Capítulo 30.6 — Os Cavaleiros da Távola Redonda

O Gigante da Noite Avalt não conseguia ficar parado. Ele não apenas assistia como fez com Harad.

A distância entre Jotunheim, a terra dos gigantes, e as ruínas de Erin não era curta. Não era uma distância que se pudesse percorrer instantaneamente.

Além disso, Avalt tinha seus próprios planos. Enquanto os subordinados do rei dos gigantes de gelo, Harmarti, continuavam recuando e avançando contra as forças de Asgard na linha de frente, o Rei Mágico, Utgard Loki, protegia Jotunheim junto com os Cinco Dedos. Estabilizar e enfrentar Asgard em vários campos de batalha era sua tarefa.

Mas ainda havia coisas que poderiam fazer em comparação com aquela época com Harad.

Avalt emergiu da escuridão e lançou magia rapidamente para contatar os gigantes na linha de frente.

Impeder Thor e os outros salvadores era sua tarefa, mas agora eles precisavam mudar a natureza de suas ações.

Balgad precisava de ajuda. Eles precisavam protegê-lo do guerreiro de Idun e, se isso não fosse possível, ao menos eliminar completamente o guerreiro de Idun.

Avalt deixou o castelo de Jotunheim e sentiu-se ansioso.

O fluxo do tempo não se detinha.

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Um século se passou desde a ruína de Erin.

Nuvens escuras e densas bloqueavam a luz do sol. Tudo estava tingido de cinza e nada de bom restava.

Não se encontrava nenhum vestígio de Camelot.

Erin, outrora conhecida como um paraíso, havia desaparecido completamente.

No entanto, brilhava neste momento, independentemente de seu século em ruínas. A luz brilhante do sol caía sobre a terra tingida de cinza.

O gigante que liderava a investida perdeu a visão. Ironia das ironias, a luz mais forte e brilhante que ele já tinha visto desde seu nascimento havia queimado seus olhos e o mergulhado na escuridão.

O gigante não conseguia ver. No momento em que a espada do sol cortou seu pescoço, uma visão de luz inundou sua mente antes que sua alma perecesse.

“Se espalhem!”

Um dos gigantes gritou, mas era inútil. O pescoço do primeiro gigante rolou no chão. Tae Ho, que havia saltado no ar, chutou o ombro do gigante caído e saltou novamente.

A lâmina de Gallatin estava brilhando, mas isso não era tudo. Lentamente, uma nova lâmina de luz começou a se formar acima dela. A nova espada de luz era mais longa do que Tae Ho e parecia estar se movendo sozinha.

O sol brilhava sobre Tae Ho. Ele lhe dava força sem fim.

Enquanto isso, Balgad havia perdido um braço para a Arondight de Lancelot e não conseguia acreditar na cena diante de seus olhos.

O guerreiro de Idun estava, de fato, morrendo.

Ele estava mal aguentando ao canalizar a força da Deusa da Juventude e Vida.

Sendo assim, o que exatamente era esta cena diante dele?

Trovão e vendaval protegiam o guerreiro de Idun, e a espada que ele balançava novamente cortava a cabeça de outro gigante.

Os gigantes não morriam apenas. Eles não conseguiam atingir Tae Ho diretamente, mas o atacavam lançando maldições sobre ele. Eles esgotavam sua força e vida com todo tipo de magia de negação.

Havia outro pequeno gigante, como Sigilo. Comparado aos outros gigantes que não conseguiam fazer nada contra o pequeno e ágil guerreiro de Idun, este gigante podia enfrentá-lo de frente. Eles trocaram golpes algumas vezes e então ele suprimiu o guerreiro de Idun com sua força esmagadora de gigante.

Essa troca não ocorreu sem ferimentos de ambos os lados.

Seja uma grande ou pequena diferença, seus esforços drenariam a força e energia um do outro.

Gallatin cortou o peito do pequeno gigante. O gigante lançou sua última maldição e desabou. Ao cair, a maldição formou uma lâmina de rancor e perfurou o guerreiro de Idun.

Por isso, ele teve que forçar-se a lutar. Enquanto ele próprio gastava sua força, o guerreiro de Idun também estava ficando mais fraco.

Ou assim ele pensava. Mesmo que o corpo de Tae Ho estivesse coberto de sangue e prestes a desmoronar a qualquer momento, ele não vacilava. Em vez disso, Gallatin começou a emitir uma luz ainda mais forte. Quanto mais lutava, mais forte o guerreiro de Idun parecia se tornar.

‘Como?’

‘Por quê!’

Os doze subordinados tornaram-se oito instantaneamente e o Gigante da Terra, Balgad, sabia bem.

Ele se lembrava do dia da destruição de Erin quando lutou contra os Cavaleiros da Távola Redonda.

Esse era o Cavaleiro do Sol, Gawain.

Ele ficava mais forte à medida que o sol subia mais alto, e quando o sol estava em seu pico, ele seria ainda mais poderoso do que o cavaleiro mais forte, Lancelot.

Balgad olhou inconscientemente para cima. Ele olhou para a luz do sol que estava dividindo o céu e derramando-se.

O tempo, ao que parece, havia abandonado o lado dos gigantes.

Enquanto lutavam, o sol subia mais alto a cada segundo.

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Idun apertou o peito. Sua forma outrora imaculada agora estava suando em torrentes e ela arfava enquanto estava meio caída no chão.

Tae Ho estava se tornando mais forte, mas essa força era uma espada de dois gumes. Não era uma força que o corpo quebrado de Tae Ho pudesse suportar.

Idun havia possibilitado isso.

Ela espremeu toda a sua força imperfeita e imatura e enviou-a para Tae Ho.

A poderosa força do sol destruía o corpo de Tae Ho, mas o suave poder da vida mantinha-o unido.

‘Meu guerreiro, Tae Ho.’

Idun não se virou para olhar a si mesma.

Ela reforçou a enxurrada de energia em Tae Ho.

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O número de gigantes foi reduzido ainda mais para apenas seis. Tae Ho, ofegante, olhava adiante. O corpo do gigante que ele acabara de derrotar desabou no chão com um estrondo pesado.

Tae Ho lembrou-se de Harad, o Gigante da Força. Ele foi a primeira catástrofe que enfrentou ao entrar em Valhalla.

O Gigante da Terra, Balgad, era alguém comparável a Harad.

Ele não era apenas uma existência forte.

Balgad recuperou sua compostura e tornou-se decididamente calmo na situação tensa.

Ele acumulava sua própria força enquanto seus subordinados pereciam. Ele havia perdido um braço devido à espada de Lancelot, Arondight, e sofrido muitos danos devido às armas dos outros cavaleiros, mas ainda tinha força restante. A força de Tae Ho estava se tornando mais forte à medida que o sol subia, mas Balgad estava atualmente ainda mais forte do que ele.

O número de gigantes agora havia diminuído para quatro. A luz de Gallatin brilhava vibrante enquanto Balgad finalmente jogava sua enorme forma em direção a Tae Ho.

Na vanguarda, seus subordinados não ficaram parados. Eles recuaram para limpar espaço para Balgad e Tae Ho e lentamente os cercaram em antecipação.

A batalha entre um gigante e um humano não podia ser comparada a uma luta entre seres do mesmo tamanho.

Enquanto Harad aumentava sua acuidade e destreza para melhorar seu poder de combate contra humanos relativamente pequenos, Balgad aumentava uma força invisível.

Os gigantes davam tudo de si. O Gigante da Terra balançou seu punho e uma tempestade feroz se levantou com a intenção de despedaçar Tae Ho. Enquanto Tae Ho se manipulava no ar, os comparsas de Balgad conjuraram ondas de relâmpagos, fogo, vento e luz. Aproveitando a cooperação deles, Balgad fechou-se sobre Tae Ho mais uma vez. A magia profunda que havia se acumulado nos olhos de Balgad foi liberada e envolveu o corpo de Tae Ho.

A magia devoradora cercou Tae Ho como se uma enorme cobra tentasse engoli-lo. Em um instante, o ataque maligno de Balgad havia conseguido bloquear completamente os movimentos de Tae Ho.

Balgad estava agora confiante na vitória. Ele antecipava saborear a iminente doçura da vitória após inúmeros sacrifícios.

Mas não foi assim.

Mesmo com seu comportamento calculado, Balgad havia esquecido algo muito importante.

O guerreiro de Idun não estava sozinho.

O Cavaleiro do Sol não era seu único título.

Ele era o Rei de Camelot.

A influência do Rei era tudo!

Balgad gritou de dor enquanto as várias armas ainda cravadas em seu corpo se moviam novamente.

As almas dos Cavaleiros da Távola Redonda haviam desaparecido após exaurir os últimos vestígios de sua força, mas suas vontades permaneciam neste lugar.

O poder na sentença dos Milesianos movia suas armas.

A lança de Perceval penetrou mais profundamente no braço de Balgad e impediu os relâmpagos disparados em direção a Tae Ho.

A espada de Bedevere cortou pelas costas de Balgad. A espada mágica de Agravain apagou suas chamas, e a espada de Lancelot cortou o poder mágico de Balgad.

A espada de Galahad protegeu as costas de Tae Ho, e as flechas disparadas do arco de Tristan perfuraram os olhos e pescoços dos gigantes que o cercavam.

As armas dos Cavaleiros da Távola Redonda então se reuniram ao lado de Tae Ho. Elas protegeram seu Rei em lugar de seus donos.

De sua posição, Merlin liberou mais de seu poder mágico. Ele revestiu as armas com seus feitiços para ajudar em seu movimento.

Ele podia sentir que a conclusão da batalha estava próxima. Ele sabia que provavelmente nunca mais veria os Cavaleiros da Távola Redonda se reunirem ao lado do Rei, mas isso era o suficiente.

Merlin não enxugou a lágrima que escorria lentamente por seu rosto enrugado. Ele agradeceu pelo milagre possibilitado pelos esforços dos cavaleiros e, em parte, conectou sua magia com suas armas para estar com eles mais uma vez.

Os subordinados de Balgad haviam caído todos. E o ferido Balgad rugiu como uma besta.

Embora Tae Ho não pudesse ouvir as vozes dos Cavaleiros da Távola Redonda, ele podia imaginar suas figuras segurando as armas apontadas para a garganta de Balgad.

Gallatin lhe dissera isso.

Tae Ho era um guerreiro de Valhalla antes de se tornar Rei de Camelot, e ele sabia—

Saga.

Cada saga reconta a história inesquecível de um grande herói.

Agora que Tae Ho havia se lembrado de seus nomes, eles não seriam esquecidos. Eles viveriam vidas eternas através de suas histórias.

As armas avançaram.

Era o ataque final dos Cavaleiros da Távola Redonda, um que adornava sua lenda.

Tae Ho também entrou em movimento. Ele não ficou para trás das armas em velocidade.

“Idun. Heda.”

Ele murmurou dois nomes em voz baixa e adicionou mais de sua própria força a Gallatin. Em seguida, ativou uma série de sagas.