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Em uma sala escura, impregnada pelo forte cheiro de sangue, o som de gemidos preenchia o ambiente. Pelo timbre grave e rouco, ficava claro que se tratava de um homem, que lutava contra suas amarras, mas conseguia apenas produzir ruídos abafados na cama de tábua onde estava preso.

As cicatrizes em suas costas sugeriam que ele havia sido submetido a algum experimento doloroso. Seus braços, pernas e pescoço estavam imobilizados, e seus olhos cobertos por um pano estranho, que parecia pulsar com uma energia sombria.

Ao observar o quarto, podia-se notar outro corpo humano, irreconhecível devido à desfiguração extrema, com a pele aparentemente arrancada, tornando impossível identificar o gênero.

O homem preso cessou seus movimentos abruptamente, enquanto lágrimas escorriam de seus olhos. Com a boca coberta, seus pensamentos e sentimentos permaneciam um mistério.

Momentos depois, um homem trajado como um samurai adentrou o local, com uma espada à sua cintura. Ele parou, avaliou o cenário e, com uma expressão de desgosto, abanou as mãos, como se o que via fosse insuportável. Nas mãos, segurava um pano grande, o suficiente para cobrir completamente um corpo.

— Lamentável a situação desse humano — disse enquanto se aproximava do ser desfigurado.

Quando o samurai falou, o homem preso começou a se debater novamente, agora com uma fúria avassaladora. Seus esforços desesperados reverberavam pelo ambiente, intensificando os ruídos de angústia.

O samurai lançou um olhar penetrante em direção a ele, franzindo a testa em desaprovação. Em seguida, desviou sua atenção para o corpo desfigurado no chão e, sem dizer uma palavra, começou a cobri-lo com o pano que trazia consigo.

— Ela era tão linda, triste um final desses.

Ele cuidadosamente envolveu o corpo desfigurado e o levantou nos braços, caminhando em direção à saída. No entanto, antes que pudesse dar mais alguns passos, a porta se abriu abruptamente, e alguém entrou na sala.

— Mestre Aaron?

— Continue  o que está fazendo, Saimon.

— Sim.

Saimon continuou sua jornada, deixando a sala sem hesitar e fechando a porta atrás de si. No silêncio que se seguiu, Aaron se aproximou da sua presa, seus passos lentos e calculados. Colocou a mão sobre a cabeça do homem preso e, com uma voz baixa e sinistra, disse:

— Faz tempo não é? Que não vês com os seus olhos.

O homem preso se debatia com ainda mais fúria, movido por uma raiva desesperada, mas seus esforços eram inúteis. Por mais que lutasse, estava completamente à mercê de Aaron, incapaz de escapar ou revidar.

— Acalme-se, 577b. Tenho ótimas notícias — disse enquanto abria um pote. — Como pode ver, um presente para você.

Ele sorriu cruelmente enquanto removia a venda do rosto do 577b. Quando a venda caiu, revelou algo trágico: o homem não tinha olhos. Um vazio profundo e inquietante ocupava o lugar onde antes havia visão.

Aaron, com um gesto lento e deliberado, aproximou um objeto, um frasco ou recipiente, de onde deveria estar os novos olhos do 557b, como se quisesse que ele visse o que estava sendo apresentado.

— Consegue ver? Trouxe novos olhos para você. E dessa vez, eles são incríveis. Como pode ver, são os olhos da Elite do clã Zura. Com isso vais poder soltar raio de fogo. Ahh! Isso me deu trabalho para sintetizar com energia negativa, mas agora está tudo bem. Vamos testa-los!

Apesar de ouvir tudo ao seu redor, o homem continuava a se debater com uma fúria incontrolável. No entanto, sua resistência não foi suficiente para impedir Aaron de prosseguir com seu intento. Com uma precisão fria e metódica, começou a implantar os olhos no 557b, ignorando completamente os esforços desesperados de sua vítima.

— O que achou? Espera, vou tirar isso da sua boca.

Removeu o pano que cobria a boca do 557b, e imediatamente, um grito de dor e desespero ecoou pela sala.

— Eu vou te matar!!!

O experimento continou dizendo isso várias e várias vezes, soltando várias ofensas sem parar. Aaron parou e escutou tudo isso com um sorriso e depois disse:

— Acalme-se. Solte o raio aí. — Levantou a cabeça do humano numa direção. — Atire aí.

A frente tinha uma parede feito da madeira especial mirtir, mas estranhamente parecia diferente. Como se tivesse sido reforçada com energia negativa.

Ele insistia que a cobaia soltasse o laser, mas cada vez que o 557b negava, batia sua cabeça no chão. No entanto, consequentemente o seu corpo se regenerava pouco a pouco e ficava úmido.

— Vejo que a troca de pele foi um sucesso.

— Eu… vou… te…

Antes que pudesse terminar, Aaron forçou a cabeça do 557b contra a cama de tábua novamente, interrompendo bruscamente qualquer tentativa de resposta. A repetição brutal da ação submergia a sala em um som seco e perturbador, aumentando ainda mais o tormento do experimento.

— Não isso, eu quero ver o raio de fogo. Vamos lá, seu fracasso! — disse seriamente.

Começou a acariciar o corpo do experimento com um toque quase gentil e, com um tom de voz suave e irônico, disse:

— Como pode ver, estou acariciando o seu corpo. Entendeu? Quando isso acontece, a sua dor vai aumentar. Acho que você não esqueceu a dor que posso te causar se injetar minha energia negativa diretamente no seu sangue.

Continuou acariciando e depois o seu dedo começou a penetrar o corpo do experimento até sentir o vermelho.

— Se minha energia negativa interagir com o seu sangue, isso acontece — disse enquanto sua energia negativa fluía do seu dedo até tocar o sangue do experimento.

— Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhggggggggghhhhhhhhhh!!

557b sentiu a dor que ele mais temia naquele lugar, era como se tivesse contaminando o seu corpo com um veneno corrosivo que fazia a sua dor se intensificar mesmo sem ferimentos.

— Agora, olhe para frente e solte o raio. Experimento de merda!

Enquanto agonizava em dor, o humano gritava e chorava incessantemente. Com seu último suspiro, ele retomou o grito habitual, sua voz ainda cheia de desespero e fúria:

— Eu vou te matar, Aaron!!!!!!

O raio de fogo atravessou a madeira reforçada com energia negativa, queimando-a completamente. O calor intenso e as chamas consumiram a madeira, reduzindo-a a cinzas e desintegrando

— Isso! Isso! Isso! Como pode ver, tornaste um demônio por completo, seu projeto de merda.

Após aquilo, ele perdeu as forças e desmaiou. Quando despertou, encontrava-se em um local diferente, cercado por mulheres. Ele estava deitado no chão, sem forças para lutar contra seu inimigo, na mesma situação de impotência que antes. A raiva o consumia, e sua mente gritava em desespero, lutando contra o sentimento de opressão e frustração.

De novo não, de novo não… Essa situação eu não aceitarei de novo!

Ele podia ouvir as mulheres discutindo sobre matá-lo, mas, debilitado e sem forças, não conseguia resistir ou reagir. A impotência e o medo o dominavam enquanto as palavras ameaçadoras ecoavam ao seu redor.

— Deixa comigo. Vou finaliza-lo — disse Kata enquanto se aproximava.

Não, não, não, não!!! Eu não vou perder aqui!!

Quando ele gritou internamente com todas as suas forças, seu corpo começou a ficar cada vez mais úmido, e seus olhos brilhavam intensamente. Com um último esforço, ele disparou um raio de fogo contra o chão, o que o levantou de repente. O ataque arrastou e acertou em cheio uma das mulheres e lançou-a ao chão com força.

— Chefe!!! — gritou Idalme.

Kappa ficou surpreso ao sentir a sensação de perda desaparecer, substituída por uma renovada sensação de vigor. Um sorriso sarcástico se formou em seu rosto, e ele disse:

— Nem doeu!

Enquanto isso, Kata estava caída, com um dos braços destruído. Sem sua habilidade ativa, o sangue escorria rapidamente da ferida. Contudo, Idalme agiu com rapidez e soltou uma flecha de fogo que cauterizou a ferida, estancando o fluxo de sangue e proporcionou alívio imediato.

— Obrigado, Idalme.

— Não há de quê.

Kappa observou a situação com desdém e, ao notar o comportamento incomum de Nina e Nena, que estavam mais aquecidas e se tocavam de maneira estranha, parou abruptamente. Com um olhar de surpresa e ironia, ele disse:

— O que é isso?

Não acredito que isso aconteceu justo agora? pensou Kata preocupada.

As duas caíram no chão e se olharam intensamente, aproximavam-se uma da outra com uma urgência visível. Ignorando os olhares ao redor, Nina e Nena começaram a se beijar e se tocar, consumidas pela sua própria intensidade emocional. A cena atraiu a atenção de todos, que observavam perplexos e intrigados com o inesperado desenrolar dos eventos.

— Idalme, somos só nós agora.

— Sim?

— Essas duas não servem mais.

— Que engraçado, a situação mudou completamente ao meu favor. Eu sou privilegiado mesmo — disse Kappa com uma face alegre.

As duas mulheres aínda de pé olharam para o inimigo, que estava sorrindo com uma expressão de satisfação. Em meio à confusão, Idalme, ainda incerta sobre a situação, perguntou:

— O que está acontecendo com elas, chefe?

— Estão no cio!

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Olá, eu sou Black Shadow!

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