“Por que temos que esperar? Esperar não é legal, cara.”
“Isso é o que chamam de estratégia onii-chan.”
“Para quê estratégia? É mais fácil eu simplesmente chegar lá de destroçar aquele lindo rosto com minhas foices.”
“Não tenho certeza, mas se Lucian quer assim, faremos assim.”
“Você se afeiçoou rápido a ele, irmãzinha, mas lhe digo que ele apenas quer usá-la.”
“Eu sei disso, assim como fomos ferramentas para Muzan. Pelos menos ser ferramenta dele é mais agradável.”
“Talvez você esteja certa” Gyutaro disse suspirando. Não é muito difícil ser mais agradável que o Muzan.
Pelos menos com a chegada de Lucian, Daki começou a sorrir mais, ao contrário de antes, quando ela sempre estava frustrada.
“E estou, isso pode ser visto pelo fato de que agora podemos andar ao sol.” Sorriu Daki, não permitindo incerteza sobre esse assunto.
“Mesmo assim temo que ele tenha alguma intenção a mais” resmungou Gyutaro, ele sempre sentia que Lucian queria algo a mais de sua irmã.
“Estou contando com isso, hihihi” Daki disse rindo, um brilho de expectativa aparecendo em seus olhos.
Neste momento, Lucian apareceu ao lado deles.
“Sobre o que conversavam?” perguntou Lucian, um toque de brincadeira aparecendo em sua face.
“Não conversávamos sobre nada” falou Daki, um leve rubor aparecendo em suas bochechas ao pensar que Lucian poderia ter ouvido suas palavras ousadas.
Lucian apenas deu um olhar de “acredito em você”.
“Você lembra-se daquelas caçadoras que você havia encontrado disfarçadas, uma cortesã na Casa Ogimoto, uma oiran na Casa Kyogoku e uma oiran na Casa Tokito? Capture-as, eu e Gyutaro iremos capturar o Tegen.” Instruiu Lucian.
“Sim mestre!” Daki saiu entusiasmada, mal podendo esperar para completar essa tarefa e receber alguns elogios.
“Vamos Gyutaro!” Chamou Lucian, liderando o caminho.
Silenciosamente corriam por cima dos prédios, até que Gyutaro puxou assunto, assim quebrando o silêncio que sobre eles pairava.
“…Eu sei que você quer algo com minha irmã, e sei que ela aceitará alegremente, então não posso impedir. Mas aviso, se fizer ela chorar minhas foices irão arrancar sua cabeça, entendeu cara?” ameaçou Gyutaro, sua preocupação por Daki era evidente.
“Não se preocupe muito, não a farei chorar, e você não conseguiria arrancar minha cabeça” Lucian respondeu calmamente.
“Espero que não.” Sem outra escolha, Gyutaro pôde apenas aceitar desamparado.
E Lucian apenas sorriu olhando para ele, essa preocupação com os familiares é tão admirável.
Com a incrível velocidade dos demônios, não demorou muito para ficarem à frente de Tengen, e claro tinham que cumprimentá-lo adequadamente.
“O que?!?!” Tengen Uzui, que estava calmamente andando pelas ruas de Yoshiwara, mal teve tempo de exclamar quando viu as lâminas em meia lua que vinham em sua direção.
Mesmo que rapidamente tivesse dado um mortal para trás para desviar ainda foi atingido, deixando alguns pequenos cortes em seu corpo.
Ele então livrou-se do kimono que utilizava, expondo o uniforme de demon slayer, e sacou suas espada, ficando de guarda.
Logo seu olhar se fixou em Lucian e Gyutaro, que estavam a poucos metros de distância.
“Atenção! Vocês aí que estão tentando fugir, agora todos vocês são reféns, não tentem correr ou irão morrer!” gritou Lucian, a maioria parou de se mover, enquanto os ousados que ainda tentaram fugir levaram um tiro na cabeça.
Olhando para aqueles que caíram com um grande buraco em suas cabeças, as pobres pessoas que somente queriam diversão encheram-se de medo.
Eles haviam visto Gyutaro mandar aquelas lâminas de sangue, uma grande arma aparecer nas mãos de Lucian do absoluto nada e viram a crueldade de ambos.
A única coisa que talvez lhes trouxesse um pingo de esperança era o alto espadachim que parecia ter intenção de bloquear os monstros que surgiram.
“Quem são vocês?” Tengen olhou para ambos friamente, constantemente pensando em como fugir dessa situação, ao mesmo tempo atormentado por questões que surgiram em sua mente.
‘Desde quando demônios tomam reféns? E como eles conseguem ficar sob a luz do sol sem virarem cinzas? Se eles se tornaram imunes será o fim…’
O temor quase tomava conta da mente de Tengen, pois ele sabia que sem essa fraqueza é praticamente impossível matar um demônio.
As lâminas nichirin se tornam inúteis, então a única coisa que funcionaria seriam drogas poderosas, mas não existe nenhuma droga tão poderosa assim.
Além de que demônios se adaptam muito rapidamente à drogas.
Recebendo um olhar de Lucian, Gyutaro se apresentou.
“Eu sou Gyutaro, a Sexta Lua Superior.”
“Eu sou Lucian, o Rei Demônio, viemos para convidá-lo.” Sorriu Lucian, cheio de escárnio.
“Rei Demônio?!?” As pupilas de Tengen se encolheram, se ele lutasse contra o rei demônio, sem dúvidas morreria.
“Convite?” Respirando e se forçando a ficar calmo, Tengen perguntou.
“Sim, viemos gentilmente convidá-lo até nossa residência, claro também posso lhe entregar o convite por escrito” disse Lucian, pegando uma pessoa e alongando uma de suas unhas.
Parecendo ter a intenção de escrever o convite na pele dessa pessoa.
“Pare!” gritou Tengen, mesmo que aquele em sua frente fosse o rei demônio ele não recuaria, ele faria o seu melhor para salvar as pessoas presentes.
“Eu irei com vocês.”
“Estou feliz que tenha visto a sinceridade de nosso convite, e aceitado-o de boa vontade.” Sorriu Lucian, olhando para ele atentamente.
“Vamos!” Lucian novamente guiou.
“Aliás, não se preocupe com suas esposas, já oferecemos a elas nossa hospitalidade”, comentou ele.
Ouvindo isso, Tengen que planejava um ataque furtivo, abaixou sua espada, apesar de nunca ter afrouxado o aperto de suas mãos
‘Como ele sabe delas?’ Seu temor apenas se aprofundou enquanto seu corpo lentamente enfraquecia.
“Três esposas? Cara que inveja.”
Depois de meia hora andando, chegaram a um pequeno edifício.
Entrando, avistaram Makio, Suma e Hinatsuru sentadas à mesa, ou mais precisamente amarradas nas cadeiras por faixas.
E Daki também sentada, tomando chá.
“Vocês chegaram!” Ela rapidamente cumprimentou ao vê-los chegando.
“Espero que tenham aproveitado de nossa hospitalidade” Lucian disse para elas após acenar para Daki.
“Hospitalidade?!? Vocês nos sequestraram!” Makio gritou irritada.
“Makio acalme-se!” Hinatsuru ao lado, alertou-a, os demônios não tinham tomado nenhuma atitude ofensiva, então ficar calmas seria o melhor.
Pena que Makio não tinha intenção de ouvi-la.
“Como vou ficar calma, essa mulher que se diz futura esposa do rei demônio apareceu e nos capturou uhm umm…” Enquanto gritava uma faixa cobriu sua boca, impedindo-a de continuar.
Porém suas palavras fizeram Lucian olhar para a Daki, que corou e abaixou a cabeça.
“ Buáá! Tengen-sama desculpe por ser capturada tão rápido” Disse Suma enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.
“Tudo bem, acalmem-se, Makio, Suma. Poderia remover essa faixa da boca dela?” Tengen aproximou-se de suas esposas e confortou levemente a furiosa Makio, e Suma que estava quase rachando de tanto chorar.
Ele também não pediu para que soltassem suas esposas, ele sabia que isso não iria resultar em nada.
Lucian olhou para Daki, sinalizando para ela, que rapidamente retirou a faixa que cobria a boca de Makio.
E Makio calou-se a contragosto.
“Agora vamos sentar e tomar um pouco de chá” disse Lucian, sentando-se e pegando sua xícara de chá.
“O que você quer?” perguntou Tengen, sentando-se. Claro, ele nem tocou na xícara, e se estiver envenenado?
Mesmo tendo treinado uma alta resistência a veneno, ele preferia não ingerir nenhum, principalmente sendo de origem demoníaca.
“Apenas gostaria de gentilmente sugerir que se aposente.” Sorriu Lucian, elaborando: “Você tem três lindas esposas, deveria se aposentar e curtir a vida”
“E se eu recusar?” Tengen replicou friamente.
“Então posso aumentar a persuasão ou te forçar” disse Lucian, estendendo tentáculos que enredaram Tengen tão rápido quanto um raio.
Por mais que o mesmo resistisse, não conseguiu fugir.
Com o poder de Lucian ele poderia lutar contra todos os hashiras ao mesmo tempo e ainda ter vantagem, então um Tengen enfraquecido pelo veneno de Gyutaro não foi grande problema.
“Tengen-sama!”x3
“Deixe-me pensar, arranco um membro ou vários? Devo usar suas esposas para persuadi-lo? Ou devo abrir várias feridas e colocar formigas nelas ?” murmurou Lucian, assumindo um semblante reflexivo.
E os 4 caçadores apenas sentiram o frio na espinha.
