. — Primeiro, as crianças podem ser escravizadas por uma ninharia.

— Hmm, ainda não sei se isso é motivo para trazê-las.

— Elas são surpreendentemente úteis. Podem ser usadas para tarefas complicadas como cozinhar e vigiar à noite, e até mesmo são úteis para saquear.

— Elas são úteis para saquear…?

— Como isca. Se uma criança pedir ajuda, até o aventureiro mais cauteloso ouvirá pelo menos o que ela tem a dizer.

“Hmm, sério?”

— Estranho. Acho que ficaria ainda mais cauteloso se uma criança viesse até mim. Em Rafdonia, menores de idade não podem entrar no labirinto.

— Isso porque você é de vinte anos no futuro. Essa lei já está em vigor agora, assim como estava naquela época, mas até mesmo os funcionários públicos de Rafdonia permitiam implicitamente a prática neste período.

Uau, ela realmente parecia uma pessoa velha quando falava assim. ‘Na minha época’.

— Ei, Amelia, quantos anos você tem?

— …Vamos seguir em frente em vez de falar bobagens.

De qualquer forma, continuamos conversando enquanto subíamos para o segundo andar, e como estávamos correndo, logo chegamos ao nosso destino. Como esperado, o portal já havia sido aberto por alguém. Isso foi uma pena. Também chegamos aqui bem rápido.

— Vamos subir.

Quando entramos no portal, fomos recebidos por uma atmosfera sombria e úmida.

“Este lugar sempre me deixa de mau humor.”

Este era a Terra dos Mortos, um distrito onde apareciam Ghouls, Demônios da Morte e vários monstros mortos-vivos, e também o lugar onde a Amelia e eu nos conhecemos pela primeira vez.

“Nossa, pensei que ia me mijar nas calças naquela época.”

Enquanto olhava para isso agora, percebi que você realmente nunca sabia como as coisas aconteceriam no futuro. Quem diria que nós dois voltaríamos aqui novamente, e como camaradas desta vez?

— Amelia, tenho uma pergunta.

— Não pergunte.

— Você me disse em Bifron que as pessoas que matou aqui no Reino dos Mortos naquele dia cometeram pecados dignos de morte. Isso está relacionado a algo que está tentando consertar aqui no passado?

— Você… tem muitas perguntas sobre mim.

— Claro.

Quando assenti, indiferente à irritação dela, Amelia estalou a língua. — …Sim, está relacionado.

“Hmm, então está.”

Eu também queria ouvir a história por trás disso, mas parei porque parecia que ela ia ficar brava comigo. Eu teria que perguntar sobre isso outra hora.

— Se você terminou, vamos nos mover.

Entrando no segundo andar de verdade, nós continuamente massacramos monstros enquanto avançávamos sem parar. Seria porque éramos apenas nós dois? Isso me lembrou do tempo em que Ainar e eu costumávamos trabalhar em dupla. Naquela época, cada batalha era um desafio. O tempo realmente voa.

Smack!

Em pensar que agora eu poderia matar um Demônio da Morte com minhas próprias mãos.

— Behelahhh!

Meu grito foi recebido com um silêncio absoluto.

— Ah, desculpe. É um hábito — eu disse.

— Tanto faz, sente-se. Vamos descansar um pouco aqui.

Viajamos o dia todo e depois encontramos um lugar para nos acomodar à noite. Depois de uma refeição simples, concordamos em dormir apenas três horas antes de voltarmos a nos mover. Para esclarecer, ninguém estava de vigia. Aparentemente, ela só precisava invocar um clone através da Auto-replicação para cuidar da vigia noturna para nós.

— …Você pode fazer isso? — No jogo, a essência do Doppelganger não tinha um modo de caça automático. Então, como isso era possível aqui? A resposta acabou sendo simples.

— Não se preocupe. Não durmo direito desde que me tornei adulta.

Sua mente estava sempre meio desperta enquanto dormia, para que pudesse controlar seu doppelganger o tempo todo. Pelo menos, era o que essa mulher afirmava. Eu não sabia se isso era biologicamente possível.

— Tsk, não é de admirar que seus olhos estejam sempre com olheiras.

— Você está querendo briga?

— Estou dizendo que deveria dormir um pouco.

De qualquer forma, Amelia admitiu que acabava tendo um pouco menos de energia do que o normal enquanto usava o modo de caça automático, mas que deveria estar tudo bem nos andares inferiores.

— Descanse.

Então me deitei no chão sem reclamar, mas o sono não veio imediatamente. Não era porque eu estava ansioso por não haver uma vigília noturna ou algo assim. Afinal, eu era um tanque. A maioria dos tipos de ataques não me mataria imediatamente.

“Me pergunto se os outros estão bem…”

Acampar no labirinto sempre me fazia pensar nos meus companheiros de clã. Foi assim que a noite do primeiro dia passou por nós.


No segundo dia de entrada no labirinto, chegamos ao terceiro andar, conforme programado. Agora era hora de começar a cumprir nossa missão nesta incursão no labirinto: retornar com feitos dignos de serem notados pelo Lorde de Noark.

Desde o primeiro dia em que chegamos a Noark, investigamos a cidade e provamos que éramos capazes. Mas, mesmo assim, o lorde do castelo não se aproximou de nós — disse Amelia. Quanto ao motivo, ela explicou assim: — Ele está claramente sendo cauteloso. O palácio já enviou muitos espiões para o subterrâneo antes.

Então, em outras palavras, o que precisávamos mostrar no labirinto não era nossa capacidade, mas nosso caráter. Será que realmente éramos adequados para Noark?

A maneira mais fácil de provar nosso valor é saqueando. Se voltarmos do labirinto com itens saqueados, as suspeitas dele diminuirão.

Amelia falou do saque como o principal método e eu concordei, com uma condição. Saquearíamos, mas visando saqueadores, não aventureiros comuns.

Essa é a sua condição?

Sim. Não dou muito valor à vida das outras pessoas mais, mas não matarei ninguém para meu próprio ganho.

…Mas como você vai distinguir saqueadores de aventureiros? — Amelia foi flexível, concordando em fazer o que eu pedi, desde que houvesse um jeito. Respondi que era difícil explicar, mas mostraria a ela como depois.

O tempo passou e agora chegamos ao nosso destino no terceiro andar.

— E agora, o que você vai fazer?

Saqueadores não podiam fazer nada no quarto andar, e seria difícil operar como uma dupla no quinto. Assim, o terceiro andar era perfeito para saquear saqueadores.

— Se você realmente tem um jeito de identificar saqueadores, vá em frente.

Nossa, tão impaciente.

Então pedi algumas coisas a Amelia.

— Primeiro, Amelia, use sua habilidade de furtividade.

— …Furtividade?

— Não aja como se não soubesse exatamente do que estou falando. A habilidade que você usou na minha frente naquela vez, quando desapareceu repentinamente na escuridão.

Amelia desapareceu conforme instruído sem dizer mais nada. Ufa, eu realmente não conseguia sentir a presença dela. Tive a ideia de que deveria procurar um Item Numerado de detecção quando voltasse.

— E agora, o que vem a seguir?

Era realmente estranho ouvir uma voz aparecer do nada, mas mantive a calma e não deixei transparecer no meu rosto. — Nada especial. Você só precisa me seguir nesse estado. Vou encontrar um saqueador.

— Certo. — Esta era uma das coisas boas de ter Amelia como camarada. O que quer que eu fizesse, ela se abstinha de fazer perguntas inúteis e apenas observava.

Bem, pelo menos, geralmente era assim, mas…

— Bárbaro — Amelia chamou abruptamente. — Por que… você está de repente tirando seu equipamento?

“Ah, não conseguiu conter sua curiosidade, conseguiu? Verdade, tenho certeza de que seria difícil para uma pessoa comum ver o que estou fazendo aqui. Mas eu esperava que você, de todas as pessoas, reconhecesse minha estratégia.”

— É difícil de explicar. Apenas observe. — Então tirei algumas peças de equipamento e guardei o resto no sub-espaço. Depois disso, peguei o conjunto de armadura de iniciante que eu estava preparado desde o primeiro dia e o vesti.

Pelo silêncio ao meu redor, parecia que Amelia ainda não tinha ideia do que eu estava tentando fazer. No entanto, assim como uma imagem vale mais que mil palavras, vê-la uma vez seria melhor do que ouvir cem explicações longas.

— Estamos começando agora. Siga de perto. — Comecei a correr sem direção e gritei com toda a força: — Eu… estou perdido e meu camarada desapareceu! Eu… não consigo ver! Alguém aí? Ajuda!

Essa era uma habilidade secreta de bárbaros, desenvolvida para proteger o coração: Chamar os Mal-Intencionados.

— Ajuda! Eu tenho muito dinheiro!

Quem atendesse ao chamado não seria uma boa pessoa.

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Olá, eu sou MrRody!

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