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O dia clareou e não houve mais nenhum sinal de movimento das tropas da organização. Mayck perguntou o que eles estavam planejando. Receberia informações de Isaac um tempo depois, mas ele sabia que não devia contar apenas com isso, pois, dada a personalidade do informante, ele poderia facilmente dar com a língua nos dentes ou ser pego na hora de passar as informações. 

Então era melhor ter alguma garantia. Mayck mandou dez portadores para vigiarem os arredores da sede da organização, que ficava em um morro, sob a fachada de uma fábrica de tecidos.

O prédio, no qual Eugênio e os superiores da organização se reuniam, ficava no centro da cidade, mas não passava de um simples local de reuniões. A sede verdadeira era onde estava o laboratório, salas de treinamento, e outros recursos como armas e munições. 

Nas primeiras horas do dia, os espiões não relataram nenhuma atividade, o que deixava todos mais tensos. O que eles estariam planejando? No fundo, todos os envolvidos naquela guerra haviam depositado sua confiança em Mayck e tinham certeza de que ele faria alguma coisa; a guerra era dele, afinal. 

“Alexander, eu vou precisar fazer uma coisa, então você fica no comando por enquanto”, Mayck anunciou de repente. 

“Hã? Pra onde você vai?”

“Só dar uma volta. Se acontecer alguma coisa, trate de lidar com ela.”

Mayck sentiu uma estranha necessidade de sair daquela sala. Talvez sair para fazer alguma coisa fosse só um pretexto para fugir daquela atmosfera que lhe dava ansiedade, mas todos ali se sentiam assim.

Como a organização havia dado uma possível pausa para restabelecer suas forças, os homens aos serviços dos líderes de regiões podiam se recuperar despreocupadamente, revezando, entre eles, turnos de vigilância. 

Mayck deixou o edifício e seguiu pelas ruas da cidade. Ao redor de onde estava, não havia problemas, mas quando chegou a, ao menos, mil metros de distância de lá, os danos causados na última noite ficaram visíveis. O asfalto estava destruído, os muros caídos e as casas também tinham sinais de que foram atacadas.

Aquela visão trouxe uma sensação amarga à boca do garoto, que pulou pelos muros e checou cada uma das casas para ver se os residentes estavam bem. 

Após esse exercício, que levou mais de duas horas, ele decidiu voltar para o edifício e mobilizar todo mundo que estivesse disponível para verificar a situação de todos os residentes adormecidos na cidade, visto que, sozinho, ele não conseguiria percorrer a cidade inteira. 

Vovó e vovô também devem estar dormindo… será que Jade e Lorena também estão? Mayck perguntou. As duas já haviam utilizado suas IDs, então existia a possibilidade delas não terem sido pegas pela habilidade. 

Bom, eu duvido que aquele povo esteja. Mas é melhor deixá-los quietos. Se eles decidirem se envolver nisso, vai ser um pé no saco. 

Aproveitando o clima calmo e totalmente silencioso da cidade, o garoto decidiu fazer uma refeição rápida e um curto cochilo. Ficar sem dormir naquele momento seria um tiro no próprio pé. Mas, claro, ele faria isso longe dos outros, uma vez que não tinha cem por cento de confiança neles; na verdade, não atingia cinquenta por cento. 

Ele foi até uma loja que havia por perto, e como ela estava fechada desde a noite passada, — porque todos foram colocados para dormir durante a noite — ele foi obrigado a usar a habilidade <Celeritas>, uma variação de sua habilidade primária <Observação>. Com isso, ele atravessou a porta de vidro e pegou uma marmita pronta, deixando o dinheiro em cima do balcão e usou a mesma habilidade para sair de lá.

Como será que eles vão reagir ao notar que perderam três dias de suas vidas? Vai ser um choque e tanto. 

Mayck deixou a loja com sua mente ainda remoendo o quão afetados estavam sendo os cidadãos. E depois de vários passos, ele deu um longo suspiro e, tomando uma decisão, ativou sua ID. 

“Se eu puder pegar todas as almas de uma só vez, posso ao menos dar três dias novos para eles.”

Fazer uma coisa dessas e com um grande número de pessoas era uma novidade para ele, que nunca tinha testado tal coisa. Mas, com a energia que ele tinha restando, seria possível. Ficaria esgotado por um tempo, no entanto. 

Espero que valha a pena. 

Estendendo sua mão, ele se concentrou em localizar todas as milhões de almas que estavam pela cidade. Em alguns minutos ele pode enxergar todas elas, que eram como esferas brancas brilhantes. 

O segundo passo era separar as almas dos acordados dos desacordados — uma tarefa nada fácil, já que não era possível diferenciar uma alma da outra — então, ele precisou descobrir um jeito de saber diferenciá-las.

Como eu posso fazer isso…? Não tem nada de…

Consultando seu próprio cérebro, ele começou a buscar a diferença entre alguém que dormia e alguém que estava acordado. Após alguns segundos de pura concentração, ele notou uma pequena diferença e uma ideia chegou à sua cabeça. 

Já sei. Os sonhos. Quem está dormindo está mais ligado no seu subconsciente do que aqueles acordados, então eu só preciso localizar as que brilham mais forte. 

Com mais esforço, as almas que brilhavam menos foram sumindo uma após a outra e logo apenas as que tinham mais brilho ficaram visíveis. 

É isso, ele pensou, agora…

Ativou sua habilidade <Premoção>, e um pequeno som como uma tecla de piano ressoou por todas aquelas almas, colocando-as num reino ilusório, onde viveriam os três dias que seriam perdidos no mundo real. 

Como consequência, a ID de Mayck se desativou e ele sentiu uma enorme tontura, que o fez cair como uma criança que estava aprendendo a andar. O cansaço tomou conta de seu corpo e ele só conseguiu se arrastar até um lugar isolado na praça central, onde comeu e tirou um cochilo. 

Quando acordou, notou que a marmita que havia deixado no chão antes de dormir tinha sumido. 

Talvez eu tenha jogado fora e não percebi… Ah, tanto faz. 

Ele coçou levemente a cabeça e saiu. 

<—Da·Si—>

Mayck, já recuperado, embora nem tanto, estava de volta à atividade. Durante o tempo em que caiu no sono, a organização não tinha feito nenhum novo movimento, no entanto, a situação mudou e os espiões relataram que havia um grande número de helicópteros e carros chegando na sede de todas as direções. 

“Parece que eles trouxeram reforços”, Hugo, que estava sendo o responsável pelos espiões, relatou pelo walkie talkie

“Vão vir com tudo agora? O que vai fazer, senhor M?” Elias olhou para Mayck de forma sarcástica. 

“Não precisa pensar muito, certo? Vamos montar uma linha de frente. Consegue dizer quantos, são, Hugo?”

[Bem… eu chutaria que são cerca de 500… não… longe disso. Vamos escalar direto para três mil deles.]

O número chocou Elias, que questionou Hugo sobre a veracidade daquela informação, exasperado. Mayck abaixou a cabeça. Era um número esperado, dado o fato de ser uma organização ramificada de uma maior ainda, mas ele não esperava que fosse todos de uma vez. Foi nesse momento que Mayck percebeu que havia cometido um erro ao não atacar a organização de uma vez. Ele precisava revisar e criar uma nova estratégia. 

“Vamos continuar. Juntem suas tropas no caminho da sede e mantenham-se atentos aos movimentos deles.”

Vários minutos de silêncio se passaram, depois de terem montado a linha de frente e um homem foi visto saindo da sede da organização. Mayck o deixou passar e ele se apresentou como um mensageiro. 

“Eu vim trazer um recado de Louis, o vice-presidente da subsede, Strike Down. Nós estamos com um total de 2.500 soldados portadores, todos prontos para combate e não vamos hesitar em bombardear a cidade caso a rebelião não seja desfeita. Portanto, vamos oferecer cinco horas para que você pense e tome a decisão correta, Mayck Mizuki.”

Mayck ficou chocado ao ouvir seu nome, mas não deveria ser uma surpresa. Eugênio poderia ter mencionado ele em algum momento em que esteve com os líderes da organização e eles deduziram quem ele era em suas investigações. 

“Que cara chato. Mas é verdade que o número deles é muito maior que o nosso”, Alexander observou. 

“Tá com medo?”

“Tá me tirando?”

Mayck pegou o walkie talkie, depois de provocar Alexander e sincronizou com os líderes das regiões e fez a mesma pergunta para cada um deles. 

“Estão com medo? Querem se render?”

“Se eu fosse parar aqui, não teria nem começado com essa palhaçada.”

“Hahaha! Eu só fico cada vez mais animado. Vamos botar pra fuder.”

“Vejamos… eu não tô a fim de ser taxado de idiota, então não vou parar agora.”

“Se você desistir eu vou estar com problemas.”

Os quatro se recusaram a desistir e foi essa a resposta que Mayck deu a Louis. 

“Como você ouviu, diga para seu superior que só vocês possuem uma chance de rendição. Nós não vamos recuar.”

“Essa é sua decisão final?”

“Com certeza.”

“Muito bem. Depois, não diga que não foi avisado.”

O mensageiro saiu da cidade e se dirigiu para a sede, onde repassou as palavras de Mayck para Louis e os outros três. 

Isaac se sentiu aliviado. Por um momento, ele temeu que o garoto ficasse amedrontado pelo número de inimigos que tinha, mas percebeu que foi uma preocupação desnecessária. 

“Bem, como vocês ouviram, eles não tem intenção de desistir. Os equipamentos 8ATM estão liberados. Preparem-se, iremos atacar em duas horas.” 

Alfred deu-se a liberdade de passar o recado para os soldados, mas Louis e nem ninguém o reprovou por isso. 

Os equipamentos de proteção e armas da organização eram classificados de acordo com o nível de ameaça que seria enfrentado. A classe ‘ATM’ eram as armas de antimatéria usadas contra Ninkais e possuíam 8 níveis, sendo o mais baixo para monstros mais fracos e o mais alto para seres de rank ‘S’ ou mais. 

A lua brilhando no céu estrelado iluminava o exército mobilizado de uma única vez e a cidade seria transformada em uma campo de guerra problemático. Mayck notou isso e decidiu criar um meio de evitar envolver os civis adormecidos. 

Os portadores, subordinados dos líderes de região, foram alinhados na frente dos demais homens e lançaram seus ataques mais poderosos contra o solo. Não importava qual era a habilidade, desde que ela tivesse poder suficiente para manter o exército afastado. 

No entanto, eles responderam com um poder de fogo semelhante e deram conta de não serem esmagados tão facilmente. 

“Bom, é como eu pensei. Não vai ser fácil derrubá-los assim.”

Os sons de disparos cortavam o ar como se trouxesse à tona o prelúdio de um desastre maior. Mas tal desastre não seria permitido por Mayck, que observava atentamente de cima de um prédio muito alto, que parecia tocar os céus, visto por baixo. 

“Se não conseguirmos acabar com eles assim, então vamos dividi-los. Hugo, Mathias, Elias e Roger. Peguem seus grupos e atraiam eles para lados opostos.”

[Nós não vamos ter tempo pra isso. Eles vão continuar atacando.]

“Eu vou ganhar tempo pra vocês. Então peguem seus grupos e se dividam.”

Mayck levantou sua mão e a estendeu para o campo de batalha, onde um círculo azul surgiu acima dele e disparou um poderoso laser que viajou pelo gramado por vários metros e levantou uma enorme cortina de fumaça. 

Quando a nuvem se dissipou, os soldados a favor de Mayck já haviam recuado para lados diferentes, mas os soldados inimigos não os perseguiram. 

Não caíram, né? 

Eles se mantiveram parados, dando a entender que o general no comando tinha ciência de que era uma armadilha e os ordenou a não deixarem suas posições. 

[Eu não queria dizer, mas acho que isso não funcionou.]

“Eu sei. Mas uma hora ou outra eles vão ter que se mover…”

Antes que pudesse terminar de falar, um pequeno brilho ao longe atraiu a atenção de Mayck e em seguida um projétil surgiu perto de seu rosto, mas ele conseguiu desviar sem problemas. 

Me encontraram e agora estão me alvejando? Tenho que bater palmas pra esse sniper. Não que eu tivesse tentado me esconder. 

Outros disparos vieram em seguida e Mayck foi obrigado a desviar deles. 

São vários tiros seguidos. Uma sniper só dá um tiro por vez a uma grande distância, e pelo tempo entre os disparos não pode ser um rifle automático. O que quer dizer que é uma ID. 

Uma ID que simulava uma sniper e dava tiros tão rápidos quanto. Mayck pegou sua espada e começou a bloquear os tiros um por um para evitar gastar tanta energia e, quando teve a oportunidade, saltou do prédio. 

Os chiados do walkie talkie se tornaram palavras ditas por Hugo, que perguntava o que havia ocorrido. Mayck, porém, afirmou não ter problema nenhum e que ele prosseguisse com o plano. 

“Certo… o que vamos fazer agora? Eu poderia só ir até o campo e acabar com todos de uma vez, mas não quero fazer isso por algum motivo…”

Tendo uma ideia, Mayck pegou o walkie talkie e falou algo para os líderes. 

O clima no campo de batalha era de pura tensão. Os soldados da organização ficaram atentos enquanto esperavam novas ordens e as ordens vieram, mostrando que Louis não estava a fim de perder tempo com uma brincadeira de esconde-esconde. Separou um grupo de 250 homens e mandou que eles entrassem na cidade cautelosamente. 

Eles invadiram e analisaram com cuidado cada canto e, se encontrassem alguém, iriam atirar sem pensar duas vezes. E foi isso o que aconteceu ao encontrarem um único indivíduo parado à frente deles com se zombasse de suas capacidades. Mas algo saiu diferente do planejado e foi o fato de que aquela pessoa desviou de todos os tiros e atingiu um soco poderoso no chão, que criou uma erosão no solo e desequilibrou os soldados. 

“Quem foi que disse que eu não sei usar meu elemento base?”

Elias deu uma oportunidade para que seus homens, que estavam escondidos, ativassem suas habilidades e destruíssem aqueles duzentos e cinquenta soldados da organização que estavam desnorteados com o ataque anterior e nem ao menos puderam reagir. 

“Eu não vou pedir desculpas. Vocês vão ser melhores servindo a mim do que àqueles babacas.”

Depois, ele caminhou entre eles, coletando suas almas em um brilho roxo na palma de sua mão e fazendo questão de matar aqueles que sobreviveram aos ataques com suas próprias armas de antimatéria. Dava para ver na cara de Elias que ele estava se divertindo. 

O sangue daqueles soldados escorria pela rua destruída e se juntou à poeira, fazendo uma mistura incrivelmente nojenta e dolorosa de se ver. Na mesma hora, Louis ficou ciente de que seus homens foram mortos, pois ouviu a voz de Elias ecoar no walkie talkie antes do som de um disparo e um chiado interminável. 

O vice-presidente da Strike Down estava fervendo. Não conseguia acreditar que estava perdendo para o exército problemático de um mero pirralho, e descontou seu ódio na mesa com um poderoso soco, que fez a mesa de madeira se rachar. 

O tempo estava passando. Se continuasse daquele jeito, o show de luzes e explosões faria a polícia da cidade vizinha se movimentar e aquela guerra escalaria para lugares mais altos do que deveria. Era humilhante não conseguir derrotar um garoto de apenas 15 anos. 

Hugo, seguindo o plano dito por Mayck, se encontrou com Roger e Mathias, e os três seguiram para a frente dos soldados da organização. 

“E aí, quem quer começar?”

“Eu não me importo de ser o primeiro”, Roger elevou sua enorme voz em uma gargalhada e pôs as mãos na cintura, exalando confiança. 

“O que você acha, Mathias?”

“Tanto faz. Só vamos acabar com isso logo.”

“Se ninguém se importa, então deixa isso aqui comigo.”

Roger respirou fundo e forçou seu corpo, fazendo suas veias saltarem e seus músculos ficarem maiores. Em um segundo, como um tiro, ele ergueu o punho e lançou-se contra os soldados e parou antes que seu ataque acertasse. Mas a ventania foi tão forte que fez o trabalho de arremessar todos os soldados ao redor para todos os lados, no lugar de Roger. 

Quando conseguiram processar o que havia ocorrido, os demais soldados estremeceram, mas não era motivo para recuarem, então se posicionaram e estavam prontos para atirar. 

“Esperem aí. Não atirem.” A voz de Alfred ecoou pelo campo de batalha e atraiu a atenção de seus homens que se sentiram aliviados por seu general estar presente. “Ora, ora… que bom que está aqui, Roger.”

“Alfred, é? Veio se render a mim? Hahahaha!”

“Até parece.” Alfred parou de frente a Roger com uma postura confiante, e tal confiança se espalhou para seus homens. “Mas eu vou dizer que fiquei feliz. Agora, vou poder ter um pouco de diversão antes de exterminar os cachorros que decidiram se rebelar.”

“Eu não me importo de ser chamado de cachorro. Mas se for pra me chamar assim, então que seja uma raça perigosa como um cão lobo.”

“Kuku… Bom, pra mim tanto faz. Depois da surra que você tomar, vai ficar tão dócil quanto um Pug.”

“Hahaha! Isso eu quero ver.”

Roger não perdeu tempo e lançou um soco em Alfred, que foi respondido com um soco à altura e o choque entre os dois causou um estalo ensurdecedor acompanhado de uma enorme corrente de ar. 

Eles tomaram distância um do outro. Ao se aproximarem novamente, começaram a trocar séries de socos e chutes, completamente no mesmo nível. Os espectadores, que se afastaram deles, não viam diferença entre os dois. 

“Uwah… eles são dois monstros, não acha?”

“Desde que ele não perca, eu não ligo para o que ele seja.”

“Fique mais surpreso, por favor…” 

Hugo trocou algumas palavras com Mathias, mas olhou para o lado e encontrou os olhos dos soldados da organização, que, quando se deram conta de seus inimigos, apontaram suas armas para eles e se prepararam para o combate. 

“Parece que vamos ficar ocupados também”, Hugo afirmou e andou na direção dos soldados. “Desculpem, mas isso não é nada pessoal. William!”

“Já tô aqui!”

William passou por Hugo rapidamente e deu uma voadora giratória no primeiro soldado que viu, desarmando-o e atingindo-o com um soco poderoso. 

Os soldados viram que tinham que lutar, então os que estavam na primeira linha atiraram com suas armas antimatéria em Hugo e Mathias. Hugo se esquivou dos tiros, Mathias, porém, foi protegido pelas quatro garotas que o acompanhavam. Elas fizeram uma barreira com suas respectivas habilidades e evitaram que seu líder fosse ferido. 

“Temos ordem para atacar, senhor?” Cintia perguntou, pronta para a ordem de ataque. 

“Hmm… vejamos…” Mathias suspirou. Ele estava se sentindo cansado daquilo tudo e só queria dar as costas e ir embora, mas aquela era a oportunidade de destruir a organização e pôr todo mundo sob seu controle. “Vamos acabar com tudo isso de uma vez. Ataquem e eliminem o inimigo.”

“Sim, senhor.” As quatro responderam e se lançaram contra o exército inimigo, ativando suas habilidades e os atacando com tudo o que tinham.

<—Da·Si—>

Roger e Alfred não se importavam com mais nada ao seu redor. Eles só conseguiam se jogar naquela luta tão esperada. A cada soco trocado, sentiam o peso do poder um do outro, mas, mesmo assim, não se sentiam amedrontados e isso se devia ao orgulho que possuíam e que não permitiriam ser quebrado por ninguém — Isso mesmo, por ninguém. 

“Então, quer dizer que você decaiu ao ponto de obedecer às ordens de um mero pirralho?” Alfred provocou. 

“Hahaha! Não seja idiota. Eu não decai tanto. Só aceitei vir aqui esperando ter uma ótima luta.”

Roger se lançou contra Alfred e desferiu um soco em direção ao rosto dele, mas foi bloqueado. Alfred acabou sendo empurrado para trás, porém, sem muitos danos. Ele poderia continuar lutando por um longo tempo. 

“Hehe… Posso assumir então que você vai se aposentar depois disso?”

“Haha. Esse corpo só vai parar de lutar quando eu morrer.”

“Eh… Pois eu farei as honras de trazer sua aposentadoria.”

Alfred correu em direção a Roger e saltou com um chute giratório, pronto para atingir o rosto dele com uma força tremenda que poderia abalar qualquer pessoa com menos força que ele. Mas seu oponente era Roger, o Bodybuilder Supremo, que não aceitaria ser derrotado tão facilmente; ele se recusou a desviar e recebeu o golpe sem se mover. Ao ter sua cabeça atingida, a força devastadora de Alfred fez um som estrondoso ecoar. 

Alfred se afastou ao perceber que Roger não tinha recebido muito dano com aquele golpe. 

Roger levantou seus olhos e encarou seu adversário com um sorriso medonho. 

“Agora é minha vez.”

Ao proferir tais palavras, ele sumiu por um milésimo e reapareceu a poucos centímetros de Alfred, com o punho engatilhado para um enorme ataque. 

Porra!

Alfred não teve tempo de se esquivar e levou o soco em cheio no estômago, sendo arremessado pelo campo como uma bola de futebol. Depois de se recompor, ele deu um salto para se manter firme, mas a essa altura já tinha criado uma trilha por onde havia passado. 

Roger não estava a fim de esperar, então correu outra vez, sem tirar seu sorriso inabalável do rosto e saltou com outro soco pronto. No entanto, Alfred teve tempo para desviar, saltando para trás. 

“Você tem muita energia guardada, hein? Seria uma excelente peça no meu exército.” Alfred gritou. 

“Não estou… interessado”, Roger respondeu enquanto corria novamente.

Os dois se chocaram outra vez e começaram a trocar socos e chutes. A força de Alfred era equiparável a de Roger e ele nem havia ativado sua ID ainda. Era uma luta de pura força bruta. O choque entre seus golpes levavam uma enorme ventania para todo o campo e a barulheira parecia com uma super metralhadora disparando sem parar. 

Suas determinações estavam alinhadas e concentradas em seus punhos e pés. Aquela era, sem dúvidas, a luta mais honrada daquele campo de batalha. 

“Me diga, Roger, porque vocês decidiram se rebelar logo agora?!”

“Isso não interessa. Apenas lute como se não houvesse amanhã. Se puder me derrotar, posso até te dizer.”

Roger balançou seu punho e atingiu o estômago de Alfred, que acabou cuspindo um pouco de sangue, mas não cedeu, e contra atacou com um chute após agarrar o braço do líder do sul e acabou tirando um pouco de sangue de seu nariz. 

Os dois se distanciaram novamente e se encararam um pouco, com seus corações saltando de emoção por aquela disputa tão esperada e equilibrada. Até que um fosse completamente derrotado, suas mentes só estariam focadas em dar tudo deles naquela luta. 

Do outro lado, já havendo derrotado e recolhido as almas dos soldados inimigos, Elias relatou seu sucesso pelo walkie talkie, mas, de repente, ao olhar para seus homens esperando as próximas ordens, algo veio à sua cabeça. 

“Agora que parei pra pensar, onde está Diogo? Não vejo ele já faz um bom tempo.”

[Ah, quanto a isso, não se preocupe. Eu o mandei em uma missão especial, por assim dizer.]

“Missão especial? Bom, não vou me intrometer nisso. Agora, o que vamos fazer? Já terminamos aqui.”

[Acho que você pode dar uma ajuda para os outros… não que eles estejam precisando, na verdade. Eles estão conseguindo segurar o inimigo muito bem.]

Elias encarou o céu por um momento. Ele não queria se meter com os outros líderes. Já era um pé no saco ter que seguir ordens, ainda teria que ajudar a ralé que só o atrapalhava. 

Eu vou ficar quieto aqui. Se tiver alguma coisa pra fazer eu vou lá e faço. 

Sem dizer mais nada, Elias guardou o walkie talkie, mas, instintivamente, se virou e invocou três dos seus fantasmas, que agitaram suas espadas e bloquearam o ataque de outra espada que veio sobre ele. 

“Eh… Um ataque surpresa, é? Creio que você não saiba com quem está mexendo.”

O agressor se afastou e se posicionou na frente dos homens de Elias, que não tiveram reação ao ataque, mas estavam dispostos a contra atacar a qualquer momento. 

“Na verdade… eu sei muito bem quem era, por isso mesmo eu ataquei, líder do leste, Falcão.”

“Vou assumir que você está me subestimando por me atacar assim. E agora que fez isso, vai pagar com sua vida.”

Elias ordenou que seus fantasmas atacassem e eles partiram para cima do homem encapuzado com suas armas prontas para cortar o que estivesse na frente. O homem, por sua vez, se esquivou e tentou cortar os fantasmas, mas em vão. Ele se assustou por não ter conseguido, uma vez que tinha total confiança em seu corte limpo. 

“Não perca tempo pensando no que aconteceu. Caso faça isso, vai perder a cabeça.”

Um quarto fantasma saltou sobre o homem e o atingiu no estômago com uma espécie de soco inglês em seu punho, e em seguida, outro fantasma lançou um projétil afiado pelas costas, que atravessou o peito dele.

Os homens que observaram aquele desenrolar ficaram chocados pela demonstração de força de seu líder e o aplaudiram por isso, dizendo que não era surpresa nenhuma. 

“Que cara fraco… Nem ao menos perguntei o nome dele. Bom, só deixa eu coletar…” Elias nem terminou de falar e sentiu uma enorme pressão sobre ele, como se algo tivesse acabado de despertar. 

Quê…

O homem que devia estar morto se levantou num salto e correu até Elias com a espada pronta para perfurá-lo. Elias conseguiu desviar, mas não pôde esconder sua surpresa. 

Como ele tá vivo?!

Vendo que algo incomum estava acontecendo ali, Elias não parou para refletir e mobilizou seus fantasmas para atacarem novamente. No entanto, o homem estava mais ágil e mais rápido que antes, e também parecia ter aprendido a lição de que não podia atacar os fantasmas, então ele se concentrou em se esquivar dos fantasmas e atacar Elias. 

Suas investidas foram rápidas e seus movimentos habilidosos, mas Elias possuía mais experiência e desviou de seus golpes com facilidade. Além do mais, ele sabia lutar corpo a corpo, apesar de nunca ter se esforçado tanto nesse quesito. Mesmo sendo daquele jeito, ele sabia que negligenciar as próprias capacidades físicas era coisa de tolo. 

Quando o encapuzado investia com sua espada, um dos fantasmas barrava sua passagem e quando ele conseguia passar por eles, Elias estava pronto para golpeá-lo e matá-lo na primeira ocasião. Mas algo assim não seria fácil. O homem fugia toda vez que estava prestes a ser pego, e Elias não ficou nada feliz. 

“Haha… cara… não acredito que você está me fazendo perder tanto tempo.” Elias estava atingindo o limite de sua paciência e não parecia que, daquela forma, aquela luta iria acabar tão rápido. 

Portanto, tomou uma decisão. 

“Muito bem, já que você insiste tanto…” Ele sorriu. “Eu vou te mostrar uma coisa interessante. Algo que você vai desejar nunca ter visto.” O tom de voz de Elias deixava clara a sua ameaça. “Eu não sei qual é sua ID e o que ela faz, mas vou garantir que você não a use sem minhas ordens.”

Elias estendeu a mão e ela sugou os fantasmas como um aspirador de pó. Em seguida, uma aura negra semitransparente cobriu seu corpo ao mesmo tempo que a atmosfera aparentou estar sufocante. O homem ficou cauteloso. Apesar de ter confiança em si mesmo, ele sabia quem estava enfrentando. Os soldados também ficaram imóveis, embora maravilhados por terem a chance de contemplar o poder total de seu líder. 

“Espero que você esteja pronto.” 

Com um sorriso no rosto, Elias apontou para o homem com o dedo indicador e aquela aura negra avançou sobre ele como se estivesse tentando devorá-lo. Tamanho foi o terror daquele homem, que nem sequer teve reação e só pôde ver aquela coisa envolver seu corpo e sua visão se apagar lentamente. Não sabia o que tinha acontecido e nem saberia, pois caiu estático no chão, com a própria espada cravada em seu abdômen. 

Elias esfregou as mãos, como se anunciasse que a tarefa estava concluída. O sorriso de satisfação em seu rosto mostrava a certeza e confiança que tinha em seu poder. 

“<Auto sugestão>… uma habilidade que controla a vontade do alvo por alguns segundos enquanto o leva à loucura. No fim, o alvo simplesmente se mata após agonizar por uma eternidade em sua própria cabeça.”

Os homens o olhavam com espanto. Ninguém tinha coragem de abrir a boca diante de um poder tão terrível e assustador. E mais uma vez, eles se lembraram de quem foi que derrotou Miguel e assumiu o controle da zona leste com tanta facilidade. 

Por fim, Elias foi até o homem e absorveu sua alma, ganhando um novo membro para o seu exército fantasma. 

“Certo, agora vamos sair daqui. Vamos ver se aqueles idiotas estão conseguindo se manter.”

Os homens assentiram. Assim, eles se retiraram dali. 

<—Da·Si—>

Enquanto a implacável batalha chegava ao seu ápice, Hugo deleitava-se em derrubar todos os soldados que estavam ao seu alcance. Era uma tarefa cansativa, obviamente, mas ele estava sentindo algo queimar em seu peito. 

Era isso. Fazia muito tempo que eu não lutava desse jeito. Acho que estava precisando disso. 

Hugo dizia a si mesmo que tinha que agradecer a Mayck por aquela oportunidade. Ele não sentia o calor da batalha há vários anos. Desde que assumiu o posto como líder do oeste, ele se limitou a derrubar seus inimigos apenas usando seus peões à disposição, sem se meter diretamente, e nunca mais tinha entrado em uma disputa. 

É bom saber que não enferrujei totalmente. 

Um dos soldados atirou em um Hugo, mas errou o tiro, mais precisamente, Hugo se esquivou e socou sua cara com uma força tremenda, arremessando-o algumas dezenas de metros de distância e levando consigo alguns de seus companheiros. 

“Isso é interessante, mas eu prefiro que acabe logo, então…”

“Já está querendo fugir, é?”

Uma voz gritou para ele. 

Hugo se virou e deu de cara com uma pessoa que não via há tempos, Garcia. 

“Olha só, veio me recepcionar? Primeiramente eu tenho uma reclamação: seus homens não me receberam tão bem.”

“Piadista como sempre, hein. Peço desculpas se não foi uma recepção tão calorosa… mas já está na hora de você sair de cena.”

Como o vento, Garcia avançou, esgueirando-se até Hugo e empurrando sua faca para ele. Hugo reagiu a tempo e deixou a lâmina passar, enquanto carregava seu pé para um chute nas costas do oponente. Contudo, Garcia se jogou contra o chão e a perna de Hugo passou por sua cabeça sem mais problemas. 

Apoiando suas mãos no chão, Garcia desferiu um chute de calcanhar, que foi bloqueado pelos braços de Hugo. O impacto o afastou levemente e Garcia viu sua chance de continuar atacando. Se levantou e iniciou uma sequência de cortes rápidos com sua lâmina, que eram evitados facilmente, mas nenhum sinal de contra ataque. 

“O que foi? Está com medo de atacar seu velho pupilo?” Garcia gritou. 

De certa forma ele se sentia inconformado pela falta de reação de seu antigo professor e isso era como um combustível para sua ira, cuja faísca não havia se apagado em todos aqueles anos desde que abandonou sua vida como membro da Facção de Hugo. 

“…”

“Não vai admitir? Beleza, então. Eu vou fazer você me reconhecer como alguém, nem que seja na marra!”

Garcia saltou furiosamente contra Hugo e, como uma explosão, uma forte ventania passou pela lâmina cortando tudo no caminho. Hugo havia percebido antes, então pôde evitar ser dilacerado por aquela lâmina de vento que havia sido formada tão repentinamente. 

Ele balançou a lâmina mais algumas vezes, buscando fatiar o líder do sul. Hugo percebeu o quão perigoso aquilo era, mas, talvez por sorte, nenhum dos soldados ao redor estavam sendo atingidos pelos golpes. 

“Você vê agora?! Eu estou muito mais forte. Forte o suficiente para te deixar a sete palmos, seu professor desgraçado!”

“… Ah…” Hugo suspirou, vendo aquele comportamento ridículo. “Foi por esse motivo que eu te expulsei. Você não sabe o que é poder de verdade. Muito bem, então, vou te dar uma última lição.” Ele sorriu. “Vou aproveitar esse clima e liberar a energia que guardei por tanto tempo. Não é isso o que você quer?”

Hugo tomou distância, fechou seus olhos brevemente e dobrou seus braços em formato de ‘X’. Entre os dedos de suas mãos, vários projéteis feitos de água surgiram e ele os lançou a uma velocidade alucinante. 

Garcia sorriu e, internamente, gritava de felicidade. Finalmente seu ex-professor estava lhe dando o valor que merecia. Garcia balançou sua mão e contra atacou os projéteis, que viraram partículas de água no ar e caíram sobre ele. 

“Vai me dizer que era isso? Que decepcionante. Esperava mais de você.”

Garcia zombou, mas o sorriso estampado no rosto de Hugo permaneceu inabalável e isso incomodou o discípulo excomungado, que sentiu um certo desconforto. 

“Cara idiota. Você está sempre correndo atrás de poder, mas, sabe, o verdadeiro poder é a consciência do poder. Então, para um moleque como você…” 

Hugo estalou o dedo, como um juiz batendo um martelo e aplicando a sentença a um criminoso. Ao mesmo tempo, todas as gotas de água que caíram sobre Garcia reagiram ao gesto e se transformaram em grossas estacas de gelo que perfuraram todo o corpo dele. 

“…que tem poder mas não sabe usar, apenas isso basta.”

Garcia ficou perplexo. Ele não conseguia entender. 

Por que meu sangue está jorrando…? O que é essa maldita dor?

Garcia moveu olhou para o seu corpo e o viu todo perfurado, depois voltou seus olhos para Hugo, que o encarava sem demonstrar nenhum sentimento em especial, apenas o seu sorriso gentil de sempre. 

Eu sempre odiei esse sorriso, desgraçado. Você é um professor de merda, eu vou te odiar até no inferno. 

Garcia cuspiu o sangue que encheu sua boca. Lágrimas, também de sangue, desciam por seu rosto, mas não era um choro de tristeza ou alívio, era puro ódio contra o homem que uma vez o acolhera. Aos poucos ele sentiu seu corpo esfriando e não pôde mais se sustentar de pé. Garcia caiu no chão vendo o rosto de Hugo até o seu miserável fim. 

Por outro lado, Hugo não sentia nada por aquele aluno. Na verdade… sentia sim. Sentia remorso por não ter matado ele antes, mas evitou pensar sobre isso. 

Desde que o recebeu como discípulo, ele só havia causado problemas e não aceitava o fato de seu mestre resolver as coisas sem recorrer à violência diretamente. Garcia deixou subir à cabeça que Hugo se tornou fraco e queria arrancá-lo do pódio onde estava de qualquer forma. Isso o fez ir até a organização em busca de auxílio e treinou por longos anos, para o dia em que daria um fim na pessoa que, uma vez, foi importante para ele. 

“Você foi idiota até o final. Se tivesse me escutado, pelo menos uma vez, não teria que ser morto por mim.”

Não havendo mais motivos para permanecer ali, olhando o cadáver de Garcia, Hugo deu as costas friamente. 

<—Da·Si—>

Roger avançou com o punho pronto e Alfred estava esperando por aquilo. Os dois punhos se chocaram, enviando uma tremenda onda de choque para o restante do campo de batalha. 

Enquanto davam tudo de si, eles não largavam os sorrisos em seus rostos e o suor não os fazia perder para o cansaço. Não viam mais nada ao redor deles. Apenas os dois. 

Roger levantou seu pé e desferiu um chute, mas o golpe foi bloqueado pelo cotovelo de Alfred. Em seguida, Alfred tomou uma distância segura. 

“Hehehe… Nada mal. Mas você parece mais fraco. A idade está te vencendo?” Ele limpou o sangue de seu nariz. 

“Nah, ela vai precisar de muitos anos pra me parar.”

As roupas deles estavam como farrapos e a luta não tinha levado nem quinze minutos — e isso foi tempo suficiente para que o terreno ficasse igual a um campo minado, cujas minas explodiram. Eram os dois lutando sem se conter nenhum pouco, mas, mesmo sem trocarem palavras, os dois sabiam que tinha que acabar. Por isso, decidiram elevar aquela luta para um plano mais alto. 

Eles se entreolharam e duas auras sinistras e amedrontadoras invadiram todo o campo de batalha, juntamente com uma ventania que resultou do choque entre as duas energias e torrou o gramado ao redor. 

“Agora eu vou com tudo de verdade. Vê se você aguenta.”

“A última pessoa que me falou isso foi salva pelo gongo. É bom que seja muita coisa mesmo.”

Os dois se posicionaram, cada um no seu lugar e focaram suas energias principalmente em seus pés e mãos para o golpe final. 

Foi em milésimos de segundos, ou menos do que isso, eles se arrancaram do chão e correram um até o outro. A explosão foi enorme, como se dois mísseis se chocassem. Por uma margem extremamente curta de tempo, Roger desviou do soco de Alfred e o atingiu na barriga, fazendo-o cuspir bastante sangue. Já não bastava tudo isso e ele foi jogado em uma árvore há vários metros de distância. 

“Falou demais pra quem é muito fraco.” 

Roger alongou os braços e olhou ao redor, sem se importar com o que tinha acontecido com Alfred; para ele, um oponente derrotado era menos incômodo do que lixo. 

Ele parecia desanimado, algo que não era nem um pouco comum de acontecer. Mas essa infelicidade repentinamente se devia ao fato de não ter mais ninguém a sua altura naquela guerra e, sinceramente, ele esperava que Alfred resistisse àquele ataque. 

Mas não podia ser ajudado. 

“Hm… Fazer o que, vou ter que me contentar com esse bando de vira-latas.”

Roger olhou para os soldados e correu até eles, atropelando todos que estavam no seu caminho. 

De longe, Mathias observava todo o campo de batalha. Ele não precisava se preocupar em lutar, pois suas quatro subordinadas estavam o protegendo de cada tentativa de ataque vinda dos inimigos. 

Do jeito que está, parece até que eles nunca tiveram chance. Mas eu não consigo acreditar que esse seja o fim deles. 

Mathias decidiu apenas continuar observando, sem se mover para lutar. 

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