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[2° Volume]

❖ ❖ ❖


À medida que Kazuki e Rei afastaram-se da vila, subindo a pequena e estreita estrada pavimentada em direção a Svishtar, a visão do rio Nertyrem e as inúmeras casas da vila se distanciaram do campo de suas visões. 

Apesar de todo o caos instaurado pela igreja Querpyn, e seus seguidores fanáticos no local, a situação havia sido inteiramente contornada pelo esforço do estudante e do homem fera.

Para o garoto, todos os eventos que ocorreram naquele lugar só mostravam que, assim como seu antigo mundo, esse novo mundo não era diferente de sua realidade anterior. 

O fanatismo dos fiéis, a sua cobiça por poder, a arrogância, e todas essas questões eram características que permaneciam nos seres humanos, nunca importava o local em que estivessem.

“Será que até mesmo outras raças se comportaram desse jeito no futuro?”

“Seria esses comportamentos normais? Agir totalmente sem ética ou um pingo de moral? Não, não deve.”

A cabeça de Rei estava imersa nesses pequenos pensamentos, enquanto fazia uma expressão de decepção e insatisfação, e dirigia seu olhar para o chão enquanto andava. 

Ao seu lado, estava Kazuki que o examinou de perto, e notou que o garoto estava desanimado em relação à algo, mas não sabia o que poderia ser. 

Então ele decidiu colocar um de seus braços em seu ombro, contornando assim o seu pescoço.

— Você está bem? — Ele perguntou momentos depois, sua voz era acolhedora e suave, cheia de um sentimento envolto em preocupação. 

Ao sentir o toque e peso do braço de Kazuki em torno de seus ombros, o garoto com os olhos brilhantes, olhou para ele como resposta.

Rei não conseguiu impedir que uma fagulha de felicidade enchesse seu coração, e abriu um longo sorriso em sua direção, revelando seus dentes brancos perfeitos. 

— Bem, eu estou sim, cara! Valeu pela preocupação — disse Rei.

Mesmo com esses pontos negativos em mente, o estudante então tentou organizar seus pensamentos após ouvir a voz de Kazuki. 

Ele pensou que: Apesar de todas as tragédias que aconteceram nesse meio tempo, aquele mundo era realmente incrível. Poder desfrutar de uma noite de sono agradável ao lado do Kazuki, sentir-se vivo, recordar memórias antigas que traziam nostalgia, e acima de tudo, usar magias e explorar lugares que nunca sequer sonhou em conhecer. 

Não eram essas experiências boas o suficiente para esquecer-se de sua vida passada? 

E, pela primeira vez, ele sentiu-se vivo ao pensar nisso. Antigamente, para sentir algum tipo de satisfação ou sentimento de vividez, ele precisava espancar outros delinquentes da escola, ou pessoas que considerasse de um péssimo caminho.

Antes, o seu conceito de satisfação e autorrealização era através de uma método mais agressivo e violento. Mas, vendo por outro lado agora, talvez nem tudo se resumisse a isso, pensou Rei.

Então seu ditado: A violência resolve tudo, foi jogado de lado como uma casca de banana. 

— Eu sempre odiei essa estrada — exclamou Tyrant nessa hora, com as pernas bambas, extremamente cansada pelo percurso que teve que andar. 

— Só você? — acrescentou Rina ao seu lado, ofegante e com o campo de sua visão fixo à sua frente. 

Rei começou a rir levemente das duas meninas, quando lembrou-se da primeira vez que estava na mesma estrada. A sua situação foi a pior… Ele teve que se apoiar nas costas de Kazuki, aquilo foi realmente vergonhoso e causou calafrios em suas costas ao relembrar. 

Entretanto, no fundo, foi algo extremamente satisfatório… E, foi através dessa experiência que ele conseguiu se confessar. Através dessa confusão, Kazuki teve coragem para compartilhar seus sentimentos em comum e tomar uma iniciativa. 

No final, quando o estudante terminou de rejuvenescer Tyrant e Rina, as meninas decidiram acompanhar o estudante até Svishtar. 

Bem, não era como se Rei tivesse muita escolha. À princípio, o estudante recusou, seria apenas um fardo levar duas meninas pequenas consigo. 

No entanto, ele acabou sendo ameaçado e permitiu momentos depois que tanto Rina quanto Tyrant o acompanhassem. 

Elas disseram revoltadas com a situação: ‘Você quer nos deixar aqui, logo após nos transformar nisso?’, ‘Você não pode, somos crianças agora!’ 

Sem escolhas, o estudante concordou. Não poderia negar o pedido delas, que já encontravam-se com brilhantes em sua direção, e implorando por ajuda. 

“Companhias nunca são demais.”

Pensou o garoto, analisando a situação de maneira positiva. 

❖ ❖ ❖


[Horas depois]

Assim que Rei, Kazuki, Rina e Tyrant chegaram no fim da estrada no final da tarde, eles pararam próximos a algumas árvores no percurso. 

As meninas estavam cansadas de caminhar sem descansar ou parar por uns minutos no intuito de recuperar o fôlego.

Pelo fato de estarem em corpos diferentes do que estavam acostumadas, em consequência, a estâmina foi reduzida grandemente. 

Não que a mudança de corpo de Tyrant afetasse esse fator, afinal, a estâmina de uma velha para uma criança não era lá essas coisas se comparados. Entretanto, ela já estava acostumada com isso. A diferença não era tão desigual entre o corpo de uma velha e uma criança, em relação ao fôlego e a musculatura e estimula.

— Estamos quase lá, vamos indo — disse lentamente Rei, com o suor escorrendo de sua testa e chegando a manchar sua camiseta. 

“Droga de estrada… Pelo menos não precisei de ajuda dessa vez, sério… Tô precisando fazer mais exercícios, cara…”

— Sim, claro jovem, estamos… indo… — declarou com certas dificuldades Tyrant, mas sem querer demonstrar, embora sua voz estivesse transbordando de hesitação.

Rina, que também estava ofegante, e limpava o suor recorrente do rosto, olhou em direção à Tyrant, pronta para dizer algumas palavras.

— Tyrant…

— Pois não, Rina? 

— Pare de chamar as pessoas de jovens, isso já está começando a ficar estranho. Todo mundo que aparecer em sua frente, você vai considerar como jovem? Chega disso, olha para você a sua aparência! Tenta ao menos falar informalmente! 

Assim que escutou a fala da menina, a vidente se surpreendeu, mas logo entendeu a intensidade de seu questionamento. 

— Você tem razão… — respondeu por sua vez informalmente, com a voz suave, e olhando o rosto de Rina fixamente. 

“Claro que eu tenho razão… Mesmo quando você era velha, seu vocabulário era extremamente estranho, sempre falando formalmente como se respeitasse todos a sua volta…”

Penou Rina, sorrindo para si mesma, com uma expressão um tanto arrogante: Seu comportamento não era muito diferente de uma aluna que tinha acertado todas as questões na prova, gabamdo-se por sua inteligência. 

— A princípio Rina, você prometeu seguir a religião do cosmos. Estou tão ansiosa em te orientar! — declara em entusiasmo Tyrant, olhando-na com os olhos chamejando de expectativas futuras. 

— Err… E-Eu? — perguntou com medo, de forma a desviar do olhar da menina.

Após alguns segundos, um silêncio relativo tomou conta da área, e foi quando Rina tomou coragem para encarar a vidente novamente, e perceber que a mesma estava a observando atentamente, e esperava uma resposta. 

— Você não vai? — indagou Tyrant, com uma voz rouca, com palavras fracas que mais pareciam causadas por sua garganta inflamada. 

Até pareceu que a garota estava doente. 

“Como ela faz isso? A alguns minutos atrás ela estava falando de forma normal, mas agora até sua voz mudou? O que é que está acontecendo?”

Disse mentalmente em confusão Rina, com uma expressão trêmula e hesitante no rosto. 

— N-Não, eu nunca volto atrás da minha palavra. Não é atoa que vim acompanhar você, o que você pensou? — respondeu a menina, escondendo a sua hesitação atrás de suas palavras de confiança. 

“Droga… Eu tinha me esquecido completamente disso. Por que prometi algo assim? Rina, você é uma completa idiota, idiota! Mas calma, relaxa, relaxa. Vai dar tudo certo…” 

“Assim que houver uma brecha vou apenas fingir que tudo não passou de um mal entendido. Eu seguindo essa religião do cosmos? Que piada.” 

Pensou Rina, tentando manter a sua postura ereta e elegante. 

— Mas Rina… Você só veio com a gente porque estava com preguiça de suas responsabilidades e o fardo de ter que crescer. Estou errada? — contrapõe a vidente, de maneira a virar ligeiramente sua cabeça e olhar em seus olhos, como se estivesse olhando diretamente na alma daquela menina. 

— Aghhrrr! O que disse? 

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