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— Hmm.

Acordei com o toque suave massageando meus pés.

Quando ergui as pálpebras, vi Perez sentado aos meus pés.

Será que ele está se preparando para ir ao Palácio Imperial? O homem, que era o imperador da cabeça aos pés, massageava meus pés com muita concentração.

— Oi.

Desejei bom dia com a voz um pouco rouca.

Então, um sorriso amigável brotou no rosto inexpressivo de Perez.

— Dormiu bem, Tia?

Agora, que estou no quarto mês de gravidez, Perez parecia ter perdido muito peso.

Era por causa dos enjoos matinais, que já duravam um bom tempo.

Diziam que os assistentes do palácio imperial estavam com muito medo de Perez, que ficara mais sensível e afiado por causa disso.

Perez, que cuidava de mim, ainda era como o sol da primavera.

— Você não precisa fazer isso toda manhã.

Ele deve estar ocupado todas as manhãs após o treinamento e o trabalho no Palácio Imperial.

Perez sempre arrumava tempo para me fazer uma massagem nos pés todos os dias.

— Você pode fechar os olhos um pouco mais e descansar durante esse tempo.

Mas Perez balançou a cabeça.

— Seu corpo está ficando mais pesado, então seus pés vão ficar cansados. É só de manhã agora, mas farei isso todas as noites a partir do próximo mês.

Tentei impedir mais algumas vezes, mas Perez estava firme.

— … não consigo te impedir, de verdade.

Mesmo dizendo isso, não tirei meu pé dele.

Apenas fechei os olhos preguiçosamente, sentindo o frescor se espalhar pelas solas dos meus pés.

Segundo Estella, entrarei em uma fase mais estável a partir do quarto mês.

Felizmente, os enjoos matinais de Perez diminuíram um pouco desde a semana passada.

— Você tomou café da manhã?

— Sim, um pouco.

— Você ainda não consegue comer direito?

Perez respondeu minha pergunta com um sorriso amargo.

Por causa dos enjoos matinais que ele estava enfrentando por mim, Perez mal conseguia se alimentar com frutas e biscoitos.

Não faz muito tempo, pão e uma sopa leve eram tudo o que ele podia comer, mas ainda não era o suficiente.

Eu me sentia grata, culpada e triste por Perez.

— Como você pode sofrer tanto? Espero que os enjoos matinais passem logo.

— Está tudo bem, consigo suportar.

Perez disse, mudando para o outro pé.

— É melhor eu sofrer um pouco do que Tia sofrer.

— … acho que casei muito bem.

Enquanto mexia deliberadamente os dedos dos pés e murmurava, Perez sorriu.

Suas mãos grandes são habilidosas em relaxar os músculos, desde minhas panturrilhas até as solas dos pés.

Realmente não há nada que ele não consiga fazer.

Olhando para Perez, que começou a se concentrar silenciosamente novamente, fechei os olhos.

— Hoje é seu dia de folga, Tia?

— Sim.

— Então durma mais um pouco. Você precisa descansar.

Perez se aproximou de mim e me beijou antes de sair para o trabalho.

— Hmm. Será?

Talvez por ser o primeiro feriado em muito tempo, meu corpo pesado parecia afundar profundamente na cama.

Pelo menos eu deveria acompanhá-lo para garantir que ele tivesse uma viagem segura.

— Voltarei. Vejo você à noite, Tia.

Com aqueles sussurros suaves, adormeci mais uma vez, sentindo o calor do meu estômago, que agora começava a se expandir aos poucos, por um tempo.

Quando acordei de novo, já estava perto do meio-dia.

— Dormi muito bem.

Estiquei-me e acariciei superficialmente meu estômago, como um hábito.

Se pudesse, gostaria de descansar um pouco mais assim, mas precisava cuidar da minha refeição para o bebê.

Com a ajuda de Caitlyn, lavei-me rapidamente e troquei de roupa, dirigindo-me à sala de jantar.

— Você comeu, Tia?

— Oh, Tia. Faz tempo.

Primeiro, Shananet, que estava almoçando na sala de jantar, me cumprimentou.

Estendi a mão para o pão, que havia sido preparado para mim.

— Você está ocupada esses dias?

Shananet estava distraída com uma nova mina recentemente descoberta na fronteira entre Chesail e Sushou.

— Não deveria. Não é um assunto difícil em muitos aspectos.

Meu pai, o senhor de Chesail, havia confiado o desenvolvimento do minério descoberto a Lombardi Mining, e Shananet estava encarregada de negociar em nome do meu pai.

— Me avise sempre que precisar de ajuda minha ou de Pellet.

— Ainda está tudo bem. O trabalho em si não é difícil, mas…

Ao contrário de Shananet, ela deixou escapar o final de suas palavras.

O que será?

Tive uma sensação incomum.

— O que está acontecendo?

Perguntei de forma casual.

— Há uma pessoa que está me incomodando.

— O que quer dizer com incomodando? Essa pessoa está atrapalhando seu trabalho?

— Não, não é isso. Mas é verdade que ele está me tirando do sério.

No entanto, a expressão de Shananet ao dizer isso era estranha.

— Por exemplo?

— Ele continua enviando flores e folhas de chá, e quando nos encontramos por acaso, ele conversa comigo.

… e o que estou pensando?

— Não é como ele, e ele sempre ri.

É isso mesmo. É isso mesmo.

— Talvez isso…

— Tenho certeza de que ele está aprontando alguma coisa.

Shananet cortou a carne e estreitou os olhos.

Ela parecia ter interpretado o sinal dele da maneira errada.

Não sei quem é o oponente, mas já me sinto um pouco mal por ele.

— Então, o que minha tia está dizendo é que ele continua enviando flores e folhas de chá, e essa pessoa sorri quando fala com você?

— Yeah. Ele não é assim o tempo todo.

— Será que aquela pessoa não está interessada na minha tia?

Os movimentos de Shananet pararam.

— … Interessada?

— Sim. Acho que é o tipo de coisa que você faz por alguém de quem gosta ou está atraído.

Olhei sorrateiramente para Shananet.

Shananet, que estava medindo algo por um tempo, balançou a cabeça firmemente.

— Ele não é uma pessoa tão boa assim.

— Que tipo de pessoa ele é?

— Direto, misterioso, astuto… 

Shananet deu um gole d’água enquanto afastava rapidamente seus pensamentos e disse.

— De qualquer forma, ele não é esse tipo de pessoa. Isso é tudo sobre meus cumprimentos, e quanto a você, Tia.

Estou curiosa para saber quem é a pessoa sobre quem Shananet está falando, mas com o tempo, naturalmente vou descobrir.

— Estou sempre igual.

Respondi com um encolher de ombros.

— Mas fico feliz que pareça estar indo bem para um primeiro filho. Já passaram mais de 4 meses, não é?

— Sim, logo estarei com 5 meses.

— Você vai sentir os movimentos fetais em breve.

— Movimentos fetais…?

— Sim. Gillieu e Mairon chutavam o estômago assim que tinham pernas. Eu não conseguia dormir direito.

Shananet sorriu.

— Fui sortuda por ter entregue todas as minhas posições para Vestian depois que descobri sobre minha gravidez. Eu pude tirar uma soneca e fazer os cuidados pré-natais.

— Entendo…

Cuidados pré-natais.

Minha cabeça ficou complicada com palavras inesperadas.

— Ah, sim. Como estão os cuidados pré-natais, Tia?

Dessa vez, não pude responder.

Porque não estava fazendo nada especial para os cuidados pré-natais.

Enquanto sorria vagamente e poupava palavras, Shananet concordou com a cabeça.

— Bem. Você não consegue arranjar tempo porque sua agenda está ocupada.

— Devo fazer os cuidados pré-natais separadamente?

Eu sabia mais ou menos.

Ouvir música, desenhar e viajar.

Assim que os nobres do Império descobriam que estavam grávidos, também tiravam um tempo em uma vila com uma paisagem bonita para cuidados pré-natais.

— Bem, não seria diferente para cada pessoa? O mais importante é que a mãe se sinta confortável.

— Yeah… Acho que sim.

— Então não se sinta pressionada demais. Seja o que for, fazer você feliz é o caminho para ter um filho feliz.

— Obrigada pelo conselho, tia.

Sorri e concordei, mas minha cabeça ainda estava confusa.

Eu nem consegui tocar na comida que parecia deliciosa pouco tempo atrás.

— Cuidados pré-natais…

Por que não pensei nisso?

Bebi um suco doce e azedo com um coração sombrio, mas meu humor não melhorou.

Depois de me acalmar, minha mente ficou lá até eu voltar para o meu quarto depois do trabalho.

— Ouvi dizer que a mulher não pode controlar suas emoções quando está grávida. Tenho certeza de que é assim também.

Sentada na frente da mesa perto da janela, me consolei.

— Não faça isso, tenho que trabalhar.

Embora fosse um feriado, havia documentos simples preparados no quarto caso eu ficasse entediada.

Folheei os documentos um por um, tentando afastar os pensamentos que continuavam vindo à minha mente.

— Será que seria melhor se eu fosse para Chesail uma vez?

Shananet estava se saindo bem, mas se o desenvolvimento da mina fosse progredir rapidamente, eu não achava que seria uma má ideia me mudar.

— Oh, mas viagem de longa distância não seria boa. Nessas horas, estar grávida é desconfortável…

Assustada.

Falei comigo mesma sem perceber.

Foi também uma palavra que saiu sem pensar.

No entanto, foi também algo que não deveria ser dito ao mesmo tempo.

— Desculpe, desculpe. Sua mãe cometeu um erro de fala. Sinto muito mesmo.

Afaguei rapidamente minha barriga e me desculpei, mas a criança já deve ter ouvido.

— Será que eu sou realmente uma mãe?

Estive ocupada com o trabalho e nem mesmo pensei nos cuidados pré-natais.

Além disso, uma mãe que pensa que seu filho está desconfortável.

— Isso… Mamãe está desqualificada.

De repente, uma lágrima escorreu.

Será que eu mereço mesmo ser mãe?

Enterrei o rosto nas mãos.

Shananet deixou tudo para o marido e se dedicou aos cuidados pré-natais.

Quando penso nisso, foi a mesma coisa com Laurel.

Laurel, que era uma garota tímida, mudou de ideia assim que percebeu que tinha Marilyn.

Ela foi cuidadosa com seu comportamento com medo de que algo perigoso pudesse acontecer com seu filho, e convidou artistas famosos para sua casa para apreciar óperas e obras de arte que ela não gostava muito.

Mas eu.

— Ah.

Um suspiro profundo escapou.

Mesmo num momento em que deveria ter descansado, estive ocupada com o trabalho.

Houve um tempo em que a Matriarca de Lombardi e a Imperatriz reduziram o sono devido à ganância que nenhum lado queria negligenciar.

Talvez fosse apenas que a criança fosse forte o suficiente para não ter tido problemas até agora.

— Você deve ter tido um tempo difícil sozinho.

Afaguei minha barriga e enxuguei o rosto com um lenço.

Mas não funcionou.

Porque as lágrimas voltaram novamente em breve.

Comecei a planejar medidas para arranjar tempo para os cuidados pré-natais.

— Vou passar completamente o trabalho do chefe da família para Craney…

Fiquei sem palavras.

Eu não queria fazer isso.

Era o cargo de chefe de Lombardi que eu havia almejado por tanto tempo.

Mesmo que eu tirasse uma folga por um tempo, eu não me sentiria ansiosa pela minha posição, mas não queria fazer isso.

Os cargos como chefe de Lombardi e como Imperatriz eram coisas que eu tinha conquistado e não conseguia me imaginar abandonando.

— Qual é a decisão certa?

Independentemente da minha vontade, fiquei irritada com as lágrimas escorrendo.

Enxuguei o rosto um pouco nervosa, mas outro medo surgiu.

— O que devo fazer depois que tiver a criança?

Não sabia como ser uma boa mãe.

Mesmo antes da reencarnação, eu não era o tipo de pessoa que cresceu com o amor dos meus pais.

Pelo contrário, pertencia ao lado que foi negligenciado e teve um relacionamento ruim.

Além disso, desde que reencarnei aqui, cresci nas mãos do meu pai.

Não sabia como era uma boa mãe.

— Seria bom se minha mãe ainda estivesse viva agora.

Derramei mais lágrimas porque me sentia sem esperança.

Foi então.

— …Tia?

Ao olhar para cima em uma voz familiar, vi Perez acabando de entrar no quarto.

— Por que… Por que está chorando?

Perez, contemplando como se o que eu estivesse derramando fosse sangue, não lágrimas, aproximou-se de mim, ajoelhou-se em um dos joelhos e me consolou.

— Tia, não chore. Não sei o que está acontecendo, mas vou fazer algo por você. Não chore.

Perez disse isso e me abraçou apertado.

Senti que a temperatura corporal e o perfume familiares gradualmente diminuíam a sensação de balançar como uma onda.

— Pode me contar agora, Tia?

— Isso…

Desabafei os pensamentos que tinham me atormentado durante o dia todo.

Pode ser difícil entender, mas Perez ouviu pacientemente e afagou minhas costas.

— Portanto… cometi um erro de fala. Desconfortável.

Gemendo, me emocionei na ponta do nariz.

E expus os pensamentos que mais me assustavam.

— E se meu filho nascer e eu arruinar tudo? Eu não sou uma boa mãe. E se eu fizer algo errado com meu filho?

— Tia.

Perez varreu silenciosamente meu cabelo e se levantou da cadeira.

— Há algo que pode ajudar Tia.

Dito isso, Perez trouxe algo da gaveta do quarto.

Era um caderno grosso que mostrava alguns sinais de idade.

— O que é isso?

Perez respondeu, segurando o caderno carinhosamente em minha mão.

— É o diário da mãe de Tia, Shan.

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