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Capítulo 6 – Viagem em alto-mar (Parte 2[Bem-vindo a bordo])

Algum lugar no Navio. Hora local 17:28

O clima começava a fechar, muito mais nuvens no céu naquela tarde do que em dias normais. A madeira estalava em alguma parte do navio. Ondas se chocavam no casco, fazendo o navio balançar levemente.

O jogador preto observava o local. Jogaria sozinho, pois não tinha equipe, mas isso não lhe atrapalhava, até gostava. Sem ter ajuda de ninguém, as vezes as coisas eram complicadas, mas não tinha que se preocupar em salvar ninguém, o que era bom naquele mundo de missões.

Ele verificava seu equipamento, arrumando seu facão com cautela, o travando em sua tira magnética em sua perna esquerda, para fácil acesso. Sua pistola estava carregada. 10 balas no pente. Ele odiava ter perdido sua pistola algumas missões anteriores, a nova não era ruim, mas gostava de como a antiga arma resolvia as coisas. Carregava uma maleta de itens pesados nas costas. Tinha optado em levar sua metralhadora giratória, tendo em vista que poderia ter de enfrentar um perseguidor brutal. Suas granadas estavam no nível dois de poder, e essa atualização o tirou de alguns buracos recentemente. Seu visor estava ajustado, o mapa começava a ser desenhado. O jogador começava a se mover, para iniciar mais uma missão, quando seu comunicador recebe um sinal de comunicação, o que era estranho por ele jogar sozinho a tempos.

— Pois não? — o jogador fala calmamente — espero ser importante, vou fazer uma missão.

— Alendor, a quanto tempo.

— Você… — Alendor não sabia se ficava feliz ou triste ao escutar aquela voz — já sei, tem uma proposta irrecusável para essa missão, e eu vou poder lucre bem com isso…

— Está mais atrevido do que de costume — a voz dizia com deboche em seu ouvido — mas tem razão… quero que de cabo de uma equipe. Os humanos para ser mais exato.

— E por qual razão faria isso? — o jogador via que um portal se abria em algum lugar nos níveis abaixo do seu, duas fêmeas aparecem, uma de pele clara e outra de pele cinza ­— e não elimino mais jogadores, parei com isso.

— Alendor… Alendor — a pessoa no outro lado da linha gargalhava — seu mundo já foi salvo, e você continua pedindo para fazer missões… sabemos do que gosta, e será um serviço simples para suas habilidades.

Alendor se cala, esperando para ver o que mais seria dito.

— Quero que elimine os três protegidos do Lojista… ele tem que aprender a respeitar o jogo.

— Supondo que eu aceite… qual o meu pagamento?

— Dois trilhões e meio da moeda que preferir.

Alendor se escora numa parede. Dois trilhões era riqueza financeira que nunca sonhou em ter. Ele reflete o que poderia ser comprado, o que poderia ser feito de bom em seu mundo com aquilo…mas pensa se valia a pena eliminar jogadores, ainda mais os protegidos de Ton. Isso poderia colocar um alvo em sua cabeça.

— Acho que vou deixar passar — o jogador não queria problemas com ninguém como o lojista. E nenhum dinheiro no universo poderia o fazer mudar de opinião.

— Ora meu jovem, são só negócios, faria um bem ao jogo os eliminar… pense na família da Brunilda… poderia ajudar eles com isso…

— Escuta aqui Azenk — Alendor se enfurecia — eu não sou um de seus piões. Passou do aceitável ao falar dela. Vou deixar que se desculpe e vou desligar, mas só pelos velhos tempos, depois espero que não me procure mais, ou vou até essa torre de merda e eu mesmo vou dar fim a sua vida.

— Eu peço que me perdoe, mas a oferta está de pé. Tem até o fim da missão.

Alendor desliga abruptamente a comunicação. Um outro portal se abre, esse mais próximo dele. Três jogadores saem do mesmo. O jogador negro os analisa de longe, com o auxílio de lentes especiais. Não pareciam lá grande coisa. Entretanto ele sabia que eram esses jogadores que tinham destruído os planos dos Alfas, destruído uma cidade jogo inteira e feito vários apostadores perderem milhões. Isso o faz gargalhar sozinho. Alendor nem os conhecia, mas considerava ajudar eles a fazer uma baguncinha no jogo.

Algum lugar no Navio. Hora local 17:30

Kinn e Layru chegam no navio. Elas examinam o local em que o portal as deixa. Parecia ser em um nível inferior da embarcação. O visor de Layru fazia o mapeamento do local. Com seus óculos, Kinn procurava os tesouros.

— Realmente vamos ter de abrir o mapa — Layru arrumava sua besta automática, separando no inventário os virotes de luz e os explosivos — espero que não tenhamos de enfrentar o perseguidor.

— Se tivermos — Kinn se aproxima da colega, deixando os rostos quase colados, e segura fortemente o rifle de assalto dela — tem essa belezura aqui para ser usada também.

— Sua tonta — Layru segura brevemente o corpo da “amiga” junto ao seu — estamos em missão, seus pais vão ver.

— A missão ainda não começou — Kinn prendia melhor sua aljava e arrumava seu arco — então ainda estamos na privacidade que você pagou.

Layru se afasta com todo amor possível. Kinn entende a situação e separa sua AK-12 para missão. Layru fica por detrás da companheira, lhe beijando o pescoço.

— Quando voltarmos para casa eu vou te compensar — Layru pisca para Kinn.

— Acho bom — Kinn lhe dá um beijo delicado e demorado.

O momento das duas é estragado por alguém em seus comunicadores.

— Olá garotas, tenho uma proposta para vocês.

Elas se olham, achando estranho aquilo, mas decidem escutar.

Em algum lugar do navio. Hora local 17:34

Os três chegam ao navio. Doug tinha certa dificuldade em andar, mas nada grave. Alf analisava o local. Will enxergava ao longe uma figura humanoide, de pele branca usando vestes pretas.

Doug se apoia numa das bordas e admira o mar.

— Estamos sendo observados — Will diz disfarçadamente — mas não parece ser inimigo.

Os outros jogadores olham na direção que o amigo aponta sutilmente.

— Espero que esteja certo — Alf observava a outra equipe nos níveis abaixo e como ela olhava para eles com certa ganância nos olhos — acha que elas estarão de boas também?

Will e Doug observam as jogadoras, uma usava camiseta vermelha com adornos pretos ao redor, que lembravam escritas chinesas. Ela tinha um belo arco e uma arma poderosa em mãos. A outra usava preto, com um desenho bordado de coração no lado direito, possuía a pele cinza, levava uma besta bonita e um fodendo rifle de assalto.

— A de vermelho é certamente humana — Will conferia a escopeta — a de preto, não.

— Ela pode ser uma humana do centro da terra — Doug zoa com o amigo.

— Não, na verdade ela é da terra oca — Alf entra na brincadeira.

Eles começam a caminhar pelo navio, rindo e se esquecendo das outras equipes.

Uma sirene soa fortemente, com luzes de emergências piscando. O som era estupidamente alto, fazendo os jogadores terem de largar o que estavam em mão para tampar os ouvidos.

Um holograma aparece para as equipes. Uma “mulher”, a boca e nariz cobertos por um pano branco, usava um bonito e estiloso chapéu de plumas, vestia um sobretudo roxo e dourado, não tinha calçados.

— Sejam bem-vindos jogadores e jogadoras — o holograma falava a todos — o Navio de Cruzeiro Beta II não tem visitantes a tempos — uma pequena risada maligna saída do holograma deixa quase todos os jogadores preocupados — estamos a algumas horas do porto, como devem saber, o navio deve chegar a ele… e ele vai, com ou sem vocês.

Alf sente arrepios.

Doug desconforto.

Will segura mais forte a arma.

Kinn achava divertido.

Layru tinha preocupação, ainda mais depois da conversa com Azenk.

Alendor sentia que ia se divertir.

— O Cruzeiro Beta II possui muitas brincadeiras e desafios — a holograma continua — espero que possamos passar bons tempos de diversão juntos. Não morram tão facilmente, pois não é sempre que tenho companhia. O primeiro jogo será no nível três do navio. Boa sorte e até breve.

— Não gostei nada das boas-vindas — Doug olhava o mapa se abrir e mostrava que estavam no nível quatro — mas vamos lá.

— Não é como se tivéssemos escolha — Will comenta, caminhando na direção das escadas — bora time. Vamos divertir a I.A doida.

— Fazer o que né? — Alf segue os amigos.

Alendor seguia com cautela até o nível três. Sempre com arma em mãos, mas para sua sorte nenhum inimigo surgia. Ele chega primeiro ao local indicado pelo holograma e paciente espera os demais.

Kinn e Layru chegam em seguida, fitando o jogador preto. Mas o cumprimentam sutilmente.

— Um fosformida é raro de ver em jogo — Layru fala, encarando Alendor — seu mundo não foi salvo?

— E não é normal uma Salsadur quere jogar com outra espécie — Alendor tentou não ser grosso ao falar — achei que sua religião não deixava.

Layru ia tirar satisfações, mas Kinn a segura.

— Depois faz isso — a jogadora vermelha puxa a companheira para perto — se o povo dele venceu, ele pode ser muito útil.

Layru concorda.

O trio chega, sentindo o clima pesado. Will ia fazer uma piadoca, mas Alf antecede prevendo o modo de agir do amigo.

— Espero que possamos nos ajudar — o jogador verde quebra o clima do local — afinal, todo mundo quer vencer.

— É sábio pequeno jogador — Alendor estende a mão aos humanos — vamos tentar jogar juntos, até onde o navio permitir.

— Não entendi.

— Aquele holograma deixou bem claro as suas intenções, então acham mesmo que em algum momento ela não vai querer que nos enfrentemos?

— Espero que não — Will aperta a mão de Alendor — mas se existir isso, que seja justo e o melhor leve. Vou fazer de tudo para proteger minha equipe.

— Você não é o doido que explodiu uma cidade — Kinn cumprimenta a todos — tenho certeza de que é. Não vá explodir o navio.

Will fica levemente irritado com o comentário, mas Hakiryo o treinou para aquilo e ele deixa passar.

— Ficar fazendo social não vai fazer a missão acabar mais rápido — Layru se dirige para porta dupla que começava a brilhar a algum tempo — como o brancão aí falou, vamos fazer ajudar mutuamente até não dar mais.

Alendor da os ombros e segue a jogadora de preto. Kinn se desculpa pela grosseria da companheira, dizendo que ela não costuma trabalhar bem com outras pessoas. Os quatro humanos seguem pela porta, indo ao primeiro desafio.

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Olá, eu sou Hakiryo!

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