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‘Que cansaço…’

Sentindo sua cabeça ainda pulsar pelo impacto anterior, tudo que Mari queria fazer era fechar os olhos e descansar mas, infelizmente, isso estava fora de questão.

Chegando a distância perfeita, a jovem atacou com um corte largo, mirando no pescoço do inimigo.

Kaen mergulhou por baixo do golpe e, esticando a palma até o punho da espadachim, ele impediu o golpe seguinte da jovem. 

Mantendo seu aperto no cabo da arma, o lutador buscou desarmá-la outra vez, porém, foi recebido com uma cabeçada em troca.

A dupla se separou por alguns instantes, antes de voltarem a trocar golpes freneticamente. Durante o combate, Mari manteve uma distância considerável do oponente, aproveitando sua vantagem no quesito alcance.

‘Já vi ele jogando terra no rosto de uma pessoa e não quero isso para mim’

Fechando rapidamente a distância entre eles, Kaen impediu o ataque seguinte da jovem pressionando sua mão contra o cabo da espada. 

Sem perder tempo, o lutador usou a mão livre para tentar desarmar a espadachim outra vez. 

Infelizmente para ele, Mari não estava no clima para uma disputa de força, dando outra cabeçada nele sem hesitar.

Ambos sentiram o golpe mas Kaen se recuperou mais rápido, usando uma rasteira para tirar o pé de apoio da jovem, seguido por um golpe que a lançou ao chão.

Assim que suas costas atingiram o chão, a garota forçou-se a levantar, antecipando uma sequência de golpes vindas do oponente apenas para encontrá-lo aguardando calmamente.

— Quantas vezes… Você já se reconstruiu? — Embora o gesto anterior fosse desrespeitoso, não chegou nem perto de se comparar a essa ação.

— De novo com essa merda?! 

Levando rapidamente, Mari dobrou seus esforços no ataque após essa pergunta. Aprofundando a raiva da jovem, Kaen defletiu e esquivou dos golpes com aparente facilidade.

Isso se seguiu até que a espadachim copiou a rasteira anterior do oponente, trocando para o lado sem corte da espada antes de balançá-la contra o inimigo.

— Como é o gosto do seu próprio remédio? — provocou Mari, mas sua expressão mudou logo após.

Abandonando sua perna de apoio restante, o lutador evitou o golpe enquanto girava o corpo e, com a perna ainda no ar, lançou um chute no rosto da garota.

Se Mari já estava com dor de cabeça graças às cabeçadas e ao projétil anterior, porém o chute deixou ainda pior.

Além do mais, não satisfeito apenas com isso, o jovem cravou as mãos no chão para manter seu corpo suspenso e seguiu com outro golpe.

Sentindo o peso no estômago, a espadachim deu alguns passos atrás e, a partir daí, o ritmo da batalha mudou.

Kaen começou a pressionar a garota, que fez de tudo para se manter firme. Adicionando ainda mais sal à ferida de Mari, o lutador focou os ataques no braço dela, buscando forçá-la a abandonar a arma.

Do outro lado do corredor uma cena similar ocorreu. 

O som da colisão entre metal soou outra vez, quando as foices de Arai se encontraram com a espada de Seiji. 

Estando em um estado ainda pior que o de seu inimigo, o vaga-lume acabou perdendo a disputa de força, recuando para evitar ser ferido.

‘Se continuar assim eu com certeza vou perder’

Além de estar impossibilitado de usar qualquer ataque que dependesse de [Energia espiritual], o jovem já se encontrava ferido e cansado graças à luta anterior.

E o fato de sua espada estar repleta de rachaduras fez ele evitar um combate direto, temendo que a arma quebrasse durante o embate.

Arai era o mais feliz com a situação. O nobre atacou seu oponente sem descanso, ignorando seus ferimentos anteriores. 

‘O que eu faço?’

Com dois passos para trás, Seiji esquivou de outro golpe do oponente, saltando logo após para evitar o corte que visou suas pernas. 

‘Não posso usar nenhum ataque grande, e se eu forçar demais vou acabar desarmado’

Pousando no cabo da foice, os olhos do jovem brilharam. 

‘Vamos ver como você luta sem uma de suas armas’

Porém, antes de seguir com seus planos, ele foi forçado a se defender de um segundo ataque que o empurrou para longe de Arai.

Golpes se seguiram e a dupla da academia Shoutai acabou sendo empurrada pelos seus inimigos, sem terem a chance de revidar.

Do lado de fora a plateia estava dividida. Alguns acreditaram no potencial de Mari e Seiji, os quais eles viram lutar e se superar desde o início desta fase.

Enquanto outros escolheram torcer por Kaen e Arai, seja pela sua afiliação com a academia Souzan ou julgarem que, justamente pelas batalhas anteriores, a dupla não tinha chance de vencer.

Haviam claro, alguns que permaneceram neutros dentre a multidão, porém, a vasta maioria já escolhera um dos lados.

Alheio aos pensamentos da plateia, ambas batalhas continuaram sem interrupções, tornando o estado dos espadachins ainda pior.

A este ponto da luta, Seiji acumulou diversos cortes em seu corpo, muitos destes os quais atravessaram sua armadura, derramando seu sangue sobre a lâmina do inimigo.

Mari por sua vez não estava melhor, no entanto, dado o fato de que seu oponente usava apenas seus punhos, seus ferimentos pareciam muito menores que os de seu aliado.

Em algum momento, dentre todas as esquivas o duo acabou ficando um de costas para o outro, com seus respectivos inimigos avançando contra eles sem parar.

‘E se eu…’

Como se tivessem ensaiado, os dois trocaram de lado, deixando o vaga-lume contra Kaen e a espadachim enfrentando Arai.

— Vai se esconder atrás de uma mulher outra vez?! — O nobre gritou, simultaneamente atirando uma de suas foices na dupla.

— Não fui eu quem acabou fugindo! — retrucou Seiji, com as sobrancelhas franzidas.

Ignorando as profanidades que Arai berrou, o jovem focou sua atenção no inimigo à sua frente.

‘Eu tenho a vantagem de alcance, então vamos usar isso direito’

Seus dedos se enrolaram no cabo da espada e, assim que o oponente entrou em sua área de alcance, ele atacou.

A lâmina criou um arco na direção de Kaen, quem vinha em uma velocidade que tornou impossível de parar completamente antes de ser atingido.

Restaram poucos caminhos para o lutador seguir e Seiji acreditou estar preparado para todos eles.

Quando o fio da espada estava perigosamente perto dele, Kaen subitamente deixou seu corpo cair, usando uma única perna para apoiar sua descida. 

O golpe foi evitado totalmente mas ele não parou, utilizando esta mesma perna para se impulsionar na direção de seu alvo. 

Arregalando os olhos, o vaga-lume mudou seu aperto na arma mudando forçadamente o rumo do ataque, mas foi inútil.

Preparado para receber o impacto do soco, Seiji se surpreendeu outra vez quando o lutador simplesmente passou por ele sem olhar de volta.

Esticando a mão esquerda, Kaen agarrou a cabeça de Mari, a qual estava em posição para bloquear a foice, forçando a espadachim a se curvar para evitar a arma.

Por um instante, Arai e o lutador se encararam. Embora ainda mantivesse o olhar vazio de sempre, o nobre viu alguma raiva em seus olhos, fazendo seus lábios se levantarem em desdém.

Após esta breve troca, Kaen expulsou Mari de seu aperto, partindo para atacá-la novamente.

Do outro lado, Seiji ficou em uma situação complicada. Sem a espadachim para bloquear a foice, a arma tinha um caminho livre até suas costas.

Os olhos do nobre brilharam ao antecipar o fim do vaga-lume, porém, alguém tinha outros planos para o jovem.

Um borrão se aproximou, agarrando Seiji e tirando ele do caminho da foice.

— Tch! Você realmente não consegue se controlar não é, Qin Wuyou!? 

— Acabei de lembrar que temos contas a acertar. Ou será que o grande Arai está com medo?

Colocando o loiro chocado de volta ao chão, a garota provocou, empunhando novamente suas agulhas.

— Medo de um inseto como você? Que piada sem graça. Qual de nós trouxe outro verme da última vez? 

Usando ambas mãos para segurar a foice restante, Arai devolveu.

— Não fui eu quem fugi com o rabo entre as pernas.

Enquanto eles trocavam insultos, Sarah se viu em uma posição estranha.

Com o envolvimento de sua colega na luta, ela teve que pesar algumas possíveis escolhas.

‘Poderíamos só assistir eles se matarem mas nãaao, ela tinha que atacar’

Essa seria sua escolha se Qin Wuyou não tivesse se envolvido, no entanto, ela precisava de outro plano agora.

‘Eu pareceria muito covarde se continuar parada assistindo. Mas por que tinha que ser logo o lado mais acabado?’

Sarah não teria deixado Seiji apanhar tanto se soubesse que isso aconteceria.

‘Pelo menos eles vão ser mais fáceis de lidar depois’

Cessando seus pensamentos, a garota desembainhou suas espadas curtas, começando uma corrida na direção de Kaen.

‘Droga! Talvez eu não seja a melhor com estratégias’

Aparando um soco do lutador com sua espada, Mari pensou, sentindo seu braço tremer ainda mais.

Ela viu o oponente recuando de repente, antes de uma espada passar pelo lugar onde ele estava. 

— Foi mal, mas parece que eu não vou ficar de fora da diversão.

A pessoa que atacou Kaen era uma garota, com cabelos curtos e azuis serenos e olhos da mesma cor, os quais combinavam com a presilha de gato presente no lado direito de sua cabeça. 

Ela vestia um traje leve, com poucos pontos realmente úteis para a defesa, posicionados de forma que não impediam seus movimentos.

— Consegue se mover?

Mari tinha sangue escorrendo desde sua testa até o queixo e, ignorando a sujeira acumulada de todas as vezes que ela caiu ou rolou no chão, os hematomas ainda eram visíveis.

Seu braço direito tremia constantemente, fazendo Sarah se questionar se ela poderia realmente se manter de pé.

— Sim.

— Se você diz. Só não desmaie do nada porque eu não vou te socorrer.

Com mais duas variáveis se juntando à luta, as chances de vitória da academia Shoutai dispararam, levantando a dúvida novamente de quem venceria.

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