Selecione o tipo de erro abaixo

Dentro de uma sala espaçosa, com macas e diversos utensílios hospitalares, havia dois garotos em um estado preocupante.

Gritos de euforia e barulhos altos ecoavam por aquele local. Médicos e seus ajudantes tratavam dos garotos com pressa.

Quem diria, não é mesmo? Um simples torneio infantil poderia levar a uma situação quase crítica.

Ambos estavam afundados em seus pensamentos, os dois garotos ali inconscientes, enquanto Kraus sonhava em estar nas nuvens, beirando o sucesso de suas ambições, nosso jovem encontrava-se em um cenário intrigante.

Em sua mente, estava novamente em um local vazio, uma pequena sala escura onde ele era o único presente.

Era possível ouvir as vozes das pessoas do lado de fora, mas não tinha capacidade de falar nada.

Diversas sensações o afligiam, desde preocupação até medo e ansiedade. Sentimentos diferentes caminhavam de mãos dadas dentro dele.

Até que por um momento, finalmente conseguiu ter consciência de estar naquele lugar, algo como seu subconsciente.

— Onde estou? Que lugar escuro… — sentia-se desconfortável com aquele ambiente.

— Garoto, por que você está aqui novamente? — Uma voz familiar ecoou em sua mente.

Não era para ter alguém naquele lugar já que era sua mente, mas… parece que esse não era o caso.

— Eu não tenho muito tempo, não acredito no que você vê, esse não é o seu destino, essa não é a sua realidade! — era uma voz doce que lembrava a da tia

— Tia?! Você está aqui?

— Me ouça, garoto, acorde! — a voz parecia ser interrompida.

— O quê? De novo isso? Quem é você, me diga!? — gritava desesperado…

Assustado, abriu os olhos e levantou-se rapidamente. Os médicos presentes logo o seguraram e tentaram acalmar-lo.

— Se acalme, garoto! A luta já acabou, descanse por agora! — um dos médicos que o segurava disse preocupado.

Mas… dessa vez era diferente, em sua mente, o jovem dizia: — O que foi isso agora? Que dor! Algo não está certo, essa não é ‘minha realidade’?

Uma dor mental insuportável começava a assolar o garoto.

— Grrr! Que dor infernal! Esse ódio…
O que são essas memórias?

As memórias do mesmo dia estavam passando, diferentes finais, era como se ele estivesse vivendo o mesmo dia várias e várias vezes…

Antes que pudesse falar alguma coisa, uma pessoa adentrou naquele local.

Era Rick, com um sorriso no rosto, dizendo: — Olá, garoto! Vejo que já acordou. Como se sente? Acredito que esteja com muitas dúvidas, mas logo as responderei. — dizia com o mesmo sorriso estranho de antes.

A criança olhava para o homem com raiva em seus olhos

— O que você fez comigo, Rick!? É por que estou me sentindo assim!?

O homem deu uma risada maligna e aproximou-se da criança.

— Oh? Garoto, você realmente não sabe? Você é especial. Sua mente, suas memórias, são o meu brinquedo. É agora, eu estou prestes a descobrir algo interessante…

Lukky sentiu uma onda de ódio dentro de si, uma fúria que ele nunca havia sentido antes. Era como se Rick estivesse brincando com algo muito pessoal.

— Se afaste de mim, seu desgraçado! — Gritava enquanto tentava se soltar dos médicos que o seguravam.

Rick sorriu com desprezo e disse: — Ah? Esse essa raiva… Está ficando cada vez mais interessante. Vamos descobrir o quão longe você pode chegar, garoto.

Novamente memórias do mesmo dia passaram pela mente, e uma dor mental insuportável tomou conta dele.

— Essa dor novamente! O que diabos você fez comigo?! — falava enquanto gemia de dor.

Quando finalmente conseguiu se soltar indo em direção ao homem, ele acordou novamente.

O jovem estava em uma sala escura e úmida. O cheiro de mofo e sujeira invadia suas narinas. Ao seu lado, ele viu Kraus, cheio de feridas e acorrentado, em um estado lastimável.

— Kraus! O que está acontecendo aqui? — perguntava enfraquecido.

Antes que sua resposta chegasse, a criança sentiu náuseas e vomitou sobre si mesmo. A realidade sombria e perturbadora estava diante de seus olhos.

As roupas de ambos estavam em péssimo estado, rasgadas e sujas. Eram simples e quase irreconhecíveis, mostrando pedaços de pele exposta. Cada rasgo era uma marca da violência sofrida e do tratamento negligente. Essas roupas maltratadas eram um símbolo da opressão e do aprisionamento.

Kraus, com uma voz cansada, respondeu: — Finalmente você acordou… Parece que fomos pegos. Eles nos estão usando como cobaias, drogando-nos e nos torturando…

A criança sentiu uma mistura de raiva, medo e culpa. Percebeu que suas ações podiam os ter colocado ali.

— Quantos dias estamos aqui? — perguntava preocupado.

— Eu acredito que acordei faz três dias…, mas ele já descobriu e constantemente me faz visitar para brincar com minha mente me usando como cobaia… Quanto a você, ainda estavam te drogando e retornado seu sangue para alguma coisa. — explicava demonstrando sua genialidade mesmo em uma situação tão crítica.

Passos começaram a ecoar atrás da porta daquela prisão.

— Ele está vindo! Finja que não tem consciência!

Seguindo as instruções de seu amigo, observou Rick entrar na sala segurando um alicate velho e enferrujado, com um sorriso malicioso em sua face que deixava claro suas intenções.

— Olá, garoto! Vejo que já acordou. E o pequeno Lukky? Acredito que ele seja fraco demais para se recuperar — provocava com sarcasmo.

Enfurecido, Kraus não se conteve e desferiu uma série de palavras obscenas contra ao homem, equanto o mesmo apenas sorria com desprezo.

— Se acalme, garoto. Isso é apenas uma consequência inevitável do seu comportamento imprudente.

O vislumbre daquela cena era completamente horrorosa, algo que parecia ter saído de um filme de terror.

— Me diz, garoto, você gosta das suas unhas? — perguntou, com um brilho malicioso nos olhos.

O coração de Lukky acelerou, prevendo o que estava prestes a acontecer. O garoto começou a entrar em pânico, suplicando para que não fizesse isso.

Ignorando os apelos da criança, Rick colocou o alicate na unha do dedo indicador e prendeu.

— Se eu fosse você, começava a rezar. Isso vai doer — disse com um sorriso sádico.

— Não! Espere!

O homem puxou o alicate, arrancando a unha do garoto, fazendo jorrar um pouco de sangue. A dor agonizante era constante, e ele gritava de agonia.

— Aaaaargh!! Seu desgraçado! Por que você fez isso?! — gritava enquanto poucas lágrimas caiam de seus olhos.

Lukky sentiu uma mistura de raiva e impotência ao ver seu amigo estava sofrendo dessas torturas.

Satisfeito com seu ato cruel, disse: — Isso dói? Bem, por hoje é só. Amanhã serão duas unhas, e depois três… e assim por diante.

A visão que o homem passava de um bom cavaleiro havia se transformado em algo mais semelhante a um demônio.

Enquanto era forçado a observar, incapaz de intervir, o homem saiu pela porta enferrujada, deixando-os naquele calabouço sombrio.

— Você entendeu agora? — perguntava contendo sua dor.

— Sim… eu entendi. Me desculpe por não poder fazer nada

— Não se importe tanto com isso. Eu tenho um plano de fuga, eu esperei você acordar para irmos juntos — expliacava. — Eis o plano…

Lukky escutou atentamente enquanto seu amigo detalhava seu plano para escapar daquele terrível lugar.

— Entendi… Você poderia ter fugido sozinho. Não sei por que me esperou — dizia intrigado com esse gesto

— Você acha que eu não tentei? Preciso de um lacaio para me ajudar, idiota. Não é que eu goste de você — franzia a testa demonstrando seu jeito irreverente mesmo em meio à adversidade.

Eles discutiram um pouco, mas logo se acalmaram, determinados a esperar pelo momento certo para colocar seu plano em ação.

[Continua…]

Picture of Olá, eu sou R-Lkz!

Olá, eu sou R-Lkz!

Comentem e avaliem o capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥