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Poeira e escombros se espalham por todos os lados, formando uma pilha caótica de terra, pedras quebradas e estilhaços. Subitamente, algo se move sob os destroços, fazendo com que as pedras rolem para o lado, revelando uma figura tentando se libertar.

Noro emerge dos escombros, tossindo violentamente enquanto tenta recuperar o fôlego. Sua visão está embaçada, os olhos lacrimejando com a poeira sufocante. Rolando pelo chão, ele sente as pedras afiadas rasgarem sua pele, cada movimento enviando ondas de dor através de seu corpo debilitado. Finalmente, ele cai de bruços no chão, o impacto arrancando o ar de seus pulmões e deixando-o ofegante.

O silêncio é quebrado apenas por seus gemidos de agonia e o som de pedras caindo. O gosto amargo de terra e sangue preenche sua boca, enquanto a poeira densa invade suas narinas, transformando cada respiração em uma luta desesperada.

Cada tentativa de se mover é um tormento, seus músculos tremendo com esforço extenuante.

“Eu… estou vivo… aonde…?” Noro murmura, sua voz fraca e vacilante. Tentando olhar ao redor, sua visão desfocada torna tudo indistinto e sombrio. Um gemido de dor escapa de seus lábios enquanto ele leva a mão trêmula ao ombro.

‘Merda… eu quebrei o ombro… mas não acho que tenha sido só isso…’ 

O pensamento atravessa sua mente, cada pulsação de dor confirmando seus piores medos. O peso da realidade desaba sobre ele, enquanto tenta avaliar os danos em meio ao caos que o cerca.

Apoiando-se em uma pedra, Noro tenta se levantar. Suas pernas tremem com o esforço, mas, após alguns segundos, ele consegue ficar de pé, automaticamente levando a mão às costelas.

‘Como se já não bastasse meu ombro esquerdo quebrado, algumas costelas também…,’ pensa, sentindo uma dor lancinante a cada respiração.

Ele tosse violentamente, cuspindo sangue. Levando a mão direita à boca, observa o sangue escorrendo entre os dedos.

Ele respira fundo algumas vezes, fechando os olhos e tentando manter a calma. “Se acalme, Noro… o desespero não vai te levar a lugar nenhum…”

Após alguns segundos, ele abre os olhos, sua visão finalmente clareando o suficiente para enxergar os arredores. Está em um local escuro, onde a única luz vem da lua, que entra pelo buraco por onde ele caiu. Ao seu redor, há paredes de pedra cavernosas e úmidas, com pedaços de pedra soltos que ocasionalmente caem.

‘O que significa que… preciso sair daqui o mais rápido possível. Se aquele tremor acontecer de novo…’

Noro prefere nem pensar nas consequências, sua mente focada apenas em encontrar uma saída antes que o pior aconteça. 

Noro lança um olhar de desânimo para trás, onde os destroços bloqueiam qualquer possibilidade de retorno. Com um suspiro resignado, ele se volta para o único caminho disponível e segue adiante.

Noro começa a andar, cambaleando e gemendo de dor a cada passo. Fecha um dos olhos, seu rosto contorcido em uma careta de sofrimento, enquanto se apoia nas paredes úmidas para manter o equilíbrio. Apesar da dor intensa, ele não para.

‘Os tremores não são exatamente aleatórios,’ pensa Noro, tentando racionalizar sua situação. ‘Mesmo que eu não consiga prever exatamente quando o próximo acontecerá, tenho certeza de que ainda faltam algumas horas… a não ser que o padrão se quebre logo agora, o que não seria uma surpresa… mas, sendo otimista, até o próximo tremor, o fragmento de Regeneração já terá começado a me curar parcialmente.’

Noro suspira, e até o simples ato de respirar parece cortante, como se lâminas perfurassem seus pulmões. Cada respiração é uma tortura, mas ele sabe que não pode parar.

Ele anda o mais rápido que pode, arrastando seu corpo moribundo pelo túnel escuro, seguindo na direção que acredita ser a saída. Suas pernas tremem a cada passo, mas ele se força a continuar.

‘Helen… para ser sincero, não tenho tempo de pensar se ela está viva ou não. Preciso me preocupar comigo mesmo agora…’ 

Balançando a cabeça, ele ignora os pensamentos. À frente, percebe que o túnel inclina suavemente para baixo. Começa a seguir por ele com calma, tomando cuidado para não tropeçar.

Ao terminar a descida, uma visão assombrosa se desvela diante dele, fazendo-o arregalar os olhos em espanto. O túnel se abre em uma vastidão imensa, desafiando a compreensão humana. Com passos cuidadosos e hesitantes, ele avança até a ponta, enfrentando a dificuldade imposta pelo terreno irregular.

A caverna se revela como um reino de rochas quebradiças e instáveis, cada uma parecendo pronta para desabar a qualquer momento, como se o próprio espaço estivesse em constante estado de ruína. O túnel que ele percorre se estende pelas paredes da caverna, formando um caminho sinuoso até o chão, que jaz coberto de destroços e detritos.

O cheiro pútrido que permeia o ar é quase palpável, um odor nauseante que se agarra às narinas, tornando o ambiente ainda mais hostil e insalubre. 

“Maldição… como isso poderia me ajudar a sair daqui? Mas não tenho outra escolha…” Noro murmura consigo mesmo, resignado diante da situação.

Com extrema cautela, ele se posiciona no canto e começa a descer pelo caminho estreito nas bordas da caverna, ainda mancando e soltando gemidos de dor ocasionalmente. O fragmento do lobo das sombras em seu poder brilha, fornecendo uma visão noturna, tornando possível avançar na escuridão sufocante da caverna.

“Espero que depois daqui haja uma saída… e seria reconfortante se ela estivesse bem…” Noro pensa, ansiando por um vislumbre de esperança em meio à escuridão opressiva que o envolve.

Após alguns minutos de tortura, Noro finalmente alcança o chão da caverna. Ao examinar melhor o ambiente ao seu redor, ele percebe que é ainda maior do que inicialmente parecia, e os destroços espalhados ameaçam tornar o caminho ainda mais difícil de seguir. A condição debilitada de seu corpo o obriga praticamente a se arrastar, aumentando ainda mais os desafios que enfrenta. 

Noro bufa de frustração enquanto se move pelo caminho mais livre de destroços de rochas. Ele observa com apreensão as pedras do teto ainda se soltando, ciente de que o risco de desmoronamento é iminente. 

‘Contanto que não seja enquanto eu estiver aqui…’

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Olá, eu sou Azulin!

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