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Capítulo 74: Ensinamentos 

Aqueles que servem a Yan devem se entregar de corpo e alma, a vontade maior do Deus verdadeiro sobrepõe a todos esses que se chamam por tal vulgo. É blasfêmia se opor a vontade de Deus, é blasfêmia ir contra os desejos de Deus, é blasfêmia negar a vontade de Deus. O livre arbítrio existe apenas para separar os fiéis dos infiéis.  

O Caminho Correto ~ Gregorios III 

CLING CLING 

— Diminua a amplitude de seus ataques, Li — gritou Prado. — Você está dando liberdade demais para ele se movimentar! 

— Sim, senhor. 

— Lembre-se, machados de guerra são armas que requerem energia considerável e são geralmente mantidos em movimento, já que pará-los bruscamente consome muito dessa energia! — explicou. — Use isso ao seu favor, faça-o perder espaço. Você tem bom jogo de pés, não o deixe criar distância! 

Depois de pouco mais de uma semana treinando contra um lanceiro como Matheus, o instrutor achou que fosse melhor variar um pouco a rotina para que Li não caísse em vícios que fossem tóxicos ao seu aprendizado. Logo, Prado pediu para que um veterano, que se especializava em armas potentes de destruição, como maças e machados, ajudasse no treinamento. O que, para Jihan, significava uma nova onda de derrotas. Apesar de ter um talento excepcional para mana, o caso era outro quando tudo que possuía em suas mãos era uma espada e força bruta. 

— Senhor, como ele está indo? — Matheus, que havia acabado de chegar, perguntou a Prado. 

— Já terminou a sua diária? — Perguntou o instrutor. 

— Sim, sinceramente a minha prática com o Jihan me deu umas boas ideias de como melhorar, sinto que em breve vou precisar de ajuda para aperfeiçoar minha rotina. 

— Penso o mesmo, esse moleque aprende numa velocidade ridícula, acho que não vai demorar para ele vislumbrar o nível de mestre da espada, embora pelo menos hoje…  

Enquanto conversavam, Li, perdendo a atenção por um segundo teve o queixo fortemente acertado pelo cabo do machado, o golpe balançou os sentidos do homem por tempo o suficiente para um chute ser encaixado em seu estomago. 

— Ele está um pouco desatento hoje… 

— Hm… ele geralmente não é assim, me deixe conversar um pouco com ele — pediu Matheus. 

— Claro, ei, vocês dois; pausa de 15 minutos. 

— Sim senhor — respondeu o veterano com o machado. 

O líder da equipe caminhou até Li, que ainda estava no chão, olhando para os céus. 

— O golpe foi tão belo que você não viu outra escolha a não ser recebê-lo em seu rosto? — perguntou, olhando-o de cima. 

— Cala boca — respondeu, rindo. — Eu estava indo bem até você chegar… 

— Então o problema sou eu? Apanhar tanto no 1 versus 1 te fez criar alguma espécie de trauma?  

— Quem deixou você vir aqui mesmo? 

— Eu to só brincando, você parece um pouco distraído hoje, o que tá passando pela sua cabeça? Está pensando nela de novo? 

Ele não respondeu, mas a expressão em seu rosto entregou claramente que Matheus havia acertado em cheio. 

— Ei, é melhor deixar isso de lado, a Lisa é jovem, mas é bastante ocupada — repreendeu-o. — Pra começar, a Glória disse que ela é pupila de um Patriarca, esse tipo de gente só escolhe prodígios, ouviu? Pro dí gi os! Não era à toa que ela era tão boa manipulando a mana divina mesmo sendo tão nova. 

— Eu sei… eu sei disso, mas já fazem semanas… ela disse que ia mandar alguma mensagem, sinto falta dela. 

Matheus suspirou, percebendo que o amigo só estava preocupado com o fato de a menina estar incomunicável.  

— Não se preocupe com isso, Li. Às vezes ela só não está tendo tempo para isso, mas quem sabe ela apareça no torneio… anime-se um pouco, certo? 

—  Claro… é, eu devo estar sendo paranoico… talvez eu que estava esperando demais…  

— A pausa acabou! Hora de voltar ao treino! — anunciou Prado. 

— Foque no que você pode fazer agora, pense no resto depois — disse Matheus. 

Levantando-se e tentando manter a cabeça no lugar, Jihan voltou para a prática. 

                                                                                                     

— O homem não deve se curvar a prazeres humanos, aquele que serve ao puro deve permanecer puro de corpo e alma e somente assim recebera sua benção, o toque que cura é o mais bondoso e gen… 

SLAP 

Em uma sala de paredes brancas, vitrais iluminados, bancos de madeira e pinturas magistrais, uma pequena menina sentava-se de joelhos, com as mãos juntas, pontas do dedo se tocando sem deixar as palmas encostarem. 

— De novo. 

— O homem não deve se curvar a prazeres humanos, aquele que serve ao puro deve permanecer puro de corpo e alma e somente assim recebera sua benção, o toque que cura é o mais gent… 

SLAP 

A cada vez em que ela cometia um erro, o velho homem a sua frente batia fortemente em suas mãos, que mesmo pálidas já estavam vermelhas. 

— De novo. 

— O homem não deve se curvar a prazeres humanos, aquele que serve ao puro deve permanecer puro de corpo e alma e somente assim recebera a benç… 

SLAP 

— Está errado novamente. 

Abaixando sua mão, o homem suspirou apertando os olhos. 

— Senhor… 

— Estou desapontado com você, Lisa. Desde que voltou continua relaxando nas suas lições, está desperdiçando o talento que Yan lhe deu. 

— Só estou um pouco cansada… — disse a menina, cabisbaixa. Seus olhos estavam com olheiras pesadas e seus lábios já estavam pálidos. 

— Você pode descansar quando terminar as suas tarefas — retrucou. — Só está com tanto a fazer, pois fugiu de seus deveres para se divertir, sem reportar sua saída ainda por cima! 

— Eu disse que não foi por diversão, era um trabalho que a senhorita Laur… 

SLAP 

— Já não te disse para que não dissesse esse nome aqui!? 

No entanto, dessa vez o tapa foi em seu rosto. A menina levou a mão a face tentando segurar o choro, ela sabia que a punição para quem chorasse era ainda maior.  

— Perdão, Patriarca Gregorios… 

HMPF, se meu antecessor, Gregorios III, estivesse aqui ele estaria envergonhado com o estado que essa igreja chegou. 

Lisa continuou de cabeça baixa, sabia também que olhar nos olhos do Patriarca quando ele estava irritado podia culminar em outra punição. 

— Mas eu, Gregorios IV, não a deixarei chegar num nível ainda mais baixo do que já está! Não concorda, Lisa? 

— Sim, Patriarca. 

Ela não podia esquecer que o velho não gostava que não concordassem com ele. 

— Muito bem, você quer ver seus amigos, não é mesmo?  

Os olhos da menina ainda olhando para baixo se arregalaram ao ouvir aquelas palavras. 

— Estou me sentindo particularmente gentil hoje, se terminar suas tarefas posso pedir a um dos meus guardas para que te acompanhe até eles. 

— Vou terminá-las o mais rápido possível, senhor, muito obrigada pela sua bondade! 

Ela gostaria de perguntar se ele estava falando sério, mas Gregorios não gostava que questionassem o que ele afirmava. 

— Assim como deve fazer. Muito bem, continue com seus deveres sozinha — disse o velho, saindo do cômodo. — Volto mais tarde para conferir como você está indo. 

Alguns minutos após o homem sair, Lisa parou com a leitura e puxou de dentro de seu vestido uma pequena pelúcia, a mesma que Li havia comprado para ela quando estavam viajando. A sacerdotisa mantinha o boneco sempre com ela, tinha medo de que se deixasse em seu quarto alguém visse. Uma pequena lagrima deslizou de sorrateiramente no rosto doce da menina, mas ela a limpou rapidamente, com medo de que alguém visse. 

— Sinto sua falta… de todos vocês. 

Gregorios sempre foi um homem extremamente rígido, mas após Lisa voltar de sua fuga, ele estava bem mais agressivo, o velho não havia visto com bons olhos o fato da menina ter deixado a igreja sem ter reportado sobre o que iria fazer e ficou ainda mais irritado quando descobriu que havia sido um pedido de uma mulher que abandonou sua religião tempos atrás. 

Enquanto o patriarca andava pelos corredores, chamou um de seus guardas para caminhar junto a ele, o homem chamado estava com armadura pesada de templário, possuía cabelos loiro curto com franja e olhos azuis. 

— Donatello. 

— Patriarca. 

— Fez a pesquisa que eu te pedi? 

— Sim senhor. Aqui está — respondeu, entregando-lhe uma folha. 

— Apenas isso? 

— Sim senhor, eles são um pequeno grupo de baixa hierarquia em Arcadia, a maior parte são apenas novatos, nada preocupante. 

— Hm… certo, tenho mais uma missão para você 

— Assim ouvi, senhor. 

— Não é muito diferente do de sempre, Lisa voltou aos velhos hábitos infelizmente, ela está passando por uma fase de rebeldia que precisa sofrer um pequeno abalo. 

— E como deseja que esse abalo aconteça, senhor? 

— Disse a ela que permitirá que fosse encontrar aqueles com quem fugiu há algumas semanas atrás, quero que você vá com ela, escolte-a. 

— Senhor? 

— Sabe o que fazer, um leve susto deve ser o suficiente para mostrá-los o que pode acontecer quando se metem em lugares que não devem. 

— Sim senhor. 

— Ah, e de uma atenção especial a este aqui — ordenou, apontando um nome no papel. — Ele é filho adotivo daquela mulher. 

— Como desejar. 

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Olá, eu sou Dealer!

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