“Encontrei!” Exclamou Tanjiro enquanto se agachava para olhar a pequena flor azul no chão.
Vendo as pétalas azuis que se abriam como as patas de um aranha, torna-se fácil descobrir que flor é – O Lírio Aranha Azul.
Olhando para a flor que parecia brilhar levemente, Tanjiro lembrou-se das instruções de colete que Lucian havia dado a ele.
‘Caso encontre a flor não vai ser difícil pegar ela, não tenho muitos requisitos, apenas traga ela com junto com as raízes.’
“Arrancar pela raiz, não quebrar o caule” disse Tanjiro pegando uma pequena faca.
Ele agachou-se e começou a escavar ao redor da base da flor, e então começou a lentamente retirá-la enquanto cortava as raízes que estavam mais profundas.
Ele passou a mão nas raízes que ainda estavam presas à flor, para tirar um pouco da terra, antes de colocá-la em uma pequena bolsa que estava carregando.
Então Tanjiro ansiosamente correu de volta para casa.
Enquanto isso, dentro da casa da família Kamado, Lucian contava contos de fadas para Hanako, Shigeru e Rokuta, alguns contos orientais, outros ocidentais.
Conto do Momotaro…
Conto do cortador de bambu…
Urahisma Taro…
Branca de Neve…
Chapéuzinho vermelho…
“Uau! O caçador conseguiu salvar as duas da barriga do lobo!” disse Shigeru maravilhado.
“… Realmente existem lobos tão assustadores?” Medo apareceu no rosto de Hanako, ao pensar na possibilidade de ser engolida por um lobo.
“Sim, na verdade, existem lobos ainda mais assustadores” respondeu Lucian, lembrando da besta de Gévaudan.
“Em Gévaudan, na França, um grande lobo apareceu em 1764, foram mais de 200 ataques, mais de 110 mortos e quase 50 feridos. Diziam que ele tinha mais de 80 centímetros de altura e 180 de comprimento” Ele foi contando, até ser repentinamente interrompido.
“Encontrei o lírio aranha azul!” Neste momento Tanjiro entrou correndo na sala, interrompendo as reações que os presentes estavam prestes a esboçar.
“Você encontrou o lírio aranha azul?!?! Onde está? Você pegou ela?” Lucian levantou-se exasperado, uma onda de alegria passando por todo seu corpo, um grande sorriso surgia em seu rosto.
Ele ansiosamente pegou Tanjiro pelos ombros enquanto as perguntas caíam como chuva.
“Sim, eu peguei” Tanjiro rapidamente assentiu, um pouco intimidado pela excitação de Lucian.
‘Curar essa doença é tão importante?’ Claro, Lucian conseguir curar a doença que o atormentava apenas deixaria Tanjiro feliz.
Bem… Talvez não tão feliz se soubesse que isso curaria a fraqueza que os demônios têm ao sol.
Caso Lucian conhecesse a pergunta que Tanjiro se fez, com certeza diria ‘Totalmente e absolutamente importante’.
Tanjiro então pegou a pequena bolsa que estava pendurada do lado esquerdo de seu corpo, a abriu e tirou o lírio aranha azul.
As mãos de Lucian tremiam ao pegar a flor, a euforia crescente surpreendeu até a ele mesmo.
‘É parte do instinto do corpo? Ou é um resquício da obsessão de Muzan?’
“Obrigado” falou Lucian, respirando fundo em uma tentativa de se acalmar.
Após isso ele correu para seu quarto com a flor em mãos.
TUM!
Impacientemente fechando a porta, Lucian colocou o lírio aranha azul em sua boca, mastigou um pouco e engoliu.
Um fluxo quente começou a fluir por seu corpo, como se cada célula de seu corpo estivesse ficando ativa.
No próximo momento, ele caiu de joelhos no chão, seus músculos se contraindo e expandindo.
As veias de seus braços e rosto inchando se contorcendo, como se minhocas rastejassem por debaixo de sua pele.
A dor excruciante percorria seu esqueleto, como se seus ossos estivessem quebrando.
Suas fibras musculares rasgando.
Fendas se abriram em sua pele.
Era como se ele estivesse colapsando de dentro para fora.
E a verdade é que algo semelhante acontecia, com suas células devorando umas às outras.
A células novas, aquelas que já haviam sido transformadas após a ingestão do lírio aranha azul, estavam freneticamente devorando as células obsoletas.
Uma grande quantidade de carne e sangue expandiram-se, formando um ovo em torno de Lucian.
O intrincado processo de criação e destruição de suas células continuava.
Impulsionadas pelas capacidade mutagênicas e sobrenaturais do lírio aranha azul, algo no âmago de seu ser se modificava.
Tanto o DNA de seu corpo, quanto a essência de sua alma eram sublimadas.
Seu coração batia como um tambor, bombeando uma grande quantidade de sangue novo.
Um sangue melhor. Um sangue mais controlável, mais mutagênico, mais venenoso e mais restritivo.
Assim a taxa de falha na criação de novos demônios é diminuída, além de ser mais rápida.
O controle dele sobre os demônios também foi aprimorado, agora sendo basicamente capaz de amarrar até a alma.
E para fins ofensivos, a toxicidade do sangue mais que dobrou.
“Alcancei a ‘perfeição’.” Lucian riu levemente, movendo-se para sair do “ovo”.
Completando assim, seu “renascimento”.
Esticando o corpo, Lucian pegou o par extra de roupas que estava ao lado e as vestiu
As anteriores haviam sido dissolvidas.
“Esse conforto…Sinto que a compatibilidade corpo-alma foi melhorada. Realmente mágico.”
“Sentir essa sublimação é revigorante.”
Então ele abriu a janela, e saiu por ela.
Abriu os braços e sentiu o sol batendo em sua pele, o calor se espalhando por cada centímetro de seu corpo.
Em 2 de Agosto, ele veio para este mundo.
Em 12 de Agosto, ele encontrou a família Kamado.
Em 27 de Agosto, Tanjiro encontrou e lhe entregou o lírio aranha azul.
Agora, em 28 de Agosto, ele novamente sentiu o calor e a luz do sol.
‘O importante não é o sol, é a liberdade.’
Pela liberdade, centenas de guerras já foram travadas.
Pela liberdade centenas já morreram e ainda vão morrer.
‘E agora é impossível que algum caçador me mate. O nichirin se tornou inútil, e não existem drogas que possam o fazer, e nem existirão por um bom tempo. Provavelmente nunca.’
‘Depois de destruir a Demon Slayer Corps e coletar os diferentes tipos de respiração, irei partir para outro mundo.’
“A vida é tão boa~” Comentou Lucian antes começar a caminhar pela floresta, desfrutando do leve cheiro das flores, do chilrear dos pássaros e da leve brisa.
A pulsação da vida é tão inebriante.
E lá estava ele, com uma nova vida.
