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Capítulo 142 – Calem a boca. X

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Após notar como o garoto inesperadamente reagiu àquele grito, o cavaleiro acompanhou o seu passo e correu logo atrás, mesmo sendo atingido e arranhado pelas plantas e Yrzenys no percurso. 

Enquanto estava correndo, o capitão de repente sentiu que alguém os estava observando de longe. Ele examinou toda a área de relance, enquanto ainda corria. 

Não parecia ser de um demônio, ou monstro: Era mais como a presença de um humano que talvez estivesse observando-os das sombra das árvores.

Ele ignorou a sensação e focou sua visão no garoto à frente, e à medida que corria cada vez mais e mais, o suor começou a escorrer por sua armadura.

Poucos segundos depois, no instante em que finalmente alcançou o garoto, o cavaleiro olhou com descrença para a visão à frente. Ele ficou paralisado com uma realidade que nunca sequer havia imaginado. 

A única coisa que conseguiu notar era parte do grupo de tenentes, que estavam batendo e abusando de alguns soldados e cadetes próximos.

Não seria algo incomum caso fosse para disciplinar os soldados, como em sessões de treinamento físicos ou até mesmo punição por indisciplina. 

Entretanto, aquilo tudo parecia ser unilateral, sequer podia-se dizer que se tratava de algo racional. Na realidade, não havia uma explicação, estava mais para um tipo de bullying.

Com uma tocha em uma das mãos de um tenente, o cavaleiro reparou por causa da iluminação que alguns dos soldados estavam de joelhos próximo deles, enquanto parte de suas armaduras estavam jogadas e despedaçadas no chão. 

Quando encarou ainda de longe um dos soldados, percebeu que ele estava com inúmeras feridas nas costas provenientes de chicotadas, suas mãos e parte do rosto estavam inchadas, enquanto sangue escorria por toda a terra, atraindo insetos e vermes.

Assim que os tenentes notaram a presença de invasores na área, viraram de costas e depararam-se com a figura do capitão e do cadete. 

Eles começaram a tremer assustados quando imediatamente se deram conta de quem está ali, o capitão de toda a tropa. Toda a confiança de seus olhos desapareceu, era como ver vinho tornando-se água.

Param de bater nos soldados, e ficaram parados como estátuas sem conseguir dizer uma única palavra, porém, ainda mantendo um olhar de hostilidade.

— O que vocês estão fazendo, tenentes?

Assim que o capitão perguntou isso, ele olhou para o rosto de cada um dos tenentes da região em uma onda de frustração e raiva.

Antes que pudesse aproximar-se dos tenentes, o cavaleiro primeiro tranquilizou o cadete ao seu lado, que não conseguia controlar a raiva e quase avançou sem pensar nas consequências naqueles malditos.

— Shh! Calma. Você não precisa se preocupar mais com isso. Vou dar um jeito na situação. Você vai ficar bem comigo por perto — declarou ele com um tom de voz propositalmente baixo, colocando a mão em seu ombro. 

Em seguida, voltou sua visão para a frente e franziu a testa com desgosto claro, então ergueu a sua voz para os tenentes, esperando que a sua intimidação acabasse com o assunto. 

— Tenentes, o que pensam que estão fazendo? Acham que eu, por acaso, sou idiota? Quanta insubordinação! Se vocês realmente pensam que podem fazer o que quiserem e saírem ilesos, estão enganados. 

— Você estão fudidos. Não parecem respeitar as regras que eu criei dentro do esquadrão. Sou Matsuno Lancellotti, o cavaleiro obscuro dos campos de batalha, capitão de todas as tropas da 1° divisão do reino!

— Se não me derem uma explicação agora, irei considerar isso como uma falta com os seus respectivos deveres com o exército real. Sendo assim… vocês serão tidos como uma vergonha nacional e suas patentes retiradas.

Quando terminou com o pronunciamento, um silêncio subsequente inundou o local. Não havia uma resposta imediata por parte dos tenentes, eles estavam paralisados, mas ironicamente, seus olhares permaneceram raivosos.

Depois de alguns segundos dessa maneira, um dos tenentes aproximou-se do cavaleiro, e tomou a frente de todo o caso. 

— Excelentíssimo comandante, não entenda errado, estamos apenas aplicando justiça com os novos recrutas e cadetes. Eles precisam de disciplina. 

Com um sorriso irônico no rosto, ele prosseguiu com a sua explicação e se aproximou cada vez mais de Matsuno. 

— Não se deixe convencer pelas palavras do cadete perto de você! Acredito que você deveria olhar para a situação de forma ampla, sem julgar de forma precipitada.

Matsuno franziu a testa. 

Seus olhos rubis vermelhos pareciam mais aos de um demônio. 

— Ainda que vocês estejam aplicando “justiça” vocês não tem autorização ou consentimento para tal coisa, acham que sou idiota? Tudo que vejo são tenentes com complexo de superioridade na minha frente, que visão patética — declarou ele, indignado com a forma que o tenente parece lidar com a situação.

“Ele está dizendo que está aplicando justiça? Mas que piada…”

“O pior não chega a ser isso, mas sim a forma que ele aborda o assunto com tanta naturalidade. O que os superiores estão pensando? Eles devem ter perdido a cabeça para colocar alguém assim no posto de tenente.”

No momento em que estava pensando, não demorou muito para Matsuno ouvir um grito de partir o coração atrás das árvores.

— Alguém me ajuda, por favor! Me salve. 

Ele se virou, surpreso. 

Não conseguiu ver nada, somente a figura de algumas crianças homem-feras que estavam presas e amarradas em árvores. 

“Isso é um sequestro? Vocês estão me zoando? É essa realmente a justiça que esses caras estão tentando aplicar?”

No momento em que tentou enxergar o que estava acontecendo de longe, Matsuno ouviu o som de algo cortando o vento. Ele rapidamente desembainhou a espada e cortou a flecha que voou em sua direção.

Quando olha para o lado, percebeu um arco nas mãos de um dos tenentes que estava em cima de um dos galhos de uma das árvores grossas. 

— Então… essa é a justiça que vocês tanto estavam falando, tenentes? Ridículo. Vocês são podres! Pergunto-me como os superiores aceitaram vocês para esse posto. Vocês parecem felizes, vamos consertar isso. 

Nesse instante o tenente que estava próximo e tentava persuadi-lo, sacou a espada imediatamente e com um único e rápido golpe fez uma investida em sua direção.  

— Ei, você! Se você acredita que pode matar a gente, está enganado. Só porque você é o capitão, você realmente acha vai matar todo m—

Antes que pudesse terminar de falar, a sua cabeça deixou o corpo. Ninguém sabia o que tinha acontecido, uma cabeça apenas saiu de onde estava antes e uma fonte de sangue jorrou por todos os lados. 

— Estou de mal humor agora. Calem a boca. 

Declarou Matsuno, com a espada encharcada de sangue, apontada diretamente para o restante dos tenentes. 

Continua… 

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