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Capítulo 45: Maldição 

BAM 

Em um quarto escuro, a porta foi subitamente aberta, batendo com força na parede. 

— Não quebre HICUP a porta HICUP ela é cara! — disse Matheus. 

— Você deveria ter me dito que não lidava bem com álcool. — Li sorriu enquanto apoiava o homem pelo braço. 

— Você é quem tem uma HICUP resistência inacreditável! 

— É uma novidade para mim também… — Jihan retrucou.  

Exceto algumas taças de vinho, ele nunca havia bebido algo com álcool. Apesar disso, após ter tomado mais de uma dúzia de copos, ele estava praticamente bem. 

— Aquela ali é minha cama, você pode se deitar na outra — explica Matheus. — É o que temos por agora, mas à medida que HICUP subirmos, vai melhorar! 

Jihan concentra mana em sua mão desocupada, o brilho ilumina o suficiente para ele conseguir ver onde está pisando. É um quarto simples, duas camas, escrivaninhas, guarda-roupas e um banheiro. 

Largando Matheus em sua cama, ele deita-se na outra e fecha os olhos.  

— Ei, Li… obrigado. 

Ainda de olhos fechados, responde: 

— Esse é só o começo, não me agradeça ainda. 

Li ouve uma leve risada vindo do outro lado. 

— Mesmo assim… obrigado. 

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YAWNNN 

Ao amanhecer, Jihan acordava com um longo bocejo. Olhando ao seu redor, notou que Matheus já não estava mais deitado. 

Sentando-se na cama, viu que na mesa próxima a sua cama, havia um bilhete e uma muda de roupa. 

“Vista isso e coma alguma coisa, temos um longo dia pela frente ~ Matheus”. 

— Certo… — sussurrou para si mesmo.  

Levantando-se, foi até a pia do banheiro e lavou o rosto. 

Quando Li levantou a cabeça, se deparou com um espelho. 

“Quanto tempo faz…” 

Uma memória de poucos dias antes de descobrir sobre esse mundo veio a sua mente. 

“Olhe só para você… já se olhou no espelho, Jihan?” A voz de Seo Yun veio a sua mente. 

“Não… Não tenho interesse algum em aprender qual é a sensação de olhar nos meus olhos.” E o que disse naquela tarde para Jhin. 

Fazia muito tempo que ele não se via.  

Seu cabelo estava bem longo, sobrancelhas grossas e uma pele inesperadamente limpa. As olheiras já estavam lentamente desaparecendo, junto as rugas de expressão. Ele sempre foi considerado mais bonito do que a média, mas talvez a vida tivesse o deixado um pouco acabado. 

Seus olhos finalmente se encontraram com os do reflexo. Olhos cor de âmbar, que brilhavam um pouco na curta faixa de luz que passava pela janela. 

Rapidamente ele desviou o olhar. 

“Ainda não…” 

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Após tomar banho e trocar de roupas; saindo do quarto, Li se deparou com Glória, com uma xícara na mão. 

— Finalmente acordou? Fiz café, aceita? 

— Tem café por aqui?  

— Bem, sim. Na verdade, é bem comum — respondeu. — Eu ouvir dizer que costumava ser um produto de luxo, mas se popularizou bastante nas últimas décadas. 

— Hm… vou querer um pouco. 

— Também sobrou pão doce de ontem, se você o mergulhar no café fica realmente incrível!  

— Obrigado — agradeceu, sentando-se no sofá.  

— Agora… me fale mais sobre você!  

Gloria sentou-se no sofá ao lado do dele.  

— Como eu disse ontem, senhorita, não tem muito o que falar. 

— Chato! Tenho uma ótima intuição, você está escondendo o jogo.  

Li já havia contado sobre como chegou até aquele mundo, ele ocultou a maior parte de seu passado e sobre o seu pai, mas como não podia esconder tudo, resolveu falar sobre ser um boxeador e sobre Michael ter o contatado.  

— Bem, se não quer falar sobre, não vou te obrigar, mas sabe, Li, mesmo que sejam coisas ruins, nós estamos juntos nessa… compartilhar sempre ajuda.  

Sentindo-se um pouco melhor pelas palavras da mulher, Jihan responde: 

— Vou manter isso em mente, obrigado.  

HENK 

Enquanto Li terminava seu café, a porta da casa abriu-se. 

— Ah, que saco, ser um líder de esquadrão pode ser deprimente às vezes…  

Matheus entrou, resmungando sobre a vida. Jihan apenas olhou para ele e voltou a comer um pão doce. 

— AHHHHHHH como é dura a minha vida… — resmungou novamente, dessa vez olhando para Li. 

Percebendo a atitude, ele resolveu perguntar. 

— O que aconteceu?  

— Que bom que perguntou! — respondeu Matheus, sentando-se e pegando um dos pães.  

— Os guardas pediram minha ajuda, aparentemente tem uma senhora no portão que está procurando o filho desaparecido.  

— E nós não podemos ajudá-la?  

— Eu falei para ela entrar com o pedido na guilda, mas ela respondeu que foi recusada porque não acreditaram nela. 

— Não acreditaram? Eles podem fazer isso? — Ouvindo a conversa, Gloria perguntou. 

— Bem, não é como se eles não tivessem base — respondeu Matheus. — Os guardas disseram que um investigador oficial da guilda reportou que os aldeões da vila de onde ela veio, disseram que ela nunca teve filhos… inclusive o próprio marido. 

— Hm… é realmente triste — comentou Li. 

— Eu também acho, mas não tem muito o que possamos fazer — concluiu, se levantando. — Ei, já que terminou aí, me acompanhe, temos muito o que fazer hoje, preciso te apresentar ao instrutor de Arcadia.  

— Certo — Li o acompanhou pela porta.  

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Passando pelo portão, Jihan avistou uma mulher chorando próximo à porta. Ela estava com grandes olheiras e olhos inchados. Parecia não dormir há dias.  

Jihan subitamente desviou do caminho e foi em direção até ela. 

— Ei, aonde está indo!? — perguntou Matheus. 

— Só me dê um segundo…  

É uma senhora que parece ter pouco mais de 40 anos, seu cabelo amarrado é pouco grisalho, sua feição, no entanto, está bastante degradada. 

— A senhora está bem?  

A mulher finalmente percebe o homem próximo a ela. Seus olhos estão opacos.  

— Meu filho… meu único filho… por que ninguém acredita em mim… 

“A dor é real… eu consigo sentir”. 

Estendendo a mão, Li encostou no ombro da mulher.  

Escuridão. 

“O quê?” 

Escuridão. 

Sua visão subitamente ficou escura. Mas uma sensação boa dominou sua mente. Um cheiro familiar, uma voz familiar, uma memória familiar. Que… ele não conseguia se lembrar. 

“Eu não consigo lembrar de alguma coisa? Eu? O que está acontecendo?” 

De repente, a sensação muda, uma mana agressiva começa a subir pelo pulso de Jihan, no entanto, era também familiar. 

“Jihan, me escute bem, muito bem! O que aconteceu aqui não pode deixar esse lugar, você entendeu” Li lembrou-se do que Michael havia falado alguns meses atrás. “Eu não posso contar… nem mesmo para ele” pensou, virando-se para Matheus. 

— Você… você vai me ajudar?  

A mulher finalmente recuperou um pouco de lucidez, Li se abaixou para ficar no nível dela. 

— Qual o seu nome? 

— Me… Mérida.  

— Mérida… eu quero tentar… pode me contar o que aconteceu? 

— Meu filho… meu filho sumiu dois dias atrás! — explicou, enquanto seus lábios tremiam. — Por algum motivo, ninguém se lembra dele… eu não sei por quê! Nem mesmo meu marido! Como alguém pode esquecer do próprio filho!  

— Certo, certo, respire um pouco, fale com calma…  

— Você pode me ajudar? Por favor, pelo menos vá comigo até o vilarejo, talvez procurar um pouco… 

— Espere um pouco aqui… eu já volto. 

Virando-se, Jihan vai até Matheus.  

— Eu acho que ela não está mentindo.  

— Quê? — Inclinando a cabeça, o homem olha para a senhora que ainda encarava as costas de Li. — Por que você acha isso? 

— Por que…?  

“Pensa em alguma coisa rápido!”  

— Não me diga que é só um palpite… 

— Eu li em um livro! — respondeu. — Enquanto estava na biblioteca, eu li em um livro que existem monstros que conseguem apagar a memória das pessoas. 

— Mas se esse fosse o caso, por que ela se lembraria?  

— Talvez… para atormentá-la?  

— Improvável. Monstros raramente tem inteligência para pensar nisso — retrucou Matheus. — Qual a chance de um deles aparecer num vilarejo tão próximo a Anpýrgio… 

— De uma forma ou de outra… talvez tenha alguma forma de verificar isso?  

O líder olhou para Li, ele parecia bastante determinado a ajudar. 

— Bem, não é impossível. Se o que você diz é verdade, eu conheço alguém que pode nos dar a certeza. 

— Eu realmente agradeceria muito… 

— Não precisa, somos uma equipe, lembra? Se você estiver certo, será bom para todos nós. 

Jihan concordou com a cabeça.  

— Chame-a, vamos ter que andar um pouco até chegar à pessoa que vai nos ajudar.  

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O caminho demorou mais do que o esperado. A senhora estava mais debilitada do que parecia. Matheus e Li finalmente chegaram em uma casa de madeira velha, na periferia da cidade.  

Aparentava ser apenas uma casa comum, mas, depois de experienciar a forja de Valhir, Li resolveu não julgar as construções por sua aparência.  

Chegando próximo à porta, Matheus bateu 5 vezes em batidas espaçadas. 

STEP STEP STEP 

De dentro da casa, passadas rápidas disparavam em direção a eles, que rapidamente abriu, revelando uma criança baixinha. 

— Maria! — Ao ver a criança, um sorriso largo apareceu no rosto do líder.  

— MAMÃEEEEEE, O IDIOTA DO SEU FILHO VOLTOU!  

PFF 

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Olá, eu sou Dealer!

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