“Que tal esta pousada? Ela tem banho público e privado.” Sugeriu Lucian, após ter juntado um número considerável de informações através de seus familiares.
Este tipo de pousada é construído em volta de uma fonte termal natural, as pessoas costumam se hospedar nelas por alguns dias para aproveitar as águas.
Porém muitos desses estabelecimentos, que também podem ser chamados de casas de banho, possuem somente um banho público, que é dividido por gênero ou é misto.
Enquanto algumas um pouco mais luxuosas possuem um banho separado, exclusivo para aqueles que se hospedaram em certos quartos.
Naturalmente ele escolheria uma pousada com banho privado, em um banho público ele não poderia ficar com junto de suas mulheres.
E ele também não queria ir em um banho misto, pode ser um pouco possessivo, mas ele não queria que ninguém além dele admirasse a beleza delas.
“Me parece uma boa ideia.” Kie assentiu ao ouvir as palavras de Lucian, sabendo dos planos deles, ela concordava plenamente – ela não queria ser vista por ninguém além dele.
“Então vamos logo!” Mitsuri disse, já se adiantando para liderar o caminho.
A empolgação dela por essa cidade que ela nunca havia visitado era grande.
Seus grandes olhos brilhavam enquanto olhava para tudo atentamente.
Comparada à ela, Shinobu, Daki e Kie estavam tremendamente mais calmas.
Kie era mais madura e mais velha, então não demonstrou muito interesse em olhar as construções e barracas de rua, apenas abraçando o braço direito de Lucian enquanto caminhava.
Daki, tendo vivido por tanto tempo, havia visto muitas coisas e neste momento estava mais interessada em ficar com Lucian, então abraçava o braço direito dele.
Por outro lado, Shinobu, que sempre estava calma, agora estava um pouco desamparada ao ver que ambos os braços de Lucian haviam sido ocupados em um piscar de olhos.
“Quer subir nas minhas costas?” Lucian perguntou, como se pudesse ler a mente de Shinobu.
“Claro que não! Por que eu subiria em suas costas?” Shinobu corou enquanto negava.
“Se os lados estão cheios é só subir em cima.” Lucian deu de ombros, como se falasse o óbvio.
Shinobu pôde apenas revirar os olhos antes de voltar sua atenção para as barracas e lojas.
Andando lentamente pela estrada de pedras, Mitsuri frequentemente pedia que Lucian comprasse comida de alguma barraca para ela.
Sendo puxados por Mitsuri, eles rapidamente fizeram reserva na pousada.
E em meio ao entusiasmo dela, também correram para o banho privado do quarto deles.
“Ahh~, bom demais” disse Mitsuri, seu corpo mergulhado na água e um suspiro de satisfação saindo de sua boca.
“Sim, muito agradável.” Assentiu Lucian, concordando com ela.
Além da temperatura confortável das fontes termais que relaxa os músculos e alivia a tensão, elas também possuem sais minerais que fazem bem para a pele, além de que dilatam os vasos sanguíneos, aliviando hipertensão e acelerando o metabolismo.
Só não pode ficar tempo demais, senão podem surgir problemas.
“Realmente não sei como você consegue ficar tão relaxado sendo que estamos prestes a iniciar uma guerra.” Shinobu novamente incorreu em suas preocupações.
“Vai acabar passando mal se continuar tão tensa, deveria relaxar também.” Aconselhou Daki, antes de se ajeitar, encontrando uma posição mais confortável ao lado de Lucian.
“Conflito interno realmente é complicado” Lucian suspirou, ele também estava sofrendo um conflito interno sentindo a maciez em suas laterais, que estavam ocupadas por Kie e Daki.
A culpa da traição colidindo com a satisfação da vingança, esse era o conflito pelo qual Shinobu passava, e sua preocupação por Kanao não facilitava as coisas.
“… Eu sei que você já disse que eu não deveria me preocupar muito, e também que eu não precisarei participar do ataque, mas ainda me pergunto: o que minha irmã pensaria se soubesse que eu traí o ideal que compartilhávamos?” disse ela expondo suas preocupações.
O que a irmã dela pensaria se visse que ela se aliou aos demônios por sua vingança?
“Eu já fui como você” Lucian repentinamente disse.
“Foi?” perguntou Shinobu confusa, Lucian não parecia alguém que tivesse passado por isso e ela não sabia onde ele queria chegar.
“Sim, eu tinha pais e irmãos. Eles morreram, não de forma natural, e eu lembro claramente o que eu senti na época. Uma tristeza me preencheu, mas com o tempo essa tristeza se transformou em raiva e em ódio.
Então eu os cacei e os matei, completando minha vingança. Naquela época eu vivia pela vingança, a cada momento eu a desejava. Quando eu finalmente consegui, eu senti felicidade e satisfação, porém depois veio um vazio, a vingança havia se tornado meu único objetivo e sem ela, eu não era nada.
Poupando detalhes, depois de um difícil processo, eu recuperei meus objetivos, voltei a ser ‘preenchido’.
Concluindo: o que eu quero dizer é que sua irmã provavelmente ficaria feliz ao ver que você não está mais se afundando no ódio, ainda mais feliz se você for capaz de seguir em frente.
Como a boa irmã que ela era, eu sei que ela apenas deseja seu bem.”
Mesmo que Lucian falasse em um tom leve, elas podiam sentir o quanto esses eventos haviam afetado ele, e ouvindo suas palavras, quase derramaram lágrimas.
“… Acho que sim -sniff-” Shinobu disse, sua voz embargada e seus marejados.
“Vou sair primeiro.” Ela anunciou, levantando-se e saindo.
“Deixem ela se acalmar.” Lucian pediu, impedindo Mitsuri e Kie que queriam confortá-la de alguma forma.
“Mas e você? Precisa de conforto?” Daki perguntou se inclinando sobre ele, sua mão vagando nas coxas de Lucian.
“Espera! Cadê o seu amiguinho?” Ela então percebeu algo e perguntou desesperada.
“Está guardado. Recém desenvolvi este método para me proteger de ataques inimigos” Lucian respondeu, seu olhar orgulhoso pela genialidade de seus métodos.
“… Mas por que você está escondendo agora?” Daki perguntou com uma expressão aturdida.
“Para evitar ‘crescimentos’ inoportunos” Lucian respondeu, seu sorriso agora contendo más intenções.
Daki logo entendeu as intenções de Lucian, então ela corou e se aproximou da orelha dele, antes de dizer:
“Eu gostaria muito de ver esse crescimento”
“Oh? Mas eu também preciso da opinião de Kie e Mitsuri, afinal não estamos aqui sozinho” disse ele, voltando seu olhar para elas.
Ambas, que já estavam coradas pelo que acontecia e pela fonte termal, enrubesceram ainda mais.
Tanto sangue era bombeado que elas sentiam que iam desmaiar.
‘Que pervertido…’ pensaram, antes de responder:
“Nós também queremos!” x2
Como o bom homem que Lucian é, ele não pôde recusar tal pedido, ainda mais quando feito por todas elas ao mesmo tempo e todas estando tão charmosas.
Logo, ele e seu crescimento estavam trabalhando duro para construir a felicidade de todos os presentes.