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『 Tradutor: MrRody 』

A luz retornou lentamente à minha visão escurecida.

“Este é o meu quarto.”

O quarto de Bjorn Yandel na pousada, não o de Hansu Lee. Quando verifiquei meu relógio, exatamente doze segundos haviam se passado desde que fui levado para aquele lugar.

“Será que uma hora lá equivale a um segundo aqui?”

A diferença de tempo em si não era surpreendente, porque o labirinto era assim também. Não importava quantos dias eu passasse lá, quando voltava para a cidade, sempre era meio-dia do dia seguinte.

“Não sei qual é o mecanismo por trás disso, mas é definitivamente um fenômeno conveniente.”

Ainda assim, devo ser cuidadoso. Dito de outra forma, isso significava que eu estaria indefeso por até doze segundos a cada mês. Claro, em caso de emergência, eu poderia simplesmente desconectar e sair, então não havia problema… mas e se não houvesse uma emergência? E se algo acontecesse nesses doze segundos, num piscar de olhos?

“Será difícil reagir adequadamente.”

Bem, eu não tinha a intenção de deixar de usar a comunidade apenas por esse motivo. Eu estava apenas arquivando o perigo no meu subconsciente. Dessa forma, quando algo realmente acontecesse, eu poderia reagir o mais rápido possível.

— Huff…

Estiquei-me e soltei um longo suspiro. Havia uma leve fadiga pairando ao meu redor, não física, mas esgotamento mental.

“Certo, tecnicamente, estive acordado por doze horas.”

Fechei os olhos, pensando que se alguém tivesse o hábito de dormir até tarde apenas neste dia específico, seria razoável suspeitar que fosse um jogador. No entanto, eu não queria ir dormir imediatamente; precisava de tempo para organizar meus pensamentos.

“É bom que eu tenha entrado cedo.”

Os Caça-Fantasmas eram um lugar feito e operado com mais profissionalismo do que eu esperava. Não havia dúvida de que atuava como a fonte de informação que eu queria. Graças a isso, eu consegui obter informações sobre o suposto colapso dimensional.

“Um rumor, hum?”

Isso foi uma coisa boa. Isso ficou claro. No entanto, por algum motivo, meus sentimentos de desânimo e ansiedade cresceram simultaneamente. Quando ouvi falar pela primeira vez sobre o colapso dimensional, pensei que essa fosse a razão de me sentir como estava. Mas se não fosse, o que diabos estava prestes a acontecer?

“…Vou ter que ser mais cuidadoso.”

Com esse pensamento em mente, adormeci. O tempo passou assim e então era manhã do dia seguinte. O dia de cumprir minha promessa ao Barão Martoin tinha chegado.


— Boa sorte! Me conte tudo quando voltarrr! — Missha me viu partir e saí para a rua. E depois de trocar de carroça muitas vezes nas plataformas, cheguei à casa do Barão Martoin.

— Venha aqui. Não há tempo.

Assim que entrei na espaçosa mansão, fui arrastado para uma sala esplêndida onde troquei de roupa. Aparentemente, minha aparência não era selvagem o suficiente para eu comparecer ao banquete do conde hoje.

“Maldição.”

Sendo um bárbaro, você passava por esse tipo de coisa. Normalmente, eu teria sido mais bem vestido pelo motivo oposto.

— Oh meu Deus, olha esses músculos…

Com a ajuda da empregada, tirei o peitoral e a camisa que estava usando e coloquei protetores de ombro no meu corpo nu, com espinhos de um lado e um design em forma de crânio de besta do outro.

— P-Poderia abaixar um pouco?

— Claro.

A empregada ficou em um banco e lamuriava enquanto enrolava algo em volta do meu estômago, um cinturão de campeonato que era mais grosso do que o comprimento até mesmo da minha mão. Droga, por que eu tinha que usar algo assim? Uma couraça 1 poderia proteger todo o meu torso.

— Por favor, levante o braço.

Mesmo depois disso, vários pedaços decorativos de equipamento focados em intimidar em vez de defender foram adicionados ao meu corpo contra a minha vontade. A distribuição de peso também era arbitrária, ao ponto de cada movimento ser desconfortável. e as empregadas desamarraram meu cabelo, então ele ficava caindo e obstruindo minha visão.

“Mas eu posso ver o que estão tentando fazer:”

Quando olhei no espelho, lá estava um guerreiro bárbaro que provavelmente bebia sangue de dragão e comia carne de ogro como lanche. De repente, tive um pensamento: e daí se faltasse proteção ou praticidade? Sério, se eu andasse assim, todo mundo estaria ocupado se borrando e correndo. Nesse sentido, o fator de Intimidação era ótimo. Eu o nomeei Modo Bárbaro ‘Verdadeiro’, mas acho que ainda não era suficiente para eles.

— Tsk. — Um palito de sushi com cavanhaque olhou para mim em desaprovação. Esse desgraçado nem mesmo me disse seu nome.

— Qual é o seu nome?

À minha pergunta, o mordomo franziu a testa e respondeu de forma lacônica, como se não quisesse conversar comigo. — Estou ajudando a…

— Ok, Mordomo.

— …Tsk, bárbaro ignorante.

O mordomo era um cara que eu não gostava por muitas razões. Dizem que aqueles que crescem com menos se tornam piores. Do começo ao fim, ele falava comigo com um tom que sugerisse que estava falando com alguém inferior a ele. Nem mesmo o barão me tratava assim.

“Quem ele pensa que é? No final das contas, ele ainda é um plebeu.”

Mesmo enquanto resmungava interiormente, segui as instruções do mordomo e coloquei palmilhas em meus sapatos, botas de metal pesando oito quilos devido ao excesso de ornamentação. As coisas desconfortáveis eram verdadeiramente agonizantes.

— Agora você vale a pena olhar. Você estava muito baixo antes — disse o gandula de pebolim.

“Ha… é só por um dia.”

Não é de se admirar que ele tenha concordado em me pagar um milhão de pedras por um dia. Foi genuinamente o custo do trabalho real que estava fazendo. De qualquer forma, quando o mordomo espírito de porco explicou os detalhes sobre a ordem dos eventos e onde eu deveria ficar enquanto o barão falava com os outros, já era hora de sair.

— O tempo acabou. Vamos.

Saí do salão palaciano e segui em direção aos portões principais. Uma carruagem luxuosa já estava esperando. Talvez o barão, que não tinha visto durante todo o dia de hoje, estivesse viajando nela.

— Por que você está parado aí? Seu lugar é ali.

Fiquei na frente do cortejo da carruagem. Será que estavam planejando seguir minha liderança?

— Esta é uma missão importante, então certifique-se de manter os olhos para frente e manter sua postura… — O mordomo irritante continuou me incomodando até o último momento, claramente sem confiar em mim.

— Partir! — Em pouco tempo, um cavaleiro montado bem atrás de mim gritou, erguendo uma bandeira, e eu liderei o cortejo em um ritmo moderado.

Thomp! Thomp!

Ao sairmos do portão principal, pude ver as amplas ruas pavimentadas em um único olhar. Estas eram as ruas de Karnon, a capital real do Distrito Um, onde eu não teria sido capaz de entrar devido ao meu status. Até as lojas eram grandiosas, e o traje das pessoas ao meu redor era igualmente aristocrático. O Palácio Imperial, que nem sequer conseguia ver de onde morava, estava espiando por cima das construções ao longe.

“Tenho que encontrar um jeito de entrar aqui rapidamente para usar a Casa de Leilões do Céu…”

O mordomo disse para eu olhar apenas para frente, mas não perdi essa oportunidade de olhar ao redor. Talvez tenha sido por isso…

— Alto! — Quando peguei o caminho errado, o cortejo parou imediatamente. O penguin adestrado correu até mim, vermelho de raiva, e gritou algo, mas eu confiantemente cutuquei minhas orelhas. De quem foi a ideia de deixar isso para um bárbaro?


A distância da mansão do barão até a do conde, onde o banquete estava sendo realizado hoje, era de cerca de seis quilômetros e meio. Embora eu tivesse experiência em rastejar uma distância maior do que essa em três membros, tinha negligenciado o fato de estar usando um conjunto completo de equipamentos que era a própria definição de irracional.

“Puta que pariu.”

O suor escorria pelas minhas costas. Se não fossem as palmilhas que foram adicionadas no final, isso não teria sido tão difícil.

— O Ilustre Barão Martoin está entre nós!

Enquanto estava criando mais apelidos para o mordomo, chegamos ao nosso destino. Assim que os portões da frente da propriedade do conde se abriram, olhares curiosos voaram para nós de todos os lados. Deviam ser nobres que não teriam ficado satisfeitos com qualquer entretenimento, mas parecia que era a primeira vez deles vendo um bárbaro liderando um cortejo de carruagem.

— Colocar o bárbaro na frente, você deve ter sido inspirado por aquela história!

— Isso criou uma atmosfera intimidadora e grandiosa. Parecia que um gigante estava passando.

— Nossa, pai, podemos fazer uma entrada assim na próxima vez?

A nobreza reunida em um grande saguão ao ar livre onde o banquete estava sendo realizado começou a expressar suas impressões uma por uma. Acho que as reações foram do agrado dele, pois quando o barão desceu de sua carruagem, ele explodiu em uma risada que eu nunca tinha ouvido antes.

— Esta é a primeira vez que recebo tanta atenção apenas ficando aqui parado. Quando eu voltar, vou te dar uma compensação generosa. — O barão estava tão contente que até me prometeu um bônus. — Vou cumprimentar o conde, então vocês podem aproveitar o banquete enquanto isso.

Logo depois, o barão entrou na mansão acompanhado apenas por alguns criados. Então, naturalmente, os cavaleiros se dispersaram e se misturaram ao banquete. Foi só então que percebi que havia sido deixado sozinho nesta grande sala de banquetes.

— Oh, olhe os chifres no capacete. Que assustador!

— Parece que foi modelado após o antigo demônio Parseira!

Ternos, smokings, vestidos com as costas expostas, uma armadura de cavaleiro ostentando um brilho branco e metais preciosos que cintilavam como a superfície das ondas… e então eu: o único com a aparência de um selvagem. Será que isso era algum tipo de zoológico?

— Olha, está andando. Me pergunto para onde está indo!

Apenas dando um passo, ouvi as pessoas ao meu redor explodirem em exclamações curiosas. Senti como se o transtorno de estresse pós-traumático que pensei ter superado estivesse prestes a voltar com força.

Foi então que um homem se aproximou de mim. — Bom trabalho. — Era um cavaleiro que tinha atuado como porta-bandeira na fileira logo atrás de mim. — Você realmente é um monstro, vestindo isso e andando tanto sem descanso. — O cavaleiro, que deve ter observado meus esforços mais de perto do que qualquer outra pessoa, riu e deu tapinhas no meu ombro. — Que tal sentar comigo ali até o barão voltar?

O que era isso? Esse homem era um deus? — Tudo bem. — Logo depois, me sentei em uma cadeira vazia com o cavaleiro. Todo tipo de iguarias me cercava, mas elas não despertavam meu apetite. Deve ter sido o mesmo para o cavaleiro, pois ele apenas ficou ali saciando a sede com álcool. De repente, fiquei curioso e perguntei: — Está tudo bem você não estar com eles?

— Mesmo se eu fosse para lá, não seria bem-vindo. Eu costumava ser um aventureiro como você.

Não é de se admirar que ele parecesse tão desolado. — Eu sou Bjorn, filho de Yandel. Qual é o seu nome?

— Eu sou Carls Erimor.

Depois de trocarmos breves apresentações, continuamos a conversar. Desde o início, pude perceber que Carls era um cara muito legal. Ele era um aventureiro, então nos entendíamos bem, e mesmo sendo um cavaleiro, ele não mostrava a arrogância característica deles. Aquele esnobe maldito deveria aprender com esse cara.

— O que você está fazendo? Quem mandou você sentar? — O coiso, que tinha entrado na mansão com o barão, me encontrou e veio correndo na minha direção imediatamente. Parecia descontente por eu estar descansando.

— Olhe. Não há necessidade disso. Eu disse a este companheiro para fazer uma pausa.

Quando Carls deu um passo à frente, o mordomo recuou e baixou a voz. — …É mesmo? Se você terminou de descansar, levante-se. O que as pessoas vão pensar se verem um bárbaro sentado e descansando?

— …Que ele está descansando?

— Não, as pessoas vão pensar que você é fraco. Então levante-se. Independentemente da sua verdadeira natureza, você deve ser um guerreiro de ferro hoje.

Sob o estímulo do mordomo, levantei-me da minha breve pausa.

“Sim… só por um dia.”

Eu não prometi me tornar o troféu e a principal atração do barão? Eu estava determinado a desempenhar completamente meu papel. Claro, isso estava longe de ser uma resignação. Um guerreiro de ferro, um selvagem neste mundo cujos punhos vinham antes da lei, um bárbaro. Sim, se esse fosse eu…

— Behelaaah!

Assim que terminei de reenquadrar minha mente, o grito saiu de meus lábios por conta própria.

— O-O que você está fazendo?! Você sabe quanto custa personalizar as roupas que está usando hoje, ou o quão patético você parecia quando se perdeu mais cedo? — O mordomo, que estava fazendo esses comentários insultuosos, franzia a testa.

A visão me fez questionar por que estava aguentando isso. Eu não era um bárbaro? — Eu só senti vontade de fazer isso! — Com esse espírito, peguei um pedaço de carne ao meu lado de maneira bárbara. Era um machado? A carne estava presa a um osso que quase parecia um cabo. — Sim, bem isso que eu queria.

Enquanto rasgava a carne com as mãos nuas como um selvagem, o mordomo assentiu. No entanto, a expressão em seu rosto se endureceu quando me viu mastigando também o osso.

Para isso, respondi respeitosamente mantendo minha dignidade como guerreiro bárbaro. — Mordomo, quero esmagar seu crânio.

— …O quê?

Ele nunca teria ouvido esse tipo de palavras em toda a sua vida. Encarando o mordomo claramente duvidando de sua audição, ofereci gentilmente uma explicação. — Eu só sinto vontade de fazer isso por algum motivo!

Crunch, crunch.

Enquanto falava, os ossos de um animal desconhecido estavam sendo esmagados em minha boca.

— S-Suas brincadeiras vão longe demais.

— Brincadeira? — Quando virei a cabeça como se perguntasse o que ele queria dizer com isso, a tez do mordomo ficou branca. Parecia que ele só tinha percebido que eu era um bárbaro afinal. — Isso pareceu uma brincadeira para você?

Bárbaros eram simples e ignorantes, transparentes sobre seus sentimentos. Claro, o mordomo pode não ter conhecimento da fisiologia bárbara.

“Mas se você investigou meu histórico, saberá o que aconteceu na guilda.”

Claro, eu tinha uma explicação para o que tinha feito. Naquela época, eu não tinha outra escolha. Exceto por saques, falha em pagar impostos e algumas leis relacionadas à nobreza, a maioria das coisas neste mundo poderia ser resolvida com uma multa. Contanto que você pudesse provar que não era um saqueador, poderia resolver o restante de alguma forma. Mas isso era algo que apenas eu sabia. Para os outros, eu devia parecer apenas um bastardo louco.

— …Eu tenho algo que preciso fazer. E-Então eu vou indo. Vo-Você tire um descanso. — O frangote fugiu apressadamente com uma expressão desconfortável no rosto, implicando que ele realmente havia me investigado.

Carls, que estava assistindo a tudo isso acontecer, riu alto. — Hahaha! Eu nunca vi esse homem fazendo aquela expressão! — Por algum motivo, minhas ações pareciam agradá-lo. — Mas seus dentes estão bem?

— Está tudo bem. Eles são bastante resistentes. — Mais do que uma habilidade inata, isso era um efeito colateral do aumento do meu atributo de Força Óssea. De qualquer forma, por algum motivo, mastigar ossos me deu fome, e comecei a comer de verdade.

— Olhe para isso!

— Oh meu Deus, que barbaridade!

As damas nobres olhavam para mim como se estivessem vendo uma nova espécie, mas isso não importava mais. Quem se importava se eu parecia bárbaro? Se eu pudesse ignorar a humilhação, não haveria posição mais confortável para mim do que esta.

— Behelaaah!

— Por que você está gritando de repente?

— Delicioso! — O tempo de hesitar diante de toda essa elegância tinha acabado. Agora eu comecei a desfrutar do banquete de verdade.

  1. Uma armadura que cobre todo o peito, abdomen e costas; a couraça é uma peça de armadura largamente utilizada, nomeadamente pelos cavaleiros e infantes, em diversos períodos da Idade Média.[]
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