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Capítulo 14 – Brincadeira de criança

Edward:

A última vez que eu vim para Semini, eu fiquei em um pequeno estabelecimento, parecido com o do velho, um bar-hotel, a diferença é que esse lugar era maior e muito mais caro do que o bar do velho, mas o dono desse lugar deve um favor pra mim.

Quando eu vim aqui investigar um grupo que estava usando demônios para matar alguns nobres, eu fiquei nesse lugar disfarçado e acabei sem querer ajudando o dono desse bar em uma briga (que eu mesmo causei, mas isso não vem ao caso) e ele disse que iria me dever uma, na época eu não me importei, mas vai vir a calhar como estadia.

Entrei no bar-hotel, “Barstadia”, como estava de tarde ainda, o bar estava vazio, apenas com alguns clientes que provavelmente iriam dormir lá.

— Eu vou falar com o dono do bar, vai na parede perto das janelas, lá tem uns cartazes de procurado, pega o mais caro e me dá.

— Sem problemas, vamos lá Iza. – Igor disse enquanto ia ver os cartazes.

Eu fui em direção ao balcão, onde atrás dele tinha um homem gordo anotando alguma coisa e fumando um charuto.

Certo, tá na hora da atuação.

— Eai Beeeen!! – Eu exclamei.

— Tim! Como cê tá garoto?! – Ele disse enquanto abria o balcão e vinha em minha direção e tirava o charuto da boca.

— Melhor agora!

Que desagradável, fingir ter que ser amigável com humanos é nojento, mas eu tenho que manter o disfarce, estou sem dinheiro para ficar em qualquer estádia daqui e eu estou cansado de passar as noites no chão.

— Ha ha ha. – Ele tentou me abraçar, mas eu desviei. – Frio como sempre Tim. – Ele gargalhou.

Ben é o dono de Barstadia, é um cara de estatura média e gordo, com um cabelo amarrado em um rabo de cavalo e uma barba grossa mas muito bem-feita, e sempre ta com cheiro de tabaco.

— Então Ben, eu vim com uns amigos, e eu queria saber se eu posso ficar aqui alguns dias, eu não vou poder pagar hoje, mas até o último dia que eu ficar aqui eu te pago.

— Hum? Pagar? Quem disse que cê tem que pagar, pode ficar aqui quanto tempo quiser, sem problemas, você me salvou de um problemão da última vez garoto.

— Ei! Você não disse que só tinha um quarto sobrando? – Disse o homem metade-algum animal que eu não consegui distinguir que estava perto do balcão.

— Falei né? Acontece que agora não tem nenhum! – Ben disse enquanto voltava pro lado de trás do balcão. – Sinto muito, vai ter que voltar outro dia.

— O que? Mas eu cheguei primeiro! – O homem bateu as mãos no balcão com força.

— Ah que pena, eu não vi nenhuma placa que falava que era por ordem de chegada, então… você pode voltar aqui na hora que o bar abrir.

— É melhor você repensar o que disse senão…

— Senão o que? – Bem perguntou enquanto tirava o charuto da boca e soprava na cara do homem.

— …

— …

— Você me pagar! – O homem foi em direção a saída com raiva.

— Foi mal pelo transtorno Ben. – Me desculpando com humanos sem motivo… tudo isso por um quarto.

— Sem problemas Tim, acontece, como você ouviu eu só tenho um quarto. – Ele disse enquanto jogava a chave do quarto na minha direção. – Mas ele é grande o suficiente para três, pode confiar, eu já testei. – Ben disse com um sorriso malicioso.

— Beleza Ben, te devo uma. 

— Eu diria que estamos quites! 

Eu chamei Igor e fomos em direção aos quartos de cima e entrei no quarto, que tinha apenas uma cama, mas ele era enorme, tinha até um banheiro dentro, e uma sacada igualmente grande, Igor entrou no quarto junto com Izabella e eles fecharam a porta.

— E então? – Perguntei para Igor.

— Wynzel, um semi-humano que matou um nobre, híbrido de humano e águia. 18 moedas douradas.

— Esse era o mais caro?

-Não, mas o certeiro, o outro com certeza já está fora da província.

— Entendo… Águia né? Ele voa?

— Acho que não, mas parece que é da águia das garras metálicas, então com certeza ele tem aquela magia.

— Se ele voasse seria um problema, mas se for só as garras… Será que elas podem quebrar a minha magia?

— Nem o Pai conseguia, então eu não acho que alguma coisa consegue.

— Então ele não vai ser um problema.

Eu fui em direção à elfa e peguei a minha bolsa que estava com ela e troquei a minha camisa e fui para a sacada e pulei entre os telhados.

— Eu vou procurar ele no centro, vocês dois vão para o porto.

Igor correu até a sacada e gritou:

— Você sabe que é ilegal andar pelos telhados né?!

Eu ignorei e continuei correndo e pulando pelos telhados, o desenho no cartaz estava muito bem detalhado então eu sei muito bem como é a aparência dele, se ele é um semi-humano ele deve ficar em uma dessas áreas que eu falei.

Eu não posso perder muito tempo aqui, o selo daqui fica perto do porto, ele é um demônio que mata e devora as pessoas que moram por aqui, apesar disso as pessoas não podem fazer nada já que é proibido matar um selo.

Cheguei rapidamente ao centro de Semini pelo telhados de pedra das construções e fiquei de olho nos becos por algum tempo, o tal de Wynzel matou um nobre, então não importa pra quem eu perguntar, as pessoas só vão acobertá-lo então eu só preciso continuar procurando que se ele tiver por aqui eu vou achá-lo.

Após um tempo procurando ele pelos telhados, eu parei no meio da praça da cidade.

Ela continuava movimentada e algumas crianças estavam brincando:

— Eu sou a face do orfanato e irei te derrotar com a minha espada divina! – Uma das crianças disse.

— E eu sou o carcereiro e eu vou acabar com você em um só golpe! – O garoto elfo disse junto a outra criança.

Eles estão brincando de ser os meus irmãos?

Eu nunca havia visto crianças fingindo ser a gente…

Do lado contrário outro garoto que era maior que os outros dois respondeu:

— Vocês não são páreos para mim! – ele puxou uma máscara de madeira em formato de um lobo. – Irei congelar vocês antes mesmo de perceberem!

Ele sou eu…?

As crianças começaram a brincar de luta, o garoto maior que parecia ter uns doze anos usava magia de levitação na pedrinhas do chão e fingia ser gelo, enquanto as duas menores apenas as espadas de madeira.

— Ei! já chega! Nada de brincar disso no meio da rua! – A mãe de um dos garotos interrompeu a brincadeira.

— Mas mãe!

— Mas nada, vamos!

Eu me distraí… eu era o vilão? 

Eu voltei a procura por um tempo, e o sol já começava a se por:

— Corre! Ele apareceu nas docas!

— Ele não deveria chegar até aqui!

Diversas pessoas corriam pelas ruas, desesperadas, e atrás delas uma grande onda corria pelas ruas e becos furiosamente engolindo tudo pela frente.

 Igor!

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Olá, eu sou Evaze!

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