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Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note – Nosoran 』

Foi há muito, muito tempo no passado, mas a memória ainda estava clara.

Depois de acordar no corpo de um bárbaro, entrei no primeiro andar e pisei em sua fenda, a Cidadela Sangrenta. Lá, conheci Raven e Hikurod e então tive que lutar contra o monstro de quinto nível e Guardião da Fenda, o Duque Vampiro Cambormere, quando eu não tinha sequer uma única essência.

Naturalmente, lembro-me da conversa que tive naquela época.

— Estranho, muito estranho…

Naquela época, ele disse algo semelhante quando nos viu, embora o que ele disse depois fosse completamente diferente.

— Olhando para vocês, não consigo conter minha sede de sangue. Vocês saberiam o motivo?

Ele tinha inteligência e era capaz de manter uma conversa. Não era a coisa mais estranha, havia vários mutantes de alto nível que podiam falar. Não que eu soubesse que Cambormere era capaz de falar assim, claro.

“Mas eu simplesmente ignorei isso na época.”

Naquele momento, a Cidadela Sangrenta não era apenas minha primeira fenda, mas também a primeira vez que matei Cambormere. Não pensei muito nas perguntas que tive por causa disso.

— Eu não posso perder. Eu não posso perder…!

E ainda, o Cavaleiro do Fim que encontrei na cabana do Templo Branco era mais desesperado do que qualquer outro monstro que já vi.

— Se é… uma mentira… ninguém sabe… isso não é… a verdade?

O Guardião da Fenda no quarto andar, o Doppelganger, também. Suas últimas palavras foram de desespero.

— …Que surpresa. Em pensar que alguém como você entende as leis deste mundo.

Até mesmo a entidade desconhecida que encontrei na sala de recompensas depois de terminar a raid de Dreadfear disse algo sinistro.

— Não abra o Portão do Abismo.

E isso sem mencionar a Bruxa da Terra, Elise Groundia.

Quanto mais andares eu subia, mais seres eu encontrava, e à medida que isso acontecia, minhas perguntas só aumentavam.

O que era o labirinto?

O que eram os Guardiões e os Lordes dos Andares?

O que havia além do Portão do Abismo?

“Talvez… Talvez hoje, eu tenha uma chance de encontrar uma resposta para essas perguntas.”

Essa sensação se enraizou na minha mente assim que fiquei cara a cara com o vampiro.

— Hmm, você não entende minhas palavras? — Sua voz parecia estar cheia de curiosidade, mais do que de cautela. Saí da minha observação silenciosa e rapidamente falei antes que essa curiosidade desaparecesse.

— Como você disse. Nos encontramos na Cidadela Sangrenta antes.

— A Cidadela Sangrenta… — O vampiro repetiu essas palavras baixinho antes de murmurar novamente enquanto me olhava. — Então é por isso que não me lembro. Isso já foi depois que acabei neste estado.

Sua resposta foi assustadora por algum motivo. Minha dúvida era maior que minha expectativa, mas ali estava eu, realmente conversando normalmente com essa entidade.

“E não parecia que ele iria me atacar aleatoriamente a qualquer momento.”

No entanto, como eu não tinha certeza de quanto tempo esse estado duraria, continuei rapidamente a conversa com — O que você quer dizer com acabar neste estado?

— Você também deveria ser capaz de ver. Este corpo monstruoso.

Ele provavelmente estava simplesmente falando sobre se tornar um vampiro. Eu esperava que ele falasse sobre estar preso no labirinto ou ser trazido para cá pela bruxa.

“Hmm, então esse velho também foi humano no passado?”

Eu queria confirmar isso antes de continuarmos, mas o vampiro foi mais rápido com sua pergunta. — Então… onde estamos? Por que estou aqui?

Para ser honesto, era difícil para mim dar uma resposta a essa pergunta.

— Eu certamente estava no Ducado Cambormere em chamas, depois da emboscada pela Igreja dos Três Deuses… — ele parou.

Havia uma grande barreira entre mim e este velho que era difícil de explicar com palavras. Era a sensação de uma pessoa do passado encontrando uma pessoa do futuro, cada uma tentando falar com a outra sem conhecer a situação de ambos.

Lentamente, expliquei — Este é o labirinto. E eu sou um aventureiro que está atravessando o labirinto.

— O que é… o labirinto?

Devido a uma falta de alinhamento nas informações, nossa conversa só poderia dar voltas e nunca se aprofundar.

Em vez disso, perguntei cuidadosamente. — Antes de eu explicar… poderia ouvir sua história primeiro?

— Minha… história?

— Qualquer coisa que você tenha a dizer está bem. Estou apenas curioso para saber qual é a última coisa de que você se lembra.

— Hmm… — O vampiro pareceu pensar por um momento antes de dizer lentamente — O exército da Igreja dos Três Deuses veio me subjugar. Fui derrotado naquela batalha e fechei meus olhos esperando pelo descanso. E então acordei aqui. Vi você assim que abri meus olhos, e parecia que já tinha te visto em algum lugar antes. Ah, também, o frenesi que me torturava há tanto tempo nem está presente. Há quanto tempo eu não me sinto com a mente tão clara assim…?

— …Entendo.

— Então você poderia me dizer? Onde estou… e o que é esse labirinto de que você fala?

— Posso tomar um tempo para coletar meus pensamentos?

— O quanto quiser.

Depois de receber a permissão do vampiro, rapidamente juntei as pistas que me foram dadas. Não apenas o que este velho me contou, mas todas as pistas que eu estava guardando.

— O Continente Negro é um lugar real.

A informação que o Palhaço deu na Távola Redonda depois que ele saiu dos muros.

— O exército da Igreja dos Três Deuses veio me subjugar.

A Igreja dos Três Deuses também existia em nosso mundo e continuava a exercer grande autoridade, e assim por diante… Não demorou muito para eu tomar uma decisão. Bem, ainda era apenas um palpite no final, mas um que, no todo, foi construído com os incidentes e informações que vieram de dentro do labirinto como base.

— Cambormere, não se surpreenda e escute.

— Estou ouvindo.

— …Uma coisa de que tenho certeza é que se passaram milhares de anos desde que você morreu.

Ele parou para processar. — O que você quer dizer? Eu não estou vivo agora?

Tudo isso era esperado.

— Não, você já morreu. E o você de agora… Provavelmente foi criado por outra pessoa.

— …Eu não consigo entender. — A hostilidade brilhou nos olhos do vampiro pela primeira vez.

Foi a reação que eu esperava. Quero dizer, se um estranho de repente lhe dissesse que você morreu, quem poderia aceitar isso com um sorriso no rosto?

“…Ainda assim, essa maneira de fazer as coisas é realmente difícil.”

O fato é que havia um método mais fácil. Eu poderia ter deixado a verdade de lado e simplesmente enganado o vampiro, dizendo o que ele queria ouvir. Se eu tivesse feito isso, poderia ter obtido informações dele muito mais facilmente. No entanto, mesmo sabendo disso, revelei minha teoria para ele, e, em certo sentido, o motivo para isso era muito típico de um bárbaro.

Porque eu não queria mentir para ele.

Era hora de eu me afastar de métodos sorrateiros como esse se eu quisesse ter o direito de me irritar quando fosse prejudicado.

— Cambormere, acalme-se e escute. Vou explicar por que penso assim.

Às vezes era preciso saber escolher o caminho difícil.


Passei muito tempo explicando tudo para este velho vampiro.

Expliquei o que era o labirinto, como estava a cidade agora e como o mundo havia mudado. O que vi ao aventurar-me pelo labirinto e o que experimentei. E finalmente… sobre a situação do meu primeiro encontro com ele.

Explicar tudo foi inconveniente além do que se pode imaginar e exigiu muito tempo. O vampiro teve dificuldade em entender a mudança no conhecimento comum de milhares de anos, e houve momentos em que a raiva se insinuou em sua voz, e ainda assim…

— …Pare aí. Entendo agora. Por que você disse aquelas palavras.

No final, o vampiro levantou a bandeira branca. No entanto, ele parecia ter uma última pergunta.

— Mas há uma coisa que eu não entendo.

— O que é? — perguntei, cauteloso. — Fale. Vou te contar o que for necessário para você entender…

— Por que você está me explicando tudo isso tão sinceramente? Se é como você disse, eu sou apenas uma criação, não uma entidade por conta própria. Talvez as memórias de hoje sejam apagadas da minha mente. Assim como eu esqueci que te encontrei naquele dia.

Não era uma pergunta que eu esperava ouvir, mas também respondi honestamente desta vez. — …Porque, se eu fosse você, também gostaria de saber a verdade. É por isso que te contei. Se eu te contasse toda a verdade, pensei que talvez também pudesse receber sua ajuda.

— Entendo… — O vampiro caiu em um breve silêncio, ponderando, antes de dizer: — Então me diga. Como você quer que eu te ajude?

A frase que eu tanto esperava ouvir.

Respirei fundo. — Cambormere, eu quero saber mais sobre você.

— Saber… sobre mim?

— Sim. Como você viveu, como era o mundo em que você vivia, e o que aconteceu para você acabar nesse estado. Assim como eu te contei tudo, quero saber tudo sobre você.

O vampiro pareceu surpreso com meu pedido, mas logo assentiu com uma expressão séria. — Eu vou te contar. É desconfortável contar a um estranho a história da minha vida, mas se o que você me disse é verdade, eu não passo de uma simples marionete agora? Eu preferiria… que alguém se lembrasse de mim. Ainda assim, é estranho quando de repente se pede para falar sobre minha vida. Certo, por onde devo começar…? Ah, pensando bem, talvez esse seja o melhor ponto de partida.

Esperei em silêncio, e então, um momento depois, ele revelou: — Eu tive uma filha.

E com isso, o velho vampiro começou a falar.

Presumi que isso fosse antes da maldição da bruxa consumir o mundo.

— Era uma era caótica. Os servos que seguiam a bruxa e o exército do império se enfrentavam todos os dias e derramavam sangue.

A batalha entre a bruxa e as pessoas também era uma história familiar para mim. No entanto, a história contada por sua boca era importante para mim de todas as formas. Mesmo que fosse uma história familiar, os registros da história antiga eram todos muito preciosos.

— Nosso Clã Cambormere, um ducado de um pequeno país na fronteira, foi relativamente pouco afetado pela guerra. Não nos aliamos nem à bruxa nem ao império, e aguardamos em silêncio o fim da guerra.

Mas um dia…

— Minha única filha adoeceu.

A doença devastou a garota, incurável por poções ou mesmo pelo poder divino de sacerdotes de alto nível. A cada dia que passava, a força vital de sua filha se esvaía, e o duque não podia apenas assistir impotente.

— Eu daria minha vida por ela, minha filha.

Depois de procurar por todo o reino, o duque acabou fazendo contato com os servos da bruxa. Eles lhe ofereceram uma possibilidade, uma forma de salvar sua filha.

— Só mais tarde eu viria a perceber isso, mas eles não eram servos da bruxa. Eram adoradores do deus maligno, Karui, que buscava afogar o mundo em caos.

No entanto, sem saber disso, o duque aceitou a oferta deles. A bruxa era renomada no império, e ele havia ouvido muitas histórias de pessoas que obtiveram salvação após se tornarem servos da bruxa, embora o próprio duque fosse neutro em relação a ela.

— Esse foi o começo de toda a desgraça.

Os sacerdotes de Karui curaram sua filha por meio de um método estranho. Durante os dias em que ela estava sendo curada, seu quarto era preenchido com o som interminável de gritos. A filha veio até ele implorando um dia para que parasse o tratamento, mas o duque recusou, dizendo que era para o bem dela.

— Minha filha foi curada da doença.

Com o tempo, sua filha recuperou a saúde, e os sacerdotes do deus maligno também se foram. O duque estava feliz no começo, acreditando que sua vida havia voltado ao normal, mas não demorou muito para que essa felicidade fosse destruída.

A voz do duque estava calma enquanto ele falava.

— Ela começou a inchar.

A filha começou a inchar como se todo o seu corpo estivesse se enchendo de pus.

— Se uma ferida fosse feita em seu corpo e seu sangue derramado, ele corroeria e derreteria tudo o que tocasse. Ela perdeu a sanidade e se tornou violenta.

O duque a trancou na prisão subterrânea. Não teve outra escolha. Se as notícias de que sua filha havia assumido essa forma se espalhassem, ela não estaria segura, ninguém do Clã Cambormere estaria. Ele planejava escondê-la primeiro e procurar formas de curá-la depois.

— No entanto, o problema era que ela se recusava a comer.

Por mais que oferecessem comidas deliciosas a ela, mesmo que fosse forçada a engolir, sua filha não aceitava nada.

— Eu podia sentir sua vida se esvaindo a cada dia. Ela havia perdido toda a energia e não conseguia nem abrir os olhos direito. Quando eu sentia seu pulso, sabia que seu coração estava morrendo.

Não havia nada que o duque pudesse fazer.

E um dia, enquanto ele assistia impotente sua filha desaparecer…

— Um dos cavaleiros que foi entregar comida a ela foi atacado e morreu. E só então… ela comeu.

Eu não precisei perguntar o que ela comeu.

— A criança que se enojava quando uma mosca passava por perto… estava comendo. Vorazmente.

O duque desmaiou quando viu aquilo, mas sua filha recuperou a energia após aquele dia. E então, para ganhar tempo para procurar um método alternativo, o duque trouxe criminosos para alimentar sua filha. No entanto, quanto mais ela comia, maior ela se tornava. A prisão subterrânea não era suficiente para contê-la, então ela foi movida para um depósito usado para armazenar água.

Com o tempo, ela comeu tanto que criminosos sozinhos não eram suficientes para saciá-la, então ele começou a incriminar pessoas inocentes para levá-las até ela.

— Meu eu de sempre não teria feito uma escolha tão tola, mas… parece que os seguidores do deus maligno também fizeram algo comigo.

Na época, o duque não conseguia pensar racionalmente. A agressão dançava à beira de sua mente, e seu senso de culpa desaparecia. Ele também tinha surtos intermitentes de inconsciência.

No entanto, as mudanças não eram apenas mentais, mas também físicas. Seus caninos cresceram, e seu olfato se aprimorou. A saliva circulava em sua boca quando ele sentia o cheiro de sangue. Ele se tornou capaz de usar magia negra sem ter sido ensinado como, e assim como uma borboleta sabia como bater as asas, ele se sentia confortável usando seu corpo recém-transformado.

Ficou mais fácil trazer comida para sua filha.

Com isso, as pessoas começaram a desaparecer com mais frequência, e à medida que seus servos leais partiam um por um por causa de sua brutalidade, sua casa começou a ser chamada de Cidadela Sangrenta. Naturalmente, a notícia chegou ao império, que estava em guerra contra a bruxa, e à Igreja dos Três Deuses.

— Depois disso, é o que te contei antes. O exército chegou, e fui derrotado.

Depois que sua personalidade foi torcida em crueldade, ele preparou um lugar secreto nas profundezas de seu castelo para seus hobbies secretos. Lá, a espada de um paladino perfurou o coração do duque.

— Pode ser risível, mas eu rezei.

Encarando a morte de frente, o duque rezou. Mas como os deuses da Igreja dos Três Deuses nunca o perdoariam…

— Eu rezei para a bruxa, que era chamada de inimiga da humanidade. Chamei-a de deusa e pedi que me salvasse, e se não pudesse me salvar, que ao menos salvasse minha filha. E então abri meus olhos aqui.

Levaria mais tempo para eu perceber, mas, em certo sentido, os eventos que o duque me descreveu haviam acabado de acontecer para ele. No entanto, de alguma forma, ele conseguiu me contar tudo isso com uma expressão tão calma.

Quando perguntei cuidadosamente sobre isso, ele balançou a cabeça, sem saber por que ele mesmo.

— Eu não sei… mas parece que muito tempo se passou. Se o que você disse é verdade, então realmente se passou muito tempo…

Não havia nada que eu pudesse dizer, apenas continuei a ouvir ele falar. E, enquanto eu fazia isso, ele olhou para mim e perguntou:

— Você sabe? O que você me contou hoje foi uma verdade brutal.

Eu entendi.

Embora eu pensasse isso, não disse em voz alta. Porque, mesmo assim, não havia como eu entender completamente.

Depois de ouvir sua história, esses pensamentos apenas se tornaram ainda mais claros em minha mente.

— No entanto…

O vampiro falou.

— Ainda assim, obrigado… Por me contar a verdade.

Eu permaneci em silêncio.

— Graças a isso, não vou sonhar um sonho inútil.

Foi uma sensação muito estranha.

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Olá, eu sou MrRody!

Capítulo adquirido pelo leitor Lobo Pidão!

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