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Capítulo 34 – A arte do contra-ataque

“O contra-ataque é a resposta estratégica à agressão, um pêndulo que oscila entre a força e a estratégia. Esperar o instante exato para agir é o que separa a vitória da derrota, a sobrevivência da aniquilação e o verdadeiro estrategista do guerreiro comum.”

O Código do Guerreiro Solitário, Verso 54.


A batalha invisível entre Harley e Sergio Romanov continuava, e o jovem sabia que precisava de uma abordagem inovadora para prevalecer.

Com voz firme e determinada, ele reuniu sua equipe e começou a explicar sua estratégia:

— Escutem com atenção — Harley iniciou com uma voz firme e decidida — nossa melhor chance de causar um impacto nessa guerra entre os clãs é sabotar as temíveis máquinas de cerco do Clã Dragão de Sangue. Embora seja uma tarefa arriscada, pode ser a chave para enfraquecer suas defesas e inclinar a balança a nosso favor. Se conseguirmos eliminar pelo menos três dessas monstruosidades mecânicas, estaremos minando significativamente o poder de ataque contra as muralhas e concedendo mais tempo valioso ao seu clã, Anastasia.

A princesa e Lysandra assentiram, demonstrando que estavam prontas para o desafio que se aproximava. Com a noite a envolvê-los, Harley continuou a traçar o plano, detalhando como observariam de perto a segurança e a movimentação de cada máquina de cerco. Eles sabiam que cada movimento precisaria ser calculado e cada decisão, estratégica.

Enquanto as sombras da noite encobriam suas ações, o grupo se separou e avançou furtivamente em direção às máquinas de cerco, cada membro indo em direção àquela que lhes coubera na estratégia previamente delineada.

Cada passo era meticulosamente calculado, e qualquer ruído, por menor que fosse, era sufocado para evitar qualquer possível detecção. A tensão no ar era quase tangível, mas a determinação alimentava sua progressão.

Após observar minuciosamente todas as máquinas, o grupo compartilhou informações e escolheu três delas que se mostraram as mais suscetíveis a serem sabotadas com relativa facilidade. Eles estavam cientes de que, após a noite, sua presença seria revelada, o que tornava essencial seguir o plano à risca. 

O objetivo era agir conforme o planejado, permitindo que, após a execução, ainda tivessem tempo de sair do acampamento do cerco e se refugiar em um local seguro. De nada adiantaria colocar o plano em ação se não pudessem testemunhar o resultado ou continuar suas ações no futuro. 

Com provisões reunidas, decidiram afastar-se durante o dia, uma vez que a luz revelaria facilmente sua presença, tornando-os vulneráveis e incapazes de concluir sua missão. O grupo optou por buscar uma área mais segura, onde descansariam em turnos, garantindo que estariam plenamente alertas para a ação durante a noite.


Com o novo anoitecer, Harley e seu grupo se infiltraram no acampamento do cerco do Clã Dragão de Sangue. As máquinas de cerco, equipadas com rodas, estavam alinhadas, exibindo sua ameaça iminente. 

Eles sabiam pela observação anterior que, durante as noites, essas máquinas costumavam ser recuadas para um grande barracão que ficava na retaguarda do posto que servia como acampamento, um pouco afastado da muralha. Era uma prática comum para protegê-las e mantê-las fora de vista, um sinal de que o clã se preparava para a possível ação de uma investida surpresa.

Entretanto, naquele dia em particular, o jovem percebeu algo fora do comum. As máquinas de cerco permaneciam onde estavam, sem recuar para a segurança do barracão. E não era só isso. Enquanto avançava com cautela, ele notou que o clã havia construído várias fortificações defensivas durante o dia. Valas, barricadas e outras estruturas protegiam as máquinas de cerco e o próprio acampamento.

Isso o deixou intrigado e preocupado. Sergio Romanov estava claramente se antecipando a algo. A questão que o intrigava era se essa preparação era uma resposta ao seu próprio plano de sabotagem das máquinas de cerco, ou se fazia parte de uma nova fase das estratégias do Clã Dragão de Sangue. Era uma incógnita que pesava em sua mente enquanto ele observava as defesas recém-criadas.

Conforme ele inspecionava a estrutura defensiva que agora envolvia as máquinas de cerco, uma sensação de desânimo começou a crescer. Harley sabia que, com essa nova linha de defesa, qualquer tentativa de sabotagem seria quase impossível. A segurança estava em alta, e qualquer movimento suspeito seria detectado imediatamente.

Os três acabaram declinando de sua missão e retornando ao ponto de segurança. Todos haviam chegado à mesma conclusão, com Anastasia já presente quando o jovem chegou, e Lysandra se unindo logo em seguida. Ficou claro que os três haviam tomado a mesma decisão, abandonando a missão de sabotagem. 

Toda a equipe com expressões desanimadas, compartilharam suas descobertas, e todos chegaram à mesma conclusão. A oportunidade de atacar as máquinas de cerco havia se perdido. Com as defesas reforçadas, uma aproximação sem serem detectados se tornou praticamente impossível, e qualquer tentativa de destruição das máquinas desencadearia uma prontidão imediata, com o clã inimigo cercando-os por todos os lados.

Harley sentia o peso da situação, enquanto as opções disponíveis se estreitavam a cada momento. A astúcia de Sergio Romanov e a eficácia das defesas do Clã Dragão de Sangue formavam uma aliança temível. As dúvidas começaram a assombrar sua mente, questionando se sua equipe estava à altura do desafio. Ele se perguntava se suas ações eram insignificantes, se suas habilidades eram tão limitadas diante de uma força maior e mais astuta.

Enquanto refletia, surgiam dúvidas sobre suas próprias capacidades. Ele se questionava se, no final das contas, a força sempre superaria a inteligência e a técnica, contrariando as crenças profundamente enraizadas em seu clã. A incerteza o envolvia, inicialmente tentando convencê-lo a se preservar, a adiar a vingança para um momento futuro. 

Parecia que o destino estava esmagando suas esperanças, como se quisesse empurrá-lo para uma direção que ele hesitava em seguir. No entanto, Harley estava determinado a não se entregar a esses pensamentos negativos. Sabia que seus companheiros confiavam nele, e juntos, precisavam encontrar uma solução para superar essa adversidade.

Eles precisavam encontrar uma nova estratégia, uma abordagem que lhes permitisse superar a defesa reforçada e revelar o segredo das verdadeiras máquinas de cerco do clã.

Lysandra permanecia em silêncio, mas sua expressão refletia que ela também estava pensando em estratégias alternativas. Harley finalmente se voltou para ela: 

— Lysandra, você tem alguma ideia? — Harley perguntou, percebendo a expectativa em seu olhar. Lysandra assentiu, parecendo surpresa por poder participar com suas ideias.

— Sim! — ela confirmou e prosseguiu. — Podemos atacar os líderes dos agrupamentos. Isso causaria um caos na cadeia de comando deles e talvez abrisse uma brecha nas defesas do clã.

Harley olhou nos olhos de Lysandra e ponderou por um momento:

— Atacar diretamente os líderes do clã é uma tarefa complexa. Requer um tempo considerável para coletar informações e estabelecer um padrão de rotina para o ataque. Além disso, Sergio é um adversário astuto, e suas defesas são formidáveis. Seria um risco muito grande para nós.

Anastasia assentiu, reconhecendo a veracidade das palavras de Harley.

— Então, o que podemos fazer? — perguntou diretamente Lysandra.

O jovem começou a refletir sobre as palavras de suas companheiras e, aos poucos, uma ideia começou a tomar forma em sua mente.

— Sendo o mais direto possível. O que precisamos é causar um caos dentro do acampamento, algo que divida a atenção dos líderes e das forças inimigas, tornando mais fácil o trabalho das forças de defesa nas muralhas. Eles estão preparados para enfrentar os contra-ataques da muralha, mas não uma ameaça interna.

As duas mulheres olharam para ele, curiosas, esperando que ele compartilhasse sua ideia.

Harley sorriu, desenvolvendo seu plano cuidadosamente.

— Vamos criar o caos de uma maneira que nos permita escapar sem sermos detectados. Vamos queimar as tendas quase vazias do acampamento recuado enquanto o exército está em combate. Vamos colocar fogo nas construções improvisadas mais distantes. Criaremos confusão. Alguns dos líderes terão que lidar com o fogo, enquanto outros tentarão restaurar a ordem. Essa é a melhor estratégia que podemos adotar com nossos recursos.

A princesa assentiu, percebendo o potencial da ideia.

— Isso pode causar divisões entre eles e desorganizar o comando. Pode nos dar uma oportunidade de enfraquecê-los enquanto estão distraídos.

Harley acrescentou com seriedade:

— No entanto, este plano tem suas próprias complexidades e riscos. Se o caos for muito intenso, a batalha se tornará inevitável, e provavelmente ocorrerá durante nossa retirada. Estão prontas para entrar no inferno pela porta da frente? 

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Olá, eu sou Val Ferri Sant. Ana!

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