Igor:
— UAAAAH! – Izabella bocejou.
— Bom dia. – Eu disse enquanto virava para trás.
Depois que nos separamos da minha irmã, já tínhamos o próximo lugar em mente, com isso fomos para a cidade mais próxima, Filia, uma cidade do quarto círculo do lado oposto a de Trindade, precisávamos de suprimentos e acima de tudo, uma carroça, não conseguiríamos chegar até Trindade a pé, não antes do tempo do juramento acabar e Edward estava preocupado com isso, infelizmente não conseguimos cavalos de Nodia e precisávamos parar para descansar toda a noite, além de sempre precisar de alguém para guiar os cavalos, como a Iza não sabia, eu e Edwe estávamos revezando e mesmo assim, era bastante cansativo.
— Dia. – Ela me respondeu coçando os olhos. – Estamos chegando?
— Há! – Eu rí – Falta pouco, umas duas semanas agora.
— Pouco… – Ela se levantou, se espreguiçou e se sentou do meu lado. – Quando vai ser a nossa próxima parada?
— Acho que daqui mais uns quatro tempos, estamos perto de um vilarejo, nós paramos lá, compramos mais água, comida e deixamos os cavalos descansarem.
— Temos dinheiro?
— Não, mas eu tenho um plano… – Edwe respondeu do fundo da carruagem.
— Hum? Tá acordado?
— Estou sem sono. – Edwe veio até nós e olhou para a estrada à frente.
Apesar de estarmos usando a estrada do rei, nenhum dos nossos irmãos apareceu e não fomos parados nenhuma vez, Lilith realmente cumpriu com a parte dela.
— E qual é? Você não vai roubar né?
— É claro que não, roubar um vilarejo dá muito trabalho. O Igor vai fingir ser um demônio e eu vou oferecer derrotá-lo em troca de dinheiro.
— …
Izabella olhou para mim esperando que o que o Edwe falou fosse brincadeira, eu desviei o olhar e encarei a estrada.
O plano é bom, não sei por que ela não gostou…
— Acho melhor eu não questionar… – Izabella não insistiu.
Antes de chegarmos no vilarejo eu saí da carruagem e fui andando, o plano era simples, eu usaria a minha magia de fogo e a faria em forma de um demônio gigante, destruiria alguma banquinha qualquer e então quando os guardas perceberem que não conseguiriam dar conta do “demônio”, Edwe aparecerá e vai cobrar para derrotar o “demônio”.
Para ficar mais convincente, Edwe conseguiu convencer Izabella a rodear o meu “demônio” com o vento negro dela, sinceramente, plano perfeito.
— Segue a minha deixa Iza.
— Eu não acredito que eu deixei vocês me convencerem disso…
Eu respirei fundo e me concentrei no centro da praça central do vilarejo e usando um tornado de chamas em uma posição que não tinha nenhum humano, moldei as minhas chamas na forma de um demônio, com sete metros de altura e grandes chifres o “demônio” começou a atacar as pessoas a sua volta.
Izabella começou a girar o vento negro violentamente em volta do “demônio”, eu fiz o “demônio” incendiar uma pequena banca de frutas e então ir na direção dos humanos.
— Cuidado para não machucar eles! – Izabella me repreendeu.
— Não se preocupe, isso aqui é molezinha!
Eu fiz o “demônio” levantar os seus braços, pronto para esmagar uma menina que estava fugindo dele e no momento em que os braços iriam chegar perto da garota, Edward apareceu e “cortou” o braço do “demônio” usando a espada de Dante.
A espada de Dante?
“Dante! Ei Dante! Acorda cara, ei!”
“Dante está morto… e o Edward desapareceu”
“Ele foi capturado por alguém?”
“Não, ele que matou o Dante e agora ele está fugindo”
— Igor! Igor! – Izabella me chamou balançando o meu braço.
— Hum?
Quando eu voltei a mim, o “demônio” que eu criei estava atacando com força total Edward e as pessoas em sua volta haviam se machucado como resultado dos ataques.
— Foi mal…
Eu fiz o “demônio” abaixar a guarda e criar uma abertura, Edward percebeu e rapidamente pulou e “cortou” a cabeça dele com a espada… dele?
— Mas o que aconteceu? Você disse que não ia machucar ninguém! – Izabella perguntou preocupada.
— Eu… me distraí…
O que é que você me mandou esquecer, Edwe?
Após isso, tudo aconteceu como havíamos planejado, Edward recebeu 15 moedas de ouro e o dono de uma hospedagem ofereceu para nós para que passássemos a noite na pousada dele, nós aceitamos e passamos a noite no vilarejo.
Toc Toc
Quem é a essa hora?
Eu desci da cama e abri a porta.
— Se importa de conversar um pouco? – Izabella estava me esperando na porta.
— Não, pode entrar. – O que ela quer a essa hora?
Ela entrou no quarto e se sentou em cima da cama, ela estava vestindo o vestido verde que estava usando no dia em que nos conhecemos, o velho da pousada costurou e deu para ela de presente quando saímos de Honya pela segunda vez.
— O vestido é bem bonito, quando não está rasgado.
— Hum? Ah, obrigada…
Eu me sentei no chão, de frente dela.
— Então, o que você quer falar? – Deve ser importante, já que ela não quis esperar amanhecer.
— Igor… eu… me desculpe, não é nada. – Ela se levantou da cama e foi em direção à porta.
— Hum? Espera, pode falar, não vai me deixar curioso não. – Eu me levantei e a segurei pela mão para ela não sair.
— ?… Me solta!
PAAM!
Uma grande rajada de vento me acertou com força e eu fui jogado para a parede do outro lado do quarto.
— Me desculpa, eu… com licença! – Ela saiu do quarto.
— Ai ai ai ai… Eu baixei a minha guarda.
— Arff…
Acho que eu fui bem insensível… depois do que aconteceu em Honya, eu deveria tomar cuidado de como eu a trato…
Foi ela que queria conversar comigo, ao menos ela podia dizer o que era.
Eu me levantei, fechei a porta do quarto e me deitei na cama.
Dante… por que eu me lembrei de você, depois que vi a espada?