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Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note – Nosoran 』

O recém-chegado usava uma máscara branca sem características e um manto de cor opaca que cobria todo o seu corpo, exceto as mãos, que estavam enrugadas.

— Heh… quem é esse velho? — perguntou a Borboleta, intrigada.

— Hm… — Preta também olhava o estranho com curiosidade.

No entanto, a Rainha, que também nunca havia encontrado esse homem antes, teve uma reação diferente. Embora fosse um rosto desconhecido, ela parecia ter percebido quem ele era imediatamente.

— Espere… Mestre!

O Lobo também reconheceu a identidade do nosso convidado não convidado e imediatamente correu para cumprimentá-lo.

— Faz tempo, Lobo. Você tem estado bem?

— Sempre estou bem, graças a você. Mas, Mestre, o que está fazendo aqui? Se tivesse me avisado antes…

Essa troca deixou claro para todos que ouviam que os dois tinham algum tipo de conexão.

— Bem, esta é a reunião final, então vim aqui para ver todos uma última vez — explicou nosso convidado. — E também há algo que preciso fazer aqui.

— Algo… que precisa fazer? — Lobo parecia curioso sobre o que ele queria dizer, mas o Mestre não elaborou.

Mantendo-nos em suspense, não é?

— Mais importante… — O Mestre olhou diretamente nos olhos do Lobo. — Poderia se afastar um momento? Também quero cumprimentar os outros.

— Ah…! Desculpe! — O Lobo imediatamente se desculpou e voltou ao seu lugar. No momento, ele parecia mais um cachorro do que um lobo.

Observei o homem enquanto ele se sentava, e o olhar do Mestre se voltou para mim. — Causa e efeito são coisas tão interessantes. Como é ver o fim? — Diferente do nosso primeiro encontro na Távola Redonda, parecia que esse cara não tinha mais a intenção de esconder o fato de que ele era Auril Gavis.

Não que isso me surpreendesse.

— O Mestre da Távola Redonda é Auril Gavis.

O Lobo já nos havia contado isso, e o velho deve ter lhe dado permissão para compartilhar essa informação desde o início.

Tap, tap.

Então, qual era o motivo para ele aparecer aqui novamente? Dada a familiaridade entre eles, se Gavis quisesse transmitir alguma mensagem para mim, poderia ter feito isso através do Lobo.

Passei pelas diferentes jogadas que poderia fazer aqui em minha mente e, então, respondi suavemente — Bem, não parece tão especial assim.

— Hmm, é mesmo? Pensei que você ficaria um pouco triste, pelo menos. Afinal, você praticamente fundou este lugar, não?

Bem, isso era verdade. Não especificamente a Távola Redonda, mas eu meio que fui o responsável por criar seu sistema de detecção de mentiras.

— P-Pshehe?!

— A Távola Redonda… foi fundada por ele…?

O problema eram as reações exageradas das outras pessoas na mesa.

— Ah, claro, isso foi há vinte anos… e naquela época, eram apenas espíritos malignos de outro mundo.

À medida que o Mestre continuava a falar comigo, as reações deles se tornavam cada vez mais extremas.

— Então a Távola Redonda existia há vinte anos…?

— Não, mas mais importante, foi feita por espíritos malignos de outro mundo…?

Hah, isso estava ficando irritante. Se ele ia fazer tudo isso, não poderíamos ter tido uma conversa tranquila em particular depois da reunião?

Apesar de me sentir frustrado, decidi ignorar e focar na conversa em questão por agora. Apenas estar na mesma sala que esse velho já consumia a maior parte da minha energia mental.

— Então, o que está fazendo aqui? — pressionei.

— Eu disse. Há algo que precisa ser feito, então pensei em vir ver todos enquanto isso. — O velho desviou o olhar de mim e se voltou para outro membro. — Saudações, Srta. Raposa. Você tem estado bem?

— Desculpe? Ah, ha… Sim… Faz tempo.

— Para ser honesto, fiquei um pouco triste por você. Você estava tão feliz sob minha tutela quando não tinha nada, mas agora nem me considera uma boa pessoa, haha.

— C-Como você…?! — Os olhos de Raposa se arregalaram ao ouvir suas próprias palavras repetidas de volta para ela, e os olhos dos outros também se arregalaram. Só havia uma maneira dele saber o que a Raposa havia dito antes, e ele nem precisou dizer. Esse velho devia ter um jeito de ouvir tudo o que acontecia aqui.

“…O que significa que ele tem escutado tudo o tempo todo.”

Um arrepio percorreu minha espinha. Eu já sabia que ele era um cara desagradável, mas não esperava que fosse tão desprezível. A parte mais nauseante era que, apesar de já saber de tudo, ele entrou por aquela porta e comentou casualmente que havia máscaras ali que ele nunca tinha visto antes. Mentir para ele era tão fácil quanto respirar.

A Raposa ficou um desastre gaguejante com a revelação. — Um… não é bem assim…

— Não precisa se justificar. Estou realmente bem com isso, então não se preocupe.

E parecia que ele realmente estava bem. Para esse velho, a Raposa nem valia a pena se importar. Ela poderia estar sangrando na frente dele, e se ele não tivesse um motivo concreto para salvá-la, ele apenas a observaria morrer.

— Com licença.

A Rainha, que estava absorvendo tudo isso, entrou na conversa. — Você realmente…? Diz que é o Mestre da Távola Redonda, então… é Auril Gavis?

— E se eu for?

Ela hesitou. — Tenho algo para lhe perguntar. Pelo que o Sr. Lobo disse, você tem o poder de impedir o fechamento da comunidade… Isso é verdade?

— É verdade. Fui eu quem enfraqueceu seu poder em primeiro lugar.

Diante dessa declaração casual, a Rainha ficou em um silêncio ensurdecedor por um momento antes de murmurar — O que você disse?

Auril Gavis soltou uma risada áspera. — Você disse que havia um problema com o item que dei ao seu amigo, mas está tudo bem. Só parece que há algo errado porque comecei a reduzir lentamente o poder que era canalizado para ele.

— Reduzir o poder… Como isso é possível?

— Ora, não há como eu ter entregue tudo para aquele seu amigo, não é? — Sua resposta foi curta e direta, sem deixar margem para mal-entendidos. — Não fique muito chateada — ele consolou, percebendo que Rainha estava obviamente sem palavras. — Só estou pegando de volta o que já era meu. E você não tirou muito proveito disso enquanto durou? Certo, agora que isso está resolvido…

Com isso, Auril Gavis caminhou até a Távola Redonda e colocou a mão sobre a gema.

Shaaa.

Assim como quando o corpo de um monstro se desintegra em luz no labirinto, a joia também desapareceu em partículas de luz que fluíram para as pontas dos dedos de Auril Gavis.

— Tudo feito.

Diferente dos outros membros, que o observavam em um estado de descrença, eu sabia exatamente o que estava acontecendo aqui. Vinte anos atrás, depois que Auril Gavis criou a gema da Távola Redonda, ele me disse que perdeu a maior parte de seu poder sobre este espaço ao fazer isso.

— Você está aqui para recuperar seu poder — adivinhei.

Auril Gavis havia recuperado suas antigas habilidades.

— Isso mesmo. Agora, posso fazer qualquer coisa neste espaço. Até mesmo algo assim. — Ele sacudiu os pulsos enrugados e, como se puxadas por uma mão invisível, as máscaras de todos caíram na mesa com uma série de batidas. A única máscara que permaneceu no lugar foi a minha.

— Kya!

— O…!

— P… Pshe?

À medida que os rostos por trás das máscaras eram expostos, a Távola Redonda caiu em caos. Alguns cobriram seus rostos com as mãos enquanto outros se agacharam para que as pessoas não pudessem ver suas feições. Alguns simplesmente ficaram sentados ali, atônitos demais para fazer qualquer coisa.

Claro, nem todos reagiram de forma tão passiva. Com o dedo no gatilho característico de um verdadeiro jogador, alguns tomaram a decisão rápida de se desconectar imediatamente após perceberem que suas máscaras haviam caído. Duas pessoas, para ser exato.

— Apesar de como vocês geralmente agem aqui, todos parecem bastante tímidos agora. Não deveria realmente fazer diferença se as pessoas virem sua verdadeira aparência, deveria?

Uma das pessoas que desapareceu sem se despedir foi o Palhaço. Conjurei uma imagem dele em minha mente, tentando lembrar como ele parecia naquele breve momento de exposição. Lembro que ele era caucasiano, mas porque ele desapareceu tão rapidamente, não consegui ter uma boa visão dele. Ele também parecia um pouco mais gordo do que eu esperava.

“E a outra pessoa que desapareceu foi… Preta.”

A cadeira da Preta estava vazia. Ela desapareceu ainda mais rápido do que o Palhaço, então eu nem consegui vislumbrá-la.

Rapidamente, também examinei a sala para ver os outros antes que pudessem fugir.

— O q-que você está fazendo?!

A Rainha estava gritando em choque, com seus olhos azuis e cabelo loiro totalmente à mostra. Uma típica estrangeira ocidental.

Bem, fora isso, ela parecia bem comum. Não era uma beleza de supermodelo nem nada, e estava por volta dos trinta e poucos anos. Os outros membros observavam isso com surpresa, uma sensação de familiaridade incômoda rondando o fundo de suas mentes.

— Por algum motivo… sinto que já a vi antes…

Bem, isso não era só uma sensação. A Rainha era a guia que confirmava se os novatos que entravam nos Caça-Fantasmas eram realmente jogadores ou não.

Enfim, vamos para o próximo.

“Goblin…”

Ele era inesperadamente bem-apessoado. Na verdade, era tão bonito que poderia ser ator. Sua pele era mais escura, então meu primeiro pensamento foi que ele era do Sudeste Asiático, mas hispânico parecia ser a melhor aposta.

“Um hispânico bonito? …Mas esse não é o ponto agora.”

Meus olhos se moveram para a próxima pessoa, e depois para a seguinte, para observar os rostos de todos ali. Eu sabia que a aparência que você tinha em Caça-Fantasmas não significava nada em Rafdonia, mas estava honestamente curioso sobre quem essas pessoas eram realmente por trás de suas máscaras.

“A Borboleta é asiática. A Raposa parece mais jovem do que eu esperava. E o Lobo é um velho aleatório, como eu imaginava…”

A Távola Redonda era um clube exclusivo, e as conversas compartilhadas aqui eram reservadas para os melhores jogadores. No entanto, por trás do mistério das máscaras, todos pareciam incrivelmente comuns. Eles não pareciam particularmente poderosos, e nenhum deles parecia particularmente cruel.

“Mas tenho certeza de que não sou exceção.”

Quem pensaria, ao ver o rosto de Hansu Lee, que ele andava por aí esmagando cabeças de pessoas com martelos? Que ele poderia rir mesmo enquanto seus membros eram arrancados e seu corpo banhado em sangue?

Essas pessoas eram iguais. Nenhuma delas poderia dizer que suas mãos estavam limpas. Estaríamos mortos agora se estivessem.

— Então… por que você tirou nossas máscaras…? E-É um pouco… Não, é realmente desconfortável… Ah! Eu, hum, não que eu esteja com raiva ou algo assim… — O Goblin tropeçou nas próprias palavras enquanto tentava escolher as palavras certas, mas Auril Gavis não pareceu se importar e respondeu imediatamente à sua pergunta.

— Hmm, você também não está curioso? Sobre as identidades das pessoas com quem você tem falado por tanto tempo. Como esta é a última vez, pensei que poderia ser agradável para todos vocês terem uma conversa sem as máscaras.

— Ah… Eu acho? — o Goblin assentiu, ainda parecendo atordoado enquanto seus olhos se voltavam para mim. Era óbvio o que ele queria perguntar. — Mas… por que o Leão…?

— Por que eu não tirei a máscara dele também?

— Sim… Isso mesmo. — Auril Gavis tirou as máscaras de todos os outros sem perguntar, exceto a minha. Por quê?

— Haha, preciso ser um pouco cauteloso ao lidar com este aqui! Não sei como as coisas vão se desenrolar se eu agir de forma imprudente.

— Ah… Eu… entendo? — o Goblin deu outro aceno desajeitado em resposta.

Foi meio engraçado, para ser honesto. Se você vai aceitar qualquer resposta dada a você, por que se preocupar em fazer a pergunta em primeiro lugar? Bem, para ser justo, isso era bem típico do Goblin.

Uma tensão desconfortável se instalou no ar. Auril Gavis parecia estar se divertindo e não parecia inclinado a dizer mais nada, e os outros membros continuavam me lançando olhares, como se quisessem que eu fizesse algo a respeito de tudo isso. Eventualmente, cedi e quebrei o silêncio.

— Então… seus negócios aqui já terminaram?

Em outras palavras, se há algo que você quer fazer, faça logo ou caia fora. Foi uma maneira incomumente indireta de formular a pergunta para alguém como eu, mas parece que consegui transmitir meu ponto.

— Não, ainda tenho uma coisa para resolver.

— E o que seria…?

— Tenho uma pergunta que desejo fazer a você.

— Sério? Então vá em frente — aceitei prontamente. Eu poderia decidir se queria responder à pergunta após ouvi-la primeiro.

— Ah, há muitos ouvidos atentos aqui para que eu a faça — Auril Gavis disse enquanto fingia olhar ao redor da mesa. — No entanto, parece rude mandá-los embora. Eu os forcei a revelar seus rostos, então devo ao menos compensá-los por isso, não?

Eu me tensionei com a escolha de palavras dele. Não havia como esse velho sentir genuína pena suficiente de qualquer um deles para fazer algo como os ‘compensar’. Ele devia estar tramando algo.

E, como esperado, ele continuou — Mas dar um prêmio de graça não seria divertido, então vamos jogar um jogo.

— Um… Jogo?

— Ora, sim. Vocês todos gostam de jogos, não é? Devo dizer de antemão, no entanto, que o prêmio será dado a apenas uma pessoa… aquela que vencer.

— … Poderia nos dizer qual será o prêmio? — o Goblin perguntou educadamente, perguntando sobre o prêmio antes mesmo de saber qual seria o jogo.

Auril Gavis jogou a resposta com a casualidade despreocupada de alguém oferecendo troco de sobra. — Eu vou enviá-los para casa.

O olhar nos olhos de todos mudou imediatamente.

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