“Shinobu Kocho foi encontrada…” Lucian parou o que estava fazendo ao receber tal mensagem.
Agora ele iria descobrir se conseguiria uma subordinada habilidosa em medicina e confecção de venenos e drogas.
Com um estalar de dedos ele desapareceu do castelo do infinito, aparecendo em uma floresta.
Shinobu havia acabado de eliminar um demônio por perto, quando foi avistada pelos olhos de Nakime.
Usando seus super sentidos, Lucian logo visualizou os sinais vitais dela.
No vasto silêncio da noite e na fria brisa que soprava, a temperatura e batimentos cardíacos de Shinobu eram como uma lanterna iluminando intensamente.
‘Batimentos calmos e respiração suave, ela deve ter acabado a luta com um golpe.’ Analisou Lucian enquanto corria para se aproximar.
Essa é uma característica do estilo de combate de Shinobu, ou ela termina rápido ou perde.
Como ela usa veneno para lutar, ao conseguir injetar o veneno e ele fazer efeito ela ganha, porém se o demônio não for atingido ou superar o veneno, ela perde.
Em pouco tempo ele chegou na até ela, e claro como o cavalheiro que ele é, teve de se apresentar corretamente.
“Olá Shinobu Kocho, sou Lucian, o rei demônio” disse Lucian, colocando uma mão no peito e se curvando levemente.
“Demônio?!” Shinobu vigilantemente sacou sua espada, pronta para lutar a qualquer momento.
“Não seja tão hostil, vim para lhe fazer uma oferta.” Lucian a acalmou, ao mesmo tempo que admirava seu belo rosto salpicado pela prateada luz da luz.
Os belos cabelos pretos com pontas roxas que adornavam sua face, seus traços aparentemente gentis que escondiam uma grande malícia.
Essa máscara amigável que esconde seu enorme ódio, constante raiva e natureza sádica.
Assim como diz aquele ditado, uma faca escondida por trás de um sorriso.
“Diga” Shinobu disse friamente, ao mesmo tempo que buscava uma forma de fugir.
Como a hashira fisicamente mais fraca, ela sabia que não teria chances contra o rei demônio.
“Um acordo bem simples, lhe darei o demônio que matou sua irmã e em troca eu quero você” Lucian disse sua proposta, ele acredita que tem altas chances dela aceitar esse acordo.
Shinobu era uma pessoa que vivia apenas pela vingança, alguém que transformou o próprio corpo em uma enorme cápsula de veneno, alguém mais do que disposta em morrer pela vingança.
“O demônio que matou minha irmã? E como você prova isso?” perguntou ela, sua descrença evidente.
O rei demônio sacrificaria um dos demônios mais fortes em troca dela?
“Aqui está a prova, Douma, a Lua Superior 2” Lucian respondeu, estalando os dedos, fazendo uma figura aparecer.
Um homem alto com cabelos loiros prateados e olhos arco-íris, sua face sempre imutável, mesmo que no momento ele estivesse preso por vinhas cor de sangue que constantemente sugavam seu sangue.
Olhando para o rosto sem emoções do bastardo que havia matado sua irmã, uma onda de euforia surgiu das profundezas da mente de Shinobu.
Principalmente vendo a situação em que ele se encontrava.
Se fosse um ou dois anos antes, quando sua irmã ainda estava viva, ou antes dela ser corroída pela vontade de se vingar, ela não iria aceitar se esse acordo.
Nessa época ela ainda tinha como objetivo impedir que mais pessoas fossem mortas por demônios.
Mas agora era diferente, a vingança era tudo para ela, arrancar a cabeça de Douma sendo sua única ambição e desejo.
“Então eu irei aceitar.” Shinobu sorriu, mas diferente de antes, seu sorriso agora era mais genuíno.
Então ela começou a desabotoar sua camisa.
“O que está fazendo?” Lucian rapidamente pegou a mão dela, parando-a
‘No que ela está pensando?’
“Você não disse que me queria?” Shinobu inclinou a cabeça, um pouco confusa, e o rubor em suas bochechas mostravam que ela não estava tão calma quanto parecia.
‘Eu fui um tanto ambíguo…’
“Eu quero, mas não agora; não na floresta e não na presença de uma plateia” disse Lucian, dando os motivos pelo qual não deveriam fazer naquele momento.
Poderia ser um mal entendido, mas se ela estava disposta a dar, ele estava disposto a receber.
Em suma, foi um mal entendido deveras agradável.
‘Mas eu ainda devo tomar cuidado com minhas palavras… ou torná-las ainda mais ambíguas?’
Essas palavras ambíguas lhe trouxeram benefícios, o que o fez se perguntar se deveria repetir, afinal era assim que os profetas faziam.
Algo do tipo: “irá aparecer alguém que mudará sua vida para sempre.”
Pode ser um assassino, um agente da receita federal, um agiota, um mafioso ou um médico com o teste de câncer.
De qualquer forma, funcionava. Quanto maior a imprecisão das palavras, menor a chance de errar.
“Entendi” falou Shinobu, seu sorriso agora estava um tanto embaraçado.
“Eu acho que nos divertiremos muito juntos, Douma.” Shinobu então virou-se para Douma, seu sorriso agora sinistro, seus olhos brilhando com intensa malícia.
“Sem dúvidas que sim” disse Lucian, antes de continuar:
“Quer ir ao castelo do infinito ou vai levá-lo para outro lugar?”
“Considerando que o seguirei a partir de agora, irei para o castelo do infinito” respondeu Shinobu, parecendo ansiosa pelo que viria futuramente.
… Ou melhor, as formas que torturaria Douma futuramente.
“Ah, tenho um aviso para você, torturar ele é inútil. Ele não sente dor, e provavelmente não possui emoções.”
Percebendo as intenções dela, Lucian a alertou, para que ela não ficasse decepcionada depois.
“… Isso é decepcionante, mas ainda terei certeza de fazê-lo morrer lentamente.” Decidiu Shinobu.
Pelo menos ela conseguiria desabafar sua raiva e obter um pouco de satisfação fazendo isso.
“Se você quiser assim.” Lucian deu de ombros.
E Douma, que estava amarrado e amordaçado, pôde apenas ouvir a conversa entre eles.
Então ele sentiu, que pela primeira vez em centenas de anos, uma emoção surgia em seu peito.
Raiva! Era essa a emoção que ele sentiu. Uma raiva intensa, um grande ódio, por Lucian que simplesmente o amarrou e entregou para alguém que era uma inimiga.
‘Se eu não estivesse amarrado… se eu pudesse usar kekkijutsu… eu destroçaria ela!’
Pena que não haviam tantos SEs, apenas que ele estava condenado a uma morte lenta.
Infelizmente ele apenas pôde ser usado em uma transação por aquele que estava acima dele nesta cruel hierarquia.
E Lucian, sendo a pessoa gentil e benevolente que é, ficou 5 segundos em silêncio pelo Douma.
“Espero que tenhamos uma boa relação no futuro.” Lucian então apertou a mão de Shinobu.
E novamente em um estalar de dedos, eles desapareceram.