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Como se fosse uma serpente prateada, a lança de Karol atravessou os soldados da Guilda Fúria um após o outro. No entanto, ela não era nem de perto a pessoa mais assustadora no Esquadrão Dama de Prata.

Um velho homem, de pele escura e uma lança velha, moveu sua arma com maestria. Montado num dos Lobos Prateados, ele estava numa posição alta e difícil de ser acertado, ao mesmo tempo em que tinha muitos inimigos ao seu alcance.

A cada simples movimento do braço de Anane, sua lança viajava com destreza, realizando movimentos imprevisíveis e poderosos, ceifando uma ou duas vidas com cada ataque.

Apesar de não serem tão poderosos, os outros oito membros do esquadrão Dama de Prata estavam cheios de coragem e vigor, levando seus Lobos Prateados a destroçar os soldados inimigos aterrorizados.

Assim que o Esquadrão Dama de Prata surgiu das vielas laterais, os membros da Guilda Fúria gritaram em horror. Como se previsse isso, Leny e seu Esquadrão Valorosos atacaram de forma impiedosa.

As poucas tropas que Leny enfrentava se viram acuadas, cercadas por trás e pela frente, sendo mortas uma após a outra.

Vendo isso, seus aliados tentaram ajudar, mas os outros esquadrões do Batalhão Zero não ficaram de braços cruzados, bloqueando qualquer tentativa de saída. Logo as poucas tropas foram completamente destruídas por Leny e Karol.

“T-temos que recuar! Voltem e defendam!” Um dos Vice-Líderes da Guilda Fúria gritou, num misto de medo e covardia após suas tropas serem aniquiladas tão facilmente.

O ataque do Esquadrão Dama de Prata, mesmo que pouco significativo na escala geral da batalha, provou-se ser extremamente efetivo, causando medo e ansiedade nas tropas inimigas.

Reunindo seus homens, os Vice-Líderes e outros membros do alto escalão da Guilda Fúria começaram a se reunir, enquanto mais tropas saíam da residência da guilda. 

Seu objetivo estava claro para todos, perdurar num perímetro defensivo até o restante das tropas da guilda estarem prontas para a batalha.

“Temos que aguentar! Esses malditos podem ser fortes, mas não passam de um batalhão novato, assim que nos organizarmos poderemos destruí-los lentamente!” O homem que ordenou a retirada gritou.

Nesse ponto, mesmo com as pesadas baixas, haviam mais de 900 homens da Guilda Fúria e o número continuava a crescer. Enquanto do lado do Batalhão Zero o número de tropas se mantinha em pouco mais de 600.

Apenas em termos numéricos, o Batalhão Zero estava numa completa desvantagem, não só isso, mas mesmo que estivessem infligindo pesadas baixas no inimigo, a qualidade geral das tropas da guilda não podiam ser subestimadas. Mesmo com todo o caos e desespero, as tropas rapidamente começaram a levantar uma resistência, focando vários homens nos Cabos do Batalhão Zero, enquanto mitigavam a força do restante das tropas com seus números e força geral.

Swish! Ting!

“Ah!!” Um homem caiu, perfurado na garganta por uma flecha em chamas, engasgando em seu próprio sangue.

Lance que viu isso tinha olhos vermelhos. O sujeito que acabou de morrer era um dos seus subordinados de confiança.

“Seus fodidos!” 

Com seu braço metálico, levantou sua espada, perfurando-a no peito de um soldado inimigo. No entanto, assim que o fez, outros três soldados atacaram em conjunto, obrigando-o a dar dois passo para trás.

Ting!

Assim que recuou, uma flecha correu em sua direção, por sorte atingindo seu braço metálico.

Merda… Nesse ritmo a gente vai se ferrar! Lance pensou, depois que as tropas inimigas recuaram e se organizaram, a luta havia se tornado muito mais dura e difícil.

Nesse ponto, ele já tinha perdido dois ou três homens. Mesmo ele estava tendo dificuldades em se defender, muito menos o restante do seu pessoal. 

Sempre que tentava avançar, um grupo de soldados atacava em conjunto. Quando recuava ou se expunha, arqueiros o visavam. Mas essa não era a pior parte. um dos alto escalões do inimigo estava à espreita, como se esperasse uma oportunidade de embosca-lo.

Por mais que tivesse atributos superiores, era inútil se não conseguisse lutar livremente.

Droga, Fernando, o que você está fazendo? Se você não agir logo, seremos derrotados!

Assim como Lance, os outros Cabos estavam passando por situações semelhantes. No fim, a experiência e força geral davam uma vantagem esmagadora para qualquer exército.

Fernando que estava na retaguarda tinha um rosto calmo. Ele não prestou atenção no que acontecia na linha de frente, mas varreu seu olhar para os arredores.

Como essa era uma área que uma guilda ocupava, não havia muitas residências próximas, esse era um layout padrão para qualquer cidade. Era de conhecimento comum que a maioria das batalhas acabavam por ocorrer nas dependências ou proximidades de áreas militares.

Apesar de não haver tantas residências próximas, era uma luta em larga escala com mais de mil pessoas. As consequências dessa batalha estavam se espalhando para todos os lados.

As poucas casas na proximidade já estavam em chamas. Era possível ver civis fugindo desesperados pelas ruas e vielas, tentando ao máximo não serem implicados. Enquanto isso, soldados do Batalhão Zero e da Guilda Fúria lutavam de forma brutal, sem medir ou se conter.

Fernando tinha uma expressão amarga ao ver isso. Por mais que não quisesse aceitar, era inevitável que pessoas inocentes fossem implicadas em sua luta.

Não é que ele fosse um bom samaritano que se preocupava com todos, mas como alguém que teve uma vida humilde, entendia o lado desses civis. Em sua maioria, eram avalonianos que sobreviviam um dia de cada vez na pobreza ou pessoas que vieram da Terra e acabaram na miséria devido ao seu baixo talento. 

Todos eles estavam apenas tentando viver suas vidas. Mesmo com sua falta de força, eles queriam viver, queriam ter uma vida digna e era por isso que lutavam. Mas diante dos poderosos, sejam legiões, guildas, comerciantes e outros tipos de organizações, suas vidas não significavam nada e poderiam ser tiradas a qualquer momento.

Suspirando, numa mistura de lamento e tristeza, Fernando sentiu-se enojado. Tudo que ele queria era o melhor para ele e seu povo, no entanto, terceiros seriam prejudicados como efeito colateral. Nesse ponto, sentiu que ele próprio não era diferente das Legiões que tanto desgostava, colocando seus interesses acima da vida de desconhecidos que não tinham forças para reagir.

Depois de um breve momento de contemplação, Fernando jogou suas dúvidas e incertezas para o fundo da mente. Tudo que ele deveria fazer era o que estava ao seu alcance.

Ainda varrendo com seu olhar nos arredores, sua sobrancelha levantou-se.

Ele não estava apenas checando a situação dos civis, mas também analisando o ambiente do entorno. Nesse ponto muitas figuras observavam a batalha de longe, em ruas próximas e no alto de prédios.

Essa era a real preocupação de Fernando, ele não deveria se preocupar apenas com a Guilda Fúria, mas também com a interferências de forças externas na batalha. Quanto mais essa luta se arrastasse, mais perigosa a situação ficaria.

Tenho que acabar logo com isso… pensou, com uma expressão fria.

“Vão.” Fernando disse, com um rosto calmo.

Em volta dele estavam Trayan, Noah, Gabriel e Archie, com exceção de Kelly que foi enviada junto a Theodora numa missão de infiltração, esses eram todos os Oficiais do Batalhão Zero.

Ouvindo seu comando, os quatro assentiram, então tiraram suas armas, prontos para lutar.

“Deem uma boa olhada, Força Reserva. Vejam como a Força Principal está tendo dificuldades com esse lixos da Guilda Fúria. Quem tá a fim de ganhar umas contribuições e tomar o lugar daqueles caras?” Noah gritou, levantando sua espada.

Hohhh!” As tropas gritaram, cheios de energia.

Por mais que muitos deles estivessem cheios de medo e hesitação, essa era a primeira batalha do Batalhão Zero, se quisessem subir para a Força Principal essa era a melhor hora.

Com passos largos as tropas avançaram, com os quatro Oficiais tomando a frente.

“Eu deveria ir também.” Tom falou, com uma voz calma.

Fernando olhou para ele, então depois de alguns segundos, assentiu.

A expressão de Tom não era mais a de ingenuidade e insegurança de antes. Depois de perder pessoas, derramar sangue e matar, ele havia sido endurecido e forjado no calor da batalha. Sua expressão séria e com leves olheiras negras, mostravam que mesmo no tempo de paz ele não havia descansado adequadamente.

Vendo o jovem rapaz sair, Fernando sabia que poderia contar com ele.

Após a saída de Tom, dos Oficiais e das tropas reserva, ficaram apenas Fernando, Ilgner e Argos na retaguarda.

Bam! Bam! Bam!

“UNIDADE!” As tropas de reserva, lideradas por Noah e os outros Oficiais avançaram, batendo ferozmente na linha defensiva da Guilda Fúria, empurrando-a.

BOOM! BOOM!

Mesmo que fossem poucas e esparsas, as magias voavam de um lado para o outro, atingindo soldados de ambos os lados.

“Líder, devemos começar também. Pelas informações que reuni, é dito que o líder da Guilda Fúria, Kifon, é uma mago poderoso e que está muito perto de se tornar um Capitão. Se formos agir, tem que ser agora ou nós que seremos derrotados.” Argos falou, com uma expressão séria.

Olhando para o sujeito, Fernando tinha uma expressão indiferente e fria. Enquanto Ilgner que estava ao lado, parecia não se importar com nada do que estava acontecendo.

“Eu espero que sua estratégia funcione.” Fernando disse. Então, com calma deu alguns passos para frente.

Levantando a mão para o alto, um turbilhão de chamas envolveu sua palma. Logo uma grande Lança de Fogo formou-se.

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