Brincadeiras à parte, se for considerar que um kekkijutsu seja uma marca formada após juntar traços do sangue e das almas daqueles que o demônio em questão devorou, o que Lucian fez foi desmontar então remontar a marca que Gyokko possuía.
Este foi o princípio para transformar o kekkijutsu de Gyokko em outro kekkijutsu.
Analisando estas questões, Lucian logo percebeu que isso abre uma grande margem para desenvolvimento.
Muitas possibilidades, sejam elas transferência, cópia, modificação e fusão de kekkijutsus.
‘Pode-se inferir que o motivo para demônios não terem mais de um kekkijutsu é que somente o primeiro surge espontaneamente, quaisquer outros precisariam de intervenção ativa.’ Concluiu Lucian.
Quanto ao motivo para Muzan não saber nada disso? Simples, sua “permanência” e sua arrogância o impediram, e claro, o fato de sua zero preocupação com os subordinados.
‘Agora voltando ao importante’ Lucian abriu os olhos e se voltou para Nakime: “Me leve para o Monte Sagiri”
Ele iria procurar a família de Tanjiro. Mesmo que não tenha sido dito o nome da montanha onde moravam ou da vila perto da montanha, pode-se presumir que não é muito longe do Monte Sagiri, considerando que Tanjiro chegou em poucos dias e carregando Nezuko nas costas.
Considerando sua velocidade de movimento, Lucian logo os encontraria.
E Nakime tão silenciosa como sempre, apenas assentiu antes de tocar seu biwa, então uma porta apareceu e se abriu.
“Obrigado” Lucian agradeceu antes de passar pela porta, que fechou e desapareceu em seguida.
Ele então observou os arredores, árvores exuberantes e mata densa no chão, apenas leves feixes do luar passando por dentre as folhas podiam fornecer uma luz nesta escura florestas.
Ele então respirou fundo, mesmo que não precisasse, aproveitando a leve brisa e o frescor do ar.
E então para facilitar a busca ele localizou o demônio do templo (apelido dado ao primeiro demônio que o Tanjiro encontrou).
E não demorou muito, pois o demônio do templo tinha uma cabana aos arredores do Monte Sagiri como território.
Usando este demônio como referência, Lucian achou o caminho que Tanjiro havia pego em direção do Monte Sagiri, quanto ao pobre demônio, ele apenas foi morto antes que pudesse reagir.
Lucian então assobiou uma musiquinha enquanto andava pelo caminho terra, ou melhor corria, considerando a velocidade na qual ele estava se movendo, afinal, ele devia se apressar antes do sol nascer.
Ao finalmente encontrar uma vila e sabendo que faltava somente uma hora para o nascer do sol, Lucian parou e achou uma cavernas nas proximidades.
Parou e então começou a liberar uma grande quantidade de pequenos familiares, os mandando se espalharem e se esconderem no solo enquanto ampliavam o alcance da busca.
Então, ao perceber os raios solares dissipando a escuridão e aquecendo a densa floresta, Lucian adentrou ainda mais a sombria caverna.
Afinal, mesmo que os familiares pudessem se locomover no solo, ele era grande demais para se mover abaixo da terra, o esforço em cavar o buraco seria completamente desperdiçado.
Por isso ele apenas se sentaria na caverna e desenvolveria um pouco mais suas habilidades enquanto espera o sol se pôr.
——————-Time skip ——————
Lucian se levantou e se espreguiçou, antes de sair da caverna.
‘Lua cheia… sinal de sorte.’ ele sorriu, enquanto olhava para a brilhante lua que adornava o céu noturno.
‘Agora ir para a próxima vila’ pensou, logo retornando às suas buscas.
Nem ele ou um de seus familiares escutou o nome de Tanjiro ou qualquer um da família Kamado em um raio de 10 quilômetros, portanto tirou a conclusão de que não moravam por aqui.
Portanto ele correu diretamente para a vila mais próxima, antes de arranjar um lugar para escapar do sol.
Quanto ao porque não procurar de noite, simples, ao contrário dos tempos modernos a maior parte das pessoas dessa época dorme não muito tempo após o pôr do sol.
Afinal, a grande maioria das vilas nem mesmo tinham eletricidade, e somente algumas grandes cidades possuíam uma vida noturna ativa.
Isso é algo que acabaria diminuindo muito a eficiência da busca.
Durante a noite, tá todo mundo dormindo.
E durante o dia ele só pode expandir a percepção tentando localizar a família Kamado enquanto se esconde do sol.
‘Terei de contar com os familiares’
Porque só eles conseguiriam se mover durante o dia por estarem rastejando debaixo da terra.
E esse chato processo felizmente continuou por apenas alguns dias.
“Então é lá que eles moram? Obrigado por seus serviços” disse Lucian para a cigarra que estava em sua mão esquerda, antes dela se desfazer em sangue e entrar no corpo dele.
Finalmente tendo as informações que desejava, Lucian logo se apressou.
A ansiedade estampada em sua face.
Afinal, o lírio da aranha azul era a solução para todos os seus problemas.
E em poucas horas ele chegou ao seu destino.
Neste momento o sol já raiava, tingindo o céu antes escuro com um brilho dourado.
Mas ele já estava preparado para isso, e rapidamente cobriu-se com a grande sombrinha que ele havia preparado.
‘Alguém desconhecido abordá-los nas montanhas durante a noite pode levantar muita suspeita…’ Lucian pensou enquanto caminhava.
“Olá, você seria parte da família Kamado?” perguntou Lucian para uma jovem que ele encontrou colhendo flores.
A jovem virou-se para olhar Lucian, seus longos cabelos pretos presos em um coque baixo, seu belo rosto possuindo feições gentis, e seus brilhantes olhos são rosa escuros. Esta é Nezuko Kamado.
“Sim, eu sou Nezuko Kamado, o senhor deseja comprar carvão ou tem outro negócio a tratar?” Nezuko apresentou-se, antes de perguntar curiosa, afinal, não é sempre que aparece alguma pessoa, ainda mais usando uma sombrinha tão grande.
“Sim, desejo perguntar alguma coisa para sua mãe. Na verdade seria melhor se toda a família ouvisse” Lucian respondeu com um sorriso, apreciando a beleza da jovem à sua frente, e feliz considerando o quão perto está de do lírio aranha azul.
“Siga-me” falou Nezuko, guiando-o por entre as árvores até a casa Kamado, não tendo nenhum pingo de suspeito desse belo homem ser na verdade o rei dos demônio devoradores de homens, ou de mulheres, já que elas fornecem mais nutrição.
“Obrigado.” Agradeceu Lucian, antes de segui-la. Seu sorriso quase indo de orelha a orelha.
Se Nezuko olhasse para trás neste momento com toda certeza se assustaria com as feições cheias de alegria frenética de Lucian.