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Um raio corta o céu, explodindo em luz azul e iluminando uma floresta escura por um breve instante. Em seguida, tudo mergulha na escuridão novamente. 

Mas então, lentamente, seus olhos começam a abrir…

— Ah, parece que você acordou. Que alívio! — diz uma esfera brilhante, alaranjada, flutuando ao seu lado.

— Quem… quem é você? — pergunta a garota, a voz trêmula de medo e confusão.

A garota está trajada com uma blusa simples branca, juntamente com uma calça esverdeada e, um simples calçado. Seus olhos e cabelos são pretos. A cor de pele é branca, tamanho de 1,60 metros, idade aproximada 18.

— Eu sou… bom, digamos que sou um espírito, e só você pode me ver. Mas, e você? Lembra de alguma coisa?

— Lembro de uma luz azul… e depois, só disso — responde, ainda atordoada.

— Então, realmente não se lembra de nada… — murmura o espírito, visivelmente desanimado.

A garota olha em volta, tentando entender onde está, mas algo flutuando diante de seus olhos chama sua atenção.

— O que é isso? — ela pergunta, tentando focar na janela transparente à sua frente.

— Isso aí são seus status e habilidades. Também tem um mapa embutido — explica o espírito, mais animado.

— Certo, mas como eu uso isso? — pergunta ela, confusa mas confiando neste espírito.

— Existem várias maneiras. Tente mexer com os dedos ou usar a mente.

Ela decide usar a mente, e, com um simples pensamento, a janela de habilidades se expande com um som de “click”. Um brilho de surpresa surge em seus olhos.

— Hã? O que é isso? — ela questiona, examinando a lista. — Imortalidade? Então eu não posso morrer?

— Parece que um certo Deus realmente lhe deu um poder apelão — o espírito ri.

— Então foi uma divindade que me deu isso… mas não muda o fato que não posso morrer. Isso não é deprimente? Todos morreram menos eu? — ela reflete, antes de olhar ao redor com mais cautela. — Onde estamos? Só vejo uma floresta muito densa.

— Sim, acho que está correta, talvez ele tenha feito pensando nisso… — o espírito muda de assunto para responder sobre a floresta. — Lembra do mapa que eu mencionei? Deixe-me ajudá-la a achar… Ah, aqui está! Estamos na… Floresta Negra!?

— Pelo nome, isso não soa nada bom. É realmente perigoso?

— Não exatamente. Esta floresta é protegida pelo lorde demônio, sem mencionar que o Dragão Negro habita por aqui.

— Interessante… um lorde demônio e dragão… então deve ter monstros neste mundo. Mas, e você? O que exatamente é? — ela indaga, observando o espírito com a sobrancelha erguida.

— Sou um espírito especial, mas diferente dos outros, não tenho poderes. Posso pensar por conta própria e sou invisível para qualquer um, exceto você.

— Entendi… e sobre o meu passado?

— Infelizmente, não posso revelar tudo. Se eu fizer isso, talvez eu desapareça para sempre. Mas posso lhe contar algumas coisas.

— Ok… e sobre esse corpo? — pergunta ela, se sentando no chão.

— Isso eu posso explicar — responde o espírito. — Você é uma fusão de duas vidas: uma da Terra e outra deste mundo. Ambas morreram, e de alguma forma, se fundiram para criar você.

— Como eu morri?

— Neste mundo, você morreu ao cair deste grande penhasco — o espírito olha para o alto.

— Nossa, que deprimente… não vinham atrás dela depois que ela caiu? — ela indaga, olhando para o topo do penhasco.

— Sim, forram atrás, encontraram ela morta e foram simplesmente embora. Mas, a consciência que você tem agora é da Terra. Esse corpo é uma mistura dos dois, mas suas memórias humanas foram apagadas no processo.

— Entendi… mas por que ela caiu?

— Ela vivia sozinha nesta floresta e foi atacada. Tentou fugir, mas não conseguiu. Foi isso que me contaram.

— E onde ela morava?

— Olhando em direção ao penhasco, uns 5 mil passos daqui, seguindo reto.

— Mas como eu subo isso?

— Use o mapa. Ele mostra o relevo e pode te guiar.

— Beleza, saquei.

— Mudando de assunto, qual é sua raça e seu nome? Dá para ver nos status.

— Agora que você falou… Sou humana, mas não tenho um nome — ela responde.

— Então escolha um nome para si!

— E você? Tem nome?

— Na verdade, não.

— Então vamos escolher nomes juntos!

Depois de algum tempo de risadas e sugestões, decidem: ela será Lilith, e o espírito será chamado de Félix.

— Agora vamos ao acampamento dela… onde fica exatamente? — pergunta Lilith.

— Vejamos no mapa… eu sei onde fica, então vou marcar a posição no seu mapa… aqui. Se sairmos agora, chegamos ao entardecer. Vamos nos apressar!

Após uma longa corrida, seguem um rio, onde encontram o acampamento abandonado. Lilith dá um suspiro aliviado.

— Finalmente chegamos… olha, parece que ganhei uma nova habilidade — ela diz, surpresa.

— Qual?

— Velocidade.

— Faz sentido, depois de tanta corrida.

— Certo… vamos ver o que posso aproveitar.

Lilith encontra uma adaga bastante afiada, dinheiro e uma capa preta com capuz. Ela veste a capa, sentindo o tecido leve e confortável.

— Isso serve por enquanto, mas ainda não entendi o que torna essa floresta tão perigosa.

— Além dos monstros, bandidos usam essa área para se esconder.

— Então preciso de uma arma melhor para caçar e me defender.

— Vamos com calma, Lilith. Você mal sabe lutar.

— Eu não posso morrer, Félix. Qual o problema?

— Não trate sua vida como descartável! Não sabemos como essa imortalidade funciona de verdade.

— Tá bom, tá bom. Vou ser mais cuidadosa.

— Vamos treinar. Cada minuto conta. Depois, precisamos ir à cidade para nos equiparmos.

— E se dermos de cara com os bandidos?

— Tentaremos evitar. Vamos de noite, quando é mais fácil se esgueirar. Mas até lá, vamos melhorar sua visão noturna e ver se você aprende a habilidade de radar.

Lilith sorri, animada com o desafio.

Anoitece, e os dois partem furtivamente pela floresta, guiados pela luz da lua, o radar e o mapa. Lilith sussurra, concentrada:

— Detectei algo à frente, uma luz… bandidos?

— Parece que sim. Silêncio agora. Use telepatia para falar comigo.

— Como faço isso?

— Pense em mim e tente falar em sua mente.

— “Assim”?

*Aspas serão usadas para simbolizar a telepatia.

— Exatamente, você aprende rápido.

— “Vamos, Félix”.

Lilith ativa sua visão aprimorada, varrendo a área. O radar mostra posições inimigas, mas ela sente algo atrás de si. Em um movimento rápido, defende-se com a adaga contra um ataque surpresa.

— Ora, ora… pensei que a garota que vivia por aqui tinha revivido, mas você é diferente. Quem é você, garotinha? — o homem ri, segurando uma lâmina afiada.

— Eu sou Lilith.

— Infelizmente, não posso deixar que você vá. Rapazes, acabem com ela.

— Lilith — diz Félix. — Não se segure.

Lilith dá um sorriso forte de animação.

Três bandidos avançam, mas Lilith se move com velocidade, desferindo um golpe crítico no pescoço do primeiro, que cai morto.

— Um já foi — diz ela, sem se importar com quem está matando.

Mas ao hesitar, ela é atingida por uma bola de fogo, sendo arremessada ao chão. Com esforço, ativa novamente sua velocidade e derruba o mago com um chute em suas partes íntimas, e cortando seu pescoço.

— Restou um…

O último bandido é forte. Ao bloquear seu ataque com a espada, Lilith sente o impacto nos ossos. Em um movimento desesperado, sacrifica seu braço, prendendo a lâmina do inimigo para conseguir finalizá-lo com um golpe no pescoço.

— Meu nome é Lectus… já matei muitos, mas você é talentosa. Admirei sua coragem, mas meu bando irá atrás de você.

— Que venham… — responde Lilith, com um sorriso frio.

Lectus ri, cuspindo sangue, antes de morrer.

Exausta, Lilith cai no chão, e uma mensagem surge em sua visão:

— (Dano crítico no braço… habilidade adquirida: cura avançada… usando mana para regeneração…).

*Parenteses serão usados para a fala do sistema.

— Que dor do caralho — diz ela ficando com a vista escura.

Lilith sente a dor diminuir enquanto desmaia pelo grande uso de mana.

— Lilith? Lilith! — grita Félix, desesperado.

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Olá, eu sou AmarildoVas!

Capítulo sofreu alteração dia 15/09/2024 as 17:33
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