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Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』

Não só a Lança do Gigante Verdejante de Milayel, No. 7, era a arma perfeita de ‘endgame’ para usuários de lança, mas também o Item Numerado de um único dígito conseguia equilibrar ataque e defesa de forma excelente. A razão pela qual comecei a experimentar uma build de Bárbaro com Lança foi justamente pela proteção que essa arma proporcionava.

“Mas, no final, isso acabou se transformando em algo como um Berserker.”

Claro, isso não quer dizer que a classe de Berserker seja ruim. Se o grupo tivesse um tanque de nível semelhante, o Berserker funcionava muito bem, podendo até atuar como um tanque secundário em emergências.

— Hmm… — murmurei.

No entanto, a build era um pouco desfocada.

Dei ordens. — Limpem a praia.

— Perdão?

— Vamos partir imediatamente!

— Ah, oh. Sim!

Todos pareciam se perguntar quem teria o privilégio de chamar essa lança de sua, mas decidi colocar o barco na água primeiro e pensar sobre isso no caminho para fora da ilha. Essa não era uma decisão que deveria ser tomada impulsivamente.

— Zarpar!

Uma vez que todos estavam no barco, começamos a cortar o oceano prateado.

— Senhor! Olhe para lá!

Na ilha, que ficava cada vez menor à medida que nos afastávamos, um colosso se levantou e rugiu para nós.

Uraaaaaah!

…Por que ele só fazia isso quando estávamos indo embora?


Enquanto navegávamos em direção à Ilha da Biblioteca, mergulhei profundamente em pensamentos sobre a questão de quem deveria ficar com essa lança.

“Ah, fizemos contato visual de novo.”

Enquanto olhava ao redor, meio que esperando encontrar algum tipo de resposta no horizonte, cruzei olhares com um homem. Ele era o lanceiro do Clã Hektz. Como a única pessoa entre os muitos aqui treinada para usar uma lança, mesmo que ele não ousasse dizer em voz alta, eu podia perceber que uma parte dele estava se sentindo um pouco esperançosa, lá no fundo.

Fwip.

Rapidamente desviei o olhar.

O coração pode querer o que quiser, mas o fato é que essa arma era propriedade do Clã Anabada. Isso já estava decidido, então a única coisa que eu estava tentando descobrir nesse momento era para qual dos meus companheiros de clã eu a daria.

“Primeiro, posso tirar Erwen e Versyl da equação de imediato.”

O mesmo vale para Amelia e Missha. Missha era uma duelista, e a maneira como Amelia usava sua aura não se adequava bem ao combate com uma lança. Auyen não era uma classe de combate para começar. Então, por eliminação, isso só deixava Ainar.

— Hmm? Quer um pouco?

Quando fiz contato visual com ela, Ainar me deu um sorriso brilhante e estendeu um pouco da carne seca que estava comendo.

Aceitei e retomei meu andar enquanto mastigava.

“…Acho que ela é a mais adequada para usar a lança em todo o seu potencial.”


【A Regeneração Natural do usuário aumenta em relação ao tempo gasto em combate.】

【Todos os efeitos de cura no usuário são triplicados.】


Essas duas habilidades funcionavam muito bem com o 【Estudo de Combate】 e 【Saciedade】 da Marca da Exterminadora. Além disso, como ela tinha habilidades como 【Asas da Ganância】 e 【Encolher-se】 que aumentavam bastante sua Regeneração Natural, combinadas com a lança, ela teria um fator de cura monstruoso.

Minha build de Bárbaro com Lança também usava a Marca do Exterminador dessa maneira e acumulava uma tonelada de habilidades de recuperação semelhantes.

No momento em que ela pegar a lança, no entanto, terá que abandonar algumas de suas outras habilidades.

A primeira que veio à mente foi a habilidade de quarto nível 【Corte Repetido】. Não era impossível lançar com uma lança, mas ela não obteria o bônus de dano perfurante que a lança oferecia se a usasse. Da mesma forma, 【Controle da Selvageria】, que convertia o dano causado por certos efeitos ativos em força de corte, se tornaria inútil.

“Sem Corte Repetido, Cicatrizes Explosivas também se tornaria inútil, e isso significava que Óleo de Mandel e Calor Residual também seriam inúteis.”

Honestamente, dar a lança a ela era essencialmente comprometer-se a trocar todas as habilidades que ela tinha.

“Ainda assim… Exceto pela do Hipramajent, todas as suas essências estão abaixo do quarto nível, certo? Se já vamos fazer isso, que tal mudar tudo de uma vez?”

Dungeon and Stone era um jogo construído para builds.

Era importante planejar a build final que você estava buscando, mas ainda mais importante era planejar as builds incrementais que você precisaria para chegar lá. Se você não selecionasse quais itens e essências usaria para passar por cada segmento individual do jogo, não havia como sobreviver tempo suficiente para alcançar sua build de endgame. Era importante manter o conceito central do personagem intacto enquanto aumentava gradualmente seus atributos.

Nhoc, nhoc, nhoc.

Essa era a razão pela qual escolhi 【Corte Repetido】 como a habilidade central de Ainar. Era uma habilidade de quarto nível que conseguimos obter cedo, e depois que ela tirasse o que precisava dela, eu esperava trocá-la por outra habilidade semelhante de alto nível mais tarde.

“…Mas não é como se uma mudança de planos fosse uma má ideia.”

Eu cresci muito. Erwen também, após absorver a Essência de Andar, ela avançou em um ritmo incrível. Missha também progrediu bastante enquanto viajava com Baekho Lee. Amelia já era forte desde o início.

Para ser franco, poderíamos caçar muito bem, mesmo sem Ainar por perto. O que significava que, neste momento, poderíamos cortá-la do grupo completamente se quiséssemos.

“Teoricamente, claro. Mas tudo isso é para dizer que usar a lança definitivamente não prejudicaria seu desempenho em batalha, mesmo que não se encaixe perfeitamente em sua build agora.”

Um Item Numerado de um único dígito era uma arma de endgame sem igual. Os efeitos concedidos por esta lança em particular eram mais do que suficientes para compensar as habilidades que ela teria que abandonar para usá-la adequadamente. Especialmente considerando que todas eram de essências de quarto nível ou inferior.

Um aumento de 1200% no dano perfurante, triplicação do dano para todos os ataques feitos com a lança, a capacidade de perfurar praticamente qualquer material… Mesmo levando em conta apenas esses três bônus, poderia se argumentar que ela seria capaz de causar ainda mais dano com a lança do que atualmente consegue usando sua espada. E com todos esses buffs de regeneração acumulados nela, ela seria ainda mais difícil de matar do que já era.

“O problema então se torna: ela vai aceitar…? Vamos conversar com ela primeiro e ver.”

Não havia nada a perder perguntando.

— Ainar. — Em verdadeiro estilo bárbaro, voltei até ela e fui direto ao ponto. — Já pensou em usar uma lança em vez de uma espada?

— …Uma lança? — Ainar parou de mastigar sua carne seca e levantou a cabeça para me olhar.

Suspirei.

“Sim, eu imaginei que seria difícil.”

Mesmo ignorando suas preferências pessoais, os bárbaros geralmente odiavam armas como essa, alegando que eram para covardes…

— Oh! Se você está falando daquela lança, então sim! Me dê ela!

“…Hã? O que foi essa reação?”

— Só para esclarecer — comecei lentamente — estou dizendo que você terá que usar uma lança pelo resto da vida. Além disso, teremos que trocar todas as suas essências.

— Trocar… Você também quer dizer a essência de Semura?

A essência de Semura era a que lhe dava o 【Corte Repetido】. A mesma essência que seu antigo mestre lhe passou via Sucessão da Alma antes de morrer.

— Sim — confirmei. — Essa também.

— Entendo… — Os olhos de Ainar perderam o brilho por um segundo.

— Você pode levar o tempo que precisar para pensar… — comecei a dizer, mas parece que ela não precisava de muito tempo para pensar.

— Tudo bem. Eu vou mudar para a lança.

— …Hã?

Eu estava dizendo a ela que teria que mudar praticamente tudo sobre si mesma, mas não levou nem um minuto para ela concordar.

“Será que isso é o que significa ser um verdadeiro bárbaro…?”

Ela estava em um nível ao qual eu nem poderia aspirar.

No entanto, descobri que a Ainar talvez não tenha tomado essa decisão por impulso.

— Por que está tão surpreso? Desde o início, não foi você que me recomendou todas as essências que tenho agora?

— Uh… Acho que sim?

— Graças a elas, sou conhecida e respeitada de uma forma que eu nunca poderia ter sonhado antes. Posso lutar contra inimigos poderosos que eu nem imaginava enfrentar e proteger meus companheiros com minhas próprias mãos.

Ainar olhou diretamente nos meus olhos, resoluta.

— Então, vou confiar em você.

Fiquei sem palavras.

— Você nunca fez nada para me prejudicar — ela concluiu.

Entendi. Ela não tomou essa decisão por impulso. Estava disposta a seguir esse caminho porque confiava em mim de todo o coração.

“Será que eu conseguiria fazer o mesmo?”

Não tinha certeza se conseguiria alcançar esse nível de confiança.

— E mais do que tudo… — Ainar desviou o olhar de mim. Para ser mais preciso, ela direcionou seu olhar para outra coisa, um brilho faminto surgindo em seus olhos. — …a-quela lança é muito legal! É enorme!

— Ah…

— É quase do dobro do tamanho da minha espada larga!

Fiquei sem palavras novamente.

Assim como corvos são instintivamente atraídos por objetos brilhantes, bárbaros tendem a gostar de coisas grandes.

— E também é muito legal o jeito como ela brilha!

Ainda mais se essas coisas também forem brilhantes.

— E parece que todo mundo com asas usa lanças, no fim das contas!

“É… Então você tinha muitos motivos, hein?”


Após oficialmente mudar para a classe de Lanceira, Ainar começou a treinar para aprender a usar a lança. Ela praticava girá-la no ar, avançar com ela, manter a distância, e mais. No começo, era desajeitada e nem sabia como segurá-la corretamente, mas se acostumou incrivelmente rápido.

— Eh heh, agora estou finalmente pegando o jeito de novo!

— De novo?

— Não se lembra? Quando éramos crianças, nos ensinaram a usar todas as armas!

— Ah, isso… É…

“Vixe! Não traga os velhos tempos à tona assim do nada.”

Como sempre, fui rápido em evitar qualquer menção ao passado com um ruído vago de concordância, mas Ainar, infelizmente, queria continuar relembrando.

— Agora que penso nisso, é meio interessante. Ouvi dizer que minha mãe e minha irmã também usavam lanças.

Felizmente, esse era um assunto sobre o qual eu realmente poderia comentar. Essa era a primeira vez que ouvia falar da história das lanças, mas Ainar e eu já tínhamos conversado sobre sua irmã antes.

Ainar, segunda filha de Fenelin. Ela tinha uma irmã mais velha.

Ou melhor, ela tinha ‘tido’ uma irmã mais velha.

— Hã? Você tem uma irmã? — Erwen, que também tinha uma irmã mais velha, perguntou surpresa a Ainar, mas esta apenas deu de ombros.

— Ah, nunca mencionei? Ela se tornou aventureira quatro anos antes de mim. Costumava me contar todo tipo de histórias sobre suas aventuras enquanto usava suas novas habilidades para me intimidar, haha…

— …O quê? — Erwen parecia perplexa com o tom afetuoso com que Ainar recordava aquela memória em particular. Parecia que as diferenças culturais a estavam confundindo. — Ah, então, como é sua irmã mais velha? Ela é famosa?

— Ela morreu. Dois anos antes de eu fazer minha cerimônia de maioridade.

— Oh… Eu… Eu sinto muito… — Erwen ficou pálida e se desculpou, claramente preocupada por tocar em um ponto sensível.

No entanto, Ainar não parecia se importar nem um pouco. — Hã? Por que está se desculpando? Não é culpa sua que ela morreu.

— Ainda assim… É algo triste de se pensar.

— Triste? O que quer dizer? Só tenho boas lembranças dela. Claro, é uma pena que não posso mais a ver, mas sempre sorrio quando lembro dos bons momentos que tive com minha irmã.

Erwen piscou, momentaneamente sem palavras. — Como… Como você consegue pensar assim? Até hoje… sempre que penso na minha irmã mais velha, sinto meu coração apertar.

A quebra em sua voz soou um pouco acusatória, mas Ainar, felizmente, não pareceu se importar. Ela inclinou a cabeça para o lado, como sempre despreocupada. — Mesmo se você perguntar como consigo… Eu não saberia dizer. É só que ser feliz é melhor do que ser triste! Minha irmã diria o mesmo!

Era uma resposta verdadeiramente bárbara.

Diante dessa lógica, Erwen ficou sem resposta. Ela apenas encarou Ainar por um longo momento antes de silenciosamente se desculpar e subir de volta ao cesto da gávea.

“Hah… Finalmente posso respirar de novo.”

Enquanto soltava o ar que estava segurando, Ainar me olhou confusa. — …Fiz algo errado?

— Não. Continue fazendo o que está fazendo. Vamos entrar em combate real assim que desembarcarmos na ilha.

— Oh! Certo!

Após deixar Ainar treinando sozinha, fui até o leme do barco. Quando terminei de conversar com Auyen sobre quanto tempo levaria para chegarmos ao nosso destino, encostei-me no mastro e fechei os olhos.

“Eles devem ser capazes de lidar com os monstros menores sem problemas, então só devem me acordar se algo forte aparecer.”

Quando acordei de meu cochilo pouco tempo depois, peguei minha garrafa de água e fui procurar por Ainar. Estava curioso para ver o quanto ela havia progredido enquanto eu dormia.

“Hã?”

Mas, por algum motivo, Ainar havia parado de treinar e estava descansando no convés.

Com a Erwen.

“O que é isso?”

No segundo em que a pergunta surgiu na minha mente, Amelia apareceu ao meu lado. — Deixe-as sozinhas por um tempo. Não tente se intrometer.

— …Eu não estava planejando. — Só estava curioso sobre o que estavam conversando.

Para isso, prendi os ouvidos e foquei na conversa delas para poder ouvir o que estavam dizendo. Eu estava um pouco preocupado com as duas sozinhas, mas o diálogo delas era decididamente normal.

— Haha, então você também tem uma irmã mais nova? Como ela é? Ela também é uma aventureira?

— Não, ainda não. Ela fará sua cerimônia de maioridade no próximo ano, mas estou um pouco preocupada.

— Se você está preocupada, pode garantir que ela aprenda o que você sabe.

— Não é… tão simples assim.

— Hmm? Oh, por que estamos presas aqui?

— Não, não é isso… Honestamente… desde que nossa irmã mais velha morreu… e depois que o Senhor desapareceu de repente… nosso relacionamento não tem sido muito bom.

— Ah é, acho que você ficou obcecada em ir para a batalha e se vingar. Então a culpa é toda sua!

Fiquei horrorizado com a acusação da Ainar, mas, surpreendentemente, Erwen a aceitou. — Minha culpa… Sim, você está certa. É minha culpa.

— Haha, contanto que você saiba disso, tudo bem. Então, você não pode simplesmente tratá-la melhor quando voltar para casa?

— Mas acho que é tarde demais. Acho que ela me odeia e guarda rancor.

— Ela disse isso para você?

— Não, mas…

— Se não disse, pare de perder tempo se preocupando com isso. Te odiar? Como ela poderia, quando vocês são família? Ela provavelmente está esperando que seu relacionamento volte ao que era antes.

— …Sério?

As duas faziam um quadro curioso: uma elfa, de todas as pessoas, sendo aconselhada por uma bárbara, inimiga jurada de sua raça.

Mas, ao mesmo tempo, de alguma forma fazia todo sentido.

— Sim, é isso mesmo! Você pode confiar em mim!

Eu também sentia que finalmente conseguia entender como Ainar conseguia fazer tantos amigos.


Chegamos à Ilha da Biblioteca no septuagésimo sexto dia com o objetivo de farmar o máximo possível.

“Bellarios seria ótimo, mas espero que possamos conseguir uma essência para dar à Ainar.”

Com esse pensamento em mente, entramos no prédio e começamos nossa longa descida pelas escadas até que logo fomos parados abruptamente.

— Yandel, tem alguém lá embaixo.

— Apenas uma pessoa. Não tem mais ninguém.

— Esta encolhido e parece estar dormindo…

— O que você vai fazer?

Amelia e Erwen trouxeram notícias completamente inesperadas.

Alguém tinha chegado antes de nós.

“Quem poderia ser?”

Eu tinha algumas ideias de quem poderia estar lá embaixo, principalmente aquele clã que desceu para o Primeiro Andar do Subsolo com o Grupo de Aventureiros Armin algumas semanas atrás. O nome deles era…

— Tenho a sensação de que é membro do Clã Ainpelial.

Ah, certo. Esse era o nome.

— Mas os números não batem. Só uma pessoa? Para onde foi todo mundo daquele grupo enorme…? — Myul franziu a testa, mergulhando em pensamentos, mas eu não me dei ao trabalho de ponderar sobre essas perguntas.

Na verdade, eu não queria perder tempo especulando.

— É mais rápido perguntar diretamente.

Obteríamos uma resposta muito mais clara indo até lá e falando com eles do que ficar aqui em cima especulando.

E assim, descemos rapidamente as escadas.

Boom! Boom! Boom!

Como éramos tão barulhentos, a figura que parecia estar dormindo se sobressaltou em um ângulo estranho no segundo em que alcançamos o fundo.

— Uh…! S-Sua Senhoria?

E quando a pessoa nos avistou, seus olhos se arregalaram de choque.

Eu conseguia entender o sentimento.

— …Maderkin Lilgreams.

O homem que me encarava era o capitão do Clã Leão de Prata, o mesmo com quem nos separamos na ilha do chefe da vila há mais de um mês e que não tínhamos visto vivo desde então.

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Olá, eu sou MrRody!

Capítulo adquirido pelo leitor João Moura!

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