Nem mesmo um.
Será que existe uma pessoa que possa dizer que nunca cometeu um único delito em sua vida? Alguém que fosse perfeitamente inocente?
Missha Karlstein acreditava que era impossível. Mesmo o mais santo dos santos cometia um erro pelo menos uma vez na vida. Mesmo alguém com as melhores intenções poderia acabar obtendo um resultado errado por acidente, machucando outra pessoa. Isso era inevitável.
“Se até grandes pessoas como essas podem cometer erros, é claro que uma fracassada como eu não seria exceção.”
— Eu… — Missha murmurou baixinho para si mesma. — O que estou fazendo…?
Ela vinha fazendo isso repetidamente há alguns dias.
Talvez as coisas estivessem melhores se ela pudesse ao menos lutar contra monstros ou algo assim, mas, como as coisas estavam, não havia muito o que ela pudesse fazer enquanto ficava trancada em seu quarto o dia todo. Ela ansiava por poder desligar a mente e viver como se estivesse sonâmbula, mas não querer pensar não significava que ela pudesse evitar pensar.
E assim, com o passar de vários dias longos, ela pensou e pensou. Os pensamentos eram sempre diferentes, e ainda assim sempre tão semelhantes. Ela começava a se sentir ressentida, depois se enojava de si mesma, e às vezes, tinha lampejos de clareza que pareciam colocar tudo em perspectiva. Quando esses pensamentos específicos vinham e iam, a conclusão a que ela chegava era sempre a mesma.
— Vou sair.
“Vou sair do Clã Anabada.”
Não, não é como se ela fosse um membro oficial do clã para começar. Isso deveria tornar ainda mais fácil para ela sair. Então, depois que esta expedição terminasse e eles estivessem de volta à cidade, ela desapareceria. Ela se afastaria da vida de Bjorn Yandel e não mostraria mais seu rosto na frente dele.
“Ele… provavelmente também quer isso.”
Essa era a conclusão a que ela havia chegado centenas e centenas de vezes. No segundo em que chegava a essa conclusão novamente, isso a fazia se encolher enquanto suas mãos buscavam por seu peito.
— Agh…
Dói. Além da falta de ar sufocante, seu peito simplesmente doía. Doía tanto que ela achava que poderia doer menos se ela pegasse algo afiado, fechasse os olhos e o cravasse nele.
No entanto, Missha não conseguia traduzir esses pensamentos em realidade. Não era por falta de desejo ou determinação. Era simplesmente porque ela sabia.
“Isso não está certo…”
Ele não gostaria desse tipo de final para ela. Isso mancharia todas as memórias que eles compartilharam em tons negros e a atormentaria pelo resto de sua vida.
“Dwalkie…”
Sem aviso, a memória dele veio à tona, o nobre mago que deu sua vida para salvar todos eles no Labirinto de Larcaz. Missha sabia dos sentimentos que ele tinha por ela.
Bem, ela não sabia enquanto ele estava vivo. Mas um dia, muitos meses após a morte de Dwalkie, o guerreiro anão Hikurod Murad contou a ela. Que ele sempre teve sentimentos por ela…
A princípio, ela não podia acreditar. Se fosse realmente o caso, por que Dwalkie escondeu seus sentimentos dela mesmo enquanto respirava pela última vez?
Ela não conseguia entender. Se fosse ela, teria usado a última oportunidade que lhe foi dada para compartilhar seus sentimentos.
No entanto, quando ela expressou isso em voz alta, Hikurod respondeu como se achasse a pergunta um pouco boba.
— Não é óbvio o que ele estava pensando? Ele provavelmente não queria deixar uma sombra escura para trás.
Ela achou essa explicação vaga e imprecisa. No entanto, apesar disso, ela a aceitou, se apenas porque achava que era o que Dwalkie teria desejado. Mas mesmo assim, ela nunca conseguiu entender completamente sua lógica. Pelo menos, não até hoje.
— Então… é isso que você estava sentindo…
Tecnicamente falando, ela e Dwalkie não eram nada parecidos. Ele sacrificou sua vida para salvar a todos, enquanto ela estava se debatendo em meio aos seus próprios erros, suas próprias falhas, e tentando encontrar uma saída. Se ela não estivesse no labirinto agora…
Se ela não estivesse agarrada à menor esperança de que um dia poderia ser perdoada, teria fugido há muito tempo…
Toc, toc, toc.
Naquele momento, ela ouviu uma voz do outro lado da porta trancada.
— Sou eu, Missha. Vamos conversar.
Era Bjorn.
Sua visita trouxe uma mistura de alegria e medo. No entanto, ela se forçou a se acalmar e fazer o que precisava ser feito.
Primeiro de tudo: ela não podia deixar que ele a visse assim. Ela lavou o cabelo e deu uma rápida enxaguada no rosto. Em seguida, apressou-se para arrumar seu quarto bagunçado. Felizmente, ela havia passado a maior parte do tempo ali sem fazer nada, então não havia muito para limpar.
— Posso entrar?
Ela abriu a porta para revelar o homem que não via há muito tempo, e ele entrou. Inexplicavelmente, seu coração começou a bater mais rápido.
Ba-dum.
“Por que Bjorn está aqui? Ele está preocupado comigo? Espero que o quarto não esteja com cheiro ruim…”
Embora ela estivesse murchando como uma flor colhida até alguns momentos atrás, por algum motivo, a vida retornou ao seu corpo no segundo em que ela estava na presença dele.
— Quero ativar isso para que possamos conversar. Posso?
Parte dela desejava que ele tivesse começado com uma conversa casual, mas no segundo em que passou pela porta, Bjorn foi direto ao ponto. Em sua grande mão, ele segurava um item que ela reconheceu imediatamente.
Confiança Equivocada.
Aquele nome… Ela não conseguia se livrar da sensação desconfortável de que o nome desse item parecia descrever perfeitamente o relacionamento deles no momento.
No entanto, a visão do item também levantou seu ânimo. Essa era uma oportunidade. Depois de virar as costas para ela naquele dia com uma frieza definitiva, ele estava dando a ela outra chance. Uma oportunidade de ouro para consertar as coisas, para compensar todos os erros que ela cometeu…
E talvez isso significasse que Bjorn também queria que as coisas voltassem a ser como eram antes.
— Então… você pode. Vamos conversar.
Foi por isso que a Missha não podia deixar essa oportunidade escapar. Ela estava em um limbo por tempo demais.
“Certo.” Com as mãos fechadas em punhos, ela fortaleceu sua determinação. “O que quer que Bjorn pergunte, vou responder honestamente.”
E assim, Bjorn começou sua investigação.
— Depois que desapareci da Ilha Farune, como você acabou seguindo Baekho Lee?
Começando com algumas perguntas mais longas que ela já havia respondido antes, muitas perguntas de sim ou não se seguiram, e Missha respondeu a todas com a verdade.
Nesse momento, Bjorn era muito parecido com um relojoeiro que ela havia visto trabalhando uma vez. Assim como ele meticulosamente retirava cada pequena peça do relógio para descobrir o que estava errado, Bjorn fazia perguntas, até as menores, e inspecionava cada parte.
— Baekho Lee… ele fez algo ruim com você?
— Algo ruim…?
— Tipo… colocou as mãos em você…
— N-Não! Nada disso! Eu juro!
Houve algumas perguntas que a machucaram e outras que aqueceram seu coração, mas essas não eram as importantes.
— Você realmente não sabia que a Pedra da Ressurreição faz com que o alvo perca todas as suas memórias?
— Eu não sabia…
— Então por que escondeu isso de mim?
— Como eu te disse naquela época… Achei que algo ruim aconteceria com você se descobrisse…
Essa foi a parte que irritou Bjorn naquele dia. Ela ainda podia se lembrar de como o rosto dele ficou duro quando ele perguntou se ela havia escondido isso dele simplesmente porque confiou na palavra de Baekho Lee.
A memória da última conversa deles estava fresca em sua mente, e antes que Bjorn pudesse dizer mais alguma coisa, Missha rapidamente gritou — E e-eu achei que valia o risco!
— …Valia o risco?
— E-Eu não sabia naquela época que você perderia suas memórias… Não, mesmo que soubesse, teria feito a mesma coisa…! Porque ainda é melhor do que você morrer…
— Foi por isso que você estava disposta a confiar nele?
— …Baekho Lee é realmente forte. E algo dentro dele está quebrado além do reparo.
Essa era a verdadeira razão pela qual Missha Karlstein aceitou a oferta de Baekho Lee: ela não sabia o que ele faria com ela se recusasse. Talvez até fosse ‘algo ruim’. Foi por isso que ela aceitou a Pedra da Ressurreição e voltou para o lado de Bjorn. Era um item que poderia salvar a vida de alguém que ela amava. Em sua mente, ela não tinha nada a perder ao aceitá-la.
No entanto…
— Huh, então é só isso?
Havia uma coisa que ela ainda não havia mencionado.
Ela não sabia como contar a ele. Dizer isso em voz alta poderia arruinar tudo. Mas, apesar do risco, Missha fechou os olhos com força e forçou as palavras através dos dentes.
— E-Eu, em troca de aceitar a Pedra da Ressurreição, concordei em lhe dar informações.
— …Informações?
— Ele me disse para ficar e te vigiar… — Missha abriu um olho para espiar a expressão de Bjorn. Por enquanto, ele parecia mais chocado do que irritado. — N-Não se preocupe, eu ainda não lhe dei nenhuma informação. Depois de sair naquele dia, não o encontrei mais.
— E se ele viesse atrás de você? O que você faria?
— …Não sei. Na época, só queria sair de lá e resolver o resto depois. — No entanto, no segundo em que a resposta saiu de sua boca, Missha sentiu que estava arranjando desculpas, então rapidamente acrescentou: — Mas… Acho que teria dado a ele algumas informações. C-Claro, seriam pequenas coisas que todos já sabem…!
— Hmm… — Absorvendo as quase-desculpas de Missha, Bjorn soltou um longo suspiro e coçou o queixo. Felizmente, ele não parecia muito bravo. Apenas acenou com a cabeça, reconhecendo sua resposta, antes de passar para a próxima pergunta.
E então…
— Pergunta final. — Bjorn olhou diretamente nos olhos de Missha e falou, cada palavra cuidadosamente escolhida. — Há mais alguma coisa que você está escondendo de mim?
Uma pergunta aberta que cobria todo o resto.
“Nada.” Ela havia respondido tudo o que ele perguntou honestamente. Isso era o que ela queria dizer, mas, por alguma razão, sua boca abriu e fechou sem emitir som algum.
Pouco antes, parecia que o relacionamento deles estava lentamente se curando, mas sua hesitação foi como um balde de água fria que congelou o processo de cura instantaneamente. Um silêncio pesado demais para ser descrito como mera ausência de som se instalou entre os dois.
Bjorn apenas disse duas coisas.
— Certo… Então há algo.
Ele soou resignado, como se já esperasse por isso.
Com o peito apertado, Missha tentou mais uma vez falar.
Dizer que ele estava errado. Que ela havia contado tudo que havia para contar. Que não estava escondendo nada dele. Mesmo querendo dizer tudo isso, as palavras se recusavam a sair.
Por quê? A Confiança Equivocada estava quebrada? Missha, que realmente não tinha mais nada a esconder, estava completamente perplexa, mas então…
“Ah…”
Ela finalmente chegou a uma conclusão. A Confiança Equivocada estava funcionando perfeitamente. Não estava quebrada e, mesmo agora, estava operando exatamente como deveria. O que significava que havia apenas uma razão para que a impedisse de falar.
Havia algo que ela estava escondendo dele.
— É… — A voz de Bjorn cortou o silêncio sufocante. — É… algo que você não pode me contar?
Ela sentiu instintivamente. Se ficasse quieta aqui, tudo estaria acabado para ela.
— …E-Eu não estou escondendo nada relacionado a Baekho Lee de você.
— Então? — Quando encontrou os olhos de Bjorn, atingida pela esperança que ele ainda tinha por ela, apesar de tudo, ela respirou fundo. — Então você está escondendo outra coisa de mim?
— Sim… — Mesmo enquanto assentia, quase como se estivesse possuída, a hesitação inundava seu sistema.
Ela poderia realmente dizer isso?
Enquanto ela estava fora, ele havia preenchido sua família com pessoas muito melhores do que ela. Ele havia feito novas promessas com elas. Talvez… Talvez fosse melhor para Bjorn se ela simplesmente desaparecesse.
— Eu…
Mas, mesmo enquanto pensava nisso, sua boca se moveu sem sua permissão.
Enquanto seus lábios congelados lentamente se abriam, a triste e amarga verdade que ela vinha guardando por todos esses anos começou a sair. — Eu menti para você naquela época, Bjorn.
As sobrancelhas de Bjorn se franziram com a palavra ‘menti’.
Pensando bem, ele sempre foi assim. Ser enganado era a coisa que ele mais odiava no mundo, e ainda assim, ela estava agora na posição de ter que contar a ele o que vinha escondendo.
“Eu não posso recuar agora.”
Ela deixou ir a última coisa que a segurava e falou. Isso era algo que ela pretendia lhe contar na Ilha Farune. Ela havia tentado matar seus sentimentos por ele, pelo bem dele, mas, impulsionada pelo medo de que ele pudesse morrer a qualquer momento, decidiu revelar que eles ainda eram fortes.
— Quando eu te disse que seria melhor se ficássemos apenas como companheiros…
Bem, levou mais tempo do que o esperado, mas ela finalmente teve a chance de lhe contar.
— Isso foi uma mentira.
É melhor começar mesmo quando você acha que é tarde demais. Eles já tiveram uma conversa assim uma vez, não?
— Em retrospecto… Não acho que te dei uma resposta adequada naquela época…
Com isso, Missha levantou a cabeça para encontrar seus olhos, certificando-se de articular cada palavra cuidadosamente.
— Bjorn Yandel, eu… também gosto de você.
Essas foram as palavras que ela não conseguiu dizer quando soube dos sentimentos dele por ela, muito envolvida em sua própria cabeça para dizer a verdade.
Bjorn não disse uma palavra.
Ela continuou, independentemente. — Eu gostava no dia em que você me disse aquelas palavras. E nos dias antes de você às dizer. E… — A voz da Missha era tão pequena quanto a de um rato, mas cristalina no silêncio. — Ainda gosto…
Esse era o único segredo que ela ainda estava guardando dele.
Há dias em que você acorda com uma sensação estranha no estômago. Dias em que, mesmo quando o céu acima está claro e ensolarado, você de alguma forma sente que há nuvens de tempestade no horizonte, esperando para te encharcar com chuva.
Para Erwen, hoje era um desses dias.
— Senhor! Você está… acordado?
Ela correu animadamente para o quarto dele ao amanhecer, apenas para encontrá-lo vazio.
A visão da cama vazia deixou Erwen com uma sensação inexplicável de desconforto. Ela procurou por toda a casa por ele, mas Bjorn não estava em lugar algum.
— O capitão? Quem sabe… Ele não me disse que ia sair… Ele não está dentro do prédio?
— …Sério? Eu procurei em todos os quartos, mas não o vi.
— Hmm, então talvez ele tenha saído para resolver algum assunto…
O navegador de Anabada, Auyen Rockrobe, assegurou-lhe que provavelmente não era nada, mas, por alguma razão, a boca de Erwen ficou seca como areia.
Na verdade, havia um quarto que ela ainda não tinha verificado.
“O de Missha Karlstein.”
A razão pela qual Erwen não tinha verificado o quarto da Missha era porque ela simplesmente não achava que havia qualquer chance de Bjorn estar lá. Além disso, parecia que algo havia acontecido entre os dois recentemente. Missha vinha passando a maior parte do tempo em seu quarto sozinha, e nos raros momentos em que saía para as reuniões do clã, ela parecia aborrecida.
No entanto, isso levantava uma questão interessante.
Tap, tap.
Por que, mesmo enquanto pensava que não havia como Bjorn estar lá, ela estava se movendo em direção ao quarto da Missha?
Ela sabia que era muito mais provável que ele estivesse fora cuidando de negócios, como o navegador deles alegou. Então, por que se sentia tão inquieta, tão preocupada que pudesse estar errada?
Tap.
Apesar das emoções negativas a atingirem de todos os lados, Erwen chegou ao seu destino.
O quarto estava localizado no canto do terceiro andar da casa. A porta estava firmemente fechada.
Ela considerou bater, mas não o fez, porque achou que seria estranho se ele não estivesse lá.
“Não sinto nenhuma magia.”
Não havia magia de isolamento de som ou qualquer tipo de barreira ao redor do quarto. Isso significava que, se ela quisesse, poderia ouvir tudo o que estava acontecendo lá dentro.
Erwen geralmente se esforçava para conter sua audição aguçada no dia a dia, mas agora ela se concentrou nela. No segundo em que fez isso, ouviu uma voz familiar.
— Bjorn Yandel, eu… também gosto de você.
Erwen imediatamente reconheceu a voz, mas não conseguia entender o que estava sendo dito.
Mas… o que diabos aquela mulher estava dizendo?
Convencida de que talvez tivesse ouvido errado, ela aguçou os ouvidos e se aproximou.
— Eu gostava no dia em que você disse aquelas palavras para mim. E até mesmo antes de você dizê-las. E…
Seu cérebro se recusava a processar aquilo.
Porque era uma confissão de amor, não era? Algo que Erwen nunca havia sido capaz de expressar em voz alta em toda a sua vida. E, no entanto…
“Conheça seu lugar, sua…”
Era inacreditável. Era enfurecedor.
Não era essa a mesma mulher que havia desaparecido sem deixar rastros, em vez de tentar vingar o Senhor depois que pensaram que ele havia morrido? O inocente e bondoso Bjorn estava disposto a aceitá-la de volta, provavelmente cegado pelos sentimentos de amizade que ainda restavam, mas Erwen nunca tinha esquecido.
Ainda assim, as palavras continuavam a ecoar em sua mente.
— Bjorn Yandel, eu… também gosto de você.
Foi só então que Erwen notou algo estranho.
“Também…?”
Aquela Terian, Gata Vermelha, definitivamente disse ‘também’.
E ‘também’ era usado para reciprocidade de um sentimento previamente declarado.
O que significava…
“…O Senhor disse isso primeiro?”
O pensamento era tão inacreditável que o fogo queimando em sua mente subitamente se extinguiu. E à medida que o calor diminuía, ela finalmente conseguia ver a situação pelo que era.
Ela não pôde evitar rir.
A pobre mulher estava claramente delirante. Estava imaginando uma conversa inteira com o Senhor. Sustentando a dedução de Erwen estava o fato de que ela não tinha ouvido mais nada vindo de dentro do quarto depois daquela revelação bombástica.
“Ainda assim… sinto um pouco de pena dela.”
Era o tipo de comportamento bizarro que seria difícil para a maioria entender, mas Erwen já havia feito algo parecido enquanto estava em um estado emocional delicado, então podia simpatizar.
“Hmm… então onde o Senhor foi parar…?”
Com isso, Erwen se virou e começou a normalizar sua audição aguçada, sentindo que tinha ouvido algo que não deveria.
Ou, bem, ela estava prestes a fazer tudo isso.
— …Entendo.
Mas então uma voz familiar falou de dentro do quarto.