Mesmo que Lucian não gostasse muito desse subordinado incompetente, ele não deixaria que o matassem.
Apenas ele pode matar seus subordinados.
“Ele morreu? É necessário pelo menos o poder de um hashira para matar o Hantengu.” Comentou Daki ao ouvir a notícia.
Mesmo que ela não sentisse nenhuma tristeza pelo companheiro caído, era obrigada a reconhecer sua força.
“Sim, vamos encerrar a comunicação, eu vou perseguir enquanto ainda há tempo” disse Lucian antes de correr até a casa Kamado, chegando em poucos segundos.
“Kie surgiu algo, ficarei fora por um tempo.” Ele rapidamente notificou-os, antes de entrar no castelo infinito por uma porta de correr.
“… Tudo bem?” Kie assentiu, pasma enquanto olhava a porta que surgiu de repente apenas desaparecer.
“Sumiu?” Indagou Tanjiro, igualmente pasmo com o que aconteceu.
Afinal, não é sempre que se vê uma pessoa simplesmente desaparecer no ar junto com uma porta.
‘Demônios são tão mágicos assim?’ Esse pensamento passou pela mente de todos os presentes.
“Nakime me mande para ****.” Pediu Lucian assim que apareceu no castelo infinito.
“Sim” respondeu Nakime, tão silenciosa quanto sempre, tocou seu biwa e abriu uma porta espacial, na qual Lucian entrou.
Chegando ao local onde Hantengu havia morrido, ele deu uma olhada para os vestígios do combate, e fechou os olhos, buscando as últimas memórias de Hantengu.
Cabelos rosas com pontas verdes, olhos verdes com uma pinta abaixo de cada um, uma espada semelhante a um chicote, uma estilo de luta que parece dança, além de seus grandes atributos….
Vendo essas características Lucian logo reconheceu a demon slayer – Mitsuri Kanroji.
Conforme as memórias passavam, não demorou muito para que ele soubesse como Hantengu morreu.
Ele foi forçado até a luz do sol.
E não poderia ter sido de outra forma, afinal, na obra original Mitsuri precisou de ajuda e da marca de caçador.
‘Mas ainda assim… Não pode ser coincidência essa batalha ter acontecido.’
Seria quase impossível esse encontro simplesmente acontecer, ainda mais quando Hantengu estava escondido.
O nascimento de Yoriichi, um indivíduo que possuiu a marca de caçador, mundo transparente e estado altruísta desde o nascimento, mostrou que existe algum tipo de entidade que está contra os demônios.
Seja essa existência um deus, um conglomerado da consciência do mundo ou quaisquer outra coisa similar.
Além de que muitos mundos demonstram ter um “destino”.
‘Tais fatos me fazem pensar…’
Voltando ao foco, Lucian inalou os odores no local, rapidamente separando o odor de Mitsuri.
Após ter uma direção, ele começou a perseguir. E em pouco tempo a encontraria.
Depois da luta Mitsuri certamente estaria um tanto debilitada devido a ferimentos e fadiga, juntamente ao fato de que demônios não costumam receber reforço, ela não está se movendo muito rápido.
Quanto aos ajudantes… Qual deles que sobreviveria a uma lua superior?
“Aack!” Mitsuri gemeu dolorosamente ao bater de costas em uma árvore após ser atingida por Lucian.
“Você… quem é você?!” Vigilantemente perguntou ela.
“Sou Lucian, o rei demônio.” Sorriu Lucian, ao fazer um leve reverência em sua apresentação.
Olhando para sua postura educada e amigável ninguém poderia dizer que ele havia acabado de atacá-la.
“Rei demônio?!?”
Mesmo que Mitsuri tenha ficado terrivelmente surpresa com essa auto apresentação, ela não duvidou muito.
Ainda mais ao se lembrar da velocidade que ela não foi capaz de perceber, muito menos reagir, e da força que quase dilacerou todos os seus órgãos internos em um único golpe.
“Cof! Por que ainda não acabou com isso?” Depois de tossir um pouco de sangue, Mitsuri perguntou, memórias de sua vida gradualmente passando por seus olhos levemente embaçados.
‘Pena que eu não fui capaz de arranjar um marido…’
“Preciso de um substituto para aquele que você matou” disse Lucian, enquanto se aproximava dela.
Então ele se agachou e segurou-a pelo queixo.
“Ouvi dizer que se juntou a Demon Slayer Corps por um objetivo, que tal eu lhe ajudar a completá-lo?”
“… me ajudar a completar meu objetivo?” Repetiu Mitsuri, seus olhos clareando um pouco para observar o rosto de Lucian.
“Não, não deixarei que me transforme em um dos malignos demônios!” Ela repudiou, afastando a tentação.
“Malignos? Humanos matam muito mais que os demônios, sejam outros humanos ou animais, inclusive já extinguiram espécies inteiras.”
“Se um demônio mata para se alimentar, um humano mata por ganância e inveja. Pelo que me lembro, os humanos iniciaram incontáveis guerras, e os demônios nenhuma.”
“A vida não é sobre bem ou mal, e mesmo que fosse, ao realmente avaliar, aqueles que são malignos são os humanos.”
“…” Embora quisesse refutar, Mitsuri não foi capaz. Ela não conseguia ver falhas na lógica de Lucian.
Os humanos mataram uns aos outros? Sim. Eles extinguiram espécies? Sim. Eles começaram inúmeras guerras? Sim.
Então porque eles podem dizer que demônios são malignos mesmo já tendo causado uma quantidade igual ou superior de mal?
“… Mas ser forçado a devorar humanos e temer o sol…” disse Mitsuri, ainda recusando se tornar um demônio, mantendo a última insistência em seu coração.
“Você não será obrigada a devorar humanos. E ainda não percebeu? É dia neste momento, e eu estou sob a luz do sol.” Lucian continuou tentando-a.
Mesmo que ela se recusasse a comer humanos agora, depois da transformação isso mudaria muito.
Este questionamento e persuasão são apenas uma gentileza dele.
Se ela aceitasse, o processo seria muito mais fácil e rápido.
Se ela recusasse, ele apenas usaria um pouco mais de força.
“Tornando-se um demônio você permanecerá jovem e linda para sempre, com um corpo imortal que nunca se cansa e obterá poderes sobrenaturais.”
“Além disso, quero que se torne uma de minhas esposas, ou seja, você será uma rainha.” Lucian foi lentamente seduzindo-a.
E após grande esforço, conseguiu o que desejava.
“Eu aceito!” A já fraca determinação de Mitsuri terminou de colapsar.
Ela nunca teve grandiosos e nobres desejos por vingança e justiça.
Ela nunca teve um de seus parentes mortos por demônios.
Ela havia se juntado a Demon Slayer Corps porque queria um marido mais forte que ela, ou melhor um marido que fosse capaz de aceitá-la e amá-la do que jeito que é.
E ela acreditava que apenas alguém mais forte que ela seria capaz de aceitar sua força descomunal e seu grande apetite.
Agora que uma oportunidade bateu em sua porta, com um homem bonito a pedindo em casamento, ela decidiu aceitar.
‘… Não que eu tenha outra escolha…’