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Capítulo 112 – Um beijo, talvez. X

❖ ❖ ❖


 

No momento em que Tyrant saiu da sala e deixou os dois rapazes sozinhos à mesa, Kazuki foi o primeiro a tomar uma ação. Ele inclinou-se para o lado e olhou em uma onda de hesitação para o estudante. 

O homem-fera soltou um suspiro e começou a explicar o motivo pelo qual não estava na cama naquela manhã, ou a razão pela qual não conseguia sequer olhar diretamente nos olhos do garoto diante dele. 

— Eu… eu peço perdão. Eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu hoje — disse numa voz baixa, então voltou o olhar para seu rosto.

— Eu… eeh… acabei agindo instintivamente, me desculpe. Não era  a minha intenção. Não posso acreditar que eu tenha te machucado! — complementou, com uma expressão de decepção. 

As palavras de Kazuki carregavam um misto de raiva e angústia, ele não conseguia se perdoar pelos acontecimentos da madrugada. Questionava sua própria razão. Não queria acreditar que tivera que forçar o garoto a ter uma relação forçada, simplesmente por causa de um cio descontrolado. 

Em reação, o estudante parou de comer.

Não respondeu. 

Apenas olhou em confusão para o rosto de Kazuki, que nesse momento fazia uma expressão de inocência, mas não negava a culpa por suas ações. 

— Eu sinto muito! Você me pediu para parar porque estava doendo, mas eu continuei. Não consegui me conter. 

O rosto de Rei ficou vermelho em reação. 

Ele não pode impedir que a vergonha que estava sentindo o tomasse.

A maneira como o homem-fera explicava o assunto naturalmente piorou ainda mais a situação. 

— Tornei-me como aquelas pessoas…  

Kazuki comentou novamente, abaixando as sobrancelhas e com as orelhas baixas. 

— … Não fui capaz de conter o meu próprio cio. Eu me tornei igual aos outros alfas. Eu nunca vou me perdoar por isso.

Após dizer isso, algumas lágrimas escorreram de seu rosto. 

“O que está acontecendo?”

Rei pensou naquela hora, sem saber o que estava se passando na cabeça daquele homem. 

Ele parou de comer e colocou o copo de suco de volta na mesa, enquanto assistia toda aquela comoção de perto. 

Soltou um suspiro e virou-se para respondê-lo. 

— Já terminou? 

Somente com algumas palavras, ele conseguiu apaziguar toda aquela discussão. 

Quando ouviu as palavras frias do estudante, o coração de Kazuki congelou. Ele deduziu que era possível que Rei estivesse, de fato, com raiva do que aconteceu. Pensou que as palavras frias do estudante estavam disfarçadas de raiva. 

— Não sei por que está se desculpando. Você realmente não tem noção das coisas. 

O estudante disse com um sorriso no rosto, mas suas palavras transbordavam descontentamento e raiva. Ele subiu na mesa e deixou cair alguns talheres no chão. 

Assim que ouviu o barulho, o homem-fera dirigiu seu olhar para frente, deparando-se com aquela visão do estudante sentado sobre a mesa. 

Foi um susto repentino.

Kazuki ficou surpreso ao mesmo tempo em que percebeu que o estudante começou a se aproximar de onde ele estava sentado. 

Rei caminhou com as mãos até chegar na outra parte da mesa, onde estava o homem. Alguns dos utensílios e pratos da mesa que estavam em seu caminho acabaram inevitavelmente caindo no chão. 

Porém, isso não importou para Rei. 

Ele continuou a caminhar. 

Quando estava deliberadamente próximo, o garoto olhou para o rosto do homem-fera e simplesmente declarou: 

— Você pensa que a culpa é sua? 

O rosto de Rei ficou próximo ao de Kazuki, de modo que o homem começasse a sentir a fragrância forte do garoto, que se intensificou à medida do tempo. 

Nesse instante, o homem notou que os olhos do garoto brilhavam de perto, e era possível ver toda a amplitude e características de seu rosto. 

Ele não conseguiu desviar seu olhar daquele rosto que mais parecia uma pintura de artes. 

Quando sua consciência retornou, ele desviou do rosto de Rei. Sentindo-se indigno de olhar para o seu rosto. 

Mas logo é impedido pelo garoto, que percebendo a sua intenção, inclinou suas mãos para frente, tocando em seu rosto. 

Aproximando-se mais de seu rosto, Rei inclinou sua cabeça para frente, de modo a ficar ainda mais perto do ouvido de Kazuki. Assim que fez isso, ele disse numa voz bem suave: 

— Eu fiz aquilo com você por que eu quis. Não tem motivo para se sentir culpado.

Ao ouvir as baixas palavras do garoto em seu ouvido, Kazuki sentiu uma sensação calorosa revestindo todo o seu corpo, uma vergonha inexplicável passou por seus sentidos. 

E antes que pudesse reagir ao turbilhão de sentimentos e emoções que estava sentindo, Rei segurou o rosto do homem-fera com as duas mãos. 

Puxou o seu rosto para um beijo. 

Seus lábios se acoplaram aos de Kazuki. 

E foi nesse momento em que Kazuki se deu por vencido, ele aceitou toda aquela adrenalina irracional enquanto sentia os seus lábios juntos ao do garoto. 

Uma sensação que o fez perder até mesmo a razão, e à medida em que o beijo se intensificava, ele começou a se perder no momento presente. 

O beijo durou por alguns segundos, até que o garoto, quando terminou, inclinou sua cabeça para trás. Ele deu um sorriso bem obsceno e declarou: 

— Acho que isso responde a sua dúvida. 

Os olhos azuis de Kazuki tremeram. 

Ele mal conseguia segurar a sua respiração ofegante. 

Sua  cabeça ficou em branco enquanto olhava-o com uma expressão en branco, paralisado por aquela ação repentina do estudante. 

Demorou para que pudesse encontrar palavras para reagir a altura diante daquela provocação. Ele apenas olhava para o estudante com um olhar de luxúria. 

continua…

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