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De sua loja, Ton verificava todos os treinos. Estava cada vez mais feliz com os resultados que seus protegidos estavam alcançando em um tempo relativamente curto. Sabia que logo Alf precisaria de cuidados médicos de verdade, para não sofrer traumas nas pernas, sabia que Doug e Will teriam de resolver antes da próxima missão qualquer desavença anterior, para não começar a ruir a equipe, mas ainda não tinha pensado na melhor forma de fazer isso.

— Deveria pôr os dois em confinamento até resolverem a idiotice — Taurin tentava ajudar Ton da sua maneira.

O lojista pondera por alguns segundos, realmente pensando nessa possibilidade.

— Isso atrapalharia o cronograma, principalmente agora que as missões vão surgir para eles sem aviso. Vou falar com os metres na hora do almoço. Pedir a opinião deles… creio que passaremos desse impasse.

Taurin concorda e ambos voltam a observar os treinos. Conforme o dia passa, mais certo Ton fica que só uma maneira real dos seus jogadores se entenderem.

Alf ganha resistência a dor em seu treino, assim como tem uma recuperação acelerada dos pés.

— Treinou bem Alf — Mago elogia seu pupilo, lhe ajudando a sair da piscina — tome um banho e vá comer algo, de tarde treinaremos na academia, tem que aumentar esses músculos.

— Sim senhor — o semblante de Alf era totalmente diferente agora, estava muito mais feliz e disposto.

Ambos se dirigem ao vestiário.

Doug manteve seu foco no treino, ganhando mais confiança de seu mestre. Mesmo sentindo o treino ficar cada vez mais puxado, sentia que podia fazer aquilo, bem mais facilmente do que no começo do dia.

— Vá tomar uma ducha, está precisando muito disso — Trovão Negro bebia de seu cantil — mais tarde devemos ir ao estande, tem de melhorar sua mira consideravelmente.

— Achei que podia tirar o dia de folga — Doug começa, mas percebe que o mestre não levou bem a piada — é brincadeira, relaxe. Vou lavar as coisas, comer algo e esperar por suas ordens.

— Acho bom mesmo.

Trovão Negro manda Doug ir na frente, pois tinha assuntos a tratar com Hakiryo.

Will sentia a cabeça pesar, muita informação estava sendo absorvida por ele naquele momento. O jogador estava maravilhado com a quantidade de coisas que realmente apreendeu num período curto, desejando possuir uma dessas nos temos de colégio.

período curto, desejando possuir uma dessas nos temos de colégio.

— Parece ter feito bom uso dos livros — Kant, junto de K2s retirava os livros da máquina — o que mais gostou?

— De tudo. Nunca foi tão fácil apreender. E o livro que peguei deu uma quebrada no peso dos outro.

Will pega a moeda em seu bolso. Ela brilha com seu toque.

— Eu vou achar um jeito de ativar seu poder — o jogador sorria com as informações descobertas — Reibi, espero que ajude meu grupo.

— Vejo que descobriu mais sobre a moeda — Hakiryo lhe olhava de longe — não cria muito expectativa, Reibi já foi atualizado para um modelo mais novo, há muito tempo. É mais fácil achar a versão nova do que um transformador antigo para colocar a moeda.

Will fica levemente decepcionado com o banho de água fria sofrido, mas não deixa de sorrir para moeda.

— Deveria ir comer algo, e talvez se lavar, de tarde pretendo treinar seu corpo, então, esteja pronto.

— Claro mestre.

Will sai pensativo da biblioteca se despedindo de K2s e Kant, esbarrando em Trovão Negro no percurso.

— Desculpe — Will pede todo sem jeito.

— Tudo bem, o erro foi meu, não olhei por onde estava indo.

— Doug está dando trabalho?

O mestre do amigo pondera a resposta, seu rosto tinha um sorriso escondido quando escutou a pergunta vinda de Will.

— Sim, ele está dando tudo que pode — Trovão Negro sente o alívio que essas palavras trazem em Will — devia falar com ele.

— Eu… vou tomar banho e comer, aí falo com ele.

Will pede licença ao mestre e sai em disparada pelo corredor.

Hakiryo encara Trovão Negro. Sabia que possivelmente não ia gostar daquela conversa.

— Já falei com ele — Hakiryo começa — eles vão se acertar.

— Será mesmo? O seu pupilo é bem cabeça dura — Trovão Negro cruza os braços — o acaso o quis como líder…mas talvez não tenha sido a melhor escolha.

— Acha que meu pupilo não sabe liderar?

— Não disse isso, mas foi dele o plane de explodir o veículo.

— Engraçado que não vi o Doug fazer ou dar uma opção melhor.

— Ele foi influenciado pelo amigo.

Ton observava de longe o bate-boca entre os mestres e agradecia a mansão ser tão grande.

— Que bagunça é essa na minha casa? — o lojista briga com os mestres — parecem pupilos recém-saídos das fraldas.

Os mestres se encaram e depois se desculpam pela quase perda de cabeça.

— Aqueles humanos são uma má influência — Hakiryo brinca com Ton — nunca tive problemas desse tipo com Trovão Negro… com o Mago sei, afinal conhecem a peça, mas Trovão Negro, nunca.

— Pois é, acho que estamos passando tempo demais com eles e estamos sendo influenciados ao invés de influenciarmos. Temos de trabalhar isso.

— Trabalhar o quê? — Mago chegava ao local — meu trabalho é treinar o pequeno, instruir e ajudar ele, e aparentemente sou o único fazendo isso.

Trovão Negro e Hakiryo soltam um “Cale a Boca” em sincronismo, o que faz Mago sorrir para eles.

— É certo que existem atrito no grupo — Ton chega mais perto deles — e pensei numa maneira razoável de resolver, e conhecendo os dois, talvez seja a melhor maneira.

Os mestres ficam quietos esperando o lojista desenvolver seu plano.

 Will encontra Doug saindo do vestiário, eles se olham, mas abaixam as cabeça, evitando dizer uma palavra se quer. Will fica extremante irritado consigo mesmo e resmunga muito enquanto toma seu banho.

No refeitório os mestres já comiam. Alf tinha comido e aguardava os amigos. Doug não tinha pedido nada, pois dizia estar sem fome, só querendo beber, mas seu mestre não deixou isso acontecer, dizendo que treinar de barriga vazia faria mal a ele. Will senta-se com os amigos, do lado de Al e de frente para Doug.

— Comeu o que de bom pouca sombra? — Will evitava olha para Doug.

— A, eu pedi um sanduba completão — Al sentia a tensão desnecessária no ar — tava muito bom, deviam pedir…

— Queira mesmo era uma cerveja — Doug interrompe o amigo – bem gelada.

Trovão Negro só olha na direção do pupilo e logo esse muda de ideia.

— Vou seguir sua sugestão então pouca sombra — Will faz o pedido a X1DT, pedindo uma jarra grande de suco de laranja — devia escolher logo também, Doug.

O refeitório fica em silêncio por um segundo mais demorado do universo.

— Acho que sim — Doug pede a X1DT caprichar no seu e colocar bastante molho— e um milk shake Ovomaltine grande, com a massa de baunilha, por favor.

— Total de 25 para o senhor Will e 32 para o Doug — X1DT cobra dele com um sorriso — logo volto com o pedido.

Eles agradecem e pagam.

Alf pede licença e sai da mesa, Mago já o aguardava. Mas antes de ir ele sussurra no ouvido de Will.

— Resolve as coisas Tio Phill, sei que tá te consumindo. Não me faz te dar uma surra.

Essas palavras fazem o jogador gargalhar. Fazendo um gesto de concordar com a cabeça, Will promete resolver aquilo.

A comida chega, e sem falar nada, eles comem e bebem. Os mestres trocam olhares com o lojista. Ao terminar de comer, Will pede licença e ia se levantar, mas seu mestre o impede.

— Trovão Negro vai treinar conosco essa tarde. Então vamos esperar pelo Doug.

Doug comia devagar.

Will suava na cadeira.

Quando seu pupilo termina de comer, Trovão Negro pede que todos o sigam. Eles caminham até a sala de hologramas. Hakiryo entra primeiro, programando a sala. O espaço se transforma numa arena de combate, fazendo Doug lembrar de DBZ. Trovão Negro fecha a porta e entrega um bastão de treino ao pupilo. Hakiryo entrega a espada e o escudo de treino para Will. Os dois amigos ficam sem entender, pois os mestres não tinham pego suas armas.

— Vão treinar entre si — Trovão Negro começa.

— Mas não vai ser um treino comum — Hakiryo prossegue com as informações — será um trino muito diferente.

Os mestres mandam seus pupilos irem ao centro da arena e esperarem. Eles param um de frente ao outro.

— Será um treino de combate, mas para dar um golpe, terão que conversar — Trovão Negro explica –Pode ser sobre o que quiserem, mas eu acho melhor FALAREM SOBRE A PORRA QUE ESTA INCOMODANDO CADA UM, mas não precisam me escutar.

— Não tem duração de tempo — Hakiryo fala ao dois, certificando que estão escutando mesmo — Podem começar.

Doug encara Will, entrando em pose para atacar. Will muda de postura, pronto para defender e dar um contragolpe, mas Doug não ataca. Ele mexe a boca, mas não fala. E sabia que se não cumprisse as normas para o ataque, seu castigo seria grande.

Will muda de postura, dessa vez ele atacaria. Mas tudo que ele faz é encara o amigo.

Mais de 15 minutos se passam e ele ficam alternando de quase ataque para quase defesa, sem nunca trocar uma palavra.

Trovão Negro ia intervir, mas Hakiryo segura eu ombro, lhe pedindo para confiar nos dois.

— Se ficarmos interferindo mais do que já estamos, eles não vão se resolver.

Will escuta as palavras do mestre e toma afrente para um ataque e realmente consegue falar para poder desferir o golpe.

— Soube que está dando um duro no treino — Will ataca por cima coma a espada, Doug defende sem dificuldade — mas não precisa se matar, a equipe precisa de tu.

— Precisa mesmo — Doug gira o bastão, atacando pelo lado direito, Will defende com o escudo — deixar tudo nas suas costas não é certo. E olha que você tem costas pra caralho.

Will sorri.

— Sou o líder — Will ataca pela direita, sendo bloqueado — tenho que manter nois vivos.

— Só podia usar mais a cabeça — Doug salta por cima do amigo, tentando dar um golpe na cabeça, mas Will bloqueia com a espada e joga seu escudo, quase acertando Doug.

Enquanto colocava o escudo no lugar, o jogador azul sentia que deveria falar mais.

— Eu senti sua falta — Will ataca mais rápido e forte, quase não dando espaço para defesas — todos esses anos. Sei que a vida cobra e não da pra ficar sempre junto, mas sei lá…

— E acha que eu não senti porra — Doug derruba Will com um golpe bem executado do bastão, ia acertar outro golpe, mas Will gira no chão o fazendo errar — você sempre esteve comigo, ficamos praticamente inseparáveis — Doug deixa uma pequena abertura em sua postura, suficiente para Will acertar dois golpes em seu braço esquerdo — mas como tu mesmo disse, a vida faz essas coisas… Eu passei por muita coisa…

Doug preparava mais um golpe.

Will sente o peso das palavras do amigo.

— Sinto não estar lá para dar apoio — Will defende usando o escudo, gira o corpo e quase acerta novamente Doug— podia ter me ligado, meu número ainda é o mesmo….

Will parte para cima, recebendo dois golpes na perna e nos ombros.

— Engraçado que o meu também — Doug se protege do avanço do amigo — e mesmo assim, só tinha mensagem de aniversário e ano novo — usando o cenário ao seu favor, Doug acerta um poderoso golpe na cabeça de Will.

O golpe causa um pequeno corte. Mas isso não deixa Will com raiva, Hakiryo o treinava bem.

— Eu moro perto dos pais da sua namorada, esperava que fosse me ver de vez em quando — Will engana na postura, dá uma rasteira em Doug e lhe acerta cinco golpes, três nas costelas, um na cabeça e um na perna. Ele se afasta, deixando Doug levantar-se — queria ficar falando merda e ri com você, como no tempo do colégio.

— Sabe quantas vezes eu quis isso também?

Doug muda de postura usando o bastão como se fosse uma lança, atacando rápido e feroz seu amigo que mal se defendia.

— Então deveria ter ligado — Will se deixa ser acertado, para usar o braço do escudo para segura o bastão — eu teria gostado muito.

Will acerta um golpe levemente mais forte do que deveria na cabeça do amigo. Doug cambaleia para trás. O jogador azul sota o bastão, deixando o amigo se recuperar.

— E tu podia ter feito o mesmo, marcado algo, um role no shopping que fosse… mas também não fez… né seu zé bunda do caralho.

Doug sentia o sangue escorrer pelo ferimento, sua cabeça pesava. Mas falar as coisas presas na garganta estava se mostrando mais fácil a cada golpe sofrido ou dado.

— Eu… — Will abre para uma porra suas defesas, o que permite Doug lhe macetar golpes — não sei a razão de não ter mandado nada…

Will volta a defender após receber mais de sete ataques, contra-atacando e bloqueando mais seriamente.

— Pois é — Doug arfava, o sangue que escorria lhe dificultava a visão.

— Acho que não deveria ter feito a escolha de esperar — Will sentia cansaço e leveza no coração.

Ele muda a postura percebendo que nenhum dos dois estava pronto para aquele treino e para a conversa, mas pelo menos ela estava acontecendo.

Doug nota a mudança do amigo e se prepara.

Will segura a espada com seu braço esquerdo, com a lâmina para baixo, juto ao braço. Doug solta mais o bastão, o segurando somete com uma das mãos.

Doug consegue ver pela defesa do amigo e lhe acerta com a força que não devia, a têmpora de Will, esse mesmo desnorteado com o golpe consegue girar a espada e bater bem forte com o pomo dela no meio da testa de Doug. Ambos os jogadores caem, e a dor era o menor dos motivos.

— Desculpe pelo modo que tenho agido com você — Will sentia o corpo leve enquanto falava, e sentia que as coisas estavam no caminho de se acertar — aqui e na Terra. Não quero perder nossa amizade… ela é significativa de mais para mim.

— Relaxa Zé — Doug se sentia bem também — eu tenho a minha parcela de culpa, tu é especial para mim também… e não vai me perde. Quando voltarmos para casa, tenho que mostrar meu Apartamento para você e a Ma. Juntamente com meus cachorros.

— Ela ia adorar, mas não tem que pedir pra Su antes?

— Pedir o quê? Elas tão vendo nois aqui. Tenho que pedir nada não. Onde já se viu, Homem ter que pedir permissão para fazer algo.

Essas palavras desencadeiam uma sequência de risos e gargalhos dos amigos. Eles ficam rindo enquanto se ajudam a levantar.

— É tudo mentira amor — Doug olha pro nada, sabendo que Su o observava — ele só vai se tu deixar.

— Acha que elas estão vendo nossa briga idiota — Will entregava os objetos de trino ao mestre. Que os aceita, afirmando que aquela parte do treino estava completa.

— Aposto que sim — Doug entregava o bastão ao mestre e limpava o sangue com uma toalha — inclusive acho que elas viraram amigonas e estão falando mal de nois.

Will concorda com o amigo. Os quatro saem da sala. Trovão Negro segue para o estande de tiro, dizendo para Doug o seguir depois de tratar o ferimento. Will é instruído a fazer o mesmo, que treinaria pilotagem de nave. Os amigos são tratados por 1XDT e vão treinar o mais rápido que conseguem.

Alf treinou com vigor, nunca reclamando.

Doug e Will treinam com mais paixão e leveza. Vez ou outra, mesmo estando em lugares diferentes, eles mandam beijos para suas cônjuges, esperando que elas mandassem um de volta.

Ton fica feliz que sua ideia de deixar os dois resolver na base do soco deu certo.

A noite cai. Os pupilos voltam doloridos. Se banham, comem e vão dormir. Os mestres planejam os próximos treinos. Ton recebe o aviso que a missão seguinte está próxima.

Nos dias seguintes, os jogadores fazem quase todos os treinos juntos. Vez ou outra Alf tem que treinar as musculaturas das pernas em separado.

As brigas agora eram pelo último pedaço de pizza numa sexta da pizza ou para descansar mais cinco minutinhos após uma corrida de 35kms. O ambiente da mansão estava mais leve.

Alfredo teve uma melhora nos tiros, seu corpo podia aguentar mais tempo andar sem dor. Tinha melhorado seu domínio em estratégias e táticas. O ovo que ganhou estava cada vez mais brilhante e bonito. Ton dizia que logo ele eclodiria.

Doug treinou a mente e o corpo de forma quase sempre perfeita. Tinha reaprendido a viver de boas com Will. Trabalhava em manobras e planos para auxiliar o grupo quando fosse necessário e sabia que seria. Sua pontaria e gasto de tiros estavam evoluindo, principalmente com uma bala a mais no tambor.

Will escutava mais as ideias dos amigos e diminuiu os impulsos de resolver tudo do seu modo. Estava mais próximo a Doug agora do que jamais pensou estar na Terra. Recarregava mais rapidamente a pistola e manejava bem sua escopeta. Apreendendo como utilizar razoavelmente bem o compartimento de balas novas. Treinava a direção de carros e naves mais que os outro.

O grupo crescia como equipe. O que era bom, pois logo a segunda missão bateria em sua porta.

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Olá, eu sou Hakiryo!

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