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No horizonte distante, uma figura solitária começou a se destacar contra o céu crepuscular. Sophia, envolta em um manto leve, avançava com passos decididos, uma cesta de vime balançando suavemente em seu braço. No interior da cesta, maçãs vermelhas, bananas amadurecidas e mangás suculentos se misturavam em uma profusão de cores e aromas tentadores. À medida que se aproximava, os jovens notaram sua chegada, e um sorriso acolhedor se formou em seus rostos preguiçosos. Lukky e Kraus ergueram-se para recebê-la gentilmente. Sophia, com seu sorriso radiante, saudou-os calorosamente.

— Como vocês estão? Faz um tempinho desde a última vez que nós encontramos.

— Estamos nos virando, temos novas pra te contar! — Kraus esfregou a parte de trás do pescoço, sorrindo cansado.

— Vejo que estão, já podem começar me contando tudo! Ah, sim, eu também trouxe algumas frutas se estiverem com fome — Sophia assentiu, observando o campo ao redor.

Eles agradeceram enquanto Sophia distribuía as frutas da cesta. O suco fresco das maçãs e a doçura das bananas proporcionaram um alívio bem-vindo ao calor do dia. Quando as mangás foram reveladas, os olhos dos jovens brilharam de antecipação.

— Obrigado, Sophia. Você apareceu no momento certo — disse Lukky, mordendo uma maçã com gratidão. Após a pequena pausa os jovens começaram a explicar a sua situação e levantaram uma questão muito importante. . .

— Sophia, quais são seus elementos mesmo?

— Ah? Meus elementos? Luz, Ar e Água, por que a dúvida?

Ambos, Kraus e Lukky, trocaram um olhar cúmplice e um sorriso travesso se desenhou em seus lábios ao perceberem o ‘destaque’ inesperado. Com um aceno de cabeça quase imperceptível, tramaram um pequeno plano astuto. Kraus lançou um olhar maroto para Lukky, que, entendendo o sinal, disparou em direção às cabines no canto do campo, seus passos ecoando na grama úmida.

— O que houve com vocês dois? — indagou ela, com uma ponta de curiosidade tingindo sua voz.

— Ah, nada de mais. Só precisamos de um favorzinho seu… — Kraus respondeu, o sorriso malicioso agora uma marca registrada em seu rosto.

Logo, Lukky retornou, ofegante, carregando quatro baldes antigos cuja integridade era questionável, dada a camada de poeira e as marcas do tempo.

— ENCHA! — ordenou ele, recuperando o fôlego, enquanto colocava os baldes no chão com um baque surdo.

Confusa com a súbita demanda, tentou protestar, mas foi interrompida pelos olhares intensos e expectantes, focados em sua habilidade mágica.

— Encher esses baldes? Por acaso estão me confundido com uma torneira? — retrucou, sarcástica.

Os dois trocaram um olhar de entendimento e, sem hesitar, responderam em uníssono:

EXATAMENTE!

Ela revirou os olhos, resignada, e acedeu ao pedido. Com um gesto elegante, ergueu os braços e começou a se concentrar. A magia fluiu de suas mãos como uma dança silenciosa, e gotas de água cristalina começaram a brotar do ar, enchendo os baldes com um som ritmado e suave.

— Satisfeitos? — perguntou com uma sobrancelha arqueada em desafio.

— Ainda não, fique aqui. Sua magia é essencial para nós. . . — disse Kraus, observando o nível da água subir.

Em seguida acharam algumas buchas e panos nas cabines que junto a água se tornou o kit perfeito para a limpeza do local, e claro, abusaram bastante da magia de sua amiguinha até o passar de algumas horas. . .

— Chega, já fiz o suficiente. Não sou uma máquina de encher baldes! — exclamou, já impaciente.

— Mas é claro que é! — Lukky brincou, e ambos riram, apreciando a cena e a magia em ação.

— Essa limpeza interminável não vai acabar nunca? Já estamos quase tocando as sombras da noite! — exclamou ela, jogando os braços para o céu em um gesto dramático.

Os jovens não conseguiram conter um sorriso e, com um brilho travesso nos olhos, admitiram:

— Bem, vamos dizer que… possivelmente… quem sabe… já poderíamos ter concluído essa tarefa há tempos…

— E talvez estivéssemos apenas testando os limites da sua mana… — Kraus acrescentou, com um sorriso que era uma mistura de admiração e malícia.

— Incrível como seu núcleo parece ser um poço sem fundo, não é?

Ela, ignorando o que soou quase como um elogio, sentiu o sangue ferver nas veias.

— COMO ASSIM? Nesse momento, uma sombra colossal se formou atrás dela.

Era Darius, a figura imponente, com os braços cruzados e um olhar que pesava como chumbo sobre os garotos.

— O que está acontecendo aqui? — Sua voz retumbou, preenchendo o ar com uma autoridade inquestionável.

— Nada~ — respondeu Lukky, com um sorriso que mal disfarçava a travessura anterior — Aliás, concluímos a limpeza!

— Oh? Tão cedo? — Darius ergueu uma sobrancelha, surpreso e ligeiramente desconfiado.

O homem robusto se afastou, seus passos largos e firmes deixando marcas na terra ainda úmida. Ele inspecionou meticulosamente cada canto do campo de treinamento. O lugar, que antes era um amontoado de sujeira, desordem e esquecimento, agora mantinha um ar de dignidade, apesar de sua idade e abandono evidentes.

— Parece que vocês fizeram um trabalho decente, afinal. — Sua voz grave ressoou com um toque de aprovação. — Mas não se esqueçam, a verdadeira limpeza é manter a ordem todos os dias.

— Ordem?

— Haha! Vocês vão entender amanhã. Agora decidam se irão para cada de Nica ou para o orfanato. Espero vocês aqui quando os primeiros raios de sol começarem a raiar.

Concordando com a sabedoria do imponente Darius, os três jovens seguiram seu caminho, deixando para trás o campo de treinamento. Seus passos eram leves, antecipando o merecido descanso que os aguardava. Enquanto caminhavam, uma conversa casual começou a se desenrolar entre eles, como uma brisa suave que precede uma tempestade.

— Sabe, estive pensando… — começou Lukky, coçando a cabeça com um ar pensativo.

— Quando chegamos, eu tinha deixado meus livros e outras coisas naquele quarto empoeirado do orfanato. Mas, desde então, não voltamos mais lá. Sophia, você resgatou minhas coisas?

Sophia lançou um olhar de quem já esperava por essa pergunta e respondeu com um tom de voz que carregava uma mistura de orgulho e desdém:

— Claro que sim. Os livros estão agora seguros na biblioteca. E quanto à bolsa… — Ela fez uma pausa dramática, torcendo o nariz com desgosto.

— Eu a descartei. O cheiro de mofo era insuportável. Kraus, incapaz de resistir à oportunidade, provocou com um sorriso malandro:

— Oh, a nossa delicada princesinha não suporta um pouquinho de mofo?

Os garotos explodiram em gargalhadas, mas Sophia, com uma expressão de falsa indignação, rebateu:

— Eu simplesmente prefiro não me banhar em sujeira, ao contrário de certos porcos que conheço.

Ela enfatizou a última palavra com um olhar direto para Kraus, que ainda sorria, apreciando a troca de farpas amigável.

Com a conversa em dia e os laços de amizade renovados, o grupo de jovens se aproximava da casa de Nica. A escolha que se apresentava diante deles era como um cruzamento de destinos.

— E então? Vão se aventurar comigo até o orfanato ou preferem continuar perturbando a ‘velhinha’? — desafiou Sophia, com um sorriso que mal escondia sua expectativa pela resposta.

Mal as palavras deixaram seus lábios, um grito estridente cortou o ar, emanando da casa da curandeira.

— QUEM OUSA ME CHAMAR DE VELHINHA?

Como um furacão em forma humana, a senhora Nica surgiu na porta, sua presença imponente e olhar feroz prometendo uma reprimenda memorável para os intrusos.

— Mexam-se, garotos! Preciso da ajuda de vocês e a noite já está caindo. RÁPIDO! — ordenou ela, com uma autoridade que não admitia réplica.

Lukky e Kraus trocaram um olhar cúmplice e, sem perder um segundo, correram para dentro da casa, seguidos por uma Sophia risonha.

— Parece que a decisão foi tomada antes de nós, não é mesmo? — comentou Kraus, enquanto a porta se fechava atrás deles, selando o fim de mais um dia e o início de uma nova aventura.

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