“… Então você é imortal?”
A primeira preocupação de Kie não foi sobre ele ser um dos terríveis demônios devoradores de humanos, nem com o fato de que ele teria outras esposas.
Ela não se importava com quantas pessoas ele matou ou mataria, desde que não fosse alguém de sua família.
Ela não se importava com a poligamia, afinal, até pouco tempo atrás isso era muito comum.
A primeira preocupação que apareceu em sua mente foi que ela envelheceria, enquanto ele continuaria jovem.
“Sim, e logo você será também” respondeu Lucian, parecendo ver as preocupações de Kie.
“Como?” Kie perguntou confusa.
‘Existe o lendário elixir da imortalidade?’
“Eu a transformarei em uma demônia.”
“Humanos podem ser transformados?!” Surpresa apareceu no rosto de Kie ao ouvir isso.
Somente os caçadores de demônios e aqueles que foram atacados por pessoas que conheciam sabiam desse fato.
“Sim, a nossa raça de demônios é bem diferentes daqueles que aparecem na mitologia. O primeiro surgiu mil anos atrás devido a alguns acontecimentos, e o resto foi transformado pelo seu sangue.”
“Entendi” Kie assentiu em compreensão, ao mesmo tempo parecendo reflexiva, enquanto andava em direção à cozinha para fazer o almoço.
E Lucian, vendo-a sair, apenas se perguntou o que a deixou reflexiva.
………
Depois do diálogo com Kie, Lucian logo voltou a sua rotina diária.
Treinamento seguido de um pouco mais de treinamento.
Hoje ele estaria enriquecendo seus meios de ataque, usando seus poderes de manipulação corporal para criar uma arma.
Ao contrário do método de estender partes do corpo para lutar, agora ele usaria seu material biológico para criar uma arma de “fogo”.
“Não vai ser complicado de qualquer forma.”
Então ele moldou ossos para ficarem no formato do corpo da arma num processo bem fácil, apenas tendo uma dificuldade a mais ao fazer o estriamento do cano.
– O estriamento no cano adiciona rotação ao projétil, o que melhora sua estabilidade.
Para os projéteis, ele moldou uma cápsula com ossos, e encheu de sangue para tornar altamente venenoso.
Assim, após atingir o alvo, a parte externa se rompe, liberando o sangue no corpo do alvo.
Com a parte fácil já concluída, veio a difícil, o sistema de impulsão.
O sangue dele não pode explodir então é claro que ele não poderia usar tal sistema.
Naturalmente ele não usaria pólvora, se ele quisesse usá-la, simplesmente usaria uma arma normal.
Pensando um pouco, ele decidiu moldar seus músculos em uma “mola”, que daria a impulsão ao projétil.
‘Um pouco semelhante ao sistema de armas de ar comprimido’
Não subestime armas de ar comprimido pensando em armas airsoft. Armas de pólvora utilizam os gases gerados pela reação química da queima da pólvora para impulsionar o projétil.
A diferença é que armas de gás comprimido utilizam uma mola e um pistão para comprimir o ar.
Porém considerando a força de contração e extensão dos
músculos do rei demônio, força de impulsão gerada por essa
mola facilmente se equipara a impulsão da pólvora.
Claro, se futuramente obtivesse um “sangue explosivo”, ele poderia cogitar modificar o sistema de impulsão.
Após todas essas etapas ele olhou para sua criação.
Uma pistola branca com detalhes em vermelho, um cano longo para melhor estabilidade e precisão.
(pense na casull do alucard, só que branca e vermelha)
O “carregador” sendo um órgão capaz de gerar os projéteis que serão disparados.
E para dar o toque final, <Devil No.1> gravado na lateral esquerda.
O que se seguiu foi uma série de testes; alcance, precisão, capacidade de penetração, impacto e velocidade do projétil.
“250 metros de alcance, Depois disso a precisão e poder já são consideravelmente reduzidos.”
“A precisão é boa.”
“A capacidade de penetração é suficiente.”
“O impacto também é suficiente.”
“Comparado à minha velocidade hipersônica, a supersônica da bala é bem inferior, mas ainda é boa.”
Lucian foi anotando, enquanto observava o alvo em uma árvores, com balas profundamente inseridas no tronco.
“… Pena que isso é um pouco fraco para os meus padrões, mas é legal e pode ser usada por qualquer um.” Concluiu Lucian, acenando com a cabeça.
Sim, essa era a real utilidade dessa pistola que ele havia criado, armar aqueles que eram mais fracos que ele.
A devil no.1 não mudaria muito seu poder de combate, porém ela poderia ser utilizada até por humanos.
Humanos com armas de fogo já mudam totalmente sua capacidade de combate, ao possuir munição infinita, tal aumento torna-se exponencialmente maior.
A imaginação de Lucian gradualmente tornou-se selvagem quando suas fantasias começaram a fluir.
Um milhão de soldados imortais que não temem a dor ou a morte, com munição infinita e um comando altamente unificado e eficiente através da telepatia.
Não que isso fosse difícil de obter.
Ainda mais ao pensar que aqueles que fossem atingidos e conseguissem sobreviver, seriam transformados em demônios.
Inclusive, em um futuro não tão distante ele faria um exército de tal amplitude…
“Acho que está quase na hora da minha estadia aqui acabar” disse ele, saindo do pequeno campo de treinamento que ele usou nos últimos dias.
Deixando apenas pedras esmagadas, e troncos quebrados, cortados ou perfurados para contarem a história.
“Eu deveria checar o andamento das coisas do lado da Daki?” Lucian se perguntou, enquanto andava pela floresta em direção à casa Kamado.
“Daki…” Chamou telepaticamente.
Após alguns segundos Daki respondeu: “Sim?”
“Como está indo o plano?”
“O pessoal da Demon Slayer Corps aumentou, e frequentemente chegam aqui, mas parece que desconfiam de alguma coisa ou estão em busca de notícias mais precisas, e ainda não mandaram nenhum hashira.”
“Entendo… As coisas estão um pouco mais lentas do que eu imaginei que seriam.”
Não que isso fosse incompreensível, na obra original, ainda levariam mais de 2 anos até que mandassem um hashira até o distrito da luz vermelha.
“Desculpe por falhar com suas expectativas.” Daki imediatamente se desculpou, sentindo que havia decepcionado Lucian.
“Não há necessidade para tal, a culpa não é sua. Agora, devo dizer que eles são medrosos ou cautelosos?” Lucian confortou Daki levemente antes de soltar uma zombaria aos demon slayers.
“Claro que deve ser dito que são medrosos!” Empolgadamente exclamou Daki, claro, sua empolgação vindo do fato de Lucian não culpá-la e até mesmo confortá-la.
“Uh…” De repente, Lucian congelou e então ergueu a cabeça, olhando para o longe com olhos frios.
“Algo aconteceu?” Perguntou Daki, percebendo a estranheza de Lucian.
“Alguém matou o Hantengu” respondeu Lucian.