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Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note – Nosoran 』

Monstros com pele azul, olhos enormes e uma altura média de três metros, essa espécie misteriosa que se autodenominava ‘humanos’, emergiu das árvores para nos enfrentar, os verdadeiros humanos.

— Então esses são os monstros sobre os quais o Senhor Barão nos alertou…

— Mas por que eles estão apenas parados ali e não se aproximam de nós?

Os monstros, embora armados, tinham expressões tensas e estavam em menor número comparados ao nosso grupo de expedição.

— Faz tempo, Bjorn, filho de Yandel.

No impasse que se seguiu, o chefe da aldeia saiu do grupo de monstros.

Os recém-chegados ao grupo de expedição claramente ficaram surpresos ao ouvir um monstro como o chefe falar nossa língua, e eu dei um passo à frente para posicioná-los em segurança atrás de mim. — Sim, faz um tempo.

— Seus aliados aumentaram em número.

— Sim, as coisas acabaram assim.

Ele parecia querer conversar por enquanto, então respondi enquanto analisava a área. O restante do grupo de expedição, as pessoas que estavam posicionadas ao redor da entrada original, agora estavam se aproximando, e não havia como ele não ter percebido.

“Então por que ele está tão tranquilo?”

Sua saudação casual e a total falta de urgência só me deixavam ainda mais nervoso. No entanto, escondi essas emoções o máximo que pude enquanto perguntava — Então, de onde você veio? Você me disse que a aldeia tinha apenas uma entrada.

— Não se sinta mal. Eu não poderia compartilhar todos os segredos da aldeia com um estranho, poderia?

— Ah, como aqueles corpos no porão?

O chefe da aldeia não tinha nada a dizer sobre isso. Ele apenas me olhou de cima a baixo com aqueles olhos assustadores antes de me fazer uma pergunta.

— Você sabia? Os mais espertos entre nós tendem a fingir que não estão cientes das coisas ao redor. Então, eu me pergunto, você está apenas fingindo ou é realmente ignorante?

Bem, eu não tinha certeza sobre isso, mas ouvir essa frase de alguém com aquele olhar era bem assustador. Quase balancei meu martelo instintivamente contra ele.

— Vossa Senhoria! Afaste-se! — Ordenou o Comandante Jerome Saintred, chegando por trás.

O chefe da aldeia voltou seus olhos penetrantes para ele. — Hmm… e quem é você?

— Sou o Conde Jerome Saintred, Capitão da Primeira Guarda Real. Fui designado como comandante desta expedição.

— A guarda real… sim, eu sabia que as pessoas do palácio viriam até aqui em breve…

— Agora é sua vez — Jerome interrompeu o chefe e começou seu interrogatório. — O Barão Yandel me informou que você se apresentou a ele como o Cavaleiro Dragão Cornelius Bruingrid. Isso é verdade?

O chefe o encarou antes de responder — Isso importa?

— Importa. Porque, dependendo de como você responder, determinarei se você é apenas uma entidade não identificada com quem podemos nos comunicar ou um traidor antigo que precisa ser eliminado imediatamente por execução.

Traidor antigo? Do que esse cara estava falando?

Enquanto eu inclinava a cabeça em confusão, os olhos do chefe, que normalmente não mostravam emoções, endureceram com intenção assassina. Parecia que o dragão tinha acabado de ter seu rabo cutucado. — Execução… você é um grande comediante.

— É mesmo? Que estranho. Meus amigos sempre dizem que não sou muito engraçado.

— Mesmo depois de todo esse tempo, esses seus amigos não mudaram nada. Bastante arrogantes. Como se estivessem no topo do mundo… — A voz do chefe da aldeia ficou mais fria. — Tente, então. Essa execução que você tanto deseja.

— Bem, eu ficaria feliz em realizar seu desejo, mas não posso executar ninguém aqui e agora.

— Por quê? Está com medo? E depois de vir até aqui…

— Tenho muitas respostas para conseguir de você primeiro. Mas, depois de te interrogar e obter todas as informações de que precisamos, eu pessoalmente realizarei a execução que você merece.

A conversa morreu ali, após uma troca eletrizante cheia de revelações que me deixaram perplexo, mesmo sendo apenas um espectador.

“Mas o lado bom é que eles claramente não são aliados…”

Quando eu estava considerando possíveis cenários na minha cabeça, havia um em que esses dois se uniam contra mim, então isso já estava indo melhor do que eu temia.

— Aniquilem-nos! Podem matar todos, exceto o líder!

— Nia Rafdonia!

Mas, espere, o que era isso?

— ⟅Dividam-se e voltem para a aldeia!⟆

Assim que Jerome deu a ordem para um ataque total, os monstros fugiram em todas as direções.

— Comandante! Os monstros estão fugindo!

— Persigam-nos e matem-nos! Capturem o líder a todo custo. Se for necessário, podem matá-lo!

Espere, será que persegui-los era realmente uma boa ideia?

Embora essa pergunta tenha passado pela minha mente, não era como se eu pudesse fazer algo para parar a operação. E nem tinha motivo para isso.

— Ninguém vai sozinho! Fiquem perto de mim! — Ordenei ao Esquadrão Quatro, e então me juntei apressadamente aos outros na perseguição.

Claro, eu apenas fingi estar tentando perseguir os monstros e não me esforcei muito. Quer dizer, de qualquer maneira que eu olhasse, isso era muito suspeito.

— …Yandel. Existe a possibilidade de que isso seja uma armadilha.

— Eu sei. Eles estão tentando nos atrair para algum lugar, tenho certeza disso. — Não havia como Jerome não saber disso. No entanto, ele provavelmente concluiu que, de qualquer forma, não poderia deixar o chefe escapar. Ele também devia estar confiante de que, mesmo que houvesse uma armadilha, ele seria capaz de dominar os monstros.

— O que você vai fazer? — Amelia perguntou.

Respondi sem hesitação. — Vamos nos separar da unidade principal da maneira mais natural possível. — Essa era a melhor maneira de garantir nossa sobrevivência.

No entanto, parecia que Amelia não entendeu muito bem minha lógica, pois falou novamente após alguns segundos de silêncio. — …O que você quer dizer? Se separar?

— Exatamente o que eu disse. Enquanto perseguimos os monstros, vamos nos distanciar do resto do grupo da maneira mais orgânica possível.

— E depois disso?

— Vamos escapar desta ilha. Para eles, parecerá que nos separamos acidentalmente da unidade principal e recuamos por necessidade.

— Você… realmente acha que conseguiremos fazer isso?

Eu percebi imediatamente que ela não estava perguntando se conseguiríamos realizar o plano. Ela estava perguntando se eu conseguiria lidar com as consequências.

“Bem, qual a diferença…? De qualquer forma, é arriscado demais ficar aqui e continuar perseguindo-os.”

Erwen acabou com o cabelo curto antes que eu pudesse descobrir como lidar com Jerome, e agora que o chefe da aldeia havia aparecido, as chances de algo grande acontecer tinham aumentado drasticamente. O que, eu deveria apenas ficar aqui sentado esperando seja lá o que fosse?

“Não, essa é a melhor decisão.”

Com isso, sacudi as dúvidas e fortaleci minha determinação.

Isso era algo que eu normalmente nunca faria. Minha esperança era que, agindo fora do meu padrão, eu pudesse causar uma mudança grande o suficiente para evitar a cena que Parav viu.

— O chefe! É o chefe! — Eu gritei. — O chefe foi por ali! Esquadrão Quatro, sigam-me!

No momento em que vi uma oportunidade, comecei a conduzir o Esquadrão Quatro para longe do grupo principal.

— O quê? Mas eu definitivamente vi ele indo para…

— Está dizendo que estou errado? Sigam-me!

Os membros do Esquadrão Quatro, que não conheciam meu plano, pareciam hesitantes, mas felizmente ainda me seguiram. Rapidamente nos distanciamos do grupo principal.

— Hã? O Senhor Barão está indo naquela direção…

— Mas tem alguma coisa lá?

— Mas ele disse que viu algo…

Os membros do Esquadrão Três, o grupo ao lado do nosso, nos olharam com expressões que claramente mostravam confusão sobre o que estávamos fazendo e como deveriam reagir, mas não tentaram nos impedir ativamente. Quero dizer, quem em sã consciência imaginaria que estávamos usando esse momento para escapar com um esquadrão inteiro?

— Ele está indo naquela direção? Todas as forças, mudem de curso!

“…Hã?”

— Todas as forças, sigam o Barão Yandel!

Mas que diabos? Por que eles estavam me seguindo?

No momento em que pensei ter escapado com sucesso do grupo principal, eles mudaram de direção para seguir na minha, transformando nosso esquadrão na ponta de uma formação em lança.

— Yandel, o que fazemos?

— Aja o mais naturalmente possível por enquanto.

— …Entendido.

Mesmo que tentássemos mudar de direção novamente aqui, a unidade principal continuaria nos seguindo.

Enquanto eu estava ocupado contemplando onde minha vida deu errado, Jerome, que estava se movendo com o Esquadrão Um, me alcançou instantaneamente. — Vossa Senhoria! Decidi confiar no seu julgamento por enquanto e ordenei que o seguissem, mas você realmente viu o monstro?

Isso era um xeque-mate.

— Uh…

O que eu poderia dizer aqui?

Com um pânico crescente, fingi não ouvir a pergunta dele e continuei correndo. — O chefe da aldeia, ele estava definitivamente indo nessa direção…

— Vossa Senhoria! É ele! A criatura que estamos perseguindo está ali!

Minha boca se fechou abruptamente. Eu não tinha a menor ideia de como, mas de repente, o chefe da aldeia apareceu diretamente à nossa frente, correndo na mesma direção que eu estava indo.

— Espera… — Jerome murmurou. — Será que estávamos perseguindo um chamariz?

Eu não disse nada, optando por não perturbar a agradável tranquilidade da floresta.

— Hah! Se não fosse por você, teríamos perdido ele, Barão Yandel! Não vou esquecer a contribuição que você fez aqui hoje.

— …É, obrigado. — Eu não sabia se tinha dado sorte, já que isso significava que eu não precisaria inventar uma desculpa, ou se realmente tinha me ferrado aqui.

De qualquer forma, vimos o chefe parar em frente a uma árvore pouco depois e então deslizar por uma abertura sob ela.

— Há um caminho que leva ao subsolo!

Parecia que essa era outra entrada para a aldeia.

— Conde Saintred, qual é o seu plano? Há uma grande possibilidade de que isso seja uma armadilha.

— Eu sei, mas não podemos deixá-lo escapar agora.

Eu suspirei. É… É, não tem como impedir ele de avançar. Bem, tudo bem. Eu poderia simplesmente mandá-lo para lá e ficar de olho em outra chance de escapar…

— Então, Barão Yandel, você poderia liderar o caminho?

— …Mesmo que não saibamos o que pode haver lá embaixo?

— É por isso que precisamos da sua força mais do que nunca. Você foi capaz de resistir aos ataques de um monstro de primeiro nível sozinho. Enquanto você puder segurá-los por um tempo, nossos soldados poderão alcançá-lo e fornecer apoio.

O que Jerome estava dizendo fazia sentido. De todos os membros do grupo de expedição, eu era o mais resistente. Enviar-me para o perigo primeiro era a decisão mais lógica que um comandante poderia tomar. No entanto…

Ba-dum!

Por alguma razão, meu coração começou a bater mais forte no segundo em que ele sugeriu isso. Simultaneamente, fragmentos de memórias que coletei ao longo do dia se sobrepuseram. Cada uma delas era uma coisa pequena que poderia ser facilmente ignorada por conta própria, mas…

“Eu ainda preciso verificar.”

Com isso, encontrei o olhar de Jerome diretamente e disse — Claro. Eu vou liderar.

— Oho, isso é ótimo! Se você recusasse, eu não saberia quem poderia enviar no seu lugar…

— Mas só se você permitir que eu faça algo antes.

Quando o interrompi para impor uma condição, Jerome fechou a boca e me encarou. O olhar em seus olhos parecia dizer ‘diga seus termos’.

— Pelo que me lembro — comecei — um dos itens que você trouxe consigo foi a Confiança Equivocada. Isso é verdade?

— É… — ele disse, hesitante, me encorajando a continuar.

— Se você me deixar usá-lo para confirmar algumas coisas, eu vou com prazer tomar a dianteira e liderar a entrada.

— Não sei o que você está tentando verificar, mas precisa fazer isso aqui e agora? Não sabemos que tipo de armadilha aquele monstro pode estar preparando lá embaixo…

— Então é isso. Eu não vou liderar.

— Mesmo que eu ordene com minha autoridade como comandante?

Dei de ombros em vez de responder.

Seguiu-se um momento de silêncio.

— …As coisas parecem estranhamente tensas entre os dois. Não sou o único que percebe isso, certo?

— Fenelin, Karlstein, Tersia. Preparem-se.

— P-Preparam-se?

— Apenas façam o que eu digo.

O atrito entre nós dois era palpável até para os espectadores. Mas depois de mais alguns momentos de silêncio pesado, Jerome finalmente tomou uma decisão.

— Certo. Sir Ebost! Traga a Confiança Equivocada para cá! Não sei o que o barão deseja confirmar, mas parece que é importante!

Assim que a ordem foi dada, o subcomandante se aproximou com o item, e eu rapidamente o peguei e ativei.

Clack.

Suspirei. Com isso, estávamos todos preparados. Agora, ninguém em um raio de dez metros poderia mentir.

— Seu nome é Jerome Saintred?

— É.

Comecei com uma pergunta simples antes de ir direto ao ponto. — Vou agora lhe fazer uma pergunta, e tudo o que você precisa fazer é responder ‘não’.

— Vai ser fácil. Prossiga.

Encontrei seu olhar confiante e lentamente abri minha boca. — Além de hoje… Não, para ser mais preciso, excluindo a reunião que você teve há poucos minutos…

O comandante ficou em silêncio.

— Você já encontrou aquele monstro que se autodenomina Cornelius Bruingrid antes? — perguntei.

A resposta que pedi foi ‘não’. No entanto, por mais que eu esperasse, a resposta que eu desesperadamente queria nunca veio.

Enquanto eu começava lentamente a levantar meu martelo e escudo, o silêncio foi finalmente rompido por sua voz baixa, cada palavra pronunciada com muito cuidado.

— Como você soube?

…Droga.

Esse cara já tinha encontrado o chefe antes.

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Olá, eu sou MrRody!

Capítulo adquirido pelo leitor Gabriel M S!

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