Selecione o tipo de erro abaixo


Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note – Nosoran 』

Eu não dormi um segundo sequer, correndo dia e noite por dias a fio, até finalmente chegar ao templo.

O assustadoramente silencioso templo não estava diferente de quando o deixei. Até as tendas e instalações que havíamos montado, esperando ficar por perto por um tempo, ainda estavam lá. A única diferença era que não havia ninguém ali.

Ba-dum.

O que aconteceu aqui? Eu não conseguia ver nenhum sinal de batalha. Havia um ensopado grosso ainda no pote, como se tivessem parado no meio do preparo, e…

“…Está aberto?”

Só então percebi. A porta do templo, que antes estava fechada, agora estava escancarada. Será que isso estava relacionado ao que aconteceu aqui?

Aproximei-me cuidadosamente do templo quando, de repente, uma voz familiar me chamou por trás.

— ⟅Bjorn Yandel…!⟆

— ⟅…Presuntinho?⟆

Virei a cabeça na direção da voz e vi o Presuntinho correndo até mim.

— ⟅Por que você só chegou agora?!⟆ — ele exigiu. — ⟅Eu estava tão assustado! Achei que ia morrer…!⟆

Nunca o tinha visto tão assustado antes. No entanto, eu não tinha tempo para acalmá-lo e perguntar devagar o que havia acontecido. — ⟅O que aconteceu aqui?⟆ — perguntei, indo direto ao ponto.

— ⟅E-Eu não sei! O templo de repente brilhou com uma luz, e todos se levantaram e entraram como se estivessem fora de si!⟆

— ⟅Eles entraram voluntariamente…?⟆ — Será que estavam hipnotizados ou sob algum tipo de controle mental? Isso explicaria por que não havia vestígios de batalha ao redor.

— ⟅Sim! Vou repetir, mas o olhar nos olhos deles estava estranho. Eles andavam como se estivessem mancando e agiam como se eu não estivesse lá, mesmo quando eu estava bem ao lado deles!⟆

— ⟅Entendi, então acalme-se primeiro. Você está dizendo que foi o único que não foi afetado?⟆

— ⟅Sim.⟆

— ⟅Você não viu ninguém do grupo de expedição que cruzou o rio comigo?⟆ — perguntei, tentando manter a voz calma.

Presuntinho demorou um momento para se recompor antes de responder — ⟅Ah…! Se está falando deles, eles entraram no templo há alguns dias. Foram trazidos por uma criatura voadora estranha…⟆

Uma criatura voadora, ele estava falando daquele drone que eu vi antes?

— ⟅Então eles pareciam inconscientes?⟆

— ⟅Não⟆ — ele negou. — ⟅Os olhos estavam abertos, mas, assim como os outros, eles pareciam distantes.⟆

— ⟅…Que droga, qual é o alcance disso?⟆

— ⟅…Hã?⟆

— ⟅Ah, estava falando comigo mesmo.⟆

Era óbvio que a origem do controle mental era este templo. No entanto, eu nunca poderia ter esperado que seu efeito pudesse alcançar até além do rio.

Além disso, mesmo que eu assumisse que estar dentro de um fenômeno de separação dimensional me protegesse, por que o Presuntinho estava bem? Será que era porque ele era categorizado como um monstro?

Sem saber a resposta, concentrei-me em obter mais informações do Presuntinho por enquanto. — ⟅Então você não sabe o que há dentro do templo porque não entrou?⟆

— ⟅Bem… Eu estava esperando você voltar! Não é que eu estivesse com medo nem nada!⟆

— ⟅Sim, claro.⟆

Infelizmente para mim, Presuntinho era apenas uma testemunha. Ele não havia investigado ativamente o que havia acontecido, o que significava que essas eram todas as informações que eu poderia obter dele.

— ⟅Parece que vou aprender o resto depois que eu entrar lá.⟆

Eu só podia começar a correr.



【Você entrou no Sétimo Arquivo dos Registros.】


O interior do templo era extremamente simples. Após entrar pela porta de pedra aberta, fui recebido por escadas que segui até um salão heptagonal. Era estruturado de forma que, exceto por um dos lados com as escadas que desci, os outros seis tinham portas de pedra anexadas.

— ⟅Todas estão fechadas, exceto uma⟆ — murmurei para mim mesmo.

— ⟅…Está muito sinistro aqui.⟆

— ⟅A propósito, o que é isso?⟆

No centro do salão, havia algo que parecia uma mesa, ou melhor, algo mais parecido com um altar. Era feito de algo semelhante a pedra, e sete reentrâncias retangulares estavam esculpidas nele.

— ⟅Posso dizer que coisas deveriam ser colocadas aqui, mas ainda não sei o que são.⟆

Presuntinho ignorou meu murmúrio e repetiu — ⟅Não, mas está muito sinistro aqui.⟆

— ⟅Ah, talvez eu possa obtê-las uma de cada vez, como uma recompensa, se eu limpar as salas?⟆

— ⟅Você… Não consegue mais me ouvir…? Ei…?⟆

A voz preocupada do Presuntinho atravessou meus devaneios. Normalmente, aquele seria um momento para eu brincar e fingir que não conseguia ouvi-lo, mas não fiz isso, já que ter meus aliados sequestrados era uma situação bastante séria.

— ⟅Eu posso te ouvir.⟆

— ⟅…Então por que não está respondendo?⟆

— ⟅Não tenho nada a dizer.⟆

— ⟅Hã…?⟆

— ⟅E daí se está sinistro aqui? Quer que eu concorde com você?⟆

— ⟅Não, não é isso…⟆

— ⟅Então está resolvido. Fique quieto por um momento. Preciso pensar um pouco.⟆

Felizmente, o Presuntinho entendeu o que eu queria dizer e parou de tagarelar, e eu consegui me concentrar em pensar graças a isso.

“Parece ser do tamanho certo…”

Imediatamente tirei o livro dourado, aquele que saqueei da casa do Presuntinho na Ilha da Biblioteca depois de limpá-la, e que apareceu em uma linha do livro de histórias estranhas do chefe da aldeia. Quando coloquei cuidadosamente o livro dourado em uma das reentrâncias do altar, ele se encaixou perfeitamente.

Foi apenas uma coincidência?

“Eu acho que não.”

Lembrei-me da passagem escrita no caderno do chefe da aldeia.

O livro dourado não será particularmente útil para te ajudar a alcançar seus objetivos.

Eu havia interpretado esse conselho como o livro dourado sendo inútil para escapar do andar porque esse sempre foi meu objetivo. Mas então, por que um mecanismo como este apareceu enquanto tentava limpar a Ilha Arco-Íris, o lugar que considerávamos necessário para nossa fuga?

— ⟅Nada está acontecendo…?⟆ — Presuntinho se perguntou.

— ⟅Era de se esperar. É óbvio que as outras reentrâncias precisam ser preenchidas para que algo aconteça.⟆

— ⟅Ah…⟆

— ⟅De qualquer forma, fique para trás por mais um tempo. Preciso pensar mais sobre isso.⟆

Eu obtive este livro dourado depois de limpar a Ilha da Biblioteca. Então onde poderia conseguir o resto?

“Pode ser simples demais, mas talvez eu possa obter um livro de cada ilha depois de limpá-las…”

Ilha da Biblioteca, Ilha da Porta de Pedra, Ilha da Árvore, Ilha do Gigante, Ilha do Chefe, Ilha da Pedra e Ilha Arco-Íris… Coincidentemente, havia exatamente sete ilhas que existiam neste andar.

Claro, essa teoria também tinha algumas inconsistências. A Ilha da Porta de Pedra, por exemplo, a que estava cheia de estátuas de guardiões de pedra que também se abria em uma fenda. Embora tenhamos limpado a ilha, não consegui encontrar uma sala de recompensas como a casa do Presuntinho ou um livro dourado em lugar algum.

“Bem, acho que isso pode ser descartado como eu não ter visto o verdadeiro final daquela ilha…”

Então, e quanto à Ilha da Pedra e à Ilha do Chefe? A Ilha do Gigante pelo menos tinha aquele mega-gigante, mas não havia chefes desse tipo que pudessem ser enfrentados nas outras duas.

“Como o chefe da aldeia já está morto, ele provavelmente não tem relação com a limpeza da ilha.”

Apesar de pensar bastante sobre isso, nenhuma resposta veio à minha mente, e isso só alimentou o ciclo negativo que aumentava minha impaciência. Por isso, deixei a questão de lado.

Depois de guardar o livro dourado novamente no meu espaço de armazenamento, aproximei-me das portas de pedra fechadas e as examinei um pouco.

“Como posso abrir o resto das portas de pedra aqui?”

Eu não tinha ideia, mas sentia que era cedo demais para começar a pensar nisso. Já havia uma porta de pedra escancarada. Provavelmente, uma pista apareceria se eu seguisse por essa primeira. Um método para salvar meus aliados que foram sequestrados no templo provavelmente também estava além daquela porta.

— ⟅Vamos, Presuntinho.⟆

Não perdi mais tempo e me aproximei da porta de pedra aberta. Algo liso estava no caminho além da porta de pedra, impossibilitando ver através dela. Em vez de um portal, isso parecia mais uma parede de névoa.

Quando eu estendi cuidadosamente a mão em direção à barreira, uma sensação suave roçou minha mão enquanto eu a atravessava. Era como colocar a mão em um líquido, mas sem sentir qualquer umidade. Foi um pouco desagradável, mas como não tinha outra opção senão entrar, parei de hesitar e atravessei.

Dei meu primeiro passo na área desconhecida e encontrei uma cena estranha diante de mim.

“Uma prisão…?”

Eu havia chegado dentro de uma prisão. No entanto, não era como a prisão subterrânea da Guilda dos Aventureiros, mas mais parecida com uma prisão moderna. Talvez até mais futurista?

Thop, thop, thop!

Os caminhos que deveriam ser patrulhados pelos guardas estavam, em vez disso, cheios de drones flutuantes, e no centro do salão havia um enorme lobo adormecido, feito de peças mecânicas. Todos os tipos de monstros estavam sendo arrastados pelos drones, com expressões vazias em seus rostos.

— …Eles não conseguem me ver?

Parecia que eu tinha ficado invisível. Os drones, os monstros e o lobo mecânico continuavam suas atividades, me ignorando completamente.

— ⟅O-O que é este lugar?⟆ — Presuntinho gaguejou.

— ⟅Como eu saberia?⟆

Primeiro, me virei para checar a parede atrás de mim. Como se dissesse que eu era livre para sair quando quisesse, uma cortina lisa e brilhante estava colada à parede.

Shrk.

Certo, eu ainda conseguia atravessá-la. Isso significava que, no pior dos cenários, eu ainda poderia sair desse…

— ⟅Bjorn Yandel…⟆

O Presuntinho então me chamou de onde estava sentado no meu ombro. Achei que ele fosse se assustar novamente, então estava pronto para ignorá-lo. No entanto, ouvi algo que não podia ignorar.

— ⟅Este lugar… parece familiar. Talvez… eu já tenha vindo aqui antes de perder minhas memórias.⟆

— ⟅O quê…?⟆

— ⟅…Fique quieto. Estou pensando.⟆

“O que vai, volta, eu suponho?”

— ⟅Ah, entendi.⟆

Mesmo fechando a boca para não distrair o Presuntinho, continuei a observar meu entorno. Não era como se algo fosse mudar só porque eu estava impaciente. Presuntinho provavelmente me diria se se lembrasse de algo. Melhor continuar fazendo algo, pelo menos.

Toff, toff.

E assim, quando comecei a andar pelo lugar, percebi que estava enganado. Os drones, o lobo mecânico e os monstros atordoados… Achei que tinha me tornado um bárbaro invisível para eles, porque não se importavam mesmo depois de me verem.

“Parece que não estou completamente invisível.”

Quando me aproximei de um, o drone que estava voando parou por um momento antes de me examinar com sua lente, que funcionava como um olho, e depois perdeu o interesse em mim, continuando com o que estava fazendo.

“Hah… Lutar com eles seria mais fácil para mim.”

Eu não precisaria passar por esses ‘e se’ se todos se tornassem hostis e me atacassem assim que eu desse um passo à frente.

…Mas talvez esse pensamento estivesse se tornando bárbaro demais.

“Tanto faz. Vamos seguir um por enquanto.”

Com o ainda pensativo Presuntinho no meu ombro, segui atrás de um monstro que estava seguindo um drone. Mas então, o Presuntinho de repente bateu no meu ombro e disse — ⟅Ali, tente descer por lá.⟆

— ⟅Agora?⟆

— ⟅Rápido!⟆

Era uma sugestão sem fundamento, mas decidi seguir o conselho do Presuntinho e saí da formação, descendo uma escada lateral.

— ⟅É aqui.⟆

Depois de descermos o que parecia ser uma escada de emergência, Presuntinho me parou.

— ⟅Ali, cheque a parede.⟆

Não parecia que ele estava brincando, então em vez de pedir uma explicação, apenas agi. Mas o que era isso?

Minha mão roçou na parede e encontrou um pequeno entalhe oculto. Tirei uma adaga e a enfiei no entalhe, retirando uma placa da parede.

— ⟅Está realmente aqui…⟆

Havia um cartão misterioso no buraco vazio que a placa estava cobrindo. Não era como um cartão de plástico usado nos dias de hoje, mas um cartão de metal robusto. — ⟅…O que é isso?⟆

— ⟅…Eu também não sei.⟆

— ⟅Você me diz para vir aqui e não sabe?⟆

— ⟅Eu só consigo lembrar partes da minha memória. Em algum momento… eu escondi esse objeto aqui.⟆ — o Presuntinho falava como se esse cartão fosse muito importante, mas não conseguia lembrar para que servia.

— ⟅…Entendi.⟆ — Depois de colocar o cartão no meu subespaço, coloquei a placa de volta no lugar e saí da área. — ⟅Para onde devo ir agora?⟆

— ⟅Mais para baixo… Haverá algo se você descer mais. Eu sempre sigo esse caminho nas minhas memórias.⟆

Me perguntei se o Presuntinho realmente sabia de algo, mas não perguntei e apenas desci o resto das escadas.

Eventualmente, tive que admitir — ⟅Não dá para descer mais.⟆

— ⟅Então é aqui.⟆

Após chegar ao final das escadas, abri cuidadosamente a porta à minha frente e entrei. Felizmente, a porta não estava trancada, mas o lugar além dela era completamente diferente da prisão que eu havia visto no topo das escadas.

Era um domo que me fez pensar em um campo de futebol. No entanto, a primeira estrutura que me veio à mente ao olhar para o lugar foi a de uma fábrica.

Zzzt.

Um monstro subiu em uma esteira e se contorceu antes de congelar.

Flash!

Uma máquina acima dele brilhou, e o monstro desapareceu sem deixar rastro. Mas, por algum motivo, uma pedra de mana ficou no lugar.

Zzzt.

A esteira se moveu novamente e a pedra de mana no final foi colocada em uma caixa. E quando a caixa ficou cheia de pedras de mana…

Zzzt.

A caixa foi movida por outra esteira para algum lugar. No entanto, não consegui ver para onde a caixa estava indo.

— ⟅Ei! Ali! Olhe lá!⟆

Virei-me para ver o que o Presuntinho estava apontando e fiquei paralisado por um segundo.

Zzzt.

Um rosto familiar apareceu em cima da esteira.

— …Raven?

Raven estava se movendo na esteira com uma expressão vazia no rosto.

Flash!

E ela estava se movendo em direção à máquina que transformava os monstros em pedras de mana.

Picture of Olá, eu sou MrRody!

Olá, eu sou MrRody!

Capítulo adquirido pelo leitor Jadoka!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥