“Onde está Lucian?” Kie perguntou confusa, já que Lucian não aparecia à horas.
“Eu entreguei a ele o lírio aranha azul, daí ele correu em direção ao seu quarto e não saiu mais. Parecia que não queria ser incomodado, então não fomos até ele.” Tanjiro respondeu antes de enfiar a cara de volta na tigela.
Cada segundo a mais falando, é um segundo a menos comendo.
“Verei ele amanhã então” disse Kie, também continuando a comer.
‘Se ele não quer ser incomodado, então irei esperar até amanhã.’
“Peraí, você já achou o lírio aranha azul?” Takeo perguntou, tentando confirmar uma coisa.
“Sim.” Assentiu Tanjiro.
“Então eu fiquei o dia todo procurando por nada?!” Takeo furiosamente questionou.
“Ah… Esqueci de te avisar…” Tanjiro respondeu sem graça.
“Vou confiscar um pedaço de carne como seu pedido de desculpas” falou Takeo, colocando seus hashis na tigela de Tanjiro.
“Não!” Tanjiro rapidamente protegeu sua tigela.
Kie sorria enquanto olhava para as brigas e risadas soavam pela mesa de jantar.
Essa harmonia a deixava feliz, apesar de que um certo pensamento a incomodava profundamente.
E seguindo a rotina de todos os dias, ela terminou seus afazeres e foi para o seu futon, e após um longo tempo, dormiu com um coração pesaroso.
Acordando cedo, como sempre fazia, ela abriu a janela e permitiu que a luz do sol entrasse em seu quarto.
Arrumou seu futon, e então foi à cozinha fazer os preparativos para o café da manhã.
Ela chamou seus filhos um por um, antes de ir em direção ao quarto de Lucian.
“Lucian, é hora do café da manhã.” Chamou Kie, batendo na porta.
Toc toc…
Toc toc…
Depois de um tempo batendo sem resposta, ela simplesmente abriu a porta e entrou.
Assim ela encontrou o quarto vazio, e o futon arrumado.
Não tinha nenhuma roupa, e parecia que Lucian não tinha dormido no futon.
Olhando isso, Kie sentiu vazia por dentro, como se algo estivesse quebrando.
‘Pegou o que queria e foi embora?’
‘Não, não, ele disse que gostava de mim.’
‘Mas podia ser mentira…’
‘Ele pegou a flor e foi embora?’ Lágrimas começaram a cair dos olhos de Kie, enquanto suas inseguranças afloravam.
Mesmo que eles tivessem apenas se beijado considerando a sociedade dessa época, fazer tal coisa é simplesmente uma grande canalhice.
“Por que está chorando?” Neste momento a voz de Lucian soou atrás dela.
Ela rapidamente virou-se, olhando para Lucian, começou a enxugar suas lágrimas.
“… P-pensei que você havia ido embora” disse Kie, após fungar o nariz.
“… Fui um pouco precipitado em sair sem avisar. Me desculpe por passar a impressão errada” Lucian disse suavemente , se aproximando e abraçando Kie, ele havia entendido qual era a preocupação dela.
“Eu deveria ter considerado o que essa sequência de eventos poderia parecer.” Seu aperto em volta de Kie aumentando levemente.
“Lhe garanto que não a abandonarei. Na verdade você ficará comigo para todo o sempre.” Assegurou Lucian.
“A não ser que recuse agora.”
“… Não, eu aceito” Kie respondeu levemente, felicidade aparecendo em seu semblante anteriormente triste.
Logo ela aceitou, ignorando completamente o quão assustadoras poderiam ser consideradas as palavras e o tom de Lucian.
“Aviso que depois não haverá espaço para arrependimento” falou Lucian, seu aperto aumentando, seus olhos se tornando possessivos.
Porém Kie, que estava com a cabeça no peito dele, não percebeu, e apenas respondeu levemente: “Não vou me arrepender.”
“É o que você disse.” Lucian riu levemente, antes de jogá-la em seu futon.
Antes de Kie ter tempo de ficar surpresa, Lucian começou a beijá-la, e ela rapidamente retribuiu.
O beijo apenas ficou mais intenso com o tempo.
As mãos de Lucian começaram a passear pelas macias e curvas de Kie, gradualmente desamarrando seu kimono.
Os leves feixes de luz, tingindo Kie levemente de laranja, o que apenas aprofundava o coloração rubra em seu rosto.
As respirações de ambos lentamente se tornando pesadas.
——- (Não vai ter cena erótica) ——–
“Descanse, eu cuidarei das crianças enquanto isso.” Disse Lucian dando um leve beijo na bochecha de Kie antes de sair do quarto.
Vendo Lucian sair, Kie lentamente voltou aos seus sentidos.
‘Aaah!! O que eu fiz… à luz do dia.’ Pensava Kie enquanto se revirava, tanto internamente quanto externamente.
Tudo tinha acontecido tão rápido, e ela só seguiu o fluxo, esquecendo que estava de dia, esquecendo que ainda teria afazeres mais tarde e esquecendo que seus filhos estão em casa.
‘Mas foi tão bom… Será que estou me tornando uma mulher safada?’ O conflito interno dela intensificou-se quando esse pensamento surgiu.
Afinal, tais relações apenas aconteciam após o casamento, ou em bordeis.
‘Mas ele disse que ficaremos juntos para sempre.’ Um largo sorriso apareceu no rosto de Kie ao pensar nas palavras de Lucian.
Por outro lado, Lucian estava na frente da casa, cortando lenha junto de Tanjiro.
Mesmo que ainda não fosse inverno, a lenha ainda era necessária, seja para cozinhar ou para esquentar o banho nas noites frias.
“Aliás Tanjiro, você já pensou em ter um novo pai?” Perguntou Lucian, enquanto partia um pequeno toco de madeira.
“Um padrasto?” Então Tanjiro parou e começou a pensar antes de responder “Acho que se minha mãe estiver feliz e ele não nos maltratar, tudo bem.”
“Bom. O que acha de mim?” Assentiu Lucian, antes de seguir com as perguntas.
“Você? … Acho que tudo bem.” Tanjirou olhou estranhamente para Lucian.
Foi inesperado para ele que esse homem quisesse se tornar seu novo pai.
Mas não era inaceitável.
“Umm… Certo, reúna seus irmãos, farei um anúncio.” Lucian disse antes de continuar cortando.
Tanjiro assentiu, e soltou seu machado antes de sair.
Pouco tempo depois todos os 6 estavam reunidos lá.
“E é raro ver você na luz do sol.” Comentou Nezuko ao chegar, afinal desde o dia em que ele chegou, ele se escondeu ou utilizou uma grande e grossa sombrinha.
“Isso é porque após consumir o lírio aranha azul eu superei o sol.” Lucian simplesmente respondeu, sem nenhuma preocupação.
Ele já tinha superado o sol, o que poderia acontecer?
“Superou o sol?… Isso quer dizer que…” Tanjiro o olhou pensativo.
“Sim, quer dizer que eu sou um demônio, na verdade o rei deles.” Sorriu Lucian.
Tanjiro ficou assustado, correu para pegar o machado e se colocou em frente a seus irmãos.
“O que quer fazer?!”
Uma reação compreensível, afinal demônios devoram pessoas, e a mãe deles ainda não havia voltado depois de procurar por Lucian.
Quanto a conversa sobre um novo pai, o choque já havia feito ele esquecer.
“Acalme-se e abaixe o machado, não quero lhes fazer nenhum mal, e se quisesse,o machado não teria nenhum efeito.” Lucian falou, enquanto se sentava em um toco de madeira.
“Chamei vocês aqui para anunciar que sou o novo pai de vocês.”
“O que?!?!”
Assim como uma bomba explodindo em um lago, as reações foram bem intensas.
Vieram notícia após notícia.
Primeiro, Lucian é um demônio.
Daí é dito que ele também é o rei dos demônios.
E para finalizar o rei demônio é o novo pai deles.
“… Então a mamãe está bem?” Hesitantemente perguntou Tanjiro, sua guarda diminuindo.
“Sim, ela está bem. E daqui em diante, será minha mulher.” Sorriu Lucian, sentindo contentamento com as atitudes de seu novo filho.
‘Apesar que esse era o esperado.’
“… Então agora teremos que te chamar de pai?” perguntou Tanjiro, após soltar o machado.
“Apenas se você quiser.”
Lucian então olhou para cima:
“Olha que horas são, irei ver sua mãe.” Então ele caminhou em direção ao seu quarto, onde ele sabe que Kie está.
Chegando em frente a porta, Lucian entrou e rapidamente fechou a porta atrás dele.
Olhando para o olhar ainda um tanto preguiçoso e os cabelos levemente desgrenhados de Kie, Lucian quase partiu para mais uma rodada.
Ele aproximou-se e deu um leve beijo nela, antes de dizer.
“Falei com eles, me pareceram bem em eu me tornar o novo pai deles.”
“Você falou com eles?!” Surpresa apareceu no rosto de Kie, ela pensou que ainda levaria um tempo para isso ser anunciado.
Fosse para dar tempo deles se conhecerem melhor ou por alguma hesitação de Lucian.
‘Pelo menos isso significa que ele não os afastará.’
“Mas não sei se estou para isso ainda.” Uma leve hesitação apareceu no rosto de Kie.
“Eu sei que você tem preocupações, mas irei garantir que tudo vai ficar bem. Diga-me, como vai querer que seja o casamento?”
Deixando sua preocupação de lado, Kie ainda estava se sentindo feliz pelo entusiasmo de Lucian.
“Não precisa de muito, desde que estejamos juntos” disse ela, encostando-se nele, com um sorriso doce estampado em seu rosto.
“Sabia que se você agir tão fofa assim vai ser difícil para me controlar?” Lucian indagou, segurando o rosto dela e beijando-a novamente.
É difícil resistir a essa vontade quando uma linda mulher com os lábios carnudos e vermelhos e um rosto esculpido diz palavras assim.
“Pare! Nós já fizemos uma vez, e ainda está durante o dia, tenho que fazer o almoço.” Kie rapidamente parou Lucian, afastando-se enquanto explicava porque não podiam.
“Sim sim, eu sei” disse Lucian, afinal foi justamente por isso que ele tinha vindo até ela.
Já beirava meio dia.
“Aliás, acho que esqueci de dizer, mas eu sou um demônio e sou polígamo” Lucian repentinamente disse.
“Que?!?!” Kie parou, sua expressão encheu-se de choque.