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Capítulo 26 – Elfos X


Relutante com a argumentação de Zeryn, Laili apenas assente com a cabeça e concorda com a sua afirmação. 

Mesmo com a possibilidades do reino auxiliar com reforços e uma cooperação mútua entre as cidades costeiras de Tierney, Aszino e Parlate, no fim, o esforço seria em vão.

Afinal, o exército demoníaco é enorme em comparação aos soldados reais da capital de Zefry.


Ainda com raiva da situação posterior, Zeryn prossegue com a revolta.

— Qual o problema daqueles caras?! Com todos os relatórios, alertas e avisos que os nossos superiores comunicaram através do orbe de comunicação, ainda assim, eles não levantaram um único dedo! Invés disso, apenas duvidaram das informações. 

— Tudo isso é culpa do rei — grita em simultâneo os dois homens fera do grupo de Laili.

Em contrapartida à comoção generalizada, Mia, Takayo, Rei e Kazuki apenas observam a conversa, e assentem com a cabeça. 

Através do relato de Zeryn, ficou claro como o desastre ocorreu justamente por conta da negligência das autoridades da capital, em relação às cidades e vilas do reino. 

“Bem, pelo que entendi, mesmo que a capital fosse ajudar, ainda não seria o suficiente para derrotar o exército invasor.” 

“Em tempos assim, onde as pessoas estão afetadas pelo desespero e melancolia, elas precisam de alguém para culpar por todos os desastres.” 

“Estas pessoas não conseguem aceitar a realidade, principalmente Zeryn… Se encolhendo em suas fraquezas, de modo a opor-se e encontrar outra alternativa. Mesmo que isso signifique que esteja sendo bastante emotiva, ao ponto de não se importar com traição ou ofensa.” 

“Não posso culpá-la pelo pensamento.”

“Afinal, o rei e seus oficiais foram extremamente babacas por ignorarem os sinais prévios dos cidadãos. Um rei que negligencia a responsabilidade civil, e conclui fatos através da dedução. Que lixo.” 

“O que eu esperava? Esse foi o mesmo cara que assassinou o irmão de Kazuki, e se autoproclamou imperador do reino. Ainda que eles sejam irmãos, são completamente diferentes.” 

Momentos depois de pensar sobre a situação, Rei inclina sua cabeça de lado e olha para o alto, enquanto escuta a conversa de Zeryn, e não presta sequer atenção em suas palavras. 

Acima de sua cabeça está a imensidão do céu estrelado pela noite, coberto de pontos brilhantes e estrelas pequenas, uma paisagem de tirar o fôlego. 

Em lados opostos, está as duas luas na atmosfera, que brilham intensamente, e apesar de estarem em lados opostos: Leste e oeste, ainda fazem contraste com o cenário luminoso. 

Elas parecem duas irmãs gêmeas que outrora seguiram direções diferente, e ainda estão brigadas, por suas crenças unilaterais. Sem conversar por milhares de anos, ou até séculos. 

Apesar da briga, as duas se amam verdadeiramente, com intensa verdade. 

Entretanto, apesar do sentimento mútuo de carinho, não conseguem resolver as suas diferenças. Falta comunicação, não sendo possível seguir em frente.

Certamente essa seria uma história legal, se não fosse  fruto da imaginação do garoto que as observa de certa distância. 

Para Rei, as estrelas no céu talvez sejam asteroides ou até mesmo planetas, como Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. 

Ele não entende bem o conceito de Arcádia, mas compreende que o planeta que antes vivia, o planeta Terra, provavelmente estivesse em algum daqueles pontos luminosos no céu.

Ou talvez o local fosse um mundo paralelo, ou uma região que não estivesse entre as estrelas do céu. 

Ao terminar de observar o céu estrelado, o garoto olha para o lado e percebe que Kazuki o observa com certa intensidade. 

Notar aquilo fez o garoto soltar um sorriso no rosto, resultando na reação inesperada do homem, que desvia seu olhar para a fogueira com o contato visual. 

Deparando-se com a sua reação desajeitada, ele começa a rir. 

O olhar de Rei sempre foi cativante e surpreendente, ao ponto de fazer as pessoas congelarem com a menor atenção imposta. 

Porém, naquele momento, seus olhos brilhavam sob longos cílios, enquanto seu cabelo trêmula ao vento, revelando o contraste de suas feições. 

Uma dúvida então surge em sua mente. 

O que o grupo de Laili busca? Ela está caminhando pela floresta com o intuito de conseguir despistar a atenção dos monstros até chegarem à capital, ou está seguindo sem rumo a estrada à frente?

— Vocês não tem para onde ir… Irão realmente seguir pela floresta até a capital? Mesmo com o risco de serem atacados por demônios novamente? — pergunta Rei, com a voz voltada para a direção de Zeryn. 

A jovem, que havia dialogado por bastante tempo sobre a conversa anterior com o comerciante e o restante do seu grupo, logo em seguida o responde. 

— Olha, não vamos mentir. Pretendíamos seguir o caminho da floresta até chegar na capital de Zefry, porém as estradas estão infestadas de demônios e monstros! Chega a ser desconcertante cogitar essa hipótese agora. 

— Se não fosse uma senhora que estava na estrada, e que comentou sobre um local próximo daqui, que está abrigando refugiados e pessoas, teríamos seguido de acordo com o nosso plano principal, de chegar à capital — complementa por fim, com o campo de visão fixo em sua direção. 

— Um local onde abriga refugiados e pessoas da guerra? Existe um local assim aqui na floresta? 

Com o questionamento, Laili olha para a fogueira novamente e solta um suspiro: mesmo ela, não sabia com exatidão da informação, apenas ouvira o comentário de uma senhora. 

— Por incrível que pareça, sim. Existe um local assim aqui na floresta, bem na parte norte, mas eu não esperava que eles estivessem ajudando — responde Laili.  

— Eles? 

— Sim, os elfos.

Continua… 

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