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Passado

Samael 

No sombrio reino demoníaco da região nórdica, adentrei um modesto ambiente, onde serviam a melhor comida. Diante de mim, erguia-se a estrela guardiã deste reino: a rainha que, com amor, zelava por todos.

A mulher diante de mim possuía olhos ávidos e um sorriso malicioso, observando-me enquanto degustava o líquido quente trazido pelo mestre do ambiente. Seus longos cabelos brilhavam como o sangue fresco sob o sol, e seus olhos ameaçadores ecoavam a vastidão do céu azul. Mesmo para mim, sua presença era majestosa e poderosa, relembrando os dias em que lutávamos juntas e compartilhávamos histórias de nossas aventuras.

“Então você decidiu aceitar um discípulo”, disse ela, lançando-me um olhar sarcástico. “Pensei que esse dia nunca chegaria.”

“E você? Tornou-se rainha do povo demoníaco. Nunca imaginei que a grande Belzebu estaria cuidando de pessoas tentadas.”

“Posso dizer que os demônios despertam meu interesse. Você só entenderá quando se deitar com um.”

“Perdoe-me, mas não tenho interesse em relacionamentos”, retruquei. Um leve sorriso surgiu no rosto de Belzebu com minhas palavras, seus olhos percorrendo meu corpo como se buscassem algo.

“Você sabe, posso satisfazê-la se não tiver interesse em homens. Sempre me perguntei como você era sob essas roupas”, disse ela sem cerimônia. “De qualquer forma, você acabará perdendo aquilo que mais preza”, acrescentou com sabedoria.

“Do que está falando?”, indaguei confusa.

“Luci, Luci… Você aceitou um discípulo. É dever de um mestre mostrar o mundo ao aprendiz e não apenas isso…” Ela se aproximou mais. “Você deve ensinar sobre as maravilhas do corpo e deixá-lo apreciar os desejos da carne”, disse, acompanhando suas palavras com gestos obscenos.

“Eu sei que Belzebu continuará com suas palavras”, suspirei.

“Isso me lembra, quem é seu discípulo?”

Foi então que me dei conta de que ainda não havia mencionado Azrael. Ponderei como ela reagiria ao descobrir.

“Seu nome é Azrael”, respondi, ciente de que ela não o conhecia.

“Azrael… Azrael… Não, nunca ouvi falar. Ele é alguém conhecido.”

“É o filho de Belial com Lilith…”, minha revelação a surpreendeu.

“Eh? O nome do filho dele não era… Ex? Sim, sim. Ex era seu nome. Lembro-me muito bem daquele jovem. Bonito, jovem e com um olhar encantador.”

Muitos poderiam julgar Belzebu como um demônio sedento por sexo ao escutá-la falar daquele modo sem qualquer pudor, mas eu conhecia a verdade melhor do que ninguém.

Aproximei-me de Belzebu, nossos olhares se encontraram enquanto nossos rostos se aproximavam cada vez mais. Sua face tornou-se rubra, como se estivesse em êxtase

“Eh? Eeeh!! Aqui? Aqui e agora? Espera! Ainda não estou mentalmente preparada”, murmurou Belzebu, num sussurro estrangulado. Não pude evitar sorrir ao vê-la envergonhada. “E onde foi aquela história de ‘me ensinar’?”, provoquei.

“Sabe, eu aguento você e seu discípulo, só preciso me preparar mentalmente primeiro”, respondeu ela, ainda constrangida.

Era reconfortante ter Belzebu ao meu lado, mesmo nos momentos mais desafiadores.

“Isso me lembra. Existe outro Lúcifer? Fiz uma visita ao planeta onde os caídos residem e descobri que o Lúcifer, o atual rei, não era você.”

Um sorriso se espalhou em meus lábios ao relembrar o ocorrido. “Cansei de ser um governante e decidi viver minha vida como quero.”

Expliquei a Belzebu que havia alterado a realidade para que todos pensassem que o homem sentado no trono era Lúcifer. Foi uma tarefa árdua, pois apenas algumas pessoas conheciam a verdade, exceto aqueles que transcendem as leis do mundo. Mas estabeleci uma regra adicional, utilizando quase toda minha expectativa de vida: na presença de Azrael, nenhum ser, seja superior, inferior ou soberano, pode se referir a Samael como Lúcifer. Essa regra foi criada para proteger minha identidade de Azrael.

“Você foi tão longe a ponto de alterar a realidade! Isso é incrível”, exclamou Belzebu, entre risadas. “Quero conhecer esse garoto.”

As palavras dela eram divertidas, mas até eu mesmo estava incerto dos motivos por trás de minhas ações.

“Você vai se impressionar… Ele é a reencarnação do dragão do caos”, revelei, observando o crescente brilho nos olhos de Belzebu.

“Eh? Esse garoto é insano. Luci, por favor, me apresente a ele.”

“Não apenas isso… Ele tem os cabelos brancos”, afirmei, notando a expressão de surpresa de Belzebu. “O filho de um demônio com um caído tem cabelos brancos…”, comentou ela, antes de perceber o que eu queria dizer, arregalando os olhos em espanto. “Espera, ele pode ter herdado as características de um anjo completo?”

Era apenas uma suposição minha, mas se Azrael de alguma forma herdou as características angelicais de Belial, ele se tornaria uma presença formidável no futuro. Não apenas a reencarnação do dragão do caos, mas também com o sangue de um puro anjo correndo em suas veias.

“Sua mana é do elemento luz?”, questionou Belzebu, considerando as características angelicais mencionadas.

“Você ficaria surpresa”, respondi, imaginando como deveria explicar. “Você conhece o processo que utilizei para obter mana corrompida?”, perguntei, buscando uma confirmação.

“Mana artificial de escuridão e sua mana de luz… Certo?”, indagou Belzebu, buscando confirmar.

“Sim”, concordei prontamente. “Tornando minha mana corrompida, algo que não deveria existir.”

Mesmo meu corpo mal suportou o ‘teste’ da mana corrompida. Quase desisti de viver milhares de vezes enquanto sentia minhas veias serem destruídas e meus canais de mana colapsarem.

“Azrael parece ter nascido com mana de luz e escuridão…”, comentei, finalmente fazendo Belzebu perceber o motivo de eu querê-lo como meu discípulo. Uma existência que desafiava as leis do nosso universo. Alguém capaz de atingir um nível que até mesmo a filha do Deus Supremo não conseguiu.

“Você está pensando em corromper a mana do garoto?”, perguntou Belzebu, ao que respondi com um suspiro.

“Claro que não. Se minha mana imperfeita teve uma reação devastadora, imagine o que aconteceria se ele fosse submetido ao ‘teste’ da mana corrompida… Os danos ao seu corpo seriam irreparáveis.”

Nunca pensei em corromper a mana de Azrael. Na verdade, queria me tornar sua mestra para evitar que isso acontecesse, ensinando-lhe como usar ambas as manas sem que uma influenciasse a outra.

“Me desculpe, mas eu me pergunto se a mana corrompida é tão preciosa a ponto de desistir da ‘Luz Primordial’…”

Se há algo que torna os anjos os seres mais poderosos no universo, abaixo apenas do criador, é o domínio da Luz Primordial. Uma energia similar à mana, mas, ao mesmo tempo, diferente e poderosa. A luz primordial funciona de forma completamente diferente da mana, mas suas funções são as mesmas. Essa energia pode criar magias ancestrais e feitiços rúnicos tão poderosos que poderiam ser comparados às magias da mana corrompida.

Todos os seres possuem essa energia chamada Luz Primordial, mas ela é tão difícil de controlar que a maioria desiste de tentar dominá-la. Aqueles que conseguiam, estavam em um nível diferente de todos.

Contudo, esse grande poder tem um preço. A Luz Primordial não pode interagir com a mana corrompida, e o mesmo acontece com a mana corrompida. Se um indivíduo possui a mana corrompida, não importa quão avançado seja seu entendimento da Luz Primordial, ele não conseguirá usá-la. Enquanto aqueles que possuem a Luz Primordial não podem acessar a mana corrompida.

Quando Belzebu mencionou ‘desistir’ da mana primordial, foi exatamente isso que aconteceu. Destruí meu núcleo de Luz Primordial e, com os resquícios, criei mana de escuridão. Em seguida, corrompi minha mana de luz, transformando-a em mana corrompida. Foi um processo extremamente doloroso, mas a existência da mana corrompida era algo que eu tinha grande curiosidade em estudar.

“Não vamos falar do passado.”

Se me perguntassem, não me arrependo de ter perdido minha Luz Primordial, já que a mana corrompida é igualmente poderosa.

“Uma última pergunta, está bem?”, Belzebu perguntou, com uma expressão que lembrava um animal indefeso à espera de um petisco. “Vamos supor, apenas uma suposição… Se existisse um ser capaz de usar Luz Primordial e Mana Corrompida, o que aconteceria?”

Foi uma pergunta intrigante.

“Você já conhece o resultado da junção dessas duas energias”, respondi com um suspiro. “Éter… Se, em um caso improvável, algo como unir essas duas forças fosse possível, Éter seria a resposta.”

A surpresa estampada em seu rosto me fez sorrir.

Claro, o Éter é um conceito que tem sido interpretado de várias maneiras ao longo da história.

Éter pode ser considerado como uma substância cósmica primordial, uma forma de energia suprema que transcende todas as outras formas de energia conhecidas, incluindo mana corrompida e luz primordial. Esta é a essência divina, a fonte de toda a criação e a manifestação da vontade do Deus Criador.

O Éter é o tecido que une o universo, permeando todas as coisas vivas e inanimadas. Ele é a substância primordial da qual todas as formas de energia derivam, e, em teoria, aqueles que conseguem acessá-lo têm acesso ao poder supremo de criação e transformação.

Aquele que domina o Éter seria capaz de realizar feitos verdadeiramente divinos, manipulando a própria essência da realidade, até mesmo para seres transcendentes. Ele pode moldar mundos, criar vida e influenciar o destino dos seres vivos de maneiras inimagináveis.

No entanto, o Éter também é uma energia perigosa e volátil, capaz de causar grandes destruições se não for manejada com sabedoria e cuidado. Aqueles que buscam controlar o Éter devem estar preparados para lidar com suas consequências e enfrentar os desafios que surgem ao manipular uma força tão poderosa e transcendental.

“Então a energia do Deus Supremo é a junção de Luz primordial e Mana Corrompida?”, Belzebu perguntou.

“Sim, o Éter é uma energia tão poderosa que seria impossível para um ser do nosso universo conseguir usar…”

Contudo, não era apenas por ser poderoso. O motivo real é que juntar o Luz primordial e a Mana Corrompida provavelmente resultaria em um ‘teste’, similar ao que tive que passar para acessar a mana corrompida, contudo, um ‘teste’ ainda mais difícil do que eu poderia imaginar.

***

Samael

Ano 126, após o nascimento de Azrael. 

Cinco anos após a morte de Eisheth, percebi um pulsar de mana que não sentia há anos. Minha primeira reação foi correr até o quarto, onde — deitado em uma cama — o jovem pálido de cabelos brancos finalmente demonstrava sinais de despertar.

Seu corpo magro e envolto em várias ataduras parecia fraco, devido aos cinco anos que passou inconsciente. Vários médicos renomados e até mesmo minha magia de cura foram ineficientes, pois ele estava passando por um teste que até mesmo me fez tremer.

Mesmo inconsciente, o jovem estava em seu reino mental, suportando toda a dor e provações. Não conseguia adivinhar quantos anos se passaram em seu reino mental, mas tinha uma suspeita de que foram centenas de anos.

O primeiro movimento que percebi foi o de seu dedo indicador, que se moveu, mas sem qualquer reação de seu corpo. A mana, que antes reagiu, agora estava parada, como um vasto rio imperturbado, onde nem mesmo os ventos mais fortes poderiam causar ondulações nas águas.

Baixei minha cabeça, sem esperança. Em meu teste, foram apenas alguns dias, mas o jovem passou cinco anos neste infernal teste.

Olhei uma última vez para seu rosto, pensando em sair logo em seguida, quando, para minha surpresa, olhos vermelhos me observavam enquanto seus pálidos lábios tentavam articular algumas palavras.

Os olhos sem vida do meu discípulo perceberam minha presença, e ele tentou levantar, mas seu corpo estava muito fraco.

Foi quando senti a ondulação de uma mana semelhante à minha, como um vasto oceano; a escuridão em sua mana tomou forma, assumindo uma luz mesclada com a escuridão. Foi um sucesso. Sua mana foi corrompida, mas ele perdeu a capacidade de utilizar a Luz Primordial.

“Sa… Samael…”, sua voz rouca me chamou, como um pedido de auxílio para se levantar.

Sem pensar muito, coloquei a mão em suas costas, ajudando-o a ficar sentado na cama.

“O que… Aconteceu…”, suas palavras fizeram meu coração vibrar, mas logo seu rosto se tornou surpreso, como um estalo, memórias de seus últimos momentos com sua amada voltaram para atormentá-lo. “Eisheth… Ela…”

Notei as lágrimas se formando em seus olhos e o desespero estampado em seu rosto. Sem forças para conter suas próprias emoções, Azrael desabou em lágrimas.

Eu havia estudado os mais diversos conhecimentos que o universo poderia proporcionar, e nem mesmo eu conseguia confortá-lo neste momento. A dor da perda e ter passado cinco anos inconsciente, sem ao menos poder se despedir daquela que amava, deve ter sido um choque irreal.

“Azrael…”, o abracei fortemente, observando meu discípulo desabar sob seus próprios sentimentos.

“Noir…”, ele chamou, buscando conforto com sua fiel companheira, mas sem resposta. “Sonne…”, mais uma vez sem resposta.

Seu rosto ficou ainda mais pálido enquanto me observava como uma criança em busca de explicações.

“Antes de começar o teste, você perdeu o controle…”

Contei-lhe tudo o que aconteceu. Seu poder irreal que presenciei, sua forma que ultrapassava as capacidades de qualquer ser da existência. Foi a primeira vez que pude observar Azrael em um estado de divindade superior.

Azrael, em nossa batalha, despertou seu sangue demoníaco, sangue angelical, sangue de dragão e, por último, os poderes do deus que habitam seu corpo.

Esse poder se tornou a base de sua força, e nem mesmo os mais poderosos poderiam lutar contra ele. Na luta que ocorreu, foram necessários os sete portadores de pecados, Lilith, Belial e Jofhiel.

Antes, Azrael era como uma criança aos meus olhos. Uma criança que estava aprendendo a caminhar, mas tinha um longo caminho pela frente. Sua velocidade, força, habilidade, magia. Todos esses atributos estavam em um nível mediano.

Contudo, as habilidades mostradas quando ele perdeu o controle, estavam em outro nível.

Após explicar sobre a batalha, entrei no assunto que não queria.

“No meio da luta, notamos que você poderia ser enfraquecido, se conseguíssemos tirar suas espadas, e foi o que Lilith fez… No momento em que conseguimos retirar as espadas de suas mãos, você logo se virou para matar Lilith. Sua velocidade superou a nossa e seu ataque foi direcionado ao coração de Lilith.”

Para prevenir que Azrael fizesse algo de que se arrependeria pelo resto de sua vida, as espadas se posicionaram entre o golpe de Azrael e o corpo de Lilith. Em forma de X, as lâminas divinas conseguiram parar o poderoso ataque de Azrael.

“E o que aconteceu depois?”, Azrael perguntou impaciente com minha demorada resposta.

Foi quando Azrael atingiu um nível de força que nem mesmo os anjos possuíam. Seu golpe foi recebido pelas espadas, mas foi um ataque tão poderoso que destruiu as espadas que deveriam ser indestrutíveis.

Foi quando retirei os fragmentos do que antes eram duas espadas. Por possuir o conhecimento sobre suas espadas, Azrael desabou.

No momento em que as espadas foram destruídas, isso afetou as almas que nelas habitavam. Azrael estava abalado; ninguém poderia apaziguar sua dor, e por ser a pessoa mais próxima dele, eu conseguia entender o quão dura era a realidade que ele vivia naquele momento.

Após alguns minutos de luto e sofrimento, Azrael respirou fundo, puxando o máximo de ar possível e limpou suas lágrimas. Sua respiração se estabilizou. O motivo? Ele notou a aproximação de seus familiares.

Azrael, ainda fraco, agora parecia inabalável, com um olhar frio em seu rosto e uma expressão neutra.

Foi quando Belial e Alice entraram no cômodo, seguidos por Ex e Lilith. Sua família o abraçou e tentaram consolá-lo, mas Azrael descartou a solidariedade de sua família, ao demonstrar frieza diante das palavras deles.

Foi quando a última pessoa entrou no quarto. O jovem de cabelos negros, Baal, observou Azrael por alguns segundos antes de se aproximar e o abraçar com força. Lágrimas de alívio em seu rosto fizeram Azrael vacilar por um momento quase imperceptível, antes de voltar à sua frieza.

“Pai, estou tão feliz que você acordou”, disse Baal com a voz oculta pelas lágrimas.

Azrael não retribuiu o abraço, mas o observou com um olhar devastado.

Sem escutar qualquer palavra, Baal fez a pergunta que ninguém conseguiu responder.

“Pai… O que aconteceu naquele dia? Como a mamãe…”

Ele havia perguntado para todos, mas ninguém respondeu. Pensamos que seria melhor Azrael responder, já que descobrir que a morte de sua mãe foi causada por seu pai biológico seria ruim.

“Sua mãe…?”, perguntou Azrael com uma voz imparcial, mas em seguida, respondeu sem hesitar. “Eu a matei.”

Suas palavras chocaram a todos. Alice tentou falar, mas eu a impedi no último momento. Existia um motivo para Azrael dizer aquelas palavras, mas nem mesmo eu, que convivi com ele a maior parte de sua vida, conseguia descobrir.

“Isso é mentira”, disse o jovem em desespero. “É mentira, certo, tia?”, perguntou Baal para Alice.

Alice manteve-se em silêncio enquanto seus olhos estavam prestes a lacrimejar.

“Vovô Belial… O papai está mentindo, certo?”, ele buscou a confirmação de Belial, contudo, como sua filha, Belail permaneceu em silêncio. “Tia Samael?”, seus olhos já sem esperança, ele direcionou sua pergunta para mim.

“Sim, ele não está mentindo”, minhas palavras foram duras, mas no momento, Azrael não parecia vacilar, seus olhos mortos me fizeram entender que ele não voltaria atrás em sua decisão, destruindo o último vínculo familiar que construiu com aquela mulher.

Belial saiu do quarto abalado, sem olhar para o rosto daquele que um dia chamou de pai.

“Azrael, seu idiota!”, disse Alice, dando-lhe um forte tapa enquanto deixava suas lágrimas caírem. “Como você pode fazer algo–”, contudo, foi contida por Belial que a tirou da sala sem demora.

“Az… O que você planeja fazer agora?”, perguntou Ex com um olhar triste.

“Momentos antes de morrer…”, Falou Azrael. “Eisheth… me mostrou uma visão… Eu deveria reunir três companheiros fortes e com eles, desafiar o futuro… Ainda está um caos em minha cabeça, mas tenho uma ideia de por onde começar.”

Foi quando seu olhar se virou para mim. Fui pega de surpresa com sua decisão, mas rapidamente me recompus para ouvir meu discípulo.

“Samael… Poderia enviar uma mensagem ao Lúcifer? Existe uma família problemática que está causando dor de cabeça para ele há um bom tempo”, com suas palavras, eu entendi rapidamente o que ele queria dizer…

“Na verdade, Lúcifer entrou em contato comigo há alguns dias. Essa família de que você fala, ele me pediu para fazer uma visita.” Claro que era mentira, mas eu decidi apenas seguir.

“Poderia pedir para que eu fosse em seu lugar? Não sei ao certo, mas a visão de Eisheth me disse para visitar a família problemática.”

Com um leve suspiro, respondi: “Tudo bem… Farei os preparativos, mas antes, o Deus Supremo me pediu para que o enviasse ao Palácio Celeste, quando acordasse.”

Foi quando despertei com o som de uma explosão. Me dei conta de que estava no castelo de Belzebu.

“Foi um sonho?”

Lembranças do passado com meu discípulo aconteciam com frequência recentemente. Talvez devido ao choque de sua traição, despertei algo estranho, não sabia ao certo.

“Samael, sua presença está sendo solicitada”, disse um guarda do lado de fora do meu quarto. “A rainha Belzebu está pedindo sua presença”, contudo, suas últimas palavras despertaram meu interesse. “A aliança está atacando o castelo atualmente, então ela pediu para que fosse ao salão real, onde todos estão reunidos.”

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Olá, eu sou Monarca!

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