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Capítulo 59: Time out

Em meio a luta contra Emílio, uma grande sombra escura surge de seu corpo, cobrindo seu olho direito e formando um chifre acima dele, escorrendo sobre seu pescoço como uma tinta negra e enraizando sobre seu peito, o herói iluminado parecia mais um anjo caído.

Sua face passava de alguém raivoso para um olhar frio, sem vida e com sua alma completamente vazia.

Uma enorme asa negra com luzes e raios rubro-negros emitiam delas, sua espada continuava bem brilhante, e sua armadura ainda angelical realçava todo o seu poder.

Emílio avança com precisão para Ivan, que bloqueia com outro clash, dessa vez o contato era mais físico, e as duas lâminas faiscaram ao se riscarem.

Tchim! Soavam as armas, e tornavam a se repetir continuamente, cada vez mais rápidos, grunhidos eram possíveis de se escutar de sua boca.

Wrau wra, esse tipo de som era sucedido de uma voz trêmula e ecoada .

– Sua hora está chegando, desista enquanto dá, desista enquanto pode, nada pode nos parar – sussurrava, enquanto avançava com todo o corpo.

– Mas que porra, mal acabei de me livrar de um bicho e tenho que lutar com outro? Tomara que esse cara não vire um coiote agora – respondeu Ivan, enquanto recuava, afim de ler melhor seu adversário.

– Wawawa, wryy wraa – gritava Emílio, com uma voz completamente irreconhecível.

Ele se tremia e se escondia por trás de seus punhos, ele abria e fechava suas mãos como genuínas garras, enquanto enchia seu pulmão e expirava um grande feixe de energia negra na direção de Ivan.

De supetão, ele desviou ao se jogar para a esquerda, mas o ataque era guiado para o atingir, mas mantendo a ação, Ivan pôde evitar o ataque, quando o seu rival parou para recuperar fôlego.

Aproveitando a guarda baixa, ele avançou novamente, em direção ao peito, mas uma garra vermelha surgiu e o bloqueou, respingando um pouco da gosma negra em sua pele.

Ela imediatamente começou a queimar sua pele, mas logo era neutralizada e apagava, como um ferro quente esfriado na água.

O rosto de Emílio torna a tremer, e expressa uma genuína ação, ao olhá-lo com raiva e desdém, ele parecia mais incomodado com Ivan do que com o demônio assumindo seu corpo.

Durante esse momento de fraqueza, Ivan desfere um chute voador no rosto do herói, que recua atordoado para trás.

– Que foi? Não esperava por essa é? Hahaha, você fala demais amigo – provoca Ivan, enquanto novamente avança e afunda seu pé direito no rosto, o deixando desarrumado.

Ambos se olham silenciosamente, Ivan aparenta ter um rosto mais sério, mas ele estava decidido que ia estourar seus miolos.

Mais uma vez, avançando contra o demônio, ele não se permite ser atingido por nenhuma garra que sai dele, desviando e quebrando os obstáculos no caminho, correndo com afinco, desfere uma joelhada, onde instintivamente, Emílio põe sua espada na frente para bloqueio, mas a vê estilhaçada em várias partes, ao levar uma joelhada poderosa em seu queixo.

Arremessado, ele vê Ivan o acertando uma série de golpes que incessantemente o atingiam e o reduziam a uma certa quantidade de energia.

Em meio a essa série de ataques, Emílio estende sua mão, saindo de entre suas unhas, extensões em forma de raízes de coloração vermelha, que iam em sua direção, atingindo seu ombro direito, o penetrando.

Segurando a ferida com sua mão direita, Ivan segura a raiz e girando, arremessa-o para longe, no centro da fenda que separava as duas partes.

Inquieto, ele vai atrás para continuar, se jogando em direção ao abismo, sem temer.

Com a lâmina de Luz, Emilio rapidamente a concentra e a desliza verticalmente na direção de Ivan, desferindo um corte gigantesco de energia, que atravessou vários metros até acertar Ivan em pleno ar, o partindo ao meio.

O ataque criou outra fenda, que surgiu atrás do seu alvo, que partido ao meio, viu suas duas partes se descolarem.

Em silêncio, Ivan reconstrói seu corpo, como se nada tivesse havido antes, nem sequer uma sequela.

Shruup – fez o seu corpo ao regenerar.

– Uffa, jurava que dessa vez não ia dar certo – disse Ivan, ao se reconstruir com ânimo.

Emilio tombou incrédulo no fim do vale, caindo de costas nas rochas duras do chão.

Plah – fez o barulho do impacto, quando Ivan chegou ao final, suas pernas trincaram e se esborracharam com a colisão.

Ele achava que Emílio havia sido derrotado, pois essa queda não era qualquer um que resistiria.

Jogado ao chão, arrastando-se, ele se encosta em uma pedra para se recuperar e regenerar suas pernas.

– Merda, tomara que aquela praga esteja morta, nunca gostei daquela desgraça, sinceramente gostaria muito que ele e a turminha dele se fodam, ou pelo menos estejam longe de mim, já não basta a trabalheira que tive em minha vida passa…

Antes que pudesse concluir sua fala, ele sente garras cravadas em seu abdômen, era Emílio ainda mais encapetado, perfurando seu corpo.

Ele o empurra para frente com pedras e tudo, desferindo golpes e diversos ataques que ao atingi-lo, soltavam vários pedaços de si mesmo.

Emílio o atingia grunhindo e gemendo feito um animal selvagem, parecia extremamente cego por ódio, ou um instinto animal.

Cansado de ser mantido preso sempre, ele desfere um golpe certeiro em seu rosto, não só isso, ele também golpeia em estômago e em seguida, atinge suas costas com uma cotovelada.

Ainda inquieto, Emílio avança com rapidez, mas é mais uma vez golpeado com um chute em sua cara, que ainda por cima, tem seu corpo, que está coberto dos pedaços de Ivan, se derreter periodicamente, gotejando e se esticando como uma carne podre prestes a se desprender de um zumbi.

Furioso, o demônio avança com unhas e dentes enquanto chamas saem de sua boca, como um tigre que cospe chamas desse um bote em um caçador.

– Calma calabreso, você não vai mais se preocupar comigo – disse Ivan, ao afastá-lo com um chute e em seguida o golpear repetidamente na cara de seu inimigo.

– Porque… Porque vocês sempre ficam contra mim, seus inúteis, pragas, desgraças, o que vocês sempre viram em mim? – gritava Ivan, ao afundar o rosto de Emílio com repetidos golpes.

De volta para o campo de batalha, Daniele é jogada para dentro do buraco, onde Renshike estava, frente a frente com a mulher de vestes brancas, e sua habilidade se chama “Capitão de areia” e a permite manipular a areia do ambiente, foi ela que levou todos os imobilizados.

– E quem é você? – perguntou Daniele confusa, sem nem saber onde estava.

– Saia daqui sua estúpida, vocẽ devia estar soterrada! – gritou a manipuladora de areia, enquanto volumes do ambiente avançavam em direção de Daniele.

Rapidamente sacando um machado de sua cintura, ela parte os volumes de areia ao meio, desprendendo do elo que se formavam e as inutilizando.

Mas conforme elas caiam no chão, o elo se formava novamente e mais uma vez a atacavam.

Percebendo isso, rapidamente ela percebe o monte que havia atrás da mulher, cujo nome é Seraphine, do bando de Emílio.

Automaticamente ela deduz que ali havia algo na qual ela estava protegendo, onde ela avança e destrói todos os ataques lançados, mas um ataque perfurante vindo por baixo a atinge e a imobiliza.

De relance, arremessa a sua arma não em direção ao monte, onde a sua adversária pensaria que jogaria, mas sim na própria adversária, que acaba por ter sua cabeça decapitada pela lâmina, e desfazendo toda a armadilha.

Seu corpo foi deslocado de seu pescoço, onde a mesma caiu no chão e sua cabeça ao lado, desmanchando-se em partículas azuis e desmoronando o ambiente em volta, soltando todos que lá haviam.

Não havia tempo para comemorar a vitória, todo aquele lugar estava desmoronando, todos iriam ser soterrados. Mas a partir daquele momento, havia a sincronização com a luta de Ivan e Emílio, que com o clash de suas lâminas, varreram toda a área próxima, incluindo a caverna, que pegou a todos de surpresa.

Uma forte força invadia e varria tudo lá, levantava e empurrava a tudo e todos, tão devastadora que fazia com que o nível do chão reduzisse tanto, até chegar em areia rochosa e firme, que simbolizava a parte mais funda de um deserto, que havia virado uma terra firme, sem dunas e nem volumes.

Todos os libertos foram arremessados fortemente contra o chão, pois seus corpos eram mais pesados que toda a areia, que foi arremessada para bem mais longe.

Todos haviam acordado, mas estranharam a mudança tão repentina de cenário, mas ao longe, observam a luta de Ivan, onde havia acabado de arremessar Emílio na fenda e depois foi atrás.

Pasmos, todos correram atrás para averiguar a situação, mas a fenda era tão funda que não havia como saber o que acontecia lá embaixo, além das enormes ondas de energia que tremiam o ar, fazendo as bochechas de todos ali presentes tremerem levemente.

A luta lá continuava, Ivan socava a cara de Emílio que cada vez mais ficava mais raivoso e impaciente, onde acabou por saltar e desferir um chute na face de Ivan, que não se permitiu ser jogado e ferozmente avançou contra um Emílio derretido, onde estava claramente mais fraco e mais indefeso, que repentinamente decide usar seu último às.

Ele desfere um último soco com seu punho direito, totalmente derretido, com parte de seu antebraço faltando, ele suplica murmurando, que quer uma última gota daquele poder…

Em sua mente, antes clara agora apagada, estava em sua frente, aos pés de uma figura sombria e medonha, onde levantando seu rosto, ele o súplica, mas sua mente não funcionava, pois ela era diluída e transformada em um soro fino e aquoso, suas palavras vazaram feito água de sua boca, sua angústia era sufocante, em seus pés, ele se contorcia e gemia.

– Um pouco mais para você de mim, e um último mais para mim de você – falou a voz distorcida e malevolente da entidade antiga presente em sua frente.

Ele se ajoelhava e se desesperava em seus pés, contorcendo-se e reduzindo-se a água e soro, sua essência mental tornou-se somente isso.

Seu corpo espiritual perdeu seu brilho e assinatura, a cor de sua vida se esvai durante aquele golpe, onde sua alma daria adeus a sua chance de pertencer a aquele mundo.

Metade do tronco de Ivan foi dilacerado, parecia que um meteoro atingiu seu corpo e queimou as extremidades de sua alma, onde seu corpo debilitado tinha uma séria dificuldade de se recuperar.

Uma cabeça negra de olhos esbugalhados surgiu atrás de Emílio, saindo do chão, ela avança e engole por completo a sua alma, restando somente seus restos e pedaços de membros decepados, onde não precisará deles para onde ele for levado.

A mesma criatura se espanta com a densa névoa negra que surgiu no ambiente e saiu voando feito um pássaro, mesmo sem ter asas. Uma medonha figura humanóide.

Do fundo daquela névoa, surge um inominável ser, capaz de influenciar os mais diversos aspectos da existência e da realidade.

Parado e com os olhos fixos, esbugalham-se enquanto sua pele é bombardeada por pura energia antiga e densa, não havia como se mover como quando se é imprensado contra a parede por um armário.

– Minha mente se transformou em cores insondáveis, enquanto saio e piso em um abismo sem fim, encontro-me com um deus sobrenatural, um que a muito tempo lembrado em nossos livros, sua boca abria, como se falasse alguma coisa, mas eu não o compreendia, minha mente era completamente despedaçada e se tremia, meu corpo destruído ardia intensamente, mas em alguns instantes os pedaços desgrudaram de mim e morriam, eram como vermes, ou melhor, bactérias anaeróbicas obrigatórias ao ter contato com o oxigênio – disse Ivan, diante um júri em um lugar completamente reluzente, seu tempo chegou a zero.

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