As coisas estavam tão ruins que os jogadores trazidos como guarda-costas pareciam bastante lamentáveis agora.
— Afastem-se!!
Como eles estavam enfrentando pessoas comuns, não podiam recorrer ao uso de suas forças reais, então os jovens agentes só podiam suar profundamente nas circunstâncias atuais.
Ren os estudou com olhos solidários e, eventualmente, estendeu as mãos.
— Uh, uh, Uh??
[A Habilidade ‘Autoridade do Monarca’ foi ativada.]
Os repórteres começaram a flutuar no ar.
— S-salve-me!
Ren levantou os repórteres dez metros no ar.
Quando ele saiu da entrada, os guarda-costas rapidamente baixaram suas cabeças e agradeceram.
— Sr. Yoshida, obrigado!
— Muito obrigado!
Os guarda-costas não ficaram muito surpresos com o que estava acontecendo – como se eles já estivessem familiarizados com essa coisa toda – já os olhos do presidente Julius se voltaram mais do que o choque desenfreado.
— Oh, meu Deus… Autoridade?
— Sim… consegui despertá-la no abismo.
Autoridade – essa habilidade era como se fosse algo de família.
Quase todos os membros da família de Ren tinham, então era inegável que se ele fosse um jogador desperto, ele também iria tê-la.
O olhar do presidente se fixou no repórter que se agitava impotente no ar.
Ele podia ver sua pele empalidecer muito também. Pela primeira vez, o presidente sentiu pena dessas pessoas, embora muitas vezes se sentisse doente e cansado de lidar com elas em seu país.
O velho dirigiu a palavra a Ren e, embora houvesse uma expressão preocupada em seu rosto, seus lábios começaram a formar um sorriso também.
— Se continuar fazendo isso, você será mal falado na mídia.
— Bem, eles estavam ficando um pouco barulhentos demais para serem deixados de lado, você vê.
— Haha.
Os repórteres estavam continuamente gritando algo, mas antes mesmo que alguém percebesse, uma barreira feita de energia mágica os cercava para cortar todos os sons feitos por suas bocas.
O presidente olhou para eles por um tempo, antes de perguntar a Ren.
— Por quanto tempo você vai mantê-los lá em cima?
— Estou pensando em algo como cinco minutos, para que eles possam esfriar a cabeça.
Os guarda-costas caíram em gargalhada depois de ouvir sua declaração.
— Ahahaha!
— Ei! Silêncio!
O presidente fez o possível para suprimir sua própria risada e repreendeu seus subordinados antes de responder educadamente a Ren.
— Rezo para que você se certifique de que nenhum repórter seja prejudicado.
— Você não precisa se preocupar com isso.
Já faz um tempo desde que ele se tornou um mestre em ‘Autoridade’, ou a técnica de manipular mana para influenciar um objeto.
Mesmo que ele não estivesse aqui, a mana abaixara os repórteres com segurança mais tarde.
“Nada que eu possa fazer sobre eles se sentirem um pouco doentes, no entanto…”
Porém, eles tentaram criar um grande tumulto, então esse nível de aviso não deve representar um problema.
Logo, eles chegaram ao jato particular da associação que o presidente Julius trouxe, e então eles subiram.
O veículo deslizou suavemente para até começar a flutuar, e decolou rumo ao Brasil.
Algumas horas depois, a mídia brasileira foi à loucura após saber das notícias dos Estados Unidos.
— Então a coisa urgente que o presidente da associação foi fazer nos EUA foi buscar um retornado? E ainda por cima, seu neto??
Os artigos, as matérias, as transmissões e as postagens na Internet não puderam ser contidas.
Em tudo que era meio de comunicação, o nome Yoshida Ren estava envolvido.
Essa não era a primeira vez que algo assim acontecia no Brasil?
Apesar de o Brasil ter seus jogadores notáveis de Rank-S, nenhum deles era de nacionalidade brasileira, somente tinham sido comprados.
E Julius, que atualmente era o único Rank-S natural do Brasil, estava aposentado.
Claro, eles não sabiam a qual rank Ren pertencia, mas especularam que seria Rank-S, já que normalmente jogadores retornados tem esse rank.
Ao chegar no aeroporto internacional de Brasília, Ren tem um déjà vu de seus momentos no aeroporto de Washington.
Na entrada do aeroporto, havia uma montanha de repórteres.
Mas felizmente, dessa vez havia vários jogadores da divisão de monitoramento que trabalhavam para a associação brasileira impedindo os movimentos dos repórteres.
Assim, foi fácil para Ren e Julius saírem de lá, pegarem um carro e partirem.
— Você ficou famoso nesses últimos dias, em? Hahahah.
O mais velho ria da cara de Ren, debochando dele.
— Sim… muito.
Ren responde com um longo suspiro.
— Vovô… antes de irmos para casa, eu quero ver minha mãe.
A face do jovem se entristece.
Sua mãe encontrava-se em estado vegetativo, desde antes mesmo dele desaparecer.
A causa? Desconhecida. Nenhum médico conseguiu encontrar uma resposta para o estado dela.
— Certo… se você der sorte, talvez até veja sua irmã lá.
— Como assim?
— Depois que você desapareceu, o aluguel do lugar onde vocês moravam não pode mais ser pago, e ela se recusou a ir morar comigo e sua avó, então ela fica com sua mãe o tempo todo quando não está na escola.
Os olhos de Ren se enchem de fúria. O fato de seu avô falar aquilo com tanta naturalidade, como se não fosse nada, o deixa com uma imensa raiva.
— POR CINCO ANOS?? VOCÊ DEIXOU MINHA IRMÃ VIVER ASSIM POR CINCO ANOS??!
Uma grande pressão toma os arredores, fazendo até os controles do carro falharem.
Mesmo para um Rank-S como Julius, aquela pressão lhe causava medo.
Nesse instante, Julius se dá conta de que seu neto não é um jogador qualquer. Ele é um desperto irregular.
“Despertos irregulares”.
Seres comuns que conseguiram escapar das regras do sistema, e mesmo assim despertar.
São uma pequena minoria de humanos que conseguiram obter uma força milagrosamente poderosa ao rejeitar a “adaptação”.
Eles possuem força o bastante para mudar completamente a dinâmica de poder, onde quer que vão.
Mas eles são apenas lendas. Mesmo em todo o mundo, nunca se ouviu falar em pessoas conhecidas como “despertos irregulares”.
Ren percebe o tumulto que está causando, respira, inspira e logo em seguida se acalma.
Não fazia mais sentido continuar com aquilo.
Já era tarde pra qualquer coisa, então não valia a pena começar uma briga ali.
— Ok… eu me exaltei. Desculpa por isso.
— Tudo bem… você tem razão por ter feito isso.
Após as desculpas, ambos ficam em silêncio e continuam seu trajeto até o hospital.