Selecione o tipo de erro abaixo

Acho que chegou a hora de começarmos a contar minha história. Antes de me despedir.

Você está certo. Talvez deva me apresentar primeiro. Afinal, é importante que os leitores entendam quem eu sou e por que estou aqui.

Sou Belchior, alguém que se afundou nos próprios dilemas e incertezas. Sim, eu sei. Sou mais do que apenas minhas dúvidas.

Mir, escreva assim, quero parecer culto e inteligente:

Oh! Subjaz nesta narrativa arcana, uma odisseia transcorrida nas mais insondáveis e anciãs eras, erigidas sobre o esquecimento dos tempos, onde minha existência vagava por domínios cuja substância se encontra agora tão irremediavelmente alienada deste continuum que se desdobra ante a minha essência atual, inexoravelmente entrelaçada ao tecido desta realidade contemporânea.

Através de éons de uma marcha interminável, uma procissão através do véu imemorial do tempo, tenho sido assolado por um destino implacável, testemunha da dissolução de entes queridos que, com seus laços afetivos, outrora teceram o santuário íntimo do meu ser. O crepúsculo lamentável de minha amada consorte, arrebatada pelo cruel avanço da senectude; o fenecer melancólico de minha linhagem, e a desintegração austera dos vínculos sanguíneos mais sagrados.

Frente a tais elegias de desventura, vejo-me despossuído da capacidade de relegar as sombras do passado ao abismo do esquecimento. Eterno, o legado que eu represento desafia a devoradora correnteza das eras. Portanto, emerge a indagação, em qual recôndito abissal e primordial se encontram as sementes originárias de tal existência?

Quê? Está muito confuso? A leitura está difícil? Calma, então escreva assim, Mir, por favor:

Inúmeras décadas se passaram desde o início dessa longa história. Remeto-me a uma época distante quando eu tinha apenas 20 anos, um tempo que parece tão longe da realidade em que vivo agora. Durante séculos, testemunhei a partida de pessoas queridas — familiares, esposa, minha amada filha —, todos perdidos para a inexorabilidade do tempo. Amigos foram tirados de mim por mãos cruéis ou sucumbiram gradualmente à passagem implacável dos anos.

Essas perdas dolorosas continuam a ecoar em minha existência, impedindo-me de deixar o passado para trás. Porém, meu legado persiste, uma lembrança viva do que fui e do que ainda posso conquistar. Em meio a essas reflexões, uma pergunta persiste: Onde exatamente tudo começou?

Acho que assim ficou bom, vamos continuar.

Mir, o que queremos que nossos leitores saibam desde o começo? Quero que saibam que essa não é apenas uma história de aventuras e mistérios. É uma luta constante entre a luz e a escuridão. Cada pessoa, cada evento, tem um propósito que vai além do que se vê na superfície.

Verdade, é importante eles saberem que eu sempre fui uma pessoa muito normal. Apenas duas coisas me diferenciavam: a minha capacidade bem acima da média de resolver enigmas e testes de raciocínio lógico, e minha moral duvidosa. Maquiavel sentiria orgulho.

As aparências muitas vezes enganam, e o verdadeiro desafio é desvendar o que está por trás delas. E por que começamos essa história? Porque agora é tarde demais, vou morrer.

Achei que tinha entendido quem estava por trás de tudo isso, o maldito é escorregadio. Mas fiquem tranquilos, vou me despedir com uma surpresa. Até no fim vou sair por cima.

De qualquer forma, precisamos contar como tudo foi caótico. No começo, me senti o protagonista de um anime, mas a ficha infelizmente caiu rápido demais.

Então, estamos prontos para começar? Sim, estamos. Que essa jornada seja tão reveladora para nossos leitores quanto será para nós. Bem-vindos à Autobiografia de um Assassinato.

A história começa comigo no carro, quando…


Picture of Olá, eu sou Bar do Bardo!

Olá, eu sou Bar do Bardo!

Comentem e avaliem o capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥