Selecione o tipo de erro abaixo

Quando tudo se acalma naquela mesma noite, Lilith é chamada para a guilda pelos membros e seus amigos. Eles a conduzem a uma sala separada, protegida por uma barreira mágica que impede qualquer informação de vazar.

Lilith sente a tensão no ar enquanto se acomoda em uma cadeira no centro da sala. Tharon e Elyra estão ao seu lado, seus rostos cheios de preocupação e curiosidade. Outros membros da guilda, incluindo os líderes e magos mais poderosos, formam um círculo ao redor dela, todos esperando por explicações.

— Lilith, precisamos entender o que está acontecendo — começa Tharon, quebrando o silêncio. — Nós vimos você… morta. Mas então você voltou, e com um poder que nunca vimos antes. O que está acontecendo?

Lilith respira fundo, sabendo que é hora de revelar a verdade que havia guardado por tanto tempo.

— Eu entendo suas preocupações e devo uma explicação a todos vocês — diz Lilith, olhando ao redor, encontrando os olhos de cada um. — A verdade é que eu possuo uma habilidade única… uma habilidade de imortalidade.

Murmúrios de surpresa e descrença percorrem a sala, mas Tharon levanta a mão para silenciar o grupo.

— Continue, Lilith — diz ele calmamente.

— Esta imortalidade não é absoluta — explica Lilith. — Eu posso morrer, como todos vocês viram hoje. Mas há algo mais… algo que me traz de volta. Sempre que minha vida está em perigo ou sou morta, os deuses intervêm.

Os olhos de todos se arregalam, e Elyra não contém sua surpresa.

— Os deuses? Você tem contato com os deuses? — pergunta Elyra, incrédula.

Lilith assente lentamente.

— Sim, tenho. Quando morri hoje, minha alma foi levada para um plano divino. Lá, encontro dois deuses, um azulado e uma alaranjada. Eles reconstituem meu corpo e me deram força para derrotar o monstro. Mas isso não é sem custos ou riscos. Eles me deram um prazo de 24 horas para eliminar a criatura e recuperar minha alma, o que conseguimos juntos.

A sala fica em silêncio por alguns momentos enquanto todos absorvem as revelações de Lilith.

— Então, toda vez que você morre, os deuses a trazem de volta? — pergunta um dos magos, ainda tentando processar a informação.

— Não é tão simples assim — responde Lilith. — Eles só intervêm em situações extremas, como hoje. E cada vez que isso acontece, há consequências e limites. Eu devo ser cuidadosa, pois não posso depender apenas deles para sempre. Além disso, cada intervenção dos deuses é acompanhada por uma bronca… e uma cobrança.

Tharon franze a testa, preocupado.

— Isso significa que você está constantemente em perigo, Lilith. Precisamos encontrar uma maneira de garantir sua segurança sem depender dos deuses.

— Concordo — diz Elyra, determinada. — Mas, por enquanto, estamos aqui para você, Lilith. Vamos enfrentar qualquer ameaça juntos.

Lilith sorri, grata pelo apoio de seus amigos e companheiros de guilda.

— Obrigada, Tharon, Elyra, e todos vocês. Eu sei que não é fácil entender ou aceitar isso, mas prometo que farei o possível para proteger a todos e não colocar mais ninguém em risco por causa da minha imortalidade.

Lilith percebe que há mais uma coisa que precisa compartilhar com seus companheiros. Ela sabe que, para construir uma verdadeira confiança, terá que revelar todos os aspectos de sua condição.

— Há mais uma coisa que preciso mostrar a vocês — diz Lilith, com um tom de voz sério.

Os membros da guilda olham curiosos, enquanto Lilith levanta as mãos lentamente até a venda que cobre seus olhos. Tharon e Elyra trocam um olhar, sentindo a gravidade do momento.

— Desde que recebi os poderes dos deuses, meus olhos mudaram — continua Lilith. — Eles ficam dessa cor devido à energia divina que corre através de mim.

Com um movimento firme, Lilith retira a venda que cobre seus olhos. O brilho laranja intenso de seus olhos ilumina a sala, refletindo a fusão dos poderes dos deuses que ela possui. Há um silêncio profundo enquanto todos processam a mudança drástica na aparência de Lilith.

— Uau… — murmura Elyra, maravilhada. — Seus olhos… eles são incrivelmente lindos, mas também… intensos.

Tharon dá um passo à frente, olhando diretamente nos olhos de Lilith.

— Então foi isso que fez com que brilhasse na nossa luta contra o golem — diz ele.

*Referente ao capítulo 11.

Lilith assente, sentindo um misto de alívio e vulnerabilidade ao se mostrar completamente.

— Sim, é verdade. Esses olhos simbolizam a ligação que tenho com os deuses e também a responsabilidade de usar esse poder com sabedoria e cautela. Eu queria que vocês vissem isso, para entenderem completamente o que está em jogo.

Os outros membros da guilda, embora ainda surpresos, começam a se sentir mais conectados com Lilith. A revelação dos olhos é um sinal de sua confiança neles, e isso significa muito.

— Estamos juntos nisso, Lilith — diz um dos líderes da guilda, com uma voz firme. — Vamos apoiar você e encontrar maneiras de enfrentar esses desafios sem depender apenas dos deuses.

— Obrigada, a todos vocês — responde Lilith, emocionada. — Com o apoio de vocês, sei que podemos superar qualquer obstáculo que apareça.

Depois de Lilith revelar seus olhos, a tensão na sala aumenta. O mestre da guilda, um homem sério e de olhar penetrante, não parece tão convencido quanto os outros.

— Lilith — começa o mestre, com um tom autoritário. — Você trouxe muitas informações à tona hoje, e agradeço por sua franqueza. No entanto, há algo que me preocupa profundamente. Esse grupo de Lectos… Eles têm um interesse em você, e agora você carrega um poder que é extremamente perigoso, não só para você, mas para todos ao seu redor.

Lilith olha para o mestre da guilda, percebendo a gravidade em sua voz.

— Entendo suas preocupações, mestre da guilda, mas eu posso controlar esse poder e vou fazer o possível para proteger a todos.

O mestre balança a cabeça.

— Não se trata apenas do seu controle, Lilith. O perigo vem de fora também. Esse grupo de Lectos já causou problemas antes, aliás descobrimos que foi esse grupo que causou toda essa destruição, e agora que sabem do seu poder, eles não vão parar até conseguirem o que querem. Eu não posso colocar toda a cidade em risco por sua causa.

Elyra e Tharon dão um passo à frente, prontos para defender sua amiga.

— Lilith não está sozinha, nós estamos aqui para ajudá-la — diz Tharon, firme.

— Sim, não podemos simplesmente deixá-la desprotegida — acrescenta Elyra.

O mestre ergue a mão, pedindo silêncio.

— Agradeço a lealdade de vocês, mas minha decisão é final. Por ora, Tharon e Elyra, vocês não poderão acompanhar Lilith. É para o bem de todos.

Os dois amigos de Lilith protestam, mas o mestre da guilda permanece firme.

— Lilith — diz ele, voltando-se para ela — para garantir a segurança da cidade e dos seus amigos, vou pedir que você saia de Colbith por enquanto. Talvez em outro lugar você encontre uma maneira de lidar com os desafios que esses poderes trazem. Se precisar de ajuda, faremos o possível para auxiliá-la de longe, mas você não pode ficar aqui agora.

Lilith sente um peso esmagador de tristeza e resignação. Olha para Tharon e Elyra, seus olhos laranjas brilhando com emoções conflitantes.

— Eu entendo, mestre — diz Lilith, finalmente. — Se essa é a decisão para proteger a cidade, então eu aceitarei. Tharon, Elyra… sei que é difícil, mas prometo que encontraremos um jeito de nos reencontrarmos.

Tharon aperta o punho, tentando manter a calma.

— Lilith, vamos encontrar você, onde quer que esteja. Não importa o que aconteça, estaremos ao seu lado.

Elyra assente com lágrimas nos olhos.

— Por favor, fique segura. E lembre-se, você nunca está sozinha.

Um homem dá uma leve tossida e levanta sua mão, é o líder dos vigilantes da cidade.

— Perante ao seu emblema, não tem problema de usar ele, você não foi expulsa dos Vigilantes, você ainda faz parte. Aliás, o emblema também está estampado no seu cartão de guilda, então se você saísse teria que fazer outro cartão. Fazer parte desse grupo lhe dá alguns benefícios, podendo lhe ajudar em certas coisas como missões. Só quero dizer é que boa sorte na sua aventura, abuse, mas não abuse desse emblema.

*Realmente foi escrito dessa maneira, não é um erro.

Lilith olha surpresa para ele, mas dá um sorriso e o agradece.

Lilith, determinada a sair da cidade de Colbith, pediu tempo para se preparar antes de partir. Ela coloca a venda sobre seus olhos laranjas, ocultando o brilho intenso que refletia seus poderes divinos. Com a decisão tomada, começa a se despedir das pessoas importantes em sua vida na cidade.

Com um último olhar para seus amigos, Lilith deixa a sala e a cidade de Colbith, sentindo o peso da responsabilidade e da separação no coração.

Primeiro, ela vai até a alfaiate. A artesã, que fez tantas roupas para ela, está ocupada trabalhando em seu ateliê quando Lilith entra.

— Lilith, que surpresa boa! O que a traz aqui tão tarde? — pergunta a alfaiate, levantando os olhos do trabalho.

— Vim me despedir e agradecer por tudo que fez por mim — responde Lilith, com um sorriso triste. — Estou partindo da cidade.

A alfaiate se aproxima e coloca a mão no ombro dela.

— Vai fazer falta por aqui, minha querida. Cuide-se, onde quer que vá.

— Obrigada, senhora. Eu nunca esquecerei sua gentileza — diz Lilith, abraçando a mulher antes de sair.

Em seguida, Lilith se dirige à forja do ferreiro. O calor e o som do martelo batendo no metal são familiares e reconfortantes. O ferreiro, um homem robusto e de poucas palavras, levanta a cabeça quando ela entra.

— Lilith, sabia que você viria. Tenho algo para você — diz ele, com um sorriso enigmático.

Lilith franze a testa, curiosa.

— O que é?

O ferreiro se vira e pega um conjunto de Hidden Blade, reluzentes e aprimoradas.

— Fiz isso para você. Não são apenas blades comuns. Elas se autorreparam com mana e podem criar uma lâmina extra feita de pura energia. Não só isso, mas também recupera a roupa do usuário.

Lilith fica surpresa e emocionada.

— Você fez isso para mim? Não sei como agradecer…

— Apenas use-as bem e fique segura — diz o ferreiro, entregando-lhe as blades.

Lilith as coloca, sentindo a energia fluir através delas. Ela explica a situação e se despede calorosamente do ferreiro, prometendo usá-las com sabedoria.

No dia seguinte, Lilith acorda cedo, sentindo o peso do que está por vir. Ela se prepara, arruma suas coisas e desce para o saguão da hospedagem. Os funcionários estão ocupados com suas tarefas diárias, mas quando veem Lilith, se aproximam dela com expressões de preocupação e carinho.

— Lilith! Ouvi rumores de que você está indo embora — diz a recepcionista, com um olhar preocupado.

— Sim, estou partindo. Queria me despedir e agradecer a todos vocês pela hospitalidade — responde Lilith, com um sorriso triste.

Os funcionários da hospedagem se reúnem ao redor de Lilith, oferecendo palavras de encorajamento e desejando-lhe boa sorte em sua jornada. Ela agradece a cada um deles. Com um último abraço e um sorriso, ela se despede do pessoal da hospedagem.

Finalmente, Lilith encontra Tharon e Elyra, que estão esperando por ela perto da entrada da cidade. Seus rostos estão marcados pela tristeza, mas também pela determinação.

— Lilith, sabemos que essa é a melhor decisão para você e para a cidade — diz Elyra, com lágrimas nos olhos. — Mas vai ser difícil ficar longe de você.

— Eu sei. Vai ser difícil para mim também — responde Lilith, com a voz embargada. — Mas farei o possível para encontrar um caminho e nos reunirmos novamente.

Tharon, com um olhar de firmeza, estende a mão para Lilith.

— Leve isso como um lembrete de nossa amizade. Sempre que olhar para ele, lembre-se de que estamos com você, não importa onde você vá.

Lilith olha para o pequeno amuleto que Tharon lhe entrega, um símbolo de sua união. Ela sorri, emocionada, e o coloca em seu bolso.

— Obrigada, Tharon. Eu guardarei isso com carinho.

Elyra se aproxima e oferece um último abraço.

— Cuide-se, Lilith. E, por favor, volte para nós assim que puder.

Com um último olhar para seus amigos e para a cidade que começou a chamar de lar, Lilith dá um passo em direção ao futuro incerto. Ela sente a carga da responsabilidade e da separação, mas também uma nova determinação. O caminho à frente será desafiador, mas com as bênçãos dos deuses e a força de seus amigos, ela está pronta para enfrentá-lo.

Enquanto se afasta, os sons da cidade vão ficando mais distantes, e Lilith se prepara para enfrentar o que quer que venha a seguir. Ela sabe que a jornada está apenas começando, e que terá que ser forte para enfrentar os desafios que a esperam.

Com seus novos hidden blades e o amuleto de seus amigos, Lilith sente uma renovada sensação de propósito. Ela sabe que precisa ficar mais forte, não apenas para si mesma, mas também para aqueles que deixou para trás. O mundo além dos muros de Colbith é vasto e cheio de perigos, mas também de oportunidades para crescimento e aprendizado.

Caminhando por trilhas pouco conhecidas e enfrentando as adversidades da natureza, Lilith encontra tempo para refletir sobre os recentes eventos. A ajuda dos deuses, a traição do grupo de Lectos e a decisão do mestre da guilda pesam em sua mente. Ela precisa entender melhor o que os deuses esperam dela e como pode se preparar para futuros confrontos.

De longe em cima de uma ponta de um penhasco, pode-se ver o Fenrir de antes, observando tudo de longe. Lilith olha para Félix e continua sua jornada.

Picture of Olá, eu sou AmarildoVas!

Olá, eu sou AmarildoVas!

Capítulo sofreu alteração dia 15/09/2024 as 18:00
Diga sua opinião e duvidas, agradeço.
Próximo capítulo dia 04/10/2024.

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥