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Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note – Nosoran 』

Meus olhos se abriram para uma sala de customização repleta de dezenas de trajes únicos e ainda mais máscaras. Vesti meu habitual terno azul e coloquei minha máscara de leão sobre o rosto, cada movimento rápido e eficiente.

Isso já era rotina para mim a essa altura. Não querendo me gabar, mas depois de vir aqui quase todo mês durante anos, eu provavelmente conseguiria encontrar minha roupa e vestir cada peça de olhos fechados.

— Esta é… a última.

Eu estava decepcionado, claro, mas a percepção também me deixou estranhamente triste. Recentemente, as informações que eu estava obtendo da Távola Redonda não eram tão impactantes para mim como costumavam ser, mas…

Meus pés se recusaram a se mover, então, quando terminei de me trocar, deixei minha mente vagar enquanto observava as outras máscaras e roupas em exibição.

E então, um pensamento me ocorreu, uma memória de uma conversa que eu quase havia esquecido.

— A mais semelhante ao seu destino…

Nos meus primeiros dias como Sentinela da Távola Redonda, me disseram que os novos membros escolhiam instintivamente a máscara que mais se assemelhava a quem eles estavam destinados a ser. Então, por que escolhi a máscara de leão? Embora fosse melhor do que a de um Goblin ou de um Orc, eu ainda não entendia minha escolha.

“Para ser honesto, eu gosto mais de tigres do que de leões.”

Então, anos depois de escolher minha máscara, reservei um momento para refletir sobre o que isso poderia significar, na esperança de chegar a uma resposta. No entanto, quando nada me veio à mente, passei para a próxima pergunta.

Por que a Raposa era uma raposa?

Por que o Goblin era um Goblin?

E o que era o Veado?

Em vez de um Veado real, a máscara dele era mais como uma máscara simples com chifres anexados.1

— …Eu não sei.

Eu não poderia ficar aqui quebrando a cabeça para sempre, então, lentamente, fui saindo para o corredor. E então, enquanto caminhava pelo tapete vermelho que eu já havia percorrido tantas vezes antes, outro pensamento me ocorreu.

Se meus companheiros algum dia viessem para a Távola Redonda, quais máscaras eles escolheriam?

“Ainar seria um golden retriever…”

Eu imaginei máscaras para todos os membros do Clã Anabada, como Amelia e Erwen, e então incluí meus aliados passados como Raven, Rotmiller e até mesmo o anão. E, embora não fosse intencional, deixei a Missha por último.

“Missha é…”

Ela era muito mais fácil do que os outros. Embora à primeira vista não parecesse uma boa escolha para alguém da Tribo do Gato Vermelho…

“Ela é mais parecida com um filhote de cachorro do que com um gato.”

Não qualquer filhote de cachorro, claro. A máscara que eu sentia que mais combinava com ela era uma que estava escondida em um canto sombrio da sala de customização, a máscara de cachorro coberta de cicatrizes e sulcos profundos.

O problema era que eu havia provavelmente deixado pelo menos algumas dessas cicatrizes.

“Chega.”

Afastei o pensamento e parei.

— Pshehe… você finalmente chegou. Eu estava um pouco preocupado que não conseguiria me despedir.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove…

“Eu ficaria um pouco chateado se alguém tivesse faltado.”

Mas, felizmente, as máscaras às quais eu havia me acostumado ao longo desses anos estavam todas lá, olhando de volta para mim.

Veado, Lua Crescente, Raposa, Palhaço, esses eram os membros originais que estavam aqui quando me juntei à Távola Redonda. Depois veio o Goblin, com quem fui me familiarizando nos meses seguintes, e a Rainha, que entrou sob as ordens do GM algum tempo depois. Até o trio misterioso e relativamente recente de Preta, Lobo e Borboleta estava presente.

Todos estavam em seus lugares, olhando para mim em silêncio.

O que, estavam esperando que eu fizesse algum tipo de discurso, já que essa era a última reunião da Távola Redonda? Não sei dizer, mas mantive minha persona até o amargo fim e os ignorei para tomar meu assento.

Boom!

Normalmente, uma vez que a porta se fechava e eu estava sentado, a reunião começava imediatamente, mas hoje foi um pouco diferente. Em vez de começar a reunião imediatamente, todos começaram a conversar.

— Então, esta é a última… Parece que fui atingido por um raio.

— É… Acho que a partir do próximo mês, não teremos mais um lugar para nos encontrar?

— Bem, pelo menos vou poder dormir uma boa noite de sono pela primeira vez. Eu sempre ficava cansado no dia seguinte à abertura dos fóruns.

Uma profunda melancolia permeava cada um desses comentários, até mesmo os da Rainha, que era uma administradora.

— …É uma pena. Ainda há coisas que não conseguimos descobrir.

Em resposta a essa breve visão dos sentimentos da Rainha, o Goblin lançou um olhar para ela antes de perguntar cuidadosamente: — Então… você não pode simplesmente manter as portas abertas?

— Isso não é possível. Temos nossos motivos.

— Será que poderíamos… ouvir quais seriam esses motivos?

— Desculpe, Sr. Lua Crescente. Não posso entrar em detalhes. No entanto, se eu tivesse que dizer uma coisa… essa decisão não foi algo que queríamos fazer.

— …A família real realmente pressionou vocês para encerrar as atividades?

— Sem comentários, Srta. Raposa.

Como era de se esperar, a estrela dessa conversa era Rainha. Como uma das administradoras, ela teria o maior conhecimento sobre o que estava acontecendo aqui.

Mas parecia que havia aqueles que esperavam que outra pessoa assumisse o comando.

— …Então ele não está aqui hoje?

— Quem?

— Mestre — murmurou o Lobo. — Achei que talvez o Mestre aparecesse hoje.

A Rainha acenou com a cabeça em concordância. Ela havia demonstrado um grande interesse no Mestre durante reuniões anteriores.

Enquanto eu examinava a sala, acompanhando a conversa, meus olhos finalmente pousaram no Goblin, que levantou a mão silenciosamente.

— Você tem algo a dizer? — Rainha perguntou.

— Não é… nada de mais… mas como esta é nossa última reunião, que tal trocarmos nomes?

Essa sugestão fez todos olharem surpresos, e os membros que ouviram direito na primeira vez pararam para encará-lo de uma maneira que transmitia o quão absurda achavam a ideia.

No entanto, o Goblin persistiu. — É que… todos nós nos encontrarmos aqui foi um feliz acaso, para começo de conversa. Se nos separarmos, não há como saber quando ou se vamos nos ver novamente. Poderíamos ser úteis uns aos outros lá fora no mundo real… ou se fizéssemos um novo lugar de encontro como este fora daqui…

— Sr. Goblin. Por favor, pare.

Quem pôs fim às divagações sem sentido do Goblin foi a Raposa.

— O motivo pelo qual esse grupo foi criado em primeiro lugar foi para fornecer um espaço com anonimato garantido — ela argumentou. — Com isso em mente, quem revelaria seus verdadeiros nomes?

— Isso é verdade… mas não consigo deixar de sentir que me arrependeria se não ao menos pedisse…

— Pshehe, é fofo que você pense assim. Bem, minha identidade já foi revelada, então não ligo de qualquer forma… Ah, mas acho que você está no mesmo barco, Goblin. Pshehe, isso é bem esperto da sua parte, na verdade. Propondo uma troca em que só você não teria nada a perder!

— N-Não… não era isso que eu estava tentando fazer… — o Goblin gaguejou, claramente desconcertado pelas zombarias do Palhaço.

Inesperadamente, foi a Rainha quem veio em defesa do Goblin. — Sr. Goblin, você não precisa se explicar. Todos sabem que essa não era sua intenção.

— …S-Sério?

— Sim. Você só está chateado por esta ser nossa última reunião, não é?

— Sim… isso realmente era tudo…

Todos podiam ouvir na voz dele que ele não queria que isso acabasse.

“Sabe, isso aqui não é a formatura do ensino médio, cara.”

Esse cara se apegava muito mais às coisas do que deixava transparecer. Ou será que essa era sua personalidade o tempo todo e eu não percebi? Parecia que ele era realmente o elo mais fraco da Távola Redonda.

“A propósito, já não está na hora de começarmos?”

Mesmo que estivéssemos todos decepcionados por ser a última vez, não era como se estivéssemos aqui para trocar despedidas emocionadas e nos despedir.

Como se lesse minha mente, a Raposa tomou a iniciativa de encerrar a conversa fiada e começar oficialmente a reunião. — Agora que isso está resolvido…

— Espera. — Um dos membros originais, o Lua Crescente, a interrompeu antes que ela pudesse realmente começar. — Posso fazer uma sugestão?

— …Uma sugestão?

— Não sabemos o que pode acontecer no futuro, mas esta realmente pode ser a última vez que estamos todos juntos assim. Então… — Lua Crescente olhou ao redor para todos e disse — Que tal mudarmos um pouco as regras para nossa última reunião?

— …Mudar? O que você quer dizer?

— Vamos fazer um círculo de perguntas, um por um. Todos nós devemos ter algumas perguntas que sempre quisemos fazer a alguém aqui.

— Hmm…

Um certo brilho apareceu nos olhos de cada membro da Távola Redonda. Eu pude perceber que eles não estavam muito animados para experimentar a ideia do Lua Crescente.

Percebendo a mudança no humor, Lua Crescente rapidamente adicionou mais uma regra.

— Claro, você não precisa responder a perguntas que considerar invasivas demais. Se quiser pular, pode simplesmente fazer uma rodada normal. O que acham?

O silêncio caiu sobre a sala enquanto a sugestão pairava no ar. Enquanto a maioria de nós permanecia quieta para avaliar as reações dos outros, uma pessoa não sentiu a necessidade de se conformar e cortou o silêncio com alegria.

— Pshehe, você é retardado? — O Palhaço gargalhou. — Quem responderia a qualquer pergunta se você adicionar uma cláusula dessas? Todos nós apenas compartilharíamos as informações que preparamos como de costume.

Todos estavam pensando o mesmo, mesmo que nenhum de nós tivesse dito em voz alta. Se não houvesse uma penalidade para pular, não havia necessidade de participar e responder à pergunta, e se participássemos, isso provavelmente só beneficiaria quem perguntou. Outras pessoas poderiam não estar interessadas na pergunta feita ou na resposta dada.

— …Por favor, esqueçam minha sugestão.

No final, até o Lua Crescente concordou que havia sido precipitado e retirou sua proposta. Após olhar para os outros para se certificar de que ninguém mais iria interromper, a Raposa tomou a iniciativa, e a reunião começou.

— Então, o primeiro é… Sr. Veado. Poderia fazer a gentileza?

— Claro.

O primeiro a falar desta vez foi Veado, um cavaleiro do palácio. Como era de se esperar, a informação que ele deu foi concisa.

— Há uma grande chance de que a família real não tenha nada a ver com o encerramento da comunidade.

— Oferecendo uma teoria como fato… Você sabe que precisa apresentar provas suficientes para nos convencer, certo?

— A família real pretendia usar a comunidade como um meio de reunir e compartilhar informações com o grupo de expedição que enviaram para o Primeiro Andar do Porão. Se eles soubessem que iam encerrar os Caça-Fantasmas no mês seguinte, nunca teriam seguido com esse plano.

— Ou talvez eles apenas tenham mantido o plano real em segredo e você não estava a par?

Em outras palavras, talvez ele fosse o único no palácio que não estava ciente do que estava acontecendo nos bastidores. Diante disso, embora o Veado estivesse visivelmente irritado, ele não disse uma palavra.

A possibilidade definitivamente existia.

— Todos vocês podem decidir por conta própria. — Veado passou a responsabilidade para nós, e os outros membros acabaram dando a ele o aval.

A razão para isso era simples.

— Um grupo de expedição… — Lobo resmungou para si mesmo. — Eu sabia que eles pretendiam tomar controle da nova área, mas não esperava que o palácio enviasse seu próprio pessoal para o porão…

Ainda havia algumas pessoas na mesa que nem sabiam da existência do grupo de expedição antes do Veado mencioná-lo. Embora Lobo fosse o único a admitir isso em voz alta, o Palhaço provavelmente também não sabia, dado que ele era de Noark.

Bem, eu ainda estava um pouco surpreso que informações como essa tivessem sido aprovadas.

“Talvez seja porque esta é a última reunião? Todos parecem inclinados a serem um pouco mais generosos hoje.”

De qualquer forma, passamos para a próxima pessoa, a Raposa.

— De acordo com uma fonte confiável, o grupo de expedição já se juntou ao Barão Yandel e agora está viajando com ele.

A informação que Raposa ofereceu estava relacionada à nossa missão. Eu sabia que era inevitável. Ela estava presa no Primeiro Andar do Porão há meses. Não havia como ela ter qualquer outra informação nova para compartilhar.

— Mas… isso não é realmente muito útil, é?

No entanto, a Rainha fez uma reclamação sobre a tentativa da Raposa, e os outros membros concordaram. A Raposa precisava dar uma segunda informação.

— Bjorn Yandel adquiriu a essência de Bellarios.

Hah, então chegou a isso.

Embora eu não gostasse quando qualquer informação pessoal minha vazava por princípio, isso não era realmente um grande problema. Já havia tantos testemunhos ao redor quando consegui a essência que eu sabia desde o início que a notícia se espalharia assim que voltássemos para a cidade.

— Por Bellarios… você quer dizer aquele monstro de terceiro nível.

— Aquele homem… Quantas de terceiro nível ele já tem agora?

— Podemos também saber de que cor era a essência?

— Pshehe, aquele bárbaro só se preocupa em ficar mais forte, então não é óbvio?

— Pelo que ouvi, nem aura funciona contra ele… e agora ele também não será mais fraco contra magia.

Mais uma vez, percebi o quão famoso Bjorn Yandel havia se tornado enquanto ouvia cada um dos membros comentar sobre essa nova informação.

— Então… vamos seguir para a próxima pessoa.

Talvez não querendo que eu fosse o tópico principal da conversa por mais tempo do que o necessário, A Raposa apressou rapidamente a reunião.

— Haha, então eu vou.

Era a vez do Lobo. Ele era um veterano experiente que apoiava e defendia Auril Gavis, o velho que servia como Mestre da Távola Redonda, de uma maneira quase suspeita.

— Auril Gavis está atualmente residindo fora das muralhas da cidade.

E a informação que ele deu também estava relacionada ao velho desta vez.

“Fora das muralhas… Parece que Baekho Lee estava certo.”

Foi um trecho curto de informação, mas devido ao assunto, foi aprovado sem discussão.

— Então, próximo…

A reunião continuou depois da vez do Lobo sem problemas.

— Recentemente… recebi uma bênção, uma revelação. Foi um sonho profético.

— Pshehe, você e essas suas bênçãos…

— Nesse sonho profético, Bjorn Yandel morreu.

O Goblin compartilhou com eles uma profecia que já havia sido resolvida como se fosse uma notícia de última hora. Algumas pessoas praticamente tinham pontos de interrogação flutuando sobre suas cabeças com essa revelação chocante, mas o Goblin não elaborou e terminou sua vez ali.

Sim, era assim que se fazia uma farsa adequada.

De qualquer forma, as pessoas depois dele seguiram seu exemplo e também mantiveram as coisas breves.

— …Caça-Fantasmas nunca reabrirá.

A Rainha usou sua vez para colocar um prego no caixão.

O Lua Crescente falou um pouco sobre o plano dos anões de criar um novo Tesouro Gênese.

E Borboleta, Preta e Palhaço pareciam querer conservar suas forças durante essa primeira rodada, pois passaram suas vezes com informações que eram medianas na melhor das hipóteses.

— Agora é… a última pessoa.

Finalmente, chegou a minha vez.

Como sempre, todos se viraram para me olhar expectantes. No entanto, eu ignorei todos eles completamente, meu olhar fixo em uma pessoa em particular.

O Lua Crescente estava me olhando com mais desespero do que qualquer outra pessoa. Percebi que não conseguia encará-lo diretamente.

— Vamos fazer um círculo de perguntas, um por um.

O motivo pelo qual o Lua Crescente sugeriu que mudássemos as regras foi por minha causa. Se esta realmente fosse nossa última reunião, ele sem dúvida tinha algo que queria me perguntar.

“Hah… Eu já sei o que vou dizer, mas não consigo me forçar a realmente dizer.”

Na verdade, a informação que eu iria compartilhar já havia sido decidida antes mesmo de essa reunião começar. Havia coisas que eu precisava dizer antes que este grupo se desfizesse para sempre. E assim, forcei meus lábios a se moverem.

— A Pedra da Ressurreição…

Os olhos do Lua Crescente brilharam. Mas apenas por aquele instante.

— …só pode ser usada no corpo de uma pessoa…

O brilho começou a enfraquecer.

— …que não esteja morta há muito tempo.

E com essas poucas palavras, apaguei completamente a esperança nos olhos de um homem.

Ao mesmo tempo, algo que Baekho Lee disse mais cedo ecoou na minha mente.

— Mas, olha, você não é um hipócrita? Você também vive mentindo e manipulando as pessoas

Seja Missha, Baekho Lee ou quem quer que fosse…

Talvez eu não tivesse nenhum direito de julgá-los.

  1. MrRody: Acredito que esta é a primeira vez que a máscara dele é descrita, e isso explica o porquê a Rainha perguntou se o nome não era ‘Galhada’ ao invés de Veado.[]
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Olá, eu sou MrRody!

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