“Eu já tenho 100 BP então por que ainda estou tão fraca?” reclamou Mitsuri, em uma voz manhosa, agindo como uma criança mimada.
“Não, você está bem forte” respondeu Lucian, enquanto olhava fixamente para Mitsuri.
Ele tinha que admitir que ela fica bem fofa quando age assim.
“Mas você não disse que 1 BP são 200 kg de força?” Pena que a resposta de Lucian somente aumentou as dúvidas dela.
“Um demônio com 1 BP pode ter 200kg de força, mas isso não significa que cada BP aumenta a força em 200kg. Humanos possuem uma vitalidade ‘máxima’ que se for quantificar, seriam 10 unidades.
A maioria dos humanos teriam só 8 unidades, adolescentes e crianças tendo ainda menos. Essas 10 unidades permitiriam que a pessoa levantasse 200 kg com uma mão.
Claro, isso não passa do máximo teoricamente possível.
No processo de transformação em demônio, pode-se dizer que a vitalidade é maximizada, e então convertida em 1 unidade de poder de sangue.
Portanto a primeira unidade de poder de sangue concede uma força de 200 kg, e as subsequentes provavelmente concederão um aumento de apenas 20 kg” explicou Lucian e ela ouvia com um olhar bobo em seu rosto.
A cara de quem ouvia e não entendia nada.
“Então 100 BP na verdade é pouco?” perguntou Mitsuri, a resposta de Lucian apenas serviu para aumentar sua indignação.
“De modo algum, neste mundo o máximo que pode ser obtido é 1000 BP, além de que 100 BP já é aproximadamente equivalente à 2000 kg de força, ou entre 4000 e 5000 kg usando ambas as mãos” respondeu Lucian, um toque de conforto em suas palavras.
Não que essa força fosse pequena, é suficiente para quebrar pedras com um soco.
“E você também tem que lembrar que o poder de sangue não aumenta só a força, mas também a velocidade, regeneração e a defesa.” Concluiu Lucian.
“Pelo menos isso” disse ela, antes de prosseguir: “Mudando de assunto, meus pais aceitaram ir para outro mundo conosco. E também ficaram muito felizes quando eu falei que encontrei alguém com quem me casar.”
“Isso é bom.” Assentiu Lucian.
Isso pouparia muitos problemas, o principal deles sendo a preparação de uma âncora espacial para que ele pudesse retornar.
Atualmente ele estava na posse de três kekkijutsus de natureza espacial.
A [Magia da Cabaça Demoníaca], [Castelo Infinito] que ele copiou de Nakime e [Manipulação de Faixas] que ele copiou de Daki.
Sim, alguns dias atrás ele havia copiado o kekkijutsu de Daki, especificamente com o propósito de aprimorar seus poderes relacionados com o espaço.
Ele pretendia juntar esses poderes futuramente para formar um poder mais forte.
E outro fato curioso é que ele descobriu o limite de kekkijutsus, que é um kekkijutsu para cada 200 BP.
‘Ou seja, meu limite atual é 5 kekkijutsu.’
Neste momento, Mitsuri se aproximou e sentou no colo de Lucian.
Abraçando o pescoço dele, ela se aconchegou e respirou fundo, sentindo seu cheiro.
E Lucian a abraçou, afagando sua cabeça de leve com sua mão direita.
“Essa é outra coisa que é boa” disse ele, apertando-a mais um pouco.
“Concordo com você” respondeu Mitsuri.
Poderia não ser muito, mas simplesmente se abraçarem aquecia seus corações e acalmava suas mentes.
Após um tempo, Daki também se aproximou, e vendo o que acontecia, naturalmente também quis se envolver.
“Eu quero também!” exclamou ela ao sentar-se na outra perna de Lucian.
Claro que Lucian não a recusaria, afinal era a mulher dele.
Pena que Shinobu e Kie não apareceriam. Shinobu estava ocupada em um treinamento para controlar a nova força que havia ganho e Kie estava na casa dela cuidando de seus filhos.
‘Será que eu deveria passar mais tempo com eles?’ Lucian se questionou internamente, mesmo que ele passasse um certo tempo com Tanjiro e os outros, talvez não fosse suficiente.
‘Acho que amanhã vou ficar um pouco mais com eles.’
Deixando isso de lado, Lucian retornou seu foco para as belas mulheres em seus braços.
“Vamos sair para passear um pouco?” Ele sugeriu.
“Boa ideia!” Ambas rapidamente concordaram, a empolgação delas era visível, afinal seria mais divertido do que ficar no monótono castelo infinito.
E se Lucian as convidava para sair num encontro, elas naturalmente aceitariam alegremente.
“Vamos aonde?” Mitsuri perguntou animadamente, após pular em antecipação.
“Acho que qualquer cidade aleatória vai servir.” Lucian apenas deu de ombros, na opinião dele o lugar não importava muito.
“Então vamos escalar o Monte Fuji!” Mitsuri sugeriu, dando a ideia de escalar a montanha mais alta do Japão.
“Não! Por que você quer escalar uma montanha fria? Vamos para Hokkaido aproveitar as fontes termais!” Daki rapidamente negou a sugestão de Mitsuri, enquanto dava a dela.
Quem iria querer ir para um monte de pedras congeladas?
É muito melhor mergulhar nas quentinhas águas das fontes termais.
“Pensando bem, isso faz sentido, vamos lá então!” Mitsuri concordou com Daki ao se lembrar da sensação de mergulhar em um onsen.
Seu entusiasmo poderia ser visto enquanto ela segurava seus em rosto em suas mãos e seus olhos brilhavam intensamente.
“Esperem um pouco, eu vou perguntar para a Shinobu e para a Kie se elas querem ir junto.” Então Lucian foi teleportado para outra sala do castelo.
A sala em que Shinobu estava treinando arduamente.
Ela balançava sua espada de aparência peculiar com tremenda velocidade, seus movimentos eram tão fluidos que pareciam uma dança, porém a maioria das pessoas não poderia apreciá-la devido a alta velocidade em que aconteciam.
Tendo se tornado uma demônio vários de seus problemas de força e resistência haviam sido resolvidos, além de que agora sua espada gerava o veneno por si só.
A junção desses e mais aspectos elevou seu poder de combate para um nível totalmente novo.
“Algo aconteceu?” Shinobu perguntou ao ver Lucian se aproximando, na opinião dela, ele não iria aparecer sem motivo enquanto ela treinava.
“Nós vamos ir para Hokkaido para aproveitar as fontes termais, quer ir também? Acho que seria bom você descansar um pouco” Lucian disse, ao mesmo tempo em que apontava para os diversos bonecos de treinamento destroçados ao redor.
“… Você está se preparando para uma guerra e ainda consegue pensar em ir para as fontes termais com suas mulheres?” Shinobu simplesmente ficou sem palavras.
‘Como ele consegue ficar tão calmo assim?’
“Sim, não se pode lutar cansado, né?” Lucian deu de ombros.
“… Tudo bem, eu vou ir com vocês” disse ela depois de olhar para ele com os olhos vazios.
‘Acho que posso continuar treinando depois’ pensou ela, afinal não era todo dia que ele a convidava para ir até as fontes termais.
“Que bom!” Lucian assentiu antes de se retirar, depois de chamar a Shinobu, ele iria perguntar para Kie a seguir.
‘Tendo o castelo infinito acho que vou acabar ficando preguiçoso.’ Lucian suspirou ao aparecer na casa da família Kamado.
Logo ele encontrou ela que estava terminando de lavar as louças.
Aproximando-se, ele a abraçou por trás e sentiu o agradável cheiro de seus cabelos.
Ah! Gritou Kie ao sentir alguém abraçando-a, e rapidamente olhou para trás, suspirando de alívio ao perceber que era Lucian.
“Você podia avisar antes de fazer isso!” Kie exclamou com um pouco de raiva por estar assustada por ele.
“Hahaha, desculpe, mas eu vim lhe convidar para ir às fontes termais.” Lucian rapidamente se desculpou enquanto ria, antes de soltá-la e declarar seu propósito.
“Eu tenho que cuidar das crianças, então não vou poder ir” respondeu Kie, um pouco triste em recusar esse encontro.
“Podemos pedir para o Kokushibo ou a Nakime cuidarem deles” disse Lucian, Kokushibo já teve filhos e considerando quão calmo ele é poderia ser babá tranquilamente, e ainda ajudaria no treinamento do Tanjiro e dos outros.
Nakime também é bem calma e poderia deixá-los brincando no espaço do castelo infinito.
“Então aceitarei.” Kie já estava com vontade, então com um pouco de persuasão ela logo aceitou.
Ouvindo isso, Lucian sorriu, feliz pelo seu sucesso, antes de levá-la até o castelo infinito.
“Agora que estamos todos juntos, vamos para Hokkaido” disse ele, abrindo uma porta até lá.