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Capítulo 71 – Penitência? X.


A última coisa que o estudante esperava era a possibilidade de chegar no vilarejo e não encontrar a vidente, o único motivo pelo qual tivera que caminhar sem descanso a tarde inteira. 

Embora essa seja a sua maior preocupação no momento, o que mais o deixa em aflição é saber através dos comentários da mulher desconhecida, que naquele exato instante, no vilarejo, está ocorrendo um tipo de “penitência às bruxas”. 

Na cabeça de Rei, o pensamento de que mesmo que esse mundo em que está agora seja diferente da terra, ainda assim existem vários tipos de descriminação e injustiças ocorrendo. Além da intolerância religiosa e a diferença entre as raças — como por exemplo os humanos, que raptavam os homem-feras e os vendiam em comércios ilegais e leilões, apenas em busca de conseguir mais dinheiro e poder. 

— Como isso aconteceu? Ela estava bem a poucos dias atrás. 

Assim que Rei pergunta isso, a mulher explica a situação rapidamente em poucas palavras, antes de sair da estrada. 

— Minha amiga estava junto com a Tyrant nesse dia. Se me recordo bem, ela disse que a maioria das bruxas seriam executadas ainda hoje à noite. 

— Mas eu não sei de mais nada em relação a isso, a minha amiga Rose acabou sendo morta por um fiel que estava tentando assedia-la no momento em que estava relatando essas coisas pra mim — comenta com certa hesitação, afastando-se aos pouco do garoto. 

Ela parece querer evitar o tópico o máximo possível, e a atmosfera fica cada vez mais desconfortável para ela à medida que explica sobre o assunto. 

— Por favor, se vocês forem salvar a Tyrant, ajudem a minha mãe também. Ela tem cabelos avermelhados, e apesar de ser velha, tem uma aparência bem jovem, sempre usando um colar azul no pescoço, então vocês vão reconhecer ela. — Quando termina com a declaração, em seguida ela começa a correr, no intuito de alcançar as outras pessoas que a acompanhavam na estrada. 

Depois de um tempo, a figura da mulher finalmente desaparece, assim como o caso das outras pessoas que seguiram o mesmo caminho até o refúgio. 

E é nesse momento, após analisar os comentários daquela mulher, que o coração do estudante acelera e ele entende a gravidade da situação. 

“Mas que bando de filhos da puta… quem esses fanáticos pensam que são para executá-las com o pretexto de serem bruxas?”

“Pô, cara. Agora estou ainda mais confuso com essa história, espero que a Tyrant esteja bem.”

“Eu nunca pensei que esse vilarejo estivesse passando por algo tão grave, mas ainda assim, que droga de situação é essa… isso quer dizer que algumas pessoas já morreram…”

“Além disso, as bruxas vão ser mortas hoje à noite? O que isso significa…? É tipo um sacrifício ou algo do gênero…? Mas que droga. Eu preciso de mais informação sobre o que exatamente está acontecendo.”

— Ei, Kazuki! Eu acho que isso vai ser mais complicado do que pensávamos, mas precisamos ver o que está acontecendo no vilarejo, não posso deixar que ocorra alguma matança sem sentido. 

— Sério, cara… Eu não esperava que esse tanto de merda estivesse realmente acontecendo, então mesmo que esse assunto não esteja relacionado com a gente, vamos tentar resolver isso o quanto antes e depois encontrar a vidente — diz diretamente para o homem-fera, depois de sair da água e criar uma pequena toalha para se secar. 

Kazuki apenas acena com a cabeça em concordância. Embora não fosse uma pessoa de falar muito, o homem-fera não deixou de expressar o seu descontentamento. 

— Sim, você está certo, Rei. Depois de ouvir o relato daquela mulher, eu me senti frustrado e com raiva, e… isso parece tão surreal. Tipo, sabe… como esses caras podem assassinar outras pessoas por uma causa tão idiota. Eu já tinha ouvido falar sobre essa religião, mas não imaginei que esse tipo de causa fosse justificada. 

Seu tom não era agradável, enquanto tentava conter a raiva com o punho da mão fechada. 

— Da mesma forma que isso aconteceu nesse vilarejo, não duvido que poderia acontecer em qualquer outro lugar, inclusive a minha própria vila…  — comenta Kazuki por fim, ao sair da água e pegar a toalha que o estudante havia criado para ele. 

Após saber que ele tinha o mesmo tipo de opinião que a sua, um sorriso forma-se no rosto do estudante, em seguida ele se veste apressadamente e espera o companheiro vestir-se também. 

Quando terminam de colocar as roupas no corpo, ambos marcham em direção ao vilarejo. 


 

Naquele momento em que Kazuki e Rei caminham para o vilarejo, em um certo ambiente escuro e empoeirado, um homem com uma expressão fria e desconcertante vira seu olhar rapidamente para baixo. 

— É melhor vocês comerem, afinal, não podem morrer de fome antes mesmo do julgamento, não é? — comenta sarcasticamente, enquanto cospe em uma bandeja de pão no chão. Após isso, ele abre a porta daquele cômodo e sai com um sorriso cínico no rosto. 

Naquele minúsculo cômodo, havia algumas mulheres presas atrás de imensas grades de ferro impossibilitadas de fugir — uma prisão, poderia-se dizer isso, apesar da enorme diferença entre uma convencional. 

Algumas dessas mulheres estavam presas a alguns dias, conformadas com os próprios maus tratos que eram submetidas diariamente. Enquanto outras, que chegaram recentemente, tentavam resistir e criar algum tipo de resistência — o que era visto como algo fútil pelos homens que as supervisionavam de longe. 

Continua… 


 

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