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Combo 4/25

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— Sei que você vai me chamar de velho idiota, mas acho que tenho a solução para o seu problema.

— Se você está se referindo ao seu pequeno protegido, então você é mais que um tolo, você é certificável. Eu tentei, Ainz tentou, eu poderia escrever um livro com os nomes de todos aqueles que tentaram.

— Só posso esperar que Krishna Manohar, o deus da cura, retorne em breve. Só ele pode me salvar dessa angústia. A única razão pela qual ele ainda não está aqui é porque aquele maldito lunático não está em lugar nenhum.

— Ele está fazendo seus experimentos em alguma vila remota, abandonada por humanos e deuses. Ele até deixou seu comunicador para trás, para que não pudesse ser perturbado. Minha mãe sempre disse que solteiros não são confiáveis, e droga se ela não estava certa. Se aquele bastardo tivesse uma esposa ou um marido, ou até mesmo um gato, alguém saberia onde encontrá-lo!

— Eu concordo completamente com você. Só um homem casado realmente entende o peso da responsabilidade. — O Conde Lark a bajulava.

— Mas permita-me dizer que você está subestimando meu protegido. — Lark ignorou o rosnado feroz da Marquesa e avançou.

— Como eu já disse mais de uma vez no passado, ele é abençoado pela luz. Vou compartilhar com você um segredo de família. Ele realmente ajudou minha filha com um problema parecido.

— Sua filha foi amaldiçoada? — A marquesa levantou uma sobrancelha em descrença.

— Infelizmente, sim. Isso atormentou a vida dela por anos. — O Conde Lark sabia que a melhor mentira era aquela envolta por uma meia verdade. Afinal, Keyla sempre chamara sua acne de maldição.

— O que você tem a perder? Se eu estiver errado, nós iremos embora e você nunca mais ouvirá falar de mim. Fora dos negócios oficiais, é claro.

— Isso é uma promessa? — Era bom demais para ser verdade.

— Juro pelos meus ancestrais. Se ele falhar, as únicas coisas sobre as quais falaremos serão assuntos do Condado.

Depois de apertar sua mão para selar o acordo, a Marquesa Distar pediu que ele contatasse Nana, que por sua vez ligou para Lith.

Quando ele chegou na casa de Nana, Ainz já estava lá, esperando por ele.

Ele era um homem de vinte e poucos anos, vestindo uma túnica preta completa que cobria toda a sua figura, exceto a cabeça e as mãos. Ele tinha dedos longos, cabelos e olhos pretos como breu, com alguns tons pretos estranhos que pareciam devorar a luz do sol ao contato.

Ainz tinha feições marcantes e inteligentes, com uma pedra preciosa vermelho-sangue bordada em seu peito.

“Além da joia chamativa, esse é o tipo de homem com quem eu casaria alegremente uma das minhas irmãs. Pena que ele é muito velho, nobre e cafona.” Lith pensou.

Ainz lançou-lhe um olhar estranho, mas seus olhos não revelavam nenhuma emoção.

— Minha senhora precisa de sua ajuda, jovem magico. Você sabe voar?

Lith assentiu, engolindo um comentário sarcástico.

— Então vá naquela direção o mais rápido que puder. — Ainz apontou para o norte, nordeste. — Eu vou te seguir de perto.

Lith fingiu lançar um feitiço pessoal, mexendo os dedos aleatoriamente e contando de trás para frente de dez a sete, em inglês. Ao imitar o Ry, ele acoplou seu melhor feitiço de voo com o efeito deslizante, atingindo uma velocidade próxima a 500 km/h.

Ainz precisou apenas de um pequeno esforço para alcançá-lo.

“Nada mal! Os caras do núcleo de mana roxo são realmente impressionantes.” Tanto Solus quanto Lith queriam ver do que alguém com tanto talento era capaz com seus próprios olhos.

“Impressionante! Tão jovem e ele já criou alguns feitiços pessoais. Talvez o velho lunático não seja tão louco, afinal.” Ainz pensou.

Quando chegaram à casa da marquesa, Ainz passou por todas as barreiras e guardas tão rápido que Lith não conseguiu dar uma boa olhada ao redor. Ele teve que gastar todas as suas energias apenas para acompanhar seu ritmo.

Antes que ele percebesse, ele estava em uma sala de estar chique. Ambos os nobres se levantaram com a chegada deles.

— Isso foi rápido, Ainz. — A marquesa pareceu agradavelmente surpresa.

— O jovem parece ter mais de um trunfo na manga.

“Esse comentário sobre minhas habilidades é para ser sutil ou algo assim? Sério? O quão estúpido você acha que eu sou?” Lith estava seriamente irritado, mas os olhares do Conde e sua consciência culpada mantiveram sua boca fechada.

A marquesa deu a Lith uma versão resumida da história, arrastando-o para o quarto da filha sem lhe dar tempo para pensar ou mesmo expressar sua opinião.

“Já entendi! Você não tem fé em mim. Pare de me arrastar como um maldito pacote!” Lith pensou.

Ele estava pensando seriamente em falhar de propósito, só para se vingar dela, mas pelo rosto preocupado de Lark, seus instintos perceberam que havia mais em jogo do que apenas a vida de uma garota.

Pelo semblante de Lark, Lith pôde deduzir que o Conde havia exercido muita pressão só para levá-lo àquele lugar. Lark tinha fé nele e, a julgar pela expressão da Marquesa, ela estava claramente esperando, se não desejando diretamente, que Lith falhasse.

Não era mais hora de ficar na linha lateral. Lith acreditava que se o Conde presumisse que conseguiria, não haveria risco algum em jogar sua carta de “abençoado pela luz”.

Depois de recuperar o fôlego, ele mexeu mais os dedos enquanto contava de um a três em inglês, enquanto ativava a Revigoração na pobre garota.

Era uma linda jovem de vinte e poucos anos, com apenas gaze de algodão para cobrir a área do peito. Eles comprimiram uma ferida enorme, de dez centímetros de largura, que a cortou diagonalmente do ombro esquerdo ao quadril direito.

Depois de alguns segundos, ele só conseguiu dizer.

— Interessante.

A marquesa zombou, todos antes dele tinham dito a mesma palavra.

— E?

— E não é uma maldição. Apenas algum tipo de veneno magicamente misturado.

— O quê? — A marquesa perdeu o controle, batendo os pés no chão.

— Você me ouviu. — Lith estava cansado de ser menosprezado, tratado como um bárbaro analfabeto. — É um veneno de liberação lenta que interrompe os efeitos da magia de luz, transformando qualquer tentativa de curá-la em uma nova ferida. Simplesmente brilhante. É quase impossível curar tal condição.

— Quase? — A Marquesa franziu as sobrancelhas. — Você está dizendo que pode curá-la?

— Sim. — Ele assentiu. — Levará cerca de uma semana para fazer os ajustes adequados em um dos meus feitiços. É a mesma coisa que fiz para o Conde Lark alguns anos atrás, só que mais complicado. — Eles não tinham combinado esse discurso de antemão, era a verdade simples.

Era exatamente como a acne de Keyla, só que em vez de remover as impurezas naturais, ele teve que remover as artificiais para tornar a cura possível.

— Garoto, a vida da minha filha não é brincadeira. Eu tentei, Ainz tentou. — Ela apontou para o mago obcecado por preto. — Você tem certeza?

“Ela tentou?” Pensou Lith. “Solus, você não me disse que ela só tinha um núcleo de mana vermelho?”

“De fato, e ainda é vermelho.”

“Tente escanear suas roupas, acessórios, qualquer coisa que não tenha mana.”

“A presilha dela!” Solus exclamou. “Não tem fluхо mágico, mas isso é impossível! Isso significa que até itens capazes de esconder os talentos de alguém existem.”

“Mestre de forja é definitivamente uma especialização que temos que ter” Pensou Lith.

— Tenho certeza. Estarei de volta em uma semana e… — Lith tentou se mover, mas a marquesa estava em seu caminho.

— Se o que você diz é verdade, você ficará aqui e a curará assim que terminar, nem um segundo depois!

Lith ficou ainda mais furioso. Ele estava sendo feito de refém por uma louca aflita abusando de seu poder, mas permaneceu em silêncio. Tanto o Conde Lark quanto sua família estavam em perigo.

Quando a Marquesa Distar percebeu o olhar chocado de Lark, ela já tinha ido longe demais.

— Nunca é sensato maltratar um  curandeiro, minha soberana. — Ainz usou um de seus feitiços pessoais, enviando suas palavras diretamente ao ouvido dela como um sussurro que somente a Marquesa poderia perceber.

— Os curandeiros tendem à vida, mas a forma como você se relaciona com eles muda a atitude e o cuidado deles com os pacientes. Se Manohar não estiver disponível no futuro e se esse Lith puder realmente fazer o que diz, você realmente quer fazer dele um inimigo?

— Por favor, salve minha filha. — A marquesa disse com uma profunda reverência. — Se você conseguir curá-la, eu te enviarei para qualquer academia que você escolher. Juro pelos deuses.

“Isto é muito melhor.” Pensou Lith.

A semana seguinte foi bem estressante para ele. Sendo paranoico, ele tinha certeza de que a marquesa ou um de seus servos o espionaria 24 horas por dia, 7 dias por semana. Lith teve que dormir todas as noites e passar os dias seguintes fingindo experimentar sinais de mão e sotaques.

Ele poderia realmente curar a garota logo de cara, mas isso teria sido rápido demais. Lith seguiu o conselho do Conde Lark, preparando-se para revelar pelo menos parte de seu talento.

Quando Manohar tinha sua idade, ele havia resolvido um caso semelhante em menos de três dias. Lith não queria parecer tão bom quanto ele, então ele tomou como referência outro grande curandeiro contemporâneo cujos registros estavam armazenados na Soluspedia.

“Não posso ser muito gênio, mas ser mediano está fora de questão. Para alcançar o que quero, devo ser estimado, mas não invejado ou usado como referência. Pontuar 90/100 é mais do que suficiente para minhas necessidades.”

Uma semana depois, ele entrou novamente no quarto da jovem, sob os olhos de sua família e de Ainz.

Lith primeiro colocou a mão no esterno dela, assumindo o controle do fluxo de mana e forçando o veneno a se mover para um único ponto antes de extraí-lo.

Depois, ele fez a substância flutuar em uma bolha antes de pingá-la em um frasco que ele havia preparado previamente.

Depois disso, Lith executou seu melhor feitiço de cura, fechando a ferida de uma só vez, sem deixar nenhuma marca ou cicatriz.

A menina imediatamente recuperou uma cor rosa saudável, sua respiração passou de rápida e superficial para forte e constante.

A marquesa Distar não conseguia acreditar no que via. Ela rapidamente desembrulhou a gaze, mal dando tempo para Lith e o lado masculino da família se virarem.

Fazer isso o deixou cheio de arrependimentos.

“Seja forte, velho. Ainda somos fisicamente jovens, ainda há muitos seios maravilhosos nos esperando neste novo mundo. Pense nisso como um investimento. É melhor começar nosso relacionamento com nosso novo patrocinador do zero.”

Enquanto a Marquesa abraçava a filha e soluçava, Ainz pegou o veneno para analisá-lo, enquanto Lith saía do quarto, esperando permissão para voltar para casa.

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