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『 Tradutor: MrRody 』

Após minha chocante confissão de que não tinha mãe, um estranho silêncio se instalou entre nós e olhares surpresos voaram na minha direção.

— Uh-uhh…

— É-é mesmo?

Eu me apressei em explicar. — Minha mãe morreu depois de me dar à luz. E quando eu era jovem, meu pai nunca voltou do labirinto. Agora sou adulto, mas não posso vê-los novamente, mesmo que quisesse!

Para referência, o que eu disse foi cem por cento verdade, conforme me contou Ainar.

— Entendi…

— Sua infância deve ter sido difícil.

Talvez por ser uma admissão do membro mais jovem da equipe e um bárbaro que acabara de completar sua cerimônia de passagem para a vida adulta, a simpatia começou a brilhar nos olhos que me observavam.

— Bjorn, você não precisa mais fingir que está tudo bem na nossa frente.

— Desculpe. Eu não sabia que você estava passando prrr algo assim. E eu falei sobre a minha família…

— Bjorn, talvez eu não possa ser seu pai, mas se você quiser…

O que esse idiota estava falando? Decidi não dar continuidade à frase do anão. — Não precisa.

Por algum motivo, parecia que eu rapidamente me tornei o mais digno de pena aqui, mas… bem, não era a verdade, então provavelmente não precisava me preocupar com isso. Não era como se eu realmente não tivesse mãe. Mais importante ainda, eu era um jovem bárbaro que, ao contrário deles, estava progredindo na trilha ultra-elite e havia sido promovido a aventureiro de sétimo nível em três meses. Isso era o cerne das coisas mais importantes.

“Mas isso realmente não me torna o mais digno de pena aqui?”

De repente, comecei a suspeitar que talvez fosse o caso também. Fui arrastado para um mundo de jogo que não estava exatamente no meu plano de cinco anos, e tive que superar a morte inúmeras vezes desde então. Droga, por que minha vida era tão miserável?

— Bjorn, você não está com uma boa aparência! Você está pensando na sua mãe?

— Sim, algo assim…

— Se sentir saudade da sua família, pode me chamarrr de irmã…

Interrompi as palavras da terian antes que ela pudesse começar novamente e fui direto ao ponto. — De qualquer forma, o que vamos fazer agora?

Nosso destino original, a colônia de orcs, já não era um terreno de caça viável por causa daqueles idiotas. Claro, eles disseram que estava tudo bem para nós ficarmos nas proximidades, mas que parte me caberia se casássemos aqui naquele ritmo e dividíssemos por cinco?

Hikurod ofereceu sua opinião como líder da equipe. — Acho que seria melhor irmos para a Floresta da Bruxa agora.

A Floresta da Bruxa se referia à enorme floresta que cercava o portal que levava ao quarto andar. A maioria dos monstros que apareciam lá era de níveis sete e oito, e entre eles estavam monstros do tipo espírito que eram imunes a danos físicos.

— Claro, não é uma boa opção para o nosso grupo, já que somos em sua maioria lutadores de combate corpo a corpo, mas como também temos um mago, não deve ser tão ruim.

Brown ofereceu uma opinião diferente. — Hmm, não seria melhor subirmos direto para o quarto andar, nesse caso?

Eu também achei que essa era uma opção melhor do que a de Hikurod. Para a maioria dos aventureiros, a Floresta da Bruxa era apenas uma área pela qual eles não tinham escolha a não ser passar, já que tinha pouco mérito como área de caça.

“E não produz nenhuma essência que funcione para mim.”

O problema era que o anão não estava tão entusiasmado com essa ideia. — O quarto andar é… ainda é cedo demais.

Eu sabia do que ele estava preocupado. A maioria dos monstros que apareciam no terceiro andar era de níveis sete e oito, e o mesmo acontecia com o quarto andar. No entanto, havia uma diferença muito crucial entre os dois.

— Como tenho dito muitas vezes em nossas reuniões, já vi muitos grupos subestimarem o quarto andar e depois serem aniquilados — explicou Hikurod. — Uma vez, esse grupo quase foi o meu.

A diferença era a presença ou ausência de um monstro de nível seis. A partir do quarto andar, havia uma pequena chance de monstros de nível seis aparecerem. Em termos de quão frequentes eram esses encontros, basicamente você encontrava um a cada três dias que passava andando o dia todo. Mas isso, por sua vez, significava que você inevitavelmente encontraria um monstro de nível seis em algum momento quando estivesse ativo no quarto andar.

“Se seremos capazes de lidar com esse encontro casual ou não, é a questão.”

De fato, mesmo enquanto jogava o jogo, houve muitas vezes em que entrei no quarto andar com um personagem de nível médio e encontrei um fim sangrento. Então as preocupações do anão eram razoáveis.

— Não acho que seja cedo demais para decidirmos se vamos para o quarto andar depois de trabalharmos juntos por pelo menos mais alguns dias — Brown contra-argumentou.

Verdade, mas apesar da troca de emoções profundas e do aumento do vínculo que esse incidente havia provocado, esta era nossa primeira missão juntos. Já haviam se passado apenas três dias desde que entramos no labirinto, e ainda não estávamos familiarizados uns com os outros.

— Ainda assim, como vocês sabem, esta também é a primeira expedição de Dwalkie. E Bjorn nunca esteve no terceiro andar antes também.

Para resumir, o argumento de Hikurod era que estava tudo bem para irmos para o quarto andar, mas que não deveríamos ser tão impacientes para fazê-lo.

— Bem, por que não vamos apenas para outra área no terceiro andarrr? Acho que o Pântano Cauda Verde seria bom.

Missha, que havia ouvido o debate com uma aparente dor de cabeça, ofereceu uma perspectiva fresca e foi imediatamente rejeitada por Brown.

— Se tivéssemos decidido viajar por lá desde o início, teria sido uma opção. Mas chegar ao Pântano Cauda Verde a partir daqui levaria pelo menos seis dias.

O labirinto fechava no final do sétimo dia no primeiro andar, no décimo dia no segundo andar e no décimo quinto dia no terceiro andar. Investir mais seis dias apenas em viagens? Como hoje já era o terceiro dia, mesmo que partíssemos imediatamente, teríamos apenas seis dias de caça.

— Neste caso específico, acho que seria melhor voltarmos para o Morro Pedra-Ferro — concluiu Brown.

Em resposta às palavras do especialista, Missha sorriu timidamente e coçou a bochecha. — S-Sério? Como sempre, eu apenas seguia alguém prrr lá, então eu não percebi…

Eu ouvi a conversa deles para ver se algo interessante sairia dela, mas acabou não indo a lugar algum. Agora era hora de eu concluir as coisas. — Por quanto tempo vamos ficar apenas parados e conversando? Já chega de papo furado. Todos, se juntem. Vamos decidir o que fazer por votação majoritária.

— Votação majoritária?

— Por quê, Brown? Prefere pedra-papel-tesoura?

— Não, isso é um pouco… — Brown me lançou um olhar chocado. Na verdade, eu estava apenas brincando sobre essa ser uma opção melhor, mas como era um bárbaro, infelizmente, ninguém pareceu perceber.

— Eu sou a favor de decidirmos por votação majoritária.

— É simples, mas é o método mais confiável.

— Estou bem com qualquerrr coisa!

De qualquer forma, decidimos usar uma votação para descobrir o que fazer a seguir. Eu fui o primeiro a falar. — Acho que seria melhor irmos para o quarto andar. — Eu achei que liderar com isso ajudaria a influenciar um pouco mais a opinião pública.

— …Estou começando a pensarrr que o quarto andar é perigoso. Parece que estamos nos apressando.

— Oh, você sente o mesmo que eu, Srta. Karlstein?

Independentemente de como eles respondessem, depois de cada um de nós falar, rapidamente chegamos a uma decisão.

— Ufa, parece que não adianta discutir contra a maioria.

Agora estávamos indo para o quarto andar.


Apesar das preocupações do anão, eu tinha uma razão para avançar com essa decisão. Claro, foi uma decisão por maioria, mas isso não dizia muito. Se eu tivesse julgado que era cedo demais para entrarmos no quarto andar, os teria mantido trancados no terceiro, mesmo que tivesse que destruir a autoestima deles para isso.

— Hmm? De repente, ficou um pouco frio…

— Já? Ainda há um longo caminho até chegarmos à Floresta da Bruxa.

— Não, é diferente disso. Não consigo explicar direito.

Seguindo o exemplo de Brown, nos dirigimos para a escuridão em direção ao nosso destino. Hikurod ainda tinha uma expressão de inquietação no rosto.

“Não acho que ele estava assim na Cidadela Sangrenta. Ele tem sido excessivamente cauteloso nos últimos dias.”

Será que era porque era a primeira vez que ele liderava uma equipe que ele mesmo escolheu? Parecia que o peso dessa responsabilidade estava constantemente sobre seus ombros. Ele realmente não precisava se preocupar com tudo isso, já que era apenas o líder fantoche…

“Bem, como ele não sabe que tenho a essência do vampiro, suas ações fazem sentido.”

O anão não sabia exatamente minhas especificações, por isso avançar para o quarto andar o deixaria um pouco nervoso. Sem mencionar que ele não sabia o quão incrível seu item numerado, o Protetor de Pulso do Guardião realmente era.

— Hikurod, assim que entrarmos na Floresta da Bruxa, use aquele item sem hesitar.

O anão ponderou meu conselho e depois me deu um aceno determinado. — Farei como você diz.

O número 3112: Protetor de Pulso do Guardião era uma peça rara de equipamento no valor de cinquenta milhões de pedras. Dizem que ver algo é querê-lo. Hikurod pediu que eu não revelasse o fato de que ele estava carregando tal Item para o resto dos membros da nossa equipe.

“Mas isso é inútil se ele não puder usá-lo quando precisar.”

Afinal, eu não era o dono, e acabamos de filmar uma novela inteira jurando depender uns dos outros, certo?

— ‘aquele item’? O que é isso? Prrr que vocês dois estão tendo uma conversa privada? — Missha exigiu.

— Você saberá quando chegar a hora. — Ignorei a curiosidade da Missha e fiz um último balanço.

“Com os atributos do tanque nesse nível, acho que um monstro de nível seis é viável. O problema está na linha de causadores de dano…”

Parecia estar um pouco aquém em termos de atributos apenas, mas depois de caçar um pouco mais na colônia de orcs, ganhei alguma confiança. Com o quão sólida era a linha de frente, com esses membros, nem mesmo um monstro de nível seis seria muito perigoso.

“A menos que alguém decida ‘trollar’ morrendo cedo.”

Havia muitos NPCs assim no jogo. Espero que esses caras não sejam iguais…

“Droga, agora estou ficando preocupado.”

Enquanto eu ficava cada vez mais preocupado, o rosto da Missha estava radiante. — Faz um tempo desde que estive no quarto andarrr, então estou meio animada! — Ouvi dizer que esta era sua primeira volta ao quarto andar desde que sua equipe se desfez há um ano. Talvez porque ela fosse uma gata, eu jurava que conseguia ouvi-la ronronar a cada exalação.

Depois de passarmos algum tempo nos arredores da colônia de orcs, era hora de fazer uma pausa. — Deveríamos começar a procurar um lugar para acampar — chamou Brown.

— Brown, todos estão bem fisicamente, então que tal viajarmos um pouco mais? — Hikurod sugeriu.

— Teríamos que ir mais três horas para encontrar um lugar melhor que este.

— Hmm, tudo bem então.

Era por volta das 21h, o que coincidia quase perfeitamente com o horário em que havíamos montado acampamento nos dois primeiros dias. Para ser honesto, eu estava muito impressionado.

“Será que isso é o que um aventureiro habilidoso faz?”

Brown deve ter escolhido o local para o nosso acampamento de acordo com nossa trajetória e ajustado nossa velocidade de viagem de acordo. Apesar de não haver diferença entre dia e noite no labirinto, era melhor ter um horário fixo para as pausas.

— Brown, qual é o nosso itinerário para amanhã?

— Talvez consigamos chegar à Floresta da Bruxa até o meio-dia. — Hmm, isso significava que entraríamos no quarto andar no dia seguinte. Ele respondia a cada pergunta sem hesitar, quase como um GPS humano. — Bjorn, você ficará na última vigília noturna, certo? Como a jornada de amanhã pela floresta será difícil, você deve descansar.

— Eu farei isso.

Hikurod fez a primeira vigília hoje e eu fiz a última. A Floresta da Bruxa era um lugar que mais exigia dos guerreiros de combate corpo a corpo, então concordamos com isso, independentemente dos turnos que tínhamos planejado anteriormente. Bem, eu tinha certeza de que acordaria uma ou duas vezes durante a noite de qualquer maneira.


— Bjorn.

Abri os olhos ao som de sussurros. Eu conseguia ver o rosto de Brown sob a luz tremeluzente da tocha. Como ele era o responsável pela vigília antes de mim…

— Já é minha vez?

— Ainda não.

— Então por que…? — Congelei no meio de esfregar meus olhos sonolentos. Dwalkie, Hikurod e até Missha… todos na equipe já estavam acordados e totalmente armados, exceto eu. — É um monstro? — perguntei abruptamente.

— São ambos.

Um monstro e um aventureiro. Estava prestes a perguntar o quão longe eles estavam quando ouvi um grito urgente vindo de algum lugar na escuridão.

— Droga! Eles nos seguiram até aqui!

— Corram!

Parecia ser alguns aventureiros sendo perseguidos por alguns monstros, mas Brown fechou os olhos e cheirou o ar. — Agora tenho certeza — murmurou após um momento.

— O que você quer dizer? — Sempre que ele franzia a testa assim, geralmente havia um problema, então eu não pude deixar de ficar ansioso.

Como esperado, ele disse: — As pessoas que estão vindo em nossa direção agora… tenho certeza de que são as mesmas que estavam nos esperando quando chegamos ao Morro Pedra-Ferro.

As coisas estavam ficando interessantes.

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