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‘Ufa…’

Noro suspira aliviado, limpando o suor da testa. Diante dele, morto no chão, está mais um daqueles lagartos vulcânicos.

‘Que porra é essa? É tipo uma infestação?’ 

A noite já está se aproximando, e após o último tremor, eles encontraram ainda mais desses répteis vulcânicos, cada encontro mais exaustivo que o anterior.

Noro olha ao redor, a luz do crepúsculo pintando a floresta com tons de vermelho e laranja.

‘Parece que, assim como na montanha, o subsolo da floresta também é cheio de túneis…’ 

Noro pensa, colocando a mão no queixo. A ideia de um vasto labirinto subterrâneo sob seus pés o deixa inquieto.

‘Acho que eu deveria contar para Helen…’ 

Ele reflete, sentindo a urgência da informação. 

Ele olha para ela. Helen está distraída, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto observa o lagarto que acabou de matar.

‘Talvez depois.’ 

Noro pensa, desviando o olhar. A tensão entre eles, desde aquela última conversa, permanece não resolvida, e ele não sabe como quebrar o silêncio.

‘Pelo menos hoje consegui dormir bem. Não tive aquele sonho de novo.’ 

Noro pensa, tentando se convencer de que tudo está bem.

Mesmo dizendo isso a si mesmo, ele coloca a mão no peito, onde um desconforto persistente ainda lateja. Algo parece errado, mas Noro prefere ignorar, empurrando a preocupação para o fundo de sua mente.

Ele olha para frente e, no mesmo instante, franze as sobrancelhas.

‘Espera aí…’ 

Noro murmura, seus pensamentos se acelerando enquanto ele se vira para Helen, quebrando o silêncio sem hesitação.

“Por aqui!” 

Noro exclama, enquanto Helen imediatamente ergue sua lança, surpreendida. Com determinação, Noro corre à frente.

‘Eu tenho certeza! Foi dali que eu vi aquele lagarto saindo na visão!’

Helen, confusa, segue Noro enquanto ele corre em direção a um local extremamente familiar. Quando ele está prestes a alcançá-lo, seus olhos se arregalam e ele derrapa até parar abruptamente. 

Por um instante, sua respiração parece congelar e seu coração quase para. Ele desliza até parar exatamente na beira de um precipício que separa os dois lados do solo.

“Que diabos…” 

Noro olha para um lado e para o outro, observando a ravina com mais de 15 metros de largura estender-se por uma distância além da qual ele sequer consegue enxergar.

E quando ele olha para frente, lá está ela: a floresta cinza.

“Estamos perto!” 

Noro exclama, virando-se para Helen.

E no mesmo instante, o céu negro sem estrelas emerge, transformando o mundo em uma noite sem lua.

Helen assente com a cabeça.

“Devemos acampar por hoje e decidir o que fazer amanhã.”

Noro olha determinado para ela.

“Claro.”


Noro joga a perna para o lado, buscando uma posição mais confortável enquanto está em cima de uma árvore.

Decidiram ficar próximos da ravina; Helen está lá embaixo, e Noro optou por subir em uma árvore.

“Que estranho… eu pensei que ficaria mais feliz, mas sei lá…” 

Noro murmura consigo mesmo enquanto deita em um dos galhos largos da árvore, observando as folhas vermelhas acima dele.

“Me sinto estranho… como se estivesse faltando algo… bem, não importa de qualquer forma”

Diz Noro, sorrindo enquanto inclina a cabeça para o lado e fecha os olhos.

“Eu sobrevivi.”

Sempre foi difícil para Noro pegar no sono, mas dessa vez ele adormeceu instantaneamente.

A escuridão o envolveu e a tranquilidade reinou.

Mas não por muito tempo. Toda a escuridão começou a tremer e rugir incessantemente, enquanto uma voz distorcida, como um grito que rasgou seus tímpanos, ecoava como uma cacofonia caótica, emanando de todas as direções ao mesmo tempo.

No mesmo instante, correntes negras com espinhos começaram a se enrolar em torno do coração de Noro, apertando-o implacavelmente, fazendo-o gritar alto e abrir os olhos para a escuridão absoluta que o envolvia.

Suspirando pesadamente e suando profusamente, ele se encontrou sentado no topo da árvore, cujos galhos se contorciam como tentáculos sinistros em um mar de escuridão, enquanto uma neblina grotesca se espalhava pelo ar, ocultando qualquer vestígio de esperança.

Bufando e lutando para se acalmar, Noro colocou a mão trêmula no rosto, seu olhar perdido no horizonte distante.

Noro sente uma sensação estranha se apoderar dele, um instinto primal de perigo iminente. Ele imediatamente desce da árvore o mais rápido possível, seu coração batendo descompassado no peito.

Quando seus pés tocam o chão, ele olha freneticamente ao redor, mas Helen não está em lugar algum. O desespero toma conta dele enquanto a neblina espessa o envolve, ocultando qualquer sinal de Helen.

‘Será que foi Kaspian? Deve ter sido ele… quando fui capturado pela floresta, ele me avisou… que inferno… ele…’

Noro sente um peso insuportável de culpa se abater sobre ele, mas não é uma culpa comum; é uma dor que parece dilacerar seu peito, fazendo-o gemer de agonia enquanto aperta o peito com força. Ele se sente como uma pessoa horrível, atormentado pelos pensamentos sombrios que assombram sua mente.

Mas agora ele tem um problema mais imediato para lidar.

‘Onde ela está? O que está acontecendo?’ 

Noro se vê diante de um pesadelo cada vez mais sinistro. O chão começa a tremer violentamente, mas desta vez é como se a própria terra estivesse clamando em agonia, uma força avassaladora que agita o solo como se estivesse prestes a se despedaçar. 

É como se um terremoto de magnitude 8 estivesse sacudindo tudo ao redor, cada tremor ecoando como o rugido de uma besta primordial despertando de seu sono milenar. 

As árvores, testemunhas mudas desse tumulto infernal, começam a ranger e se contorcer em agonia, antes de finalmente cederem, suas formas imponentes caindo com estrondos ensurdecedores, lançando sombras sinistras e espalhando o caos por toda parte. 

Em meio ao tumulto apocalíptico, Noro luta para manter o equilíbrio, seu coração martelando no peito enquanto ele se vê cercado por uma paisagem distorcida pela fúria da natureza, em um cenário de terror que desafia qualquer compreensão racional.

“Maldição! Maldição! Maldição!” 

Noro amaldiçoa mentalmente sem parar, sua mente se perdendo no caos que o rodeia. Por que tudo sempre dá errado? Por que a paz parece tão distante, um sonho inatingível em meio ao turbilhão de desastres que o perseguem implacavelmente? Por que ele, sempre ele, é o alvo da fúria desenfreada do destino?

O som estrondoso de uma árvore se partindo corta o ar, e Noro se vira em um movimento fluido, seus sentidos aguçados pelo perigo iminente. Ativando o fragmento do Caçador Bestial, seus instintos selvagens rugem em seu interior, alertando-o para a ameaça iminente. 

Com uma agilidade sobre-humana, ele aciona o fragmento da velocidade, seus músculos respondendo instantaneamente ao comando desesperado de sua mente.

Em um salto ousado, Noro se lança para o lado, o tempo parecendo desacelerar enquanto ele desafia as leis da física para evitar a árvore em queda, cuja sombra se estende como um manto de morte sobre o chão onde ele estava há apenas segundos atrás.

“Eu preciso me manter de pé!” 

Noro grita para si mesmo. Com sua visão obscurecida pela névoa densa, seus instintos permanecem afiados como lâminas em meio à escuridão pelo fragmento do Caçador Bestial.

Ele se esquiva habilmente de diversos escombros que caem ao seu redor, cada movimento calculado salvando-o por uma fração de segundo da morte iminente. Mas o chão começa a rachar e ceder sob seus pés, como se o próprio inferno estivesse se abrindo para engoli-lo.

Os olhos de Noro se arregalam quando ele vê o chão desabar logo abaixo de onde estava há um instante, uma árvore colossal desabando com força devastadora exatamente onde ele estivera segundos atrás. 

Com um salto desesperado para o lado, ele escapa por um fio da fúria da natureza, seu corpo tremendo com a adrenalina pulsando em suas veias enquanto ele luta para sobreviver em meio ao caos desenfreado que ameaça consumi-lo a cada momento.

Mas inevitavelmente, no instante em que Noro ia se esquivar mais uma vez, seus pés tentam encontrar impulso para afastar seu corpo do perigo iminente. Porém, para seu horror, eles não encontram nada além do vazio.

Numa fração de segundo que parece uma eternidade, Noro desaba no abismo recém-criado abaixo dele, sua queda rápida e desesperada ecoando na escuridão que o engole implacavelmente. O ar desaba em seus ouvidos enquanto ele se vê mergulhando em direção ao desconhecido, seus gritos de terror ecoando na paisagem distorcida que o rodeia.

E assim, no turbilhão de caos e desespero, Noro é consumido pelo abismo, sua mente girando em pânico enquanto ele se pergunta se algum dia encontrará uma saída desse pesadelo interminável.

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