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Capítulo 31 – O refúgio?


Embora Kazuki fizesse parecer como se fosse uma pena, seus olhos não podiam esconder o seu cansaço recorrente. 

Ao lado, Rei olha vagamente para ele. Ainda com a vista embaçada, o garoto solta algumas palavras de forma espontânea. 

— Tem certeza que está bem? Você deveria descansar por agora.

O estudante então solta um bocejo, e continua a falar: — Você deveria ter me acordado de madrugada, para que pudéssemos revezar na vigia. Eu havia avisado antes de dormir, não se lembra?!

Quando termina de dizer, ele olha para o homem-fera que ainda parece exausto pelas horas de vigilância. Em resposta, Kazuki acaba respondendo de forma automática devido ao cansaço.

— Sinto muito, eu acabei esquecendo. Bem, de qualquer forma, eu também não conseguiria… Eu nunca imaginei que você pudesse dormir de forma tão despreocupada e pesada.

No momento em que ouve a resposta, o garoto levanta a sua sobrancelha e fixa seu olhar em seus olhos. 

— Você acabou de dizer que a culpa é minha? — pergunta, em um misto de surpresa e descrença, mas com um tom de piada. 

— Me desculpe. Não foi isso que eu quis dizer. Estou só dizendo que mesmo que eu tentasse te acordar, não conseguiria. 

Ao escutá-lo, o estudante tenta se levantar e endireitar a sua postura imediatamente. 

Com um sorriso torto no rosto, ele diz de forma sarcástica e brincalhona: — Você não está dizendo praticamente a mesma coisa? Que eu durmo igual uma pedra. 

Neste momento, Kazuki assume uma expressão desnorteada e tenta se levantar também.

— Bem… não mesmo — mente. — Então, mudando de assunto… ainda está bem cedo, por que você não volta a dormir? – indaga por fim, com o olhar em sua direção. 

— Não mesmo! Você que deveria descansar, fala sério, não lembra a conversa que tivemos ontem? Você deveria pensar mais em você, essa atitude de agora é muito a sua cara. 

— Está tudo bem, eu ainda posso…

— Não! Deixa disso. Entra logo aí dentro, você precisa descansar — declara Rei, ao interromper a sua fala e o empurrar para dentro da barraca. 

— É sério que essa é a melhor resposta que você consegue me dar depois de passar a madrugada inteira acordado? — complementa. 

Após jogá-lo no interior da barraca, o garoto se levanta da posição em que está e começa a vigiar a região, de modo a esperar Kazuki finalmente descansar por algum tempo.

Enquanto permanece brevemente parado, Rei percebe que ainda está bem cedo, ao ponto dos raios solares sequer baterem na parte em que está. Os dois sóis parecem escondidos em alguma parte do céu, talvez devido ao horário prematuro do amanhecer.

Quando ele dirige seu olhar para cima, ele nota que do outro lado da barraca, de frente a eles, os dois homens-fera do grupo de Laili ainda permanecem em vigilância.

Eles parecem dois guardas de prisão, completamente imóveis e com os braços cruzados. Na verdade, se eles estivessem vestindo uma farda militar e com alguma arma na mão, isso até que cairia um pouco bem neles.

Toda a situação parece ligeiramente melhor do que antes, até mesmo a brisa da manhã dá uma sensação de paz e calmaria, ainda que essa atmosfera reconfortante pudesse mudar de um instante para o outro: no momento em que um monstro ou demônio decidisse aparecer. 

“Eu ainda não consigo explicar o que estou sentindo agora. Está tudo acontecendo de forma tão rápida, ontem mesmo eu estava vivendo tranquilamente até a vila ser invadida e rolar coisas que sequer sei dizer.”

“Droga… Estou me sentindo em uma montanha-russa, sendo jogado de um lado para o outro de uma hora para a outra. Odeio me sentir assim, vulnerável por não saber o que vai acontecer.”

“A única coisa que posso fazer é esperar o pessoal acordar para decidirmos o rumo que temos que seguir. Se depender de mim, eu não sei o que fazer.”

Declara Rei em pensamentos, após examinar a área ao redor e analisar alguns eventos anteriores. 

… 


 

Algumas horas depois, após o breve descanso de Kazuki, Laili e seus companheiros do outro lado da barraca começam a organizar os seus pertences. Eles se movimentam e desmontam a barraca que haviam passado a noite. Momentos depois, Laili anda até chegar a Rei. 

Com um pequeno sorriso no rosto, mas ainda com um semblante visivelmente abalado mesmo após a noite, ela olha para o estudante que ainda está sentado na entrada de sua barraca. 

— Bom dia, Rei. 

— Eai, Laili. Bom dia. 

— Vou ser direta com você, lembra-se do que havíamos dito ontem, sobre um lugar próximo daqui, onde os elfos estão ajudando? — pergunta, assim que ouve a voz do garoto.

Ao escutar a pergunta da mulher, o garoto volta seu olhar para Laili, que o observa.

— Sim, você está perguntando isso, por quê vai até lá? É esse realmente o plano de vocês? 

— Com tantas coisas acontecendo, precisamos encontrar um lugar seguro, não podemos ficar na floresta por mais tempo — responde ela. 

— Já que vocês decidiram isso, boa sorte então. 

— Vocês não gostariam de ir conosco? Vamos seguir o caminho do norte até passarmos por uma montanha íngreme na região. 

— Nosso plano inicialmente era chegar à capital, mas como as coisas estão complicadas e houve uma imprevisibilidade em nossos planos, decidimos nos abrigar lá temporariamente — acrescenta Laili, tentando convencê-lo. 

Após a explicação, o garoto coloca a sua mão no queixo, pensando qual seria a melhor solução. 

O refúgio realmente é um local seguro, como dizem? O que mais o incomoda agora é o fato que ele não consegue dizer se isso é verdade ou não. 

— Bem, eu não posso decidir por agora, vou ter que esperar o meu companheiro acordar, beleza? — diz Rei. 

— Mas então, Laili, por quê está me perguntando isso? — indaga o garoto, com certa cautela. 

Continua…  


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